Athlete Kings (Sega Saturn)

Athlete Kings - Sega SaturnVoltando à consola 32bit da Sega, para mais uma “rapidinha” a uma conversão de um jogo arcade. Athlete Kings, ou conhecido fora da europa como DecAthlete é um jogo sobre o decatlo, a famosa prova de atletismo que consiste num conjunto de 10 provas distintas em que os atletas têm de cumprir ao longo de dois dias. Os desportos consistem nas corridas de 100metros, 110 metros barreiras, 400 e 1500metros, salto em altura, com vara e comprimento e os lançamentos de peso, disco e dardo. Athlete Kings não é um jogo propriamente original, mas sim uma evolução em 3D do clássico da Konami “Track and Field”. Este Athlete Kings entrou na minha colecção algures durante o ano passado, onde o encontrei a cerca de 3€ na cash converters de Alfragide, em conjunto com outros jogos de Saturn que prontamente levei para casa.

Athlete Kings - Sega Saturn
Jogo completo com caixa e manual

E tal como o Track and Field o foi, este Athlete Kings é o rei dos button mashers. Em todos os eventos temos de carregar em botões como um maluco, se bem que com algumas peculiaridades. Nos 100 metros apenas temos de nos preocupar em carregar no botão A ou C para “sprintar”, mas em corridas mais longas teremos de nos preocupar com a stamina do atleta. Nos desportos de lançamento de “qualquer coisa” temos de carregar a barra do “power” e posteriormente com um outro botão alinhar o ângulo de lançamento para o mais próximo possível dos 45º. No caso do lançamento do disco temos inclusivamente que rodar o D-Pad o mais rápido possível, o que resultaria bem melhor com um analógico (não sei se o Athlete Kings suporta o comando 3D da Saturn). No salto em altura e salto à vara também é necessário utilizar o D-Pad em momentos cruciais para melhor passar o corpo do atleta sobre a barra.

screenshot
No final de cada corrida podemos fazer umas poses engraçadas.

Athlete Kings possui 2 modos diferentes de jogo, que podem ser jogados sozinho ou com mais um amigo, bem como possui também um Practice mode para que possamos treinar as modalidades. O modo Decathlete é como se fosse mesmo uma prova olímpica, onde vamos participando em todas as modalidades, com a nossa classificação a ser conhecida no final do jogo. O outro modo é uma conversão directa da Arcade, onde participamos em 5 provas de cada vez (provas essas que podemos escolher quais fazer primeiro), e temos requisitos mínimos a cumprir em cada uma, sejam tempos nas provas de corrida, ou distâncias nos saltos/lançamento. Caso contrário é game over.

screenshot
O casting completo de Athlete Kings e o Jef Jansens destaca-se claramente.

Graficamente é um jogo bastante colorido, com personagens que embora possuam um aspecto muito cartoon, estão bem detalhadas e animadas. Os 8 atletas de diferentes nacionalidades possuem atributos cómicos ou mesmo esteriótipados, como o enorme penteado afro do britânico Jef Jansens (que levou à sua exclusão na versão americana do jogo) ou a sexyness de Ellen Regianni. A música e os efeitos sonoros também são bastante descontraídos, encaixando-se bem na atmosfera do jogo.

Athlete Kings não é propriamente o jogo mais interessante da biblioteca da Saturn, mas diverte quanto baste, especialmente se jogado a dois, quando andamos a tentar bater os records uns dos outros. Foi mesmo com esse espírito que o joguei back in the day em casa de amigos meus da escola, hoje em dia já não possui o mesmo apelo.

Soviet Strike (Sega Saturn)

Soviet StrikeO Desert Strike é um dos meus jogos preferidos da era 8/16bit, tendo sido um excelente jogo de acção com alguns conceitos de estratégia militar. Com o sucesso de Desert Strike, vieram as sequelas Jungle e Urban Strike, tendo sido lançadas maioritariamente tendo em vista as consolas 16bit. Com as consolas 32bit em força no mercado, foi altura de o próximo jogo da série tirar partido das possibilidades oferecidas pelos novos hardwares e nasceu assim este Soviet Strike, sendo inclusivamente o único jogo da série a ser lançado na Sega Saturn. Se a memória não me falha, o jogo entrou na minha colecção ao ter sido comprado na feira da Ladra em Lisboa algures em 2013 e o seu preço não deverá ter sido superior a 6€.

