Cool Spot (Sega Game Gear)

Cool SpotVamos para mais uma rapidinha que a anterior era um artigo que estava aqui em atraso. E mantemo-nos nas portáteis, desta vez ao visitar a Game Gear com mais uma adaptação de um  popular jogo de plataformas dos inícios da década de 90. Cool Spot foi uma mascote da 7UP nos Estados Unidos, onde foram lançados vários videojogos com esta personagem para diferentes sistemas. Cá na Europa tinhamos o Fido Dido como mascote da marca de refrigerantes, o que fez com que alguns desses jogos não tenham cá chegado, ou chegaram com um aspecto completamente diferente (McDonaldLand da Gameboy, que em breve trarei também cá), ou no caso deste Cool Spot chegou cá com as referências da 7UP retiradas. Este meu cartucho chegou cá à colecção por intermédio de uma pequena troca.

Apenas cartucho
Apenas cartucho

E a versão Game Gear do Cool Spot é na verdade muito parecida à original da Mega Drive, já aqui analisada e cujo artigo recomendo ler para mais algum detalhe. E esta versão Game Gear, tal como a da Master System, até acaba por se revelar numa excelente conversão, mantendo óptimos gráficos e som, e no geral é um bom jogo de plataformas. Os objectivos por nível mantêm-se, temos de coleccionar um número mínimo de pontos vermelhos para poder avançar para o nível seguinte. Pelo caminho temos vários inimigos que os podemos atacar ao saltar-lhes em cima ou atirar com umas cenas mágicas de cada vez que estalamos os dedos. Porque o Spot é Cool.

Este é o start screen que poderão ver da versão americana
Este é o start screen que poderão ver da versão americana

As animações estão óptimas, tendo em conta o ecrã reduzido da Game Boy. Os gráficos mantêm um nível de detalhe muito interessante, mantendo a mesma essência do original da Mega Drive. Os níveis na praia ou nas docas continuam bastante reconhecíveis e basta comparar com a versão Game Boy como o facto do ecrã ter cores pode fazer mesmo bastante diferença. As músicas também continuam bastante reconhecíveis em comparação com as originais da Mega Drive, a Master System e Game Gear sempre tiveram esse ponto fraco mas aqui portam-se bastante bem. Em particular aquelas melodias mais “havaianas” continuam bastante agradáveis aqui.

No geral a versão Game Gear porta-se bastante bem e do ponto de vista técnico é para mim uma das mais bem conseguidas conversões dos 16 para os 8bit
No geral a versão Game Gear porta-se bastante bem e do ponto de vista técnico é para mim uma das mais bem conseguidas conversões dos 16 para os 8bit

Em suma este Cool Spot acaba por ser uma óptima conversão da Mega Drive, com muito pouca coisa “lost in translation” face ao original de 16bit. Mas versão 8bit por 8bit, a Master System no geral leva a melhor pela maior resolução de ecrã.

Street Fighter II (Nintendo Gameboy)

Street Fighter IIPrevejo que esta vai ser uma semana bem complicada de trabalho, portanto vamos lá continuar com as rapidinhas. E a rapidinha de hoje é a conversão para Gameboy do jogo de luta mais famoso de sempre, o Street Fighter II. E naturalmente escusado será dizer que é uma conversão muito, muito aquém do lançamento original. Este meu cartucho foi comprado na cash converters de Alfragide por cerca de 2€.

Apenas cartucho
Apenas cartucho

Todos nós conhecemos o Street Fighter II, e o quão importante este videojogo foi, por marcar definitivamente um padrão de um género de videojogos que ainda não tinha uma identidade muito própria. Excelente jogabilidade, gráficos, música, personagens bem diferentes entre si e carismáticas quanto baste tornaram o Street Fighter II num dos maiores sucessos de sempre das arcadas, com imensas revisões e conversões para outros sistemas e claro, com o seu sucesso deu-se uma explosão de fighting games, alguns meros imitadores, outros  que ousavam em fazer algo diferente. E no meio dessa miríade de conversões, a Game Boy também recebeu uma versão já algo tardia, em 1995.

Mesmo com o downgrade gráfico, as arenas continuam inconfundíveis
Mesmo com o downgrade gráfico, as arenas continuam inconfundíveis

Naturalmente é uma versão com alguns cortes, pois o hardware da Gameboy não é de todo o mais indicado para receber uma conversão fiel à arcade por várias razões. A primeira é a falta de botões necessários para se poder desencadear uma série de golpes. A maneira de diferenciar entre um soco/pontapé forte ou fraco depende do tempo que mantivermos o dedo a pressionar o botão respectivo, o que é algo que vai atrapalhar um bocado. A outra restrição óbvia é o ecrã monocromático deixando as personagens sem quaisquer uniformes alternativos. É possível por o Ryu a lutar contra outro Ryu, mas vão ser indistinguíveis no ecrã. Mas esta versão tem também mais cortes, como a não inclusão de algumas das personagens jogáveis como o Dhalsim, E. Honda e Vega.

Os modos de jogo disponíveis nesta versão
Os modos de jogo disponíveis nesta versão

E se a nível de jogabilidade esta é uma versão que naturalmente deixa muito a desejar, o seu desempenho técnico também, com os movimentos das personagens a serem muito pouco fluídos. A nível gráfico propriamente dito a Gameboy faz o que pode. Os cenários são tão parecidos quanto possível aos originais, embora com menos detalhes. O design das personagens é inspirado nas sprites da versão Super Street Fighter II  e as músicas, embora com um chiptune 8bit, mantêm a sua essência e continuam a ser bastante agradáveis. Sinto é a falta das vozes digitalizadas, e ouvir coisas como Sonic Boom ou Shoryuken!

Elenco reduzido na conversão para a Gameboy
Elenco reduzido na conversão para a Gameboy

Posto isto, esta para mim é uma versão do Street Fighter II que vale a pena mais pela curiosidade em ver o downgrade necessário para meter essa pérola a correr em hardware bem mais limitado. Isso ou se estiverem nalguma ilha deserta e as baterias da PSP ou Gameboy Advance já se tiverem esgotado.