Sherlock Holmes: The Mystery of the Mummy (PC)

Tempo para mais uma rapidinha, indo agora às aventuras gráficas no PC. Produzido pela Frogwares, empresa que acabou por ficar responsável pelo lançamento de jogos baseados no Sherlock Holmes. Este The Mystery of the Mummy foi o primeiro lançamento da saga e é uma aventura gráfica na primeira pessoa, um pouco como os clássicos Myst e Atlantis. O meu exemplar foi comprado há uns anos atrás através de um Humble Bundle que ficou naturalmente muito barato.

Neste jogo Sherlock Holmes recebe o pedido de ajuda de Elizabeth Montecalf, aparentemente sua futura prima por afinidade, para investigar o misterioso desaparecimento do Lord Montecalf, um arqueologista britânico, muito famoso pelas suas expedições em descoberta dos mistérios do Antigo Egipto. Ao explorar a sua casa iremos ver imensos artefactos arqueológicos, resolver puzzles relacionados com a mitologia egípcia e a história a enveredar por várias conspirações diferentes relacionadas com o desaparecimento do dono.

Este é um jogo de aventura na primeira pessoa com cenários pré-renderizados, ou seja, não temos lá muita liberdade de movimento.

No que diz respeito às mecânicas de jogo, estas fazem lembrar jogos como Myst ou Atlantis, na medida em que é uma aventura gráfica na primeira pessoa, onde os cenários são todos pré-renderizados. Podemos olhar livremente em 360º a partir da posição em que estamos, mas apenas nos podemos movimentar nos cenários nas direcções que o jogo permite, algo assinalado com o cursor do rato a mudar de forma sempre que o passamos por uma zona “livre de movimento”. O cursor também muda de forma sempre que passamos o rato por algum objecto que pode ser apanhado, ou outros locais no cenário que podem ser interagidos, onde muitas das vezes teremos de usar algum objecto que tenhamos apanhado antes. Para além disso teremos alguns puzzles também para resolver.

Alguns puzzles ainda nos fazem coçar um pouco a cabeça

Portanto o jogo exige a nossa atenção máxima ao cenário e olhar atentamente em todos os ângulos possíveis, à procura de pistas ou de objectos que sejam mais tarde necessários. Infelizmente visto ser um jogo com cenários pré-renderizados limita-nos muito a liberdade de movimento, mas para quem for fã de jogos do género do Myst já estaria à espera que assim fosse.

A nível técnico é um jogo que envelheceu muito mal. O facto do jogo possuir cenários pré-renderizados não nos permite customizar muito a resolução em que o jogo corre, pelo que convém o correr em modo janela, para não forçar o monitor a mudar para uma baixa resolução (ainda por cima em 4:3!). Os gráficos não envelheceram lá muito bem devido a isto, mas o voice acting também não é grande espingarda. Para além disso, se o correrem num computador recente (com Windows 10 actualizado) também terão muitos problemas de compatibilidade, incluindo o rato que não funciona ou (após uns fixes manhosos) fica a funcionar de forma invertida o que é uma grande chatice. Lá tive de ligar o meu velhinho Pentium 4 para jogar isto em condições!

Ocasionalmente também temos algumas cutscenes em CGI mas essas também não são lá grande obra de arte.

É difícil recomendar este jogo, a não ser que sejam grandes fãs de aventuras na primeira pessoa com mecânicas clássicas do Myst ou Atlantis. Os Sherlock Holmes recentes pareceram-me muito interessantes, daí ter despertado o meu interesse nesta série. Mas este vai ser difícil de digerir, quanto mais não seja pelos seus problemas técnicos em máquinas recentes.

Kirby: Nightmare in Dream Land (Nintendo Gameboy Advance)

Algures em 2002 saiu para a Gameboy Advance mais um óptimo jogo de plataformas da série Kirby. Mas este Nightmare in Dream Land não é uma entrada normal na saga, mas sim um remake completo do Kirby’s Adventure, o segundo jogo da saga, lançado originalmente para a NES. Tal como jogos como o Super Mario Advance, este é um remake completo, não só melhorando bastante os audiovisuais, mas também acresentando muito conteúdo adicional. É um Kirby melhorado para as mecânicas de jogo mais modernas (para a altura) que a série já tinha implementado noutros jogos. O meu exemplar veio de um stock de loja, comprado por intermédio de um terceiro, algures durante o mês de Abril. Custou-me cerca de 10€.

