Pokémon Blue (Nintendo Gameboy)

Pokemon BlueEm vez do Pokémon Blue, gostaria antes de estrear uma rubrica sobre a famosíssima série de RPGs da Nintendo com o Pokémon Yellow. Isto por uma razão muito simples. Antes de as animações de Pokémon terem chegado ao nosso país, eu não gostava de RPGs. Bastava jogar uns 5 minutos daquilo que me fartava logo de tamanha lentidão, pelo que me deixei sempre ficar com os meus platformers, first person shooters e outros géneros com mais acção. Mas com a moda de Pokémon a tomar Portugal inteiro de assalto, e consequentemente os seus 3 jogos de Gameboy a receberem excelentes pontuações em todo o lado, resolvi finalmente embrenhar-me nesse mundo dos RPGs nipónicos que outrora foram tão estranhos para mim. Não o fiz unicamente com o Pokémon Yellow, mas também com o Phantasy Star IV na Mega Drive (adorava aquelas cutscenes anime) e o Chrono Trigger, por ter Akira Toryiama como designer das personagens. A partir daí passei a gostar bastante de RPGs japoneses e muito mais tarde, passei também a gostar dos “nossos” RPGs mais maduros e complexos. Mas enquanto não tenho um cartucho do Pokémon Yellow na minha gaveta (oportunidades não faltaram, eu é que vivia num mundo de fadas onde achava que facilmente conseguiria comprar qualquer jogo de Gameboy completo a um bom preço), deixei-me desleixar. Até que vi este Pokémon Blue a 4€ na Cash converters de Alfragide e o levei para casa. Era só o cartucho, mas eventualmente acabei também por encontrar numa loja do porto a caixa e os manuais por um preço irrisório.

Jogo completo com caixa, manual e papelada

Isto tudo para dizer que eventualmente quando arranjar um Red ou Yellow, não me irei alongar nos seus artigos, este acabará por ser o principal para representar essa primeira geração do fenómeno que ainda são os Pokémon. Reza a lenda que o pessoal da Gamefreak encontrou a sua inspiração para este jogo com as brincadeiras de infância que tinham ao procurar e coleccionar diferentes insectos nos quentes verões japoneses. Eventualmente a ideia de fazer um jogo deste género surgiu, mas não se deixaram ficar unicamente com insectos (se bem que isso não impediu a Sega de o fazer já neste milénio com os seus MushiKing), pelo que a Gamefreak deu azo à sua imaginação, apresentando-nos um set de 151 diferentes criaturas dos mais variadíssimos géneros para serem coleccionadas. Tanto “mamíferos”, como peixes, aves, insectos, plantas e até fantasmas fazem parte deste elenco. Os animais podem ser catalogados em diferentes tipos, como os elementais básicos de fogo, terra, água e ar, mas também outros como os eléctricos, rocha, neutros ou outros bem mais extravagantes, como os psíquicos, fantasmas e dragões. Todos estes tipos de pokémon possuem fraquezas ou vantagens perante outros tipos e isso é um factor determinante em todas as batalhas que travamos.

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Sempre gostei destas pequenas cutscenes de abertura.

Como RPG, Pokémon não é um jogo propriamente complicado, até porque o seu público alvo é o infantil. No entanto também consegue ser bastante complexo na sua comunidade mais hardcore. Isto por vários motivos: cada Pokémon apenas pode aprender 4 golpes para usar em batalha. Com a experiência e níveis ganhos ao longo do jogo, cada bichinho aprende bem mais do que 4 golpes, pelo que teremos necessariamente de escolher para descartar se quisermos aprender o golpe novo. Para além disso, existem vários golpes que os podemos comprar em lojas e ensiná-los aos bichos, aumentando ainda a componente estratégica. Ao longo do jogo em si nunca precisamos de nos preocupar muito com isto, mas nas batalhas multiplayer, ter os mesmos Pokémons mas com diferentes técnicas poderá realmente fazer a diferença. Depois apenas podemos carregar com 6 pokémons de cada vez, podendo trocá-los entre si livremente nas batalhas, com o custo de um turno. Para além disso, alguns Pokémons evoluem para outros Pokémons mais fortes, como por exemplo o Charmander, Charmeleon e Charizard serem 3 evoluções da mesma “espécie”. Mas podemos optar por não os deixar evoluir, o que por sua vez também pode trazer as suas vantagens.

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O número de pokémons que os nossos oponentes têm é variável, mas nunca lutamos contra mais de 6.

