Yakuza Kiwami 2 (Sony Playstation 4)

Finalmente, o outro jogo em que investi muitas horas do meu tempo nas minhas férias que entretanto terminaram foi mesmo este Yakuza Kiwami 2, um remake do Yakuza 2 originalmente lançado para a PS2 em 2006/2008. O meu exemplar sinceramente já nem me recordo bem quando terá sido comprado. Se a memória não me falha foi numa das promoções de “Leve 3 pague 2” da Worten, quando o valor base desta edição andava nos 20€, pelo que ficou ainda mais barato. Talvez um dia a troque pela edição com o steelbook se me aparecer a um preço convidativo.

Jogo com caixa, papelada e um autocolante

A história é a mesma do Yakuza 2, com a narrativa a decorrer um ano após os acontecimentos do primeiro jogo. Com o clã de Tojo numa posição muito fragilizada após os eventos anteriores, o clã rival da região de Kansai, a Omi Alliance, planeia aproveitar essa fragilidade para os atacar em força, com o apoio de uma outra organização mafiosa estrangeira. Apesar de Kiryu ter deixado uma vez mais a vida de Yakuza, acaba por novamente ser arrastado para esta confusão, onde iremos uma vez mais colaborar com o (agora ex) detective Date e outros polícias como é o caso da jovem Kaoru Sayama. Ao contrário do que me aconteceu no Yakuza Kiwami, onde eu ainda me lembrava bem da história do primeiro Yakuza, confesso que deste jogo já me lembrava muito pouco, a não ser a rivalidade que se foi desenvolvendo entre Kiryu e Ryuji Goda (um dos antagonistas da Omi Alliance), pelo que foi bom relembrar uma vez mais toda esta bela história que supostamente fecha ainda algumas pontas soltas do lançamento original. Uma das novidades aqui introduzida é a Majima Saga, uma pequena história dividida em 3 capítulos que vão sendo desbloqueados ao longo da aventura principal, onde jogamos com o Majima e serve de uma espécie de prólogo aos eventos da trama principal.

Os inimigos estão visíveis no ecrã, assinalados como setas vermelhas no mapa, pelo que as batalhas poderão ser evitadas se fugirmos ou simplesmente tomarmos um diferente caminho

No que diz respeito ao jogo, bom, este é então uma aventura open world, onde iremos ter a liberdade de explorar Kamurocho, o distrito dedicado a diversão nocturna em Tokyo e Sotenbori, o mesmo para Osaka. E este é então um jogo de acção com ligeiras mecânicas de RPG, onde poderemos também “perder tempo” a fazer muitas outras coisas enquanto exploramos ambas as localizações, como participar numa série de variadíssimos mini-jogos ou fazer várias side quests. No que diz respeito ao combate, enquanto os Yakuza 0 e Kiwami permitiam-nos alternar livremente entre vários estilos de luta distintos, aqui temos apenas um estilo de luta único, que inclui golpes dos outros estilos dos jogos anteriores. A maneira de evoluir a personagem é também diferente: combater outros bandidos, completar sidequests, comer em restaurantes ou cumprir certos objectivos é-nos recompensado com pontos de experiência, que são distribuídos em diferentes categorias: Força, Agilidade, Espírito, Técnica e Charme. Com os pontos de experiência amealhados, vamos poder desbloquear toda uma série de habilidades e perks, desde novos golpes que poderemos usar em combate, como extender as barras de vida, heat, melhorar ataque, defesa ou outros benefícios, como a experiência recebida, frequência com que os inimigos largam dinheiro ou outros itens após terem sido derrotados, a nossa resistência física para correr mais tempo, entre muitas outras hipóteses. De resto, equipar armas para usar nos combates é uma vez mais possível e sim, as heat actions estão de volta. Agora é também possível entrar num estado de “super heat” que poderemos activar (assim que desbloquearmos tal habilidade) quando a barra de heat estiver cheia, o que nos permite desencadear golpes bastante poderosos, enquanto a barra possuir energia.

