Voltando às rapidinhas, o jogo que trago hoje é um daqueles que me despertou muita curiosidade quando o encontrei numa loja em Matosinhos. Uma olhada rápida na internet dizia-me que misturava conceitos de RPG e de jogo de luta, o que me aguçou ainda mais o apetite. Saber também que foi um jogo com uma tiragem reduzida na Europa ainda me aumentou mais a vontade de o comprar. Mas desenganem-se aqueles que querem comprar jogos raros pelo seu valor: este parece ser um daqueles jogos que até podem ser raros, mas têm tão pouca procura que mesmo querendo comprar uma cópia completa no ebay é possível a baixo preço. Mas não deixa no entanto de ser um jogo bastante curioso.
Distribuído pela Sunsoft, este Power Quest leva-nos para uma aventura pelos olhos de uma jovem criança, onde a grande moda da altura eram os combates entre brinquedos robots. E então o jogo assemelha-se quase a um Pokémon, onde vamos viajar pela cidade e lutar contra muitos outros miúdos e graúdos, mas em vez de coleccionar robots, amealhamos dinheiro para poder comprar novas peças e torná-lo mais poderoso. A jogabilidade dos combates em si até é bastante boa, com os mesmos a serem fluídos e mesmo com 2 botões apenas é possível desencadear uma série de combos.

Surpreendentemente a jogabilidade dos combates é fluída e com bastantes golpes que podemos desencadear
Apesar da ideia e a jogabilidade ser boa, infelizmente o jogo perde em muitos outros aspectos. O primeiro está na variedade de robots, onde podemos escolher apenas um de 5 robots disponíveis, sendo que existem ao todo no jogo 6 robots diferentes. Ora já estão a ver onde quero chegar. A história é muito simples, a maior parte do diálogo consiste em sermos desafiados para lutar e é necessário participar num certo número de lutas até desencadear um evento que nos permite avançar na história, seja ele a participação num torneio ou combater alguns bosses. Ora a combinação de pouca variedade de robots com a repetição constante dos mesmos combates tornam este Power Quest num jogo muito repetitivo. A história também não é nada de especial, pelo que quem quiser apenas andar à porrada sem grandes complicações pode sempre tentar o modo “1P” ou o VS para jogar contra um amigo, recorrendo ao cabo de ligação para a Game Boy.

Por vezes até dá a impressão que o jogo era originalmente a preto e branco e tentaram introduzir as cores à pressa.
No que diz respeito aos audiovisuais, este é um jogo que deixa também um pouco a desejar. Por um lado pela falta de variedade, por outro porque pura e simplesmente não gosto muito do desenho das personagens, que vemos sempre em grande plano quando há diálogos. As arenas também não são nada de especial e por vezes é complicado perceber de que tamanho são mesmo os robots, pois em alguns cenários eles parecem pequenos, do tamanho de brinquedos, já noutros cenários parecem do tamanho de pessoas. As músicas por outro lado são agradáveis.
Portanto, este Power Quest até acaba por ser um jogo com boas ideias, mas deveria mesmo ter mais variedade, pois o leque reduzido de robots e a jogabilidade muito repetitiva tiram-lhe muita da piada, o que é pena pois a jogabilidade dos combates parece-me bem conseguida. Agora é fácil de entender porque é que é um jogo com tiragem limitada na Europa e mesmo assim ninguém o conhece.