Mas na verdade, em que consiste o jogo? Até agora só disse que existem 151 Pokémons, divididos nos seus tipos e possíveis evoluções, bem como podem andar à pancada entre eles. Nós encarnamos numa criança que desde muito pequeno sonha em viajar pelo país fora, conhecer o máximo de Pokémons e tornar-se a si mesmo num treinador de Pokémon de referência. Então a nossa mãe acha isso uma boa ideia, não estranhando nada quando um adulto (Professor Oak) nos entrega uma Pokedéx (um catálogo/enciclopédia portátil sobre todos os Pokémon conhecidos), um Pokémon inicial à escolha (Charmander – fogo, Bulbasaur – erva ou Squirtle – água) e nos manda viajar pelo país, procurando descobrir e catalogar todos os Pokémons conhecidos. Mas não estamos sozinhos nesta aventura, pois Gary, um outro puto ranhoso com os mesmos sonhos também recebe a mesma “missão”, tornando-se nosso rival até ao final da aventura. Gary por sua vez escolhe sempre o Pokémon que é forte perante o nosso, por exemplo, Charmeleon se tivermos escolhido o Bulbasaur.

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Tendo em conta o público alvo, a história e bem levezinha.

O resto do jogo é então passado literalmente a atravessar o país todo em busca de aventura, derrotar todos os gym leaders de certas cidades e finalmente vencer os Elite Four, o conjunto de melhores treinadores Pokémon que iremos defrontar. Pelo meio temos sempre alguma história, até porque há por aí uns certos vilões a fazer das suas, bem como várias batalhas contra outros NPCs espalhados pelas estradas, cavernas e rios que interligam as várias cidades. Mas tão ou mais importante que isso é mesmo o coleccionismo destas criaturas. A maioria dos Pokémons podem ser encontrados nas cavernas, ervas altas nos caminhos normais ou na água, sendo alguns bem mais raros que outros, o que nos levará a gastar muitas horas em batalhas aleatórias até que nos apareça o Pokémon que desejamos. Mas o grinding também não é mau, pois deixa-nos mais fortes. O truque para os apanhar consiste em enchê-los de pancada até estarem quase a desmaiar, depois usamos um item específico  (a pokébola) para os capturar. Alguns Pokémons mais fortes exigem pokébolas mais caras para uma maior probabilidade de captura e alguns o melhor mesmo é adormecê-los ou paralizá-los, pois têm uma maior tendência para fugirem das batalhas. Mas podemos apanhar todos os 151 Pokémons assim? Não, nem por sombras. Alguns, os lendários, apenas aparecem em sítios específicos, outros como o Mew, são tão secretos que apenas se podiam “apanhar” oficialmente em eventos da Nintendo.

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Através da SNES (ou simplesmente jogando-o numa gameboy color), o jogo torna-se mais colorido.

Mas muitos outros pura e simplesmente não existem neste jogo. A Nintendo deu uma jogada de génio para nos sugar o máximo de dinheiro possível: lançar duas versões do mesmo jogo! Há Pokémons que aparecem só nesta versão, enquanto outros só aparecem na Red. A maneira de os ter é trocando-os com os amigos que tenham o outro jogo, bastando para isso sermos donos do cabo que interliga as duas portáteis. Alguns Pokémons até só evoluem se forem trocados com os amigos! Para além disso, os 3 Pokémons que podemos escolher inicialmente são únicos em cada partida, pelo que apenas podemos deitar as mãos aos outros 2 (e suas evoluções) ao trocar com alguém. Para mim, essa foi mesmo a jogada de génio da Nintendo, embora a minha carteira não tenha a mesma opinião.

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Entre outras coisas, a Pokédex dá-nos informações sobre os pokémon que apanhamos.

Os audiovisuais são bons tendo em conta que nos estamos a referir a uma Gameboy clássica. As sprites são bem detalhadas, embora os Pokémon ainda não tenham exactamente o mesmo design como visto no anime. Convém também referir que este é dos jogos com suporte ao acessório Super Gameboy, permitindo-nos jogá-lo com algumas cores por intermédio da nossa SNES. As músicas também são todas bem compostas e alegres e a música título é mais um dos clássicos hinos da Nintendo, que tem sido reaproveitada ao longo dos restantes jogos da saga.

Sinceramente acho este um dos jogos essenciais numa qualquer colecção de Nintendo Gameboy. Não é preciso ser-se um fanático de Pokémon (eu definitivamente não sou) para se entender que este jogo é um clássico absoluto e com um sucesso inteiramente merecido pela sua fórmula então original. Agora se justifica o lançamento de tanta sequela com poucas mudanças no seu core? Bom, isso já é outra discussão.

