Master Games 1 (Sega Master System)

Vamos voltar agora à Sega Master System para mais uma rapidinha a esta compilação Master Games 1, que segue a mesma linha das compilações que a Sega foi lançado para a Mega Drive sob o nome de Mega Games. No entanto, ao contrário das versões 16bit que receberam nada mais nada menos do que 6 lançamentos sob esse nome, a Sega ficou-se por este primeiro volume na Master System, cuja compilação acabou mais tarde por ser incluída em bundles com a Master System II, o que terá acontecido certamente com o meu exemplar, pois vem com um manual único com os 3 jogos desta compilação mais o Sonic the Hedgehog, que vinha embutido na memória da consola.

Compilação com caixa e manual

A razão pela qual este artigo é então uma rapidinha é muito simples, a compilação inclui 3 jogos que já cá referi no passado. Um deles é o Columns, cuja versão Game Gear (e outras) já cá trouxe no passado, embora esta versão Master System possua umas ligeiras diferenças que irei mencionar em seguida. Os outros jogos são o Super Monaco GP e World Soccer que também já cá trouxe.

Ao contrário dos Mega Games, aqui não temos qualquer menu onde poderemos qual título jogar. Teremos então de reiniciar a consola várias vezes até iniciar o jogo que queremos.

Em relação ao Columns, esta foi a primeira resposta da Sega face ao sucesso do Tetris, pois na sua essência, este também é um jogo com algumas semelhanças, mas em vez de combinações de peças com 4 blocos e com o objectivo de limpar linhas horizontais, temos peças verticais com 3 blocos coloridos e o objectivo é o de ir fazendo linhas horizontais, verticais ou diagonais de 3 ou mais blocos da mesma cor/forma/figura. E tal como eu referi acima, a versão Master System é idêntica à da Game Gear salvo possuir uma maior resolução de ecrã e claro, os modos multiplayer. Aqui podemos jogar tanto competitivamente, como cooperativamente, onde no primeiro caso o objectivo é o de fazer combos e mandar “lixo” para o ecrã adversário. Já no segundo caso, bom, digamos que cada jogador joga à vez, ou seja cada peça é colocada por um jogador diferente, o que deve ser um pouco estranho quando a dificuldade/velocidade aumenta.

A principal novidade da versão MS do Columns são mesmo os seus modos multiplayer

Portanto estamos aqui perantes a primeira e única compilação Master Games e sinceramente é fácil de tirar um paralelismo com a Mega Games I, visto que também temos aqui uma versão do Columns, um jogo de corridas e um outro de futebol, embora este último seja francamente muito fraco. Presumo que as vendas da Master System já não fossem tão boas assim para novas compilações, mas seria interessante ver que outros jogos a Sega escolheria.

Fantasy Zone: The Maze (Sega Master System)

Vamos voltar à Master System para aquele que é o terceiro título da série Fantasy Zone, tendo sido uma vez mais lançado inicialmente em arcades e só depois na Master System. E ao contrário dos cute ‘em ups pelos quais a série bem que ficou conhecida, este lançamento é uma espécie de clone de Pac-Man, mas herdando também algumas mecânicas próprias da série Fantasy Zone. O meu exemplar veio de uma loja de usados no Porto por 10€, algures no mês passado. Custou-me um pouco dar os 10€ por um cartucho solto, mas lá acabou por vir e eventualmente o irei completar. Edit: recentemente um amigo meu ofereceu-me uma caixa que por lá tinha a mais. Está quase!

Jogo com caixa

No lançamento ocidental, este jogo é visto como uma sequela dos seus predecessores, mas isso não é verdade. O lançamento original Japonês coloca este FZ: The Maze como uma prequela, onde Opa-Opa (e seu amigo Upa-Upa) treinam para lutar contra a tal invasão alienígena que é retratada nos títulos originais arcade.