Soviet Strike - Sega Saturn
Jogo completo com caixa e manuais

Tal como o nome do jogo indica, desta vez lutaremos contra a ameaça soviética. Na verdade em 1997 já há muito que a União Soviética tinha deixado de existir, mas uma antiga facção ligada ao KGB está aparentemente a tramar algumas. O jogador toma assim mais uma vez o papel de um piloto de helicóptero, mas desta vez pertence a um grupo militar norte-americano ultra-secreto (STRIKE) que nas suas operações encobertas trava batalhas de forma a impedir que guerras venham a acontecer. A apoiar-nos durante as missões temos o general Earle, um hacker bizarro e Andrea, uma agente Strike com a profissão infiltrada de repórter de imprensa, que nos vão dando os briefings de cada missão e algumas dicas também.

screenshot
O jogo passa-se em diferentes territórios ex-Soviéticos, não apenas na Rússia

Tal como os jogos anteriores, este Soviet Strike está dividido em vários níveis bem grandinhos, onde em cada nível temos várias missões a desempenhar, tais como destruir radares, tanques inimigos, armas de destruição massiva, resgatar prisioneiros de guerra, prender líderes inimigos, entre várias outras. E também tal como os jogos anteriores, a ordem das missões convém serem respeitadas de forma a facilitar um pouco mais as coisas ao longo do nível. Por exemplo, destruir os radares inimigos faz com que os inimigos percam alguma da sua capacidade de nos emboscar. Também algumas missões só ficam desbloqueadas após termos concluído a anterior.

screenshot
Este é Hack, e como o nome indica é o hacker de serviço. O que raio tem ele na cabeça?

De resto para quem jogou Desert Strike a jogabilidade é muito semelhante. A grande diferença está em apenas podermos conduzir o helicóptero, ao contrário do Jungle e Urban Strike que a certo ponto nos deixavam conduzir outros veículos. De resto continuamos a ter de gerir os recursos como munições, combustível e armadura do helicóptero, forçando-nos a procurar no campo de batalha por esses “mantimentos”. A outra diferença está também na câmara que deixou de ser isométrica, porém continua com uma perspectiva muito parecida, mantendo assim a mesma identidade à série. Neste jogo também deixou de acontecer o nosso helicóptero perder-se de vista por detrás de algum edifício alto, pois ele sobe e desce dinamicamente, deixando assim de ser possível embater nesses edifícios também.

screenshot
Como sempre, as missões devem ser jogadas pela ordem atribuída, por razões estratégicas

Graficamente não é o jogo mais impressionante de sempre, os modelos em 3D poligonal são simples e eficazes, já os bonequinhos que representam humanos parecem-me directamente retirados dos clássicos da Mega Drive. O fundo de cada nível tem boas texturas, tendo supostamente sido criados com recurso a imagens reais retiradas por satélite. A inteligência artificial dos inimigos também me parece boa tendo em conta os jogos anteriores. Aqui os inimigos são mais eficazes nas suas emboscadas e é frequente sermos “sodomizados à bruta” pelos veículos armados inimigos, em especial nos últimos níveis. As músicas é que me deixam um pouco de pé atrás, mais na sua qualidade, visto algumas mais parecerem chiptune do que propriamente red book audio. O jogo está também repleto de várias cutscenes em full motion video, que comparando com a versão Playstation ficam um bocadinho a desejar na qualidade, fruto de a Sega Saturn não ter nativamente codecs vídeo tão bons assim. Essas cutscenes existem em demasia, antes de cada nível, depois, e mesmo durante, ao completar algumas missões ou em acontecimentos chave. E isso até nem me chatearia, se eu não achasse todos os diálogos, ou as representações dos actores muito cheesy e over the top. Preferia de longe as coisas mais “terra-a-terra” e simplificadas dos primeiros jogos. Aqui a trama acaba por ficar mais confusa mesmo por causa de todas essas cutscenes exageradas.

Mas ainda assim, apesar de ter alguns defeitos, Soviet Strike não deixa de ser um jogo bastante sólido e quem gostou dos clássicos de 16bit certamente não irá desgostar deste novo jogo. Depois do Soviet Strike a EA ainda lançou cá para fora o Nuclear Strike, que nas consolas apenas abrangiu a Playstation e a Nintendo 64. Tenho pena de a série não ter continuado (sem contar com uma conversão do Desert Strike para a Gameboy Advance), mas vindo da Electronic Arts tenho muito receio de uma eventual sequela vinda por eles.