Probotector (Nintendo Gameboy)

ProbotectorContra. Toda a gente, até nós europeus, conhecemos muito bem esse nome. Certamente que influenciados por toda esta globalização de informação que vivemos desde a massificação da internet, pois até ter saído um Contra Legacy of War, para nós Contra era sinónimo de Probotector, denominação essa que atravessou todos os clássicos. Ou Gryzor para a malta da velha guarda que acompanhou a jogatina nos microcomputadores Spectrum, Amiga e afins. Tal mudança de nome, e do próprio conteúdo do jogo, que substituiu os nossos heróis humanos por robots futuristas deveu-se a políticas de censura por parte de alguns países europeus durante aquela época. E este Probotector da Gameboy não foi excepção à regra, sendo conhecido no outro lado do atlântico por Operation C. E o cartucho foi comprado no mês passado na cash converters de Alfragide por 3€.

Probotector - Nintendo Gameboy
Jogo, apenas cartucho infelizmente.

Mas apesar de pertencer a uma das mais importantes franchises de acção devido ao seu legado, esta iteração para Gameboy, tendo sido lançada algures nos idos de 1991, ainda é um jogo bem mais pobrezinho quando comparado com os originais da NES ou Arcade. Creio que apenas com o lançamento de Super Mario Land 2 é que começamos a ver jogos a retirar muito melhor partido da mítica portátil da Nintendo, pelo que esperem que este seja algo bem mais simples num aspecto técnico.

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Nos níveis em sidescrolling nunca vemos muitos inimigos

Aqui mais uma vez encarnamos num mercenário, digo, robot, para lutar contra uma invasão de alienígenas… robots… que tomaram de assalto o nosso planeta. O jogo segue a tradicional fórmula da série, apresentando tanto níveis de um sidescroller 2D com alguns elementos de plataforma, bem como outros numa perspectiva top-down view, fazendo lembrar jogos como Commando ou Ikari Warriors. Tanto numa como na outra, o objectivo mantém-se: destruir tudo o que se mexa! E para isso temos os habituais powerups que alternam o nosso modo de tiro. Onde antes apenas poderíamos disparar em linha recta, vamos poder apanhar alguns powerups que nos dão outro poderio de fogo, como o spread shot, disparos teleguiados, entre outros como os que actuam numa área mais vasta. Mas como não poderia deixar de ser, qualquer hit que nos acerte, lá se vai uma preciosa vida.

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Sinceramente?? Acho o título Probotector mais badass.

Nos níveis em side scrolling, devido às limitações da Gameboy, nunca vemos muitos inimigos no ecrã o que tira alguma dificuldade ao jogo, mas tirando os bosses que têm sempre alguns padrões em que nas primeiras tentativas ainda os estamos a tentar assimilar, apenas na secção de um elevador manhoso é que já me deu algum trabalho. Por outro lado, nos níveis top-down, já há mais confusão a acontecer em todos os segundos, pelo que também teremos de ter maior cuidado nesses.

Graficamente não é nada do outro mundo. Nos níveis em sidescrolling é frequente termos backgounds bastante simples e o tal reduzido número de sprites, já nos outros vemos sprites inimigas bem maiores, como vários veículos, mas também não se pode esperar muito de um jogo monocromático, e em 1991 muitos estúdios ainda não sabiam tirar o melhor partido da plataforma. Os sons são OK e as músicas muitas delas serão familiares a quem tiver jogado o primeiro jogo da NES.

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Por acaso também acho piada À veia futurista e o design que sempre fizeram aos robots

De resto, apesar de não ser um mau jogo, principalmente considerando a concorrência da época para a mesma consola, não consigo dizer que este Probotector é um jogo indispensável na franchise, assim como digo o mesmo dos Castlevanias da Gameboy clássica. No entanto, não deixa de ser um interessante collectible item precisamente por pertencer à série Contra/Probotector.

Tetris (Nintendo Gameboy)

Tetris - Nintendo GameboyPoderia escrever uma dissertação enorme sobre toda a história que Tetris passou desde a sua concepção em 1984 por Alexei Pajitnov em plena Guerra Fria, os conturbados franchisings e vendas de direitos para colocar o jogo nas arcadas, computadores, consolas e portáteis até à criação da The Tetris Company 12 depois de o jogo ser lançado, para que o seu criador pudesse finalmente receber algum carcanhol. Mas não, este será um artigo curto até porque toda a gente e os seus animais de estimação já jogaram este produto que é a melhor coisa que a União Soviética alguma vez concebeu. E este cartucho entrou na minha colecção algures durante o mês passado, tendo sido comprado na feira da Ladra em Lisboa por 2€.