Ao contrário do que poderíamos estar à espera, este é um misto de Pac-Man com mecânicas da série Fantasy Zone

O objectivo de cada nível, tal como no Pac-Man, é o de percorrer uma série de labirintos e coleccionar uma série de esferas amarelas (que são na verdade moedas) e evitar toda uma série de inimigos. Uma vez coleccionadas todas as moedas, o nível acaba e avançamos para o seguinte. No entanto, vamos ver espalhados pelos níveis uma série de ícones familiares para quem jogou os títulos anteriores. Estes são power ups como diferentes armas, boosts de velocidade ou até invencibilidade temporária. O problema é que esses itens apenas podem ser coleccionados se tivermos dinheiro suficiente para os comprar e mesmo assim a sua durabilidade é consideravelmente limitada e não transitam de nível para nível. Se perdermos uma vida também perdemos o item que tenhamos eventualmente comprado. Portanto estes power ups deverão apenas ser comprados em momentos de maior aperto, até porque o jogo vai produzindo mais inimigos se não nos despacharmos. Para além disso poderemos também encontrar alguns power ups gratuitos como vidas extra, cupões de desconto ou Flickies que simplesmente nos dão mais pontos.

Entre níveis vamos tendo este ecrã que mostra o Opa-Opa a vaguear pelos cenários de fundo

Os labirintos são todos baseados nos níveis do primeiro Fantasy Zone, embora sejam ecrãs de fundo estáticos. Os inimigos são também familiares e minimamente variados e bem detalhados. As músicas até que são agradáveis, mas este é um daqueles casos em que a versão japonesa é nitidamente superior, devido ao seu suporte ao chip de som FM apenas lançado nesse território. Nós apenas ficamos limitados ao velhinho som PSG que sempre foi o calcanhar de Aquiles desta consola da Sega. Nada de especial a apontar aos efeitos sonoros.

Ocasionalmente lá teremos direito a alguns níveis de bónus onde o objectivo é o de apanhar o máximo de moedas dentro de um tempo limite e com as “luzes” a apagarem-se após alguns segundos.

Portanto este até que é um jogo interessante pela forma como misturaram as diferentes mecânicas de jogo de um Pac-Man e um shooter como o Fantasy Zone. É também um jogo consideravelmente longo, incluindo uns 51 níveis ao todo para jogar! Peca no entanto, a meu ver, pelo facto de os power ups serem tão limitados na sua utilização, se bem que de outra forma compreendo que pudesse tornar o jogo demasiado fácil.

Danan: The Jungle Fighter (Sega Master System)

Tempo de voltar às rapidinhas na Master System para um jogo que desde miúdo sempre me despertou a curiosidade. Lembro-me perfeitamente de ver um único screenshot deste Danan: The Jungle Fighter num catálogo da Sega e ter apreciado o facto das sprites das personagens serem bem detalhadas. Uns valentes anos mais tarde, depois de o finalmente ter jogado em emulação, o jogo até que é bastante competente. Outros tantos anos depois, foi no passado mês de Junho que o comprei na vinted, completo por 40€. É um jogo que infelizmente tem vindo a encarecer…

Jogo com caixa e manual

E aqui encarnamos no papel de Danan, um jovem guerreiro que cresceu numa tribo de amazonas e a certo dia encontra o seu mentor morto. Lá lhe dizem que anda aí gente a tramar alguma e o que é certo é que acabaremos por lutar contra uma série de gente que procura ressuscitar uma antiga entidade maléfica que havia sido derrotada muitos, muitos anos antes.

O que não faltam aqui são cut-scenes com diálogos! A história pode não ser grande coisa, mas sempre apreciei este tipo de coisas em jogos mais antigos.

Este é um “simples” jogo de acção em 2D sidescroller com certos elementos muito ligeiros de aventura e RPG. Isto porque a nossa vida é medida em pontos de vida e sempre que derrotamos algum inimigo ganhamos pontos de experiência, que eventualmente nos farão subir de nivel e ganhar mais vida. Os controlos são super simples, com um botão para saltar e outro para atacar, sendo que apenas estamos munidos de uma faca para isso. Ao longo de todo o jogo vamos poder coleccionar vários itens como comida que nos regeneram a vida, relógios que nos aumentam o tempo limite para concluir cada nível, estrelas que nos dão pontos de experiência extras ou outro equipamento como novas facas ou amuletos que nos melhoram a defesa ou ataque. Também iremos encontrar diversos tokens de animais e estes servem precisamente para invocar alguns animais para nos ajudarem durante o jogo. Temos um tatu que nos ajuda a combater os inimigos, uma águia que nos permite transportar para zonas mais altas ou um gorila que simplesmente nos cura. Cada animal tem um custo diferente destes tokens que podemos coleccionar.

O início do nível 3 troca-nos as voltas e é um nível subaquático, onde teremos de ter especial atenção ao nosso nível de oxigénio.