Os combates continuam super intensos e as heat actions marcam o seu regresso, sendo estas sensíveis ao contexto, objectos/armas que tenhamos equipado ou golpes que tenhamos aprendido

Mas sim, como devem saber, Yakuza é muito mais do que uma história empolgante repleta de combates brutais, contendo também imenso conteúdo opcional. As sidequests, tal como no Kiwami anterior, foram revistas, existindo umas quantas novas e outras que desapareceram por completo. Os mini jogos também foram revistos, alguns como o Bowling ou as actividades de engate de Kiryu nos clubes de Hostess, ou o reverso onde Kiryu passava ele próprio a ser um host e por vezes ver-se em situações algo embaraçosas, ou o mini jogo das massagens foram também retirados. No seu lugar, temos as arcades com um port do Virtual On e outro do Virtua Fighter 2, assim como o hilariante Toylet, baseado também em “jogos” reais da Sega. Em vez de massagens e engatar miúdas em bares, podemos agora tirar-lhes fotografias em poses arrojadas. Uma das actividades paralelas do Yakuza 2 original era gerir um clube de hostesses, que foi agora alterado para uma nova iteração Cabaret Club Czar, introduzido no Yakuza 0, e que, apesar de algumas diferenças mínimas, continua altamente viciante. Outra das actividades paralelas é o Majima Construction, que é basicamente um tower defense, onde construimos e controlamos uma equipa de um máximo de 9 personagens e teremos de enfrentar várias ondas consecutivas de mobs e bosses que nos tentam destruir algum equipamento. As Bouncer Missions foram também introduzidas, assim como uma série de bosses opcionais e as lutas no coliseu. As primeiras são missões onde não podemos usar itens e temos de derrotar uma série de inimigos dentro de um caminho pré-definido, culminando em combates contra um ou mais bosses, bem como ocasionalmente dentro de tempo limite. Como podem ver, o que não falta é conteúdo opcional e apesar de eu não ter feito tudo o que o jogo tem para oferecer, ainda gastei mais de 50h com ele.

Para além do Virtua Fighter 2 e Virtual On, eventualmente desbloqueamos outros jogos nas casas de banho dos centros arcade

No que diz respeito aos audiovisuais, estes estão um pouco melhor que os que foram introduzidos nos Yakuza 0 e Kiwami, pois o jogo utiliza o mesmo motor gráfico do Yakuza 6, lançado uns meses antes. Existe uma diferença notória (pelo menos pareceu-me) no detalhe que as cidades têm, com texturas mais detalhadas, efeitos de luz mais vibrantes mas o que mais me agradou é a diferença de detalhe gráfico entre as personagens principais e os NPCs genéricos ser mais reduzida. Ainda há uma diferença sim, mas não é tão gritante. De resto nada de especial a apontar ao som, o voice acting continua excelente e claro, inteiramente em Japonês (nem eu quereria outra coisa!) e a banda sonora recicla muitos temas dos títulos anteriores. A excepção está num conjunto de temas principais que foram compostos por uma banda de metal japonesa e, apesar de eu ser um metaleiro convicto, confesso que não gostei assim tanto dessas músicas novas.

O que não falta é conteúdo opcional para investir tempo, incluindo o regresso do simulador de gestão de cabaret que é super viciante e uma óptima fonte de dinheiro

Portanto estamos aqui perante mais um excelente jogo, bastante divertido de se jogar e com imenso conteúdo opcional, que lhe dá uma imensa longevidade para quem o quiser tentar completar a 100%. Temos muito conteúdo novo que foi bastante benvindo, mas tenho pena que tenham retirado alguns dos mini jogos que o lançamento original da PS2 possuía. No entanto, o sistema de combate é bastante superior ao do original e só aí já é uma grande melhoria. Segue-se o Yakuza 3 que o planeio começar a jogar daqui a uma ou duas semanas e irei também optar pela versão remastered também disponível na PS4.

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Autor: cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.

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