Die Hard Arcade (Sega Saturn)

Há pouco tempo quando escrevi sobre o Die Hard Trilogy para a Sega Saturn, referi que em breve falaria de um outro jogo da franchise. Claro que me estava a referir a este Die Hard Arcade, também para a plataforma de 32bit da Sega. Die Hard Arcade é um beat ‘em up em 3D bastante divertido, apesar de ser curtinho como muitos jogos arcade da Sega. No Japão o jogo é conhecido como Dynamite Deka, com a franchise Die Hard ser apenas “aproveitada” no ocidente devido a várias similaridades existentes entre o jogo e o primeiro filme. O Dynamite Deka é mais conhecido por cá na sua sequela, Dynamite Deka 2 para a Sega Dreamcast, que chegou cá como Dynamite Cop.

Die Hard Arcade - Sega Saturn
Jogo completo com caixa e manual

Este jogo entrou na minha colecção algures durante 2013, tendo sido comprado na Cash Converters de Alfragide por 4€, um excelente preço tendo em conta a procura do jogo. Podem ler a minha análise completa ao Die Hard Arcade no site da PUSHSTART.

Die Hard Trilogy (Sega Saturn)

Die Hard TrilogyTal como o nome indica, Die Hard Trilogy é um jogo sobre os primeiros 3 filmes da saga Die Hard, de Bruce Willis. Mas ao contrário de outros jogos que tentaram fazer o mesmo, tipo o Alien Trilogy, este acaba por ser 3 jogos completamente diferentes num só. O primeiro filme passa a ser um shooter na terceira pessoa, onde temos de limpar o sebo a tudo quanto é terrorista e resgatar reféns, o segundo filme tornou-se num shooter na primeira pessoa, com suporte à light-gun da Saturn, já o terceiro tornou-se numa espécie de Driver/Crazy Taxi que mais lá para a frente detalharei melhor. O jogo entrou-me na colecção após me ter sido vendido por um particular por 5€. Está completo e em óptimo estado.

screenshot
Jogo completo com caixa e manuais

Eu não vou falar da história do jogo, vejam os 2 filmes. Não são adaptações 100% fiéis dos filmes, como seria de esperar, mas essencialmente  segue os filmes, com o primeiro a decorrer inteiramente no arranha-céus Nakatomi Plaza, o segundo num aeroporto e por fim o terceiro coloca-nos a andar de carro de um lado para o outro numa vasta cidade de Nova Iorque para desarmar bombas.

screenshot
Ecrã de selecção do jogo

Então o primeiro jogo é um shooter na terceira pessoa, onde vamos percorrendo uns 20 andares do edifício Nakatomi Plaza com o único objectivo de limpar o sebo a todos os terroristas que nos apareçam à frente e eventualmente se resgatamos alguns dos reféns é bom. Após matar todos os terroristas presentes no andar em questão, é começado um timer de 30 segundos de uma bomba, onde temos de encontrar o próximo elevador a tempo de subir para o andar seguinte. Aqui começamos com um revólver, mas podemos encontrar espalhados no jogo vários powerups que podem restaurar a saúde ou oferecer um escudo, ou mesmo encontrar outras armas mais poderosas como metralhadoras ou shotguns bem como granadas que podemos utilizar para desvastar grupos eficazmente. Uma coisa que gostei particularmente deste jogo é podermos destruir grande parte dos cenários, desde vidros a outras tábuas de madeira e afins. Infelizmente acho que a draw distance deste jogo é muito curta, há muita coisa à nossa volta que deixamos de ver, felizmente o radar no canto inferior esquerdo vai sendo uma mais valia para nos dar uma ideia dos inimigos que andam à nossa volta. Convém também mencionar a terrível inteligência artificial dos inimigos, que são mais burrinhos que sei lá o quê.

screenshot
Sim, o jogo tem sangue q.b. Infelizmente os controlos é que não são grande coisa

O segundo jogo é um shooter on rails em que podemos utilizar a pistola lightgun da Sega Saturn. É um jogo inspirado no Virtua Cop e não propriamente no Time Crisis pois não tem a possibilidade de cover. Aqui o objectivo é também matar todos os terroristas que nos apareçam à frente e evitar acertar nos reféns infelizes que tentam sempre atravessar-se no nosso caminho. Aqui também podemos encontrar os mesmos powerups que no jogo anterior, bem como outras armas, granadas ou mesmo rockets que serão necessários para destruir alguns veículos que surgem em níveis mais avançados.

screenshot
O segundo jogo é um clone de Virtua Cop, mas com um framerate terrível.