Tetris - Nintendo Gameboy
Apenas o cartucho, infelizmente.

Essencialmente é um jogo em que controlamos vários tetrominós, que na verdade são blocos construídos por 4 quadrados que podem assumir várias formas, a cair num espaço fechado e o objectivo é construir linhas que preencham toda a largura desse mesmo espaço, fazendo a linha desaparecer e ganhar pontos com isso. A dificuldade vai sendo incrementada ao aumentarem gradualmente a velocidade e basta um dos quadrados ficar fora do “pote” que é gameover. Mas claro que isto vocês já sabiam.

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Não sei se o Alexei recebeu alguma coisa por cada cópia destas vendida, mas ao menos mencionaram o seu nome nesta versão.

E este Tetris tornou-se no jogo de lançamento da Nintendo Gameboy, o que acabou por fazer todo o sentido, pois se há plataformas em que um jogo como este faz sentido, são as consolas portáteis. Se não numa Gameboy, quem nunca teve ou jogou numa Brickmania ou noutro dos seus milhentos clones? É possivelmente o primeiro grande jogo casual da história e a sua influência em muitos outros jogos que lhe seguiram é bem notória. Coisas como Columns, Puyo Puyo, Bejeweled e até o infame Candy Crush Saga. Aqui, na versão multiplayer temos várias opções, que nos permitem desligar a opção de ver qual a peça que vem a seguir, ou começar o jogo já com alguns blocos aleatoriamente posicionados na área de jogo para aumentar a dificuldade. Mas para além disso, e esta é para mim a grande vantagem da versão Gameboy face a todas as Brickmanias que conheço, é a sua vertente multiplayer. Através de um cabo com o qual podemos ligar duas Gameboys entre si, é possivel jogar contra um amigo onde o objectivo é sobreviver mais tempo que o nosso oponente. À medida em que nos vamos safando bem, ao limpar algumas linhas consecutivas, adicionamos algumas linhas incompletas de blocos no fundo do ecrã do adversário, dificultando-lhe mais a vida.

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Tetris! What else?

Graficamente é um jogo bastante simples e sinceramente nem precisa de mais perlimpimpins para cumprir perfeitamente o seu papel. As músicas são bastante variadas, com o jogo a oferecer aos nossos ouvidos uma panóplia de adaptações de obras de música clássica no estilo 8bit, mas também outras faixas mais “videojogos”. Creio que muita gente ainda as sabe de cor, com tantas horas a ouvi-las.

Resumindo, Tetris é um dos maiores clássicos de sempre da história dos videjogos e apesar de ao longo dos anos terem surgido imensas variações da mesma fórmula, mesmo em jogos com o nome “Tetris” lá metido no meio, para muitos é esta a versão que guardam com mais nostalgia e eu não sou uma excepção.

Mickey’s Dangerous Chase (Nintendo Gameboy)

Mickey's Dangerous ChaseContinuando com as rapidinhas que infelizmente o tempo não dá para mais, com uma nova análise a um jogo da Gameboy clássica que apenas tenho o seu cartucho. Mickey’s Dangerous Chase é mais um jogo do rato mais conhecido da Disney cujo desenvolvimento ficou a cargo da empresa japonesa Capcom que também acabou por desenvolver para a SNES 3 jogos “Disney’s Magical Quest”. E este cartucho entrou na minha colecção no mês anterior, após ter sido comprado na feira da Ladra em Lisboa por 2€.4

Mickey's Dangerous Chase - Nintendo Gameboy
Apenas cartucho.

O conceito é simples. Mickey ia oferecer à sua namorada Minnie um presente, que acabou por ser roubado pelo vilão Bafo-de-Onça. Ao longo do resto do jogo iremos perseguir Bafo ao longo de vários níveis, daí o jogo também se chamar “Dangerous Chase”. As mecânicas de jogo são as de um simples jogo de plataformas, se bem que para Mickey (ou Minnie) para atacarem os inimigos precisam de pegar numas caixas quadradas (que também podem servir de plataformas) e atirar-lhas em cima. Espalhados pelos níveis teremos também vários pick-ups. Alguns restabelecem a nossa energia (temos 3 corações para gastar por vida), outros dão-nos invencibilidade temporária, as estrelas são os coleccionáveis que a cada 100 que são apanhados ganhamos também uma vida nova. Para além desses existem ainda umas esferas cinzentas que geralmente estão um pouco mais escondidas, existindo umas 4 por nível. Se as apanharmos às quatro ganhamos uma vida extra.

