Update para Abril – compras de Março, entre outros

Já muito atrasado isto vai, mas segue aqui o novo update para Abril, com as compras feitas no mês de Março:

https://www.youtube.com/watch?v=28OGVC8zZvo

Nesse vídeo podem também ser vistos 2 jogos que já cá escrevi algo sobre os mesmos e como tal, acabei por actualizá-los: um para o Metal Gear Solid 2, onde para além da versão Substance comprei também um Sons of Liberty normalíssimo, principalmente pelo DVD com o making of. O outro é o Resident Evil Survivor, que o amigo Ivan Cordeiro me ofereceu um spare que tinha lá por casa. Em muito melhor estado do que eu tinha!

Por fim, anuncio também a nova PUSHSTART em formato físico, com a edição deste mês a ter como foco uma das maiores franchises de sempre do mundo dos videojogos. Podem ver mais informações ou encomendar uma através deste link aqui.

Ferrari F355 Challenge (Sega Dreamcast / Sony Playstation 2)

F355 Challenge PS2O artigo de hoje é mais uma rapidinha, embora o jogo em questão até merecesse um artigo bem mais extendido. Mas como não sou o maior fã de jogos de simulação, até porque pouco percebo do assunto, prefiro não me alongar muito. O Ferrari F355 Challenge é um jogo como muitos outros da Sega, e em especial de Yu Suzuki, com origens nas arcades. Mas ao contrário de outras pérolas como Out Run ou Daytona USA, o foco deste jogo não era o prazer de uma condução descompromissada e repleta de emoções fortes, mas sim algo bem mais próximo do realismo possível. Tanto que, em versões deluxe da arcade cabinet deste jogo, teríamos um colosso com 3 monitores para simular a visão lateral, para além de toda a parafernália habitual como volantes, pedais e mudanças. Eventualmente o jogo acabou por ser convertido para a Dreamcast onde lhe foram adicionados mais uns quantos circuitos e, mais tarde, quando a Sega descontinuou a sua última consola, uma versão para a PS2 também foi lançada. Felizmente tenho 1 exemplar de ambas as versões caseiras. A da Playstation 2 foi a primeira que arranjei e sinceramente já nem me lembro onde foi nem quanto custou, pois comprei-a há bastante tempo. A versão Dreamcast foi bastante barata, pois foi comprada num bundle com uma consola, comandos e vários jogos por apenas 15€.

Versão Dreamcast com caixa e manual
Versão Dreamcast com caixa e manual

Este artigo vai-se focar em ambas as versões, pois há poucas diferenças entre as mesmas. A versão PS2, para além de ter uma interface de menus completamente redesenhada, mantêm practicamente os mesmos modos de jogo e circuitos, acrescentando algum conteúdo bónus desbloqueável, como imagens e vídeos promocionais da própria Ferrari, incluindo um scan completo ao folheto de catálogo do Ferrari F355. Mas voltando ao jogo em si, o mesmo é influenciado pela competição da própria Ferrari, que teve as suas origens em pequenas competições, colocando os donos dos seus carros a correrem entre si em circuitos reais. Neste jogo, apenas iremos encontrar o modelo F355 para conduzir, já com alguns aninhos em cima, mas ainda bem a tempo do seu lançamento original nas arcades, em 1999.

F355 Challenge - Sony Playstation 2
Jogo com caixa, manual e papelada, para a PS2

Entrando no modo arcade, poderemos conduzir em qualquer circuito na versão PS2 (enquanto na versão Dreamcast teríamos de os desbloquear) e como qualquer jogo arcade que se preze, corremos sempre em contra relógio, mas sendo este um jogo com grande foco na simulação, depressa vemos que afinal não conseguimos chegar a lado nenhum jogando mais à toa. É para isso que servem os modos de jogo adicionais antes de entrar no arcade propriamente dito, o Training e o Driving. No primeiro temos desenhada na pista a trajectória óptima, bem como vamos ouvindo o “narrador” a indicar algumas dicas de como travar, onde travar e acelerar, etc. O modo Driving já nos coloca a conduzir sozinhos no mesmo circuito sem qualquer tipo de ajuda e por fim lá teremos o Racing onde temos de mostrar do que somos feitos. Temos também o Championship onde somos largados numa série de 6 corridas em diferentes circuitos e competir pelo melhor número de pontos. Antes de cada pista podemos conduzir algumas voltas de teste para conhecermos o circuito, bem como alterar algumas das características do carro para melhor nos ambientarmos à pista. No multiplayer temos também o modo versus para 2 jogadores em split screen, enquanto que a versão japonesa da Dreamcast também permitia corridas online. Para além disso a versão Playstation 2 possui também o “Great Driver Challenge” que é na verdade um grande desafio onde somos recompensados com pontos por uma condução exemplar ao aproveitar os túneis de vento e optimizar as curvas, sendo penalizados por sair da pista ou embater nos carros oponentes. É este modo de jogo que nos vai desbloqueando a galeria.