Por fim o último jogo é uma mistura de Driver com Crazy Taxi, ou então não. Basicamente andamos com um carro a percorrer várias localidades de uma suposta Nova Iorque, onde temos de destruir uma série de bombas e carros armadilhados dispostos pela cidade, sempre em constante contra-relógio. E como desarmadilhamos essas bombas? Fácil, ir contra elas provocando uma enorme explosão. Faz sentido? Nem por isso, mas apesar de me parecer ter sido o jogo mais difícil dos 3, é também aquele que para mim foi mais divertido. Para nos orientarmos pela cidade temos no canto superior esquerdo uma bússola, com uns ponteiros vermelhos que nos indicam a posição do próximo alvo a abater. Por outro lado temos no canto inferior esquerdo um relógio que nos indica o tempo que temos para destruir essa bomba. Para nos ajudar, estão espalhados pelas estradas imensos power-ups, uns que simplesmente nos dão mais pontos, outros que nos dão mais tempo, esses devem ser sempre procurados, outros que nos dão um turbo, entre outros que nos permitem “saltar” sobre roadblocks da polícia e afins. Nos últimos níveis a coisa acaba por ficar muito apertada de tempo, pelo que saber quais as melhores rotas a tomar (ou seja, as que têm mais time-bonus) são uma mais-valia. Também convém mencionar que este jogo em particular é também uma espécie de Carmageddon, onde atropelar os peões de uma forma sangrenta é possível e apenas nos retira alguns pontos da pontuação geral.

screenshot
Iniciamos o jogo ao volante de um táxi, como no filme, mas podemos usar outros carros se os descobrirmos

Graficamente falando, este é um dos melhores exemplos que ilustram as diferenças técnicas entre a Sega Saturn e a Playstation. Isto assumindo que estamos a falar de conversões onde os programadores não têm tempo, know-how, têm preguiça ou todas as anteriores, para tirar todo o partido do que a Sega Saturn poderia alcançar. Assim sendo, a versão Saturn apresenta transparências e outros efeitos gráficos com menor qualidade, como as explosões. O framerate também é pior (especialmente no segundo jogo). De resto é essencialmente a mesma coisa, tanto uma versão como outra nunca foram propriamente grandes feitos técnicos, mas cumprem bem o seu papel, tendo em conta que estamos a falar de um jogo de 1996. As músicas vão sendo variadas, mas devo dizer que não gostei nada da banda sonora do primeiro jogo, que é muito electrónica e repetitiva. Nos outros jogos, em especial no terceiro, as coisas já vão variando, desde músicas mais rockeiras ou até mais épicas e já ficam mais ao meu gosto. As vozes é que não são nada de especial, o jogo está repleto de one-liners retiradas dos filmes, mas são repetidas à exaustão e acabam por perder todo o seu sentido.

No fim de contas, acho este Die Hard Trilogy um produto muito interessante, pois tem realmente conteúdo para 3 jogos completamente distintos. No entanto não é um jogo perfeito, e mesmo a versão Playstation que graficamente é melhorzinha tem também os seus defeitos na detecção de colisões e a draw distance reduzida. Mas gostei bastante da ideia deste 3 em 1 e pelos vistos a Fox Interactive também gostou, pois algures no ano 2000 lançaram um Die Hard Trilogy 2 que seguiu a mesma fórmula. Mas esse jogo em particular não cheguei a experimentar. Para os donos de Saturn, existe um Die Hard bem melhor, e brevemente poderão ler sobre o mesmo aqui.

Ultimate Mortal Kombat 3 (Sega Mega Drive e Sega Saturn)

Ultimate Mortal Kombat 3

Hoje é dia de artigo duplo, mas mesmo sendo duplo será na mesma uma “rapidinha” pois o jogo que trago cá hoje é nada mais que um update a um outro jogo ja aqui analisado, o Mortal Kombat 3, embora para uma outra plataforma. Assim sendo este artigo vai-se insidir mais nas diferenças entre o Mortal Kombat 3 normal e este update, bem como as diferenças entre as versões Mega Drive e Sega Saturn. Ora a versão Mega Drive deste UMK3 chegou-me à colecção algures no ano passado, tendo-me sido vendida a um preço muito simpático por um amigo de infância. Já a versão Saturn custou-me 7€ salvo erro, na feira da Ladra em Lisboa, embora esta não traga manuais.