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Por vezes temos direito a simples cutscenes destas

O jogo está dividido em várias zonas, tanto urbanas, como mais industriais ou naturais. Cada uma dessas zonas tem uns 4 níveis sendo que o último de cada consiste sempre numa espécie de transição, em que temos de conduzir um veículo e perseguir o Bafo-de-Onça. Podemos conduzir barcos, subir balões ou descer os céus nas costas de abutres, entre outros. No geral é um jogo de plataformas competente a nível de mecânicas de jogo e dos seus controlos. Graficamente não esperem por nada do outro mundo, pos a Gameboy original nunca primou pelos seus pormenores técnicos. Os gráficos são simples, em especial os backgrounds, mas não são maus de todo, até porque é suposto serem jogados num ecrã pequeno. As músicas não são más e em relação aos efeitos sonoros não tenho nada a dizer.

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Estes são os blocos quadrados que podemos atirar aos adversários

No geral é como já referi. Para os fãs de jogos da Disney ou de plataformas no geral, este Mickey’s Dangerous Chase não é um mau jogo de todo. A sua simplicidade faz parte de ser um jogo de 1991, numa fase ainda relativamente cedo do ciclo de vida da plataforma e os grandes estúdios ainda estavam a aperfeiçoar a fórmula do que um bom jogo portátil deverá ser.

Race Days (Nintendo Gameboy)

Race DaysVoltando às rapidinhas, para mais um jogo da Gameboy clássica. Race Days na verdade não é um jogo apenas, mas sim uma compilação de 2 jogos de corrida das mãos da Gremlin Interactive / Gametek. Os 2 jogos em questão chamam-se Jeep Jamboree/4 Wheel Drive e Dirty Racing e possuem jogabilidades distintas. Este jogo também me veio entrar na colecção após ter-me sido oferecido por um colega de trabalho, num bundle Gameboy.

Race Days - Nintendo Gameboy
Jogo, apenas cartucho

Falando do jogo mais antigo desta compilação, o Jeep Jamboree/4 Wheel Drive de 1992 é um jogo onde tal como o título o refere, conduzimos um jipe. É um jogo jogado na primeira pessoa, onde conduzimos um jipe por terrenos acidentados, mediante as capacidades do hardware da Gameboy, claro está. É um jogo em que tanto podemos jogar sozinhos como contra um amigo, mediante a utilização do link cable. Jogando sozinho, podemos jogar uma practice race para, tal como o nome indica, jogar uma partida sem implicações, ou podemos enveredar pelo modo “Season” que, mediante o grau de dificuldade escolhido, terá de concorrer em diferentes circuitos e diferentes números no total (5, 7 ou 10 na dificuldade máxima). A jogabilidade é simples, e no quesito gráfico este parece-me ser o melhor dos dois, pois tal como referi anteriormente, é um jogo que decorre na primeira pessoa, com os interiores do jipe à vista e toda a pista a ser gerada à nossa volta, com os seus altos e baixos. Só a questão do framerate é que é lentinho. A nível de som e música, nada a apontar, não é algo que fique na memória.

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Jeep Jamboree / 4 Wheel Drive

Passando para o outro jogo, Dirty Racing, lançado originalmente em 1993, já é um jogo diferente, onde em vez de jipes, temos buggies. E onde o jogo anterior nos deixava correr na primeira pessoa, aqui joga-se numa perspectiva aérea, tal como nos Micromachines. E as coisas continuam ainda diferentes, pois em vez de termos uns campeonatos “fixos”, aqui podemos avançar de corrida em corrida, ou mais concretamente, de desafio em desafio num world map, tal como se o Super Mario World se tratasse. Em cada ponto do World Map é que teremos o desafio pela frente, que tanto pode ser uma só corrida num circuito, ou várias em seguida. Cada “desafio” exige que terminemos as corridas em pelo menos num determinado lugar, para podermos avançar para o “nível” seguinte. Também entre cada “nível” teremos acesso a uma oficina onde podemos comprar novas peças para melhorar o nosso veículo com o dinheiro que fazemos nas corridas.

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Dirty Driving

Graficamente é um jogo mais simples e, algo que eu não sabia, é que a edição original deste Dirty Racing saiu apenas no japão. E isso reflecte-se bem nas várias imagens de meninas em trajes e poses mais sugestivas. De resto, tal como o jogo anterior, os efeitos sonoros e músicas não são nada de memorável. No fim de contas esta é uma compilação que não contém nenhum jogo propriamente brilhante, mas para os fãs de jogos de corrida, certamente que dará para entreter um pouco.