Aquele radarzinho no centro do ecrã dá muito jeito para evitar que sejamos ultrapassados
Aquele radarzinho no centro do ecrã dá muito jeito para evitar que sejamos ultrapassados

Depois, para além da física realista que o jogo inclui, bem como um impressionante sistema de replay e dados estatísticos da nossa performance que certamente apenas interessam aos mais ávidos condutores, o jogo possui também algumas ajudas que poderão ser activadas ou não, mediante o grau de dificuldade escolhido. Dessas ajudas estão nomes conhecidos como ABS, ou sistemas de controlo de estabilidade ou tracção, que pelos vistos podem igualmente ser activados ou desactivados no carro real, ou assim a Internet me diz. Outro completamente fictício é o Intelligent Braking System que ajuda bastante no momento de fazer as curvas. Mas claro, sendo este um simulador, isso só estraga a experiência.

O jogo possui o sistema "Magic Weather", que na realidade pouco muda para além da iluminação e nuvens no céu
O jogo possui o sistema “Magic Weather”, que na realidade pouco muda para além da iluminação e nuvens no céu

No que diz respeito aos audiovisuais, o lançamento original era graficamente impressionante. A adaptação para as consolas domésticas não deixa de ser também um bom trabalho, embora se note mais alguns serrilhados na versão PS2 devido à falta de anti aliasing, algo que acaba por ser compensado com o suporte a wide screen. A banda sonora é mesmo ao meu gosto, repleta de temas hard rock / heavy metal clássico, bem como outras músicas um pouco mais discretas, mas com aqueles leads de guitarra como a Sega sempre nos habituou nos seus títulos arcades dos anos 90.

Great Driver Challenge é uma das novidades trazidas na conversão da Playstation 2
Great Driver Challenge é uma das novidades trazidas na conversão da Playstation 2

Em suma, este Ferrari F355 Challenge é um jogo apenas para os mais pacientes e para os amantes de simulação automóvel. Reza a lenda que o próprio Ferrari F355 de Yu Suzuki foi usado durante o próprio desenvolvimento do jogo, pelo que sempre teve a fama de ser um simulador bastante fiel para a época em que foi lançado. Mas tendo só o F355 como opção disponível é algo que certamente irá deixar muita gente desapontada.

Word Rescue / Math Rescue (PC)

Word RescueHoje a rapidinha que cá vos trago abrange 2 jogos distintos, desenvolvidos pela RedWood Games e publicados pela Apogee. Naturalmente que entraram na minha conta do Steam através da compilação 3D Realms Anthology, que tinha sido comprada por uma bagatela num conjunto de jogos da Bundle Stars. E o que têm ambos os jogos em comum, para além de serem das mesmas empresas? São ambos videojogos didáticos!

Math RescueTanto num como no outro temos como vilões a raça de extraterrestes dos Gruzzles. No Word Rescue os bichinhos roubaram todas as letras do mundo e é o nosso objectivo de as recuperar! O jogo segue então algumas mecânicas de platforming, onde ao tocar nos quadradinhos com um ponto de interrogação nos aparece uma palavra e teremos de encontrar a imagem respectiva a essa mesma palavra. Teremos de fazer isso em todas as palavras disponíveis no nível até progredir à próxima. Também temos alguns inimigos para evitar, para os atacar podemos chamar o nosso amigo Benny the Bookworm para que lhes atire com um balde de tinta, imobilizando-os. A tinta não é infinita, pelo que teremos de econtrar baldes de tinta espalhados pelos níveis para restabelecer as “munições”. No Math Rescue a premissa é semelhante, onde para além dos Gruzzlers temos uma outra raça alienígena para temer, os Glixerians. Aqui foram os números que desapareceram da terra, e teremos uma vez mais de os encontrar, ao resolver contas matemáticas! Uma vez mais teremos o jogo dividido em vários níveis com algum platforming à mistura, os inimigos são atacados com tinta, mas para progredir de nível, antes de desbloquear a porta de saída teremos de resolver várias contas matemáticas que nos são apresentadas no ecrã. Na verdade as contas não são apresentadas, mas sim um problema como o que resolvíamos na primária. “O joaquim tinha duas maçãs e comeu três, com quantas ficou?”. A partir daí teremos apenas de escolher o resultado de resposta ao problema. Mediante o grau de dificuldade escolhido poderemos ter contas mais ou menos difíceis de fazer.