Jogo com caixa e manuais

Apesar de o Mortal Kombat 3 ter saído originalmente em 1995 para Arcades, a Midway basicamente decidiu de dar uma de Capcom e os seus Super Street Fighter II Hyper Fighting Megamix e no mesmo ano lançou igualmente para as arcades um update do Mortal Kombat 3, remendando algumas queixas que os jogadores tiveram com o jogo original. Para além de um melhor balanceamento de alguns lutadores, introduziram de novo uma data de lutadores favoritos que falharam o jogo anterior, tal como os ninjas Scorpion, Reptile e o Subzero original, ou outros como Mileena e Kitana, bem como mais uma ou outra palette swap dos ninjas – Ermac e Rain por exemplo. O jogo introduziu também um novo nível de dificuldade acrescido, onde regressam as Endurance Battles que podem ir até combater contra 3 inimigos consecutivamente.

Ultimate Mortal Kombat 3 - Sega Saturn
Jogo com caixa

Falando na versão Mega Drive, o jogo herda os mesmos controlos e mecânicas do Mortal Kombat 3, exceptuando uma ou outra questão. A nível de lutadores Sheeva deixou de estar disponível para ser jogada, alegadamente por falta de memória no cartucho. Em seu lugar introduziram as tais palette swaps dos ninjas masculinos – Rain e Noob Saibot são personagens jogáveis exclusivas desta versão do UMK3 (e da versão SNES também). Alguns golpes especiais e fatalities foram modificadas e nesta versão do jogo não existem as animalities, que são uns finishing moves que podem ser desencadeadas após um mercy (onde temos piedade do nosso oponente e damos-lhe mais um pouco de vida para lutar mais um pouco). Nas animalities os lutadores se transformam num animal e acabam com o adversário de formas sempre fofinhas. Mas em lugar das animalities entraram as brutalities, uns combos brutais que acabam por desfazer o oponente em pedacinhos. De resto as babalities e friendships continuam no jogo, embora mais uma vez algumas não sejam idênticas à versão arcade.

screenshot
A presença de Reptile e Scorpion é obviamente mais que benvinda!

A versão Saturn deste jogo infelizmente não é um port directo da versão Arcade, mas sim do Mortal Kombat 3 que tinha saído para a Playstation anteriormente e não para a consola da Sega. Por sua vez, este UMK3 não saiu na 32bit da Sony – que confusão! Mas obviamente que inclui também os extras desta versão Ultimate, nomeadamente os novos lutadores modos de jogo e graus de dificuldade, embora não inclua as brutalities e os lutadores exclusivos Mega Drive/SNES. Apesar de herdar várias coisas da versão PS1 do MK3, nomeadamente menus e afins, a jogabilidade e os próprios gráficos são naturalmente bem mais próximos da versão arcade que a versão 16bit. Infelizmente acho que tem um grande problema: os tempos de loading. Mesmo quando tentamos desempenhar uma fatality, temos sempre um delay de poucos segundos, o que estraga um pouco a coisa. As músicas são no formato red-book, pelo que têm muito mais qualidade que as mesmas nas versões 16-bit e afins. No entanto, as músicas das arenas estão trocadas com a versão original.

screenshot
Sim, a Eurocom nem se deu ao trabalho de trocar o logotipo deste ecrã (versão saturn).

A versão Mega Drive naturalmente não tem o poder técnico de ter os melhores gráficos ou som, até que muitos dos voice-samples presentes na versão arcade tiveram de ser cortados. E isso até que é natural, visto que os cartuchos têm uma capacidade de armazenamento muito limitada e este jogo, apesar de possuir várias palette swaps em lutadores (óbvio que me estou a referir aos ninjas masculinos e femininos), tem um alinhamento de lutadores gigante. Ainda assim, mesmo sem os animalities e Sheeva, continuo a preferir esta versão à de Saturn. O facto de não ter loadings torna o jogo bem mais fluído, e ter de esperar vários segundos só para fazer uma fatality tira a pica toda.

Naturalmente este jogo também faz parte da colectânea Mortal Kombat Arcade Kollection, que por acaso também a tenho na colecção digital e um dia talvez também lhe escreva uma rapidinha. Nessa colectânea encontramos uma conversão practicamente perfeita da arcade, pelo que seria a versão definitiva a comprar deste jogo. Ainda assim, a Midway não achou que este UMK3 fosse suficiente e no ano de 1996 lançaram mais um update ao update, com o Mortal Kombat Trilogy. Mas isso ficará para um eventual post futuro.