De resto, como já referi temos um tempo limite para concluir cada nível, ou mais concretamente, até chegar ao boss, onde não poderemos utilizar nenhum destes poderes dos animais. O jogo encoraja também a exploração visto existirem várias portas e caminhos alternativos que nos levam a vários itens que poderemos coleccionar e assim também fortalecer a nossa personagem. Pelo meio vamos ter muitos diálogos com os vários NPCs (e bosses) que vamos encontrando, o que também não é assim tão comum quanto isso em jogos de acção na Master System. A história não é nada de especial sinceramente, mas não deixa de ser um bonito toque.

Os baús amarelos escondem vários itens e o jogo encoraja-nos a explorar

A nível audiovisual este é um jogo bem conseguido como eu já referi acima. As sprites são grandes e bem detalhadas e os níveis vão sendo algo variados, estando também com um bom nível de detalhe para a consola. Peca é no entanto por ser um jogo bastante curto, com 4 níveis apenas. Se bem que o terceiro nível é consideravelmente longo, visto que tem uma secção inicial onde teremos de nadar numa caverna subaquática até chegarmos a um navio inimigo. Esse segmento obriga-nos também a estarmos atentos ao nosso nível de oxigénio, que pode também ser restabelecido ao apanhar alguns itens para o efeito. As músicas sinceramente não as achei nada de especial, mas já se sabe que esse sempre foi o calcanhar de Aquiles da Master System.

Desde miúdo que um ecrã não muito diferente deste me deixou com vontade de um dia poder vir a jogar este jogo!

Portanto este Danan The Jungle Fighter até que é um jogo bastante interessante, se bem que tinha potencial para ser um pouco melhor. Mais níveis eram bem-vindos e se calhar o tempo limite até nem seria algo tão importante assim manter. Gosto de jogos de plataforma/acção 2D que nos encorajam a explorar, mas o relógio nunca nos deixa fazer tal coisa de forma tranquila.

Back to the Future Part II (Sega Master System)

De volta à Master System para mais uma rapidinha a uma adaptação de um popular filme da década de 80, nomeadamente o segundo Regresso ao Futuro onde Marty McFly e companhia viajam precisamente ao futuro. É um jogo publicado pela Image Works e teve o seu lançamento original numa série de computadores 8bit/16bit populares no continente Europeu, com uma conversão para a Sega Master System a sair mais tarde, já em 1991. O meu exemplar deu entrada na colecção algures no passado mês de Maio, tendo sido comprado a um amigo meu.

Jogo com caixa e manual

Uma coisa boa deste jogo é a sua variedade de mecânicas de jogo nos diferentes níveis, embora nenhum deles seja particularmente bom. Ao longo de todo o jogo controlamos o jovem Marty McFly e o primeiro nível coloca-nos logo a atravessar uma cidade a bordo de um skate voador. O nível vai estando dividido em vários segmentos com scrolling automático, quer horizontal, quer oblíquo como em jogos como o Paperboy e o objectivo é o de simplesmente chegar ao fim deste longo nível em segurança. Vamos ter de nos desviar de toda uma série de obstáculos e eventualmente combater outros skaters, mas os controlos não são bons (o direccional movimenta a personagem, botão 1 para dar socos e 2 para saltar) e o nosso ataque tem um alcance bastante curto, pelo que idealmente deveremos evitar o combate a todo o custo. Ocasionalmente iremos encontrar vários níveis espalhados pelo nível que poderemos coleccionar e aumentar a pontuação ou regenerar parte da nossa barra de vida, embora existam vários obstáculos que nos fazem perder uma vida imediatamente. É um nível consideravelmente longo, ao menos tem vários checkpoints.

Infelizmente controlar o Marty neste nível não é lá muito agradável. E o nível parece que nunca mais acaba!