Em Word Rescue temos de associar palavras a figuras espalhadas pelos níveis
Em Word Rescue temos de associar palavras a figuras espalhadas pelos níveis

Graficamente eram jogos simples, apesar de já serem em EGA e com gráficos relativamente bem detalhados. Ao longo de ambos os títulos as paisagens vão desde coisas algo medievais, rurais, até a estações espaciais e viagens pelo sistema solar, sem esquecer também a Candy Land de Math Rescue ou as casas assombradas de Word Rescue. As músicas já não são em PC-Speaker e são agradáveis, embora não haja nenhuma que se sobressaia particularmente. Os efeitos sonoros, esses lá continuam a ser em PC-Speaker, não há outra hipótese.

Já em Math Rescue temos de resolver cálculos matemáticos. Ao tocar em quadrados numerados como o da figura, somos levados a resolver um problema matemático
Já em Math Rescue temos de resolver cálculos matemáticos. Ao tocar em quadrados numerados como o da figura, somos levados a resolver um problema matemático

Tanto um jogo como o outro parecem-me boas escolhas para quem na altura andaria atrás de algo didático para as suas crianças. Pelos vistos ambos fizeram sucesso suficiente que receberam sequelas, embora a Apogee já não as tenha publicado.

Dynamite Headdy (Sega Mega Drive)

Dynamite HeaddyDe todos os jogos da excelente Treasure, este é porventura aquele mais comum de se encontrar por estas bandas. E não deixa de ser um óptimo jogo, repleto de acção e algumas bizarrices tipicamente japonesas, bem como eu gosto. O protagonista é o Headdy, uma marioneta cuja habilidade é a capacidade de trocar de cabeça, com cada cabeça a servir de power up distinto. É um jogo excelente e desafiante quanto baste! O meu exemplar foi comprado há uns meses atrás num bundle de vários jogos de Mega Drive, tendo-me ficado por cerca de 5€.

Dynamite Headdy - Sega Mega Drive
Jogo com caixa e manual multilingue

A história deste jogo é algo confusa, pois infelizmente a versão ocidental foi bastante modificada face à original nipónica. Uma dessas alterações foi precisamente a remoção de todo o diálogo, o que faz com que deixemos de saber muito bem o que andamos para ali a fazer. Tudo o que entendemos sem os diálogos é que os backgrounds parecem feitos de cartão o que indica estarmos numa peça teatral, o que é algo que se vai confirmando ao longo de todo o jogo, temos um gato chamado Trouble Bruin que nos está constantemente a atacar, enfiado nos seus robots gigantes e parece que teremos de enfrentar no fim uma espécie de imperador maléfico, para resgatar uma “headdy fêmea“. Se jogarmos a versão japonesa (felizmente existe um patch de tradução para inglês) então já dá para entender um pouco melhor o que se está a passar.

O nível de bónus consiste em acertar com algumas bolas de basquetebol num dos cestos que circulm pelo ecrã. No fim é-nos galardoado um número para um PIN que nos desbloqueia o final secreto
O nível de bónus consiste em acertar com algumas bolas de basquetebol num dos cestos que circulm pelo ecrã. No fim é-nos galardoado um número para um PIN que nos desbloqueia o final secreto

Mas Dynamite Headdy é acima de tudo um jogo de acção, e isso é o que não falta por cá. Se gostaram de Gunstar Heroes, aqui é dado um maior foco ao platforming, mas bosses, criaturas gigantescas e níveis bizarros é coisa que não falta. As habilidade de Headdy fazem lembrar de certa forma o Ristar, que lançava as suas mãos para agarrar objectos e atacar inimigos. Headdy faz o mesmo com a cabeça, inclusivamente para subir em plataformas. Os power ups que vamos encontrando conferem então outras habilidades a Headdy, como a possibilidade de escalar paredes, “disparar” 3 cabeças em diferentes direcções (o spread shot de Contra, por exemplo), outro com “rapid fire”, outro que é essencialmente um escudo de fogo, outro que nos deixa bastante pequenos, sendo possível esgueirar por passagens estreitas entre vários outros, como uma bomba capaz de causar dano a tudo no ecrã, ou parar o tempo para os inimigos durante alguns segundos ou mesmo dar-nos invencibilidade temporária.