Jogo com caixa, manual e papelada

A história por detrás deste jogo leva-nos uma vez mais ao mundo Dream Land, onde os seus habitantes subitamente deixaram de sonhar. Kirby decide investigar e descobre que o vilão King DeDeDe está uma vez mais por detrás dos problemas. DeDeDe roubou a Star Rod, fonte de poder da Fonte dos Sonhos, partiu-a em vários pedaços e distribuiu-a pelos seus companheiros. Kirby terá então de atravessar as várias regiões da Dreamland e recuperar os pedaços da Star Rod, incluindo enfrentar vilões como Metaknight e o próprio King DeDeDe.

Como é habitual, Kirby pode absorver as habilidades dos inimigos, enriquecendo bastante as possibilidades na jogabilidade

As mecânicas de jogo são muito similares aos tradicionais jogos de plataformas do Kirby. Este tem a capacidade de engolir os inimigos e absorver os seus poderes, sendo essa a mecânica de jogo chave para completar o jogo. Cada habilidade possui poderes específicos, por exemplo ao absorver as habilidades de inimigos de fogo ou gelo permitem Kirby usar ataques de fogo ou gelo respectivamente, os espadachins dão uma espada a Kirby, outros deixam-no transformar-se numa pedra, entre muitos outros poderes variados. A progressão do jogo vai-se dando através de um mapa mundo onde vamos desbloquear os níveis seguintes e não só, também poderemos jogar alguns minijogos para obter mais pontos ou vidas extra. Nestes temos o Bomb Rally, onde quatro Kirbies andam a atirar uma bomba entre si e aquele que tiver o azar da bomba lhe rebentar sai fora do jogo. Vence quem ficar em último! Temos também o Kirby’s Air Grind onde uma vez mais 4 Kirbies competem entre si ao deslizar em longos tubos com alguns obstáculos pelo caminho. Vence quem chegar em primeiro. O último minijogo é conhecido para quem já tiver jogado o Kirby’s Fun Pak da Super Nintendo. É o Quick Draw, um duelo entre samurais que é um jogo que testa o nosso tempo de reacção, pois temos de pressionar um botão logo a seguir a um sinal, vencendo o mais rápido.

Algumas das habilidades são bastante originais!

Eventualmente desbloqueamos também outros modos de jogo como o Boss Endurance que como o nome indica é uma sequência dos vários bosses e mini-bosses para combatermos. Podemos desbloquear também o Extra Mode, um modo de jogo mais difícil e se completarmos esse, desbloqueamos ainda o Meta-Nightmare Mode, um modo de jogo onde controlamos o poderoso Meta-Knight. Aqui não conseguimos copiar as habilidades dos oponentes! Para além disso, temos ainda o multiplayer que sinceramente não testei. Mas pelo que diz o manual, até 4 jogadores podem-se juntar e jogar a aventura completa de forma cooperativa, ou participar competitivamente nos minijogos acima referidos.

No que diz respeito aos audiovisuais, este é um jogo muito bem conseguido. Mesmo o original da NES ser um feito tecnológico para uma consola com as suas limitações, naturalmente esta versão GBA está muito superior em todos os campos. As sprites estão muito melhor detalhadas e animadas, os cenários são muito mais coloridos e detalhados também. As músicas também possuem mais qualidade como seria de esperar. Um jogo com um 2D muito bonito, que nada fica a dever aos melhores títulos da SNES nesse campo.

Graficamente é um excelente update da versão original

Portanto este Kirby’s Nightmare in Dreamland acaba por se revelar um excelente remake, ultrapassando o original da NES em todas as categorias e é um jogo que recomendo vivamente se forem fãs de jogos de plataforma em 2D. Ainda assim o Kirby’s Adventure para a NES mantém-se na minha wishlist, pois como já referi acima, é um grande feito tecnológico para a NES e um óptimo jogo de plataformas também.