O segundo nível é considerado um nível bónus e se o conseguirmos completar dentro do tempo limite ganhamos uma vida extra. Passa-se na casa de Jennifer e o objectivo é o de guiar Jennifer em segurança para fora de casa, sem que esta se cruze com nenhuma das outras pessoas que lá habitam. Não controlamos Jennifer directamente mas sim portas, que podem ser abertas aos pares e seleccionadas com o direccional. Sempre que uma porta é aberta, as pessoas que estejam dentro das divisões afectadas pela abertura de portas trocam de sítio. Já o terceiro nível é um beat ‘em up em 2D sidescroller onde uma vez mais os botões 1 e 2 são utilizados para atacar e saltar respectivamente. Ao combinar com o direccional poderemos no entanto executar golpes distintos e uma vez mais a jogabilidade é pobrezinha. O quarto nível é também um nível de bónus, com um daqueles sliding puzzles que eu tanto odeio para resolver dentro de um tempo limite. Por fim o último nível é algo similar ao primeiro, onde teremos de atravessar uma outra cidade em cima de um skate. Os controlos e mecânicas mantêm-se.

O segundo nível já possui mecânicas completamente diferentes onde a única coisa que temos de fazer é abrir portas.

Graficamente até é um jogo colorido e com curtas cut-scenes entre cada nível, embora as sprites sejam bastante pequenas. A música do ecrã título e primeiro nível até não é desagradável de todo, creio que são adaptações 8bit das principais músicas do filme, já o resto da banda sonora é bastante má, sinceramente.

Entre cada nível vamos ter algumas pequenas cut-scenes que avançam a história

Portanto estamos aqui perante um jogo que apesar de apresentar uma variedade considerável de estilos e mecânicas de jogo (algo não assim tão incomum em vários jogos de computador europeus da época), deixam tudo a perder com maus controlos e mecânicas de jogo. Não é um bom jogo portanto. No ano seguinte a Europa teve direito a uma adaptação do terceiro filme e pelo menos a versão de Mega Drive lembro-me de a ter experimentado em criança e nem do primeiro nível conseguir passar…

Shooting Gallery (Sega Master System)

Continuando pelas rapidinhas na Master System vamos ficar com mais um dos seus jogos baseados em light gun e apesar de ter sido lançado ainda algo cedo no ciclo de vida da consola (1987), acaba por ser uma experiência com mais variedade e originalidade do que qualquer jogo da compilação Marksman Shooting/Trap Shooting/Safari Hunt. O meu exemplar veio precisamente no mesmo pequeno lote de jogos que um amigo meu me trouxe do Reino Unido no passado mês de Maio.

Jogo com caixa, manual e um catálogo promocional

Tal como o nome do jogo indica, esta é mais uma galeria de tiros, mas desta vez os níveis vão sendo bem mais dinâmicos. O objectivo de cada nível é o de atingir um número mínimo de alvos para podermos prosseguir para o nível seguinte. Começamos por um cenário de uma montanha e diversos pássaros a atravessar o ecrã, cujos deveremos abater assim que possível. No entanto os bichos começam a ter padrões de movimento mais imprevisíveis! Os níveis seguintes andam à volta de rebentar balões e dirigíveis, uma vez mais com padrões de movimento algo distintos. Em seguida somos levados para um cenário curioso: uma série de bolas atravessam tubos algo labirínticos e as aberturas entre os tubos representam as únicas hipóteses que teremos em acertar nas mesmas. O último conjunto de níveis leva-nos ao espaço, onde teremos uma série de naves espaciais para abater. Mas apenas quando as mesmas baixarem os seus escudos! As coisas continuam com os mesmos cenários a serem revisitados várias vezes com a dificuldade a tornar-se cada vez maior, assim como os limites necessários para passar de nível.

Um detalhe interesante! Sempre que falhemos o alvo destruímos parte do cenário.

A nível audiovisual este é um jogo muito simples na mesma no entanto a sua apresentação é bastante superior aos seus predecessores. A começar pelas músicas, agora completas e agradáveis, que nos vão acompanhando ao longo de todo o jogo. Os cenários não são nada de especial até porque são estáticos, mas alguns dos inimigos estão bem detalhados e adoro o detalhe de podermos destruir parte dos cenários sempre que erremos um alvo. Ou os níveis “secretos” com as televisões saltitantes, um conceito bastante original na minha opinião!

A partir daqui a dificuldade aumenta consideravelmente e as coisas não ficam mais fáceis. Ao menos achei bastante original o que aqui fizeram!

Portanto este Shooting Gallery é mais um jogo super simples na sua premissa, embora se torne bastante desafiante assim que conseguimos ultrapassar o primeiro conjunto de níveis. No meio de toda a sua simplicidade de mecânicas de jogo ainda nos oferece alguns desafios originais na sua execução também. Até que se revelou uma boa surpresa, portanto.