Este foi um dos bosses modificados na versão ocidental. É pena, a boneca de porcelana era muito melhor com aqueles olhos creepy
Este foi um dos bosses modificados na versão ocidental. É pena, a boneca de porcelana era muito melhor com aqueles olhos creepy

O design dos níveis e dos bosses é algo que a Treasure sempre nos habituou bem e neste Dynamite Headdy as coisas não são diferentes. Tudo para além de estar bem detalhado (e as referências teatrais serem uma constante), os próprios níveis vão sendo algo diversificados, com a segunda zona a apresentar rotações de plataformas tecnicamente impressionantes para uma Mega Drive, ou mesmo aquele capítulo onde o jogo se torna num shmup só mesmo porque sim. Os bosses como sempre são bastante originais e bizarros, embora infelizmente alguns tenham sido modificados desde a versão japonesa. As músicas são bastante catchy e viciantes também! Em suma, mais um excelente jogo da Mega Drive e felizmente é um daqueles que se pode encontrar razoalvelmente bem. Recomendado!

Paganitzu (PC)

A rapidinha de hoje incide sobre mais um jogo publicado pela Apogee, e este é também daqueles que na altura me tinha passado um pouco ao lado, só o vim a jogar bem recentemente após ter comprado a compilação 3D Realms Anthology a um preço extremamente reduzido num bundle do Bundle Stars.

PaganitzuE este acaba por ser um jogo que vai buscar influências ao clássico Sokoban, embora pouco tenha a ver com o mesmo. É também uma sequela do Chagunitzu, jogo esse que não tem nenhuma relação com a Apogee. O protagonista é o explorador/arqueólogo Alabama Smith, mais uma influência do Indiana Jones, e ao longo dos 3 diferentes episódios que contemplam a história, iremos explorar uma grande pirâmide Azteca e o que começa com a simples ambição de encontrar tesouros arquelógicos, culmina na luta contra uma entidade maléfica que tenciona dominar o mundo, libertada acidentalmente por Al.

Alabama Smith, o artista.
Alabama Smith, o artista.

E este é um jogo com uma componente de puzzle muito forte. O nosso objectivo é atravessar salas repletas de armadilhas, inimigos e outros perigos que nos matam de uma só vez. Para avançar para a sala seguinte teremos de coleccionar todas as chaves e/ou jóias disponíveis nos níveis, sendo que para isso teremos de muitas vezes fazer as acções certas naquele centésimo de segundo certo, pois os inimigos seguem determinados padrões de movimento e teremos muitas vezes de os manipular de forma a que nos desimpeçam caminhos ou nos obstruam algumas armadilhas, o que tem também os seus grandes riscos, pois são todos 1-hit-kills. Pode-se também mexer em algumas alavancas que activam ou desactivam algumas armadilhas, bem como arrastar rochas de um lado para o outro, seja para abrir novos caminhos (ao atirá-las para a lava, água e similares) ou para influenciar os padrões de movimento dos inimigos. Muitas vezes a solução não é fácil, mas felizmente dá para fazer save sempre que quisermos, o que também tem de ser usado com cuidado pois podemos gravar o jogo numa posição em que já não nos dê margem de manobra para evitar uma morte certa.

Os inimigos seguem rotas pré-determinadas. É possível alterá-las, mas muitas vezes teremos de tomar medidas no tempo certo, caso contrário ficamos encurralados.
Os inimigos seguem rotas pré-determinadas. É possível alterá-las, mas muitas vezes teremos de tomar medidas no tempo certo, caso contrário ficamos encurralados.

A nível de audiovisuais, este continua a ser algo bem old school, com os seus gráficos em CGA, música inexistente e efeitos sonoros em pc speaker. O que acaba por ser interessante, por outro lado, são as cutscenes e história como um todo, que acaba por ser algo surpreendente e bem-humorada em algumas partes.