Buck Bumble (Nintendo 64)

Buck BumbleO jogo que cá trarei hoje é mais uma rapidinha a um jogo de Nintendo 64 que sinceramente nem conhecia e até se revelou numa surpresa agradável, sendo um shooter aéreo em 3D muito peculiar, uma espécie de Terminal Velocity, mas passando no reino animal. Confusos? Já lá vamos. Este meu exemplar veio da feira da Ladra em Lisboa já há uns quantos meses atrás, tendo sido comprado em conjunto com vários outros cartuchos. Não me deverá ter custado mais de 3, 4€.

Apenas cartucho
Apenas cartucho

Ora este jogo decorre no “futuro próximo” de 2010, algures numa aldeia rural de Inglaterra. Acontece que uma fábrica de produtos químicos teve um derrame de resíduos tóxicos, transformando os insectos daquela zona em mutantes e dotados com inteligência e tecnologia. E vários desses insectos com más intenções junta-se e forma o grupo militar “The Herd” com o objectivo de dominar lá o jardim local e posteriormente o mundo. Surge então a necessidade de haver uma resistência e é aí que entramos, ao controlar uma abelha cibernética, capaz de armazenar diferentes tipos de arma e de aguentar com muita porrada no lombo. Sem dúvida um conceito original!

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Antes de cada missão é-nos dado um pequeno briefing detalhando os objectivos

Quando referi as semelhanças com outros jogos como Terminal Velocity não foi por acaso, pois apesar do jogo estar dividido em 19 missões, cada uma com objectivos próprios, podemos explorar livremente os cenários, sendo a única restrição não passar de um certo nível de altitude. Buck pode carregar com imensas armas diferentes, desde metralhadoras, shotguns, armas laser e eléctricas, até lança mísseis-teleguiados que darão imenso jeito para defrontar alguns bosses. As missões também são muitas vezes “destrói alvo x,” “derrota o boss y” ou “transporta uma bomba nuclear para a base inimiga, lança-a no local certo e depois vai-te embora o mais rápido que conseguires”. Mas a verdade é que apesar de simples, até que acaba por se tornar num jogo divertido de ser jogado. E existem ainda 2 modos de jogo multiplayer, um que é uma espécie de deathmatch com batalhas aéreas, outro uma variante de futebol aéreo. Infelizmente não cheguei a testar.

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O pop in é bastante notório neste jogo

A nível técnico este é daqueles títulos em que se nota perfeitamente algumas das limitações da plataforma, devido aos níveis mais abertos sofrerem daquele problema de “nevoeiro” que tenta ocultar de certa forma o pop-in dos cenários a serem construídos à nossa frente. Fora isso apresenta níveis bastante coloridos e bem detalhados! Já no que diz respeito ao som, as músicas são todas electrónicas, numa cena mais house que sinceramente não é mesmo a minha praia. Mas aguenta-se!

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Os nossos cenários de guerra são à escala dos insectos, incidindo sobre jardins, quintais e edifícios abandonados

No fim de contas, este Buck Bumble até que acabou por ser uma surpresa bem agradável. E foi desenvolvido pela Argonaut Games, a mesma empresa que esteve por detrás do desenvolvimento do Star Fox original para a SNES, portanto no que diz respeito a jogos de “aviões”, já experiência tinham eles. Considerem isto como uma espécie de Rogue Squadron do mundo animal!

Mortal Kombat (Nintendo Gameboy)

Mortal KombatO artigo de hoje será mais uma rapidinha a uma adaptação de um jogo bem conhecido. O Mortal Kombat original foi um lançamento bastante polémico, mas muito bem sucedido. Como todos sabemos, a série surgiu após o sucesso massivo do Street Fighter II, mas onde desde cedo quiseram fazer algo que os diferenciasse do mundo de clones de SF que se instaurou nas arcades entretanto. O resultado foi um jogo bastante violento e com gráficos com personagens digitalizadas, o que lhes dava um certo realismo. Mortal Kombat foi também um grande sucesso, e naturalmente surgiram imensas versões para outros sistemas. A Gameboy não foi excepção, mas o resultado foi muito mau. Este meu cartucho foi comprado no mês passado na cash converters de Alfragide por quase 2€.

Mortal Kombat - Nintendo Gameboy
Apenas cartucho

Bom, então que tem esta versão do jogo de assim tão mau? Em primeiro lugar, a coisa que salta logo à vista é mesmo o frame rate que é incrivelmente baixo, notando-se perfeitamente a lentidão nas animações e nos movimentos que tentamos executar. Isso naturalmente também afectou a jogabilidade, que com apenas dois botões dificulta as coisas para executar alguns dos golpes especiais. Na versão Game Gear essa dificuldade também existe, mas ao menos dão uso ao botão Start para bloquear. Na Game Boy, onde temos o Start e o Select, para bloquear é necessário pressionar os botões A e B em conjunto. E também tal como as versões 8bit da Sega, aqui o catálogo de lutadores não está completo, faltando-lhe o Johnny Cage. Lá tentam compensar um pouco ao incluir um cheat que nos permite jogar com o Goro, mas na minha opinião não é suficiente. É que como se a má jogabilidade e framerate não fossem suficientes, se bem se lembram a versão SNES deste jogo foi altamente censurada, retirando o sangue e o gore das fatalities. Assim eram as políticas da Nintendo nessa época e infelizmente a versão Game Boy padece do mesmo mal.

Naturalmente esta versão não é das melhores graficamente
Naturalmente esta versão não é das melhores graficamente

Sinceramente… a menos que precisem mesmo de uma versão portátil do Mortal Kombat, eu recomendaria sempre a versão Mega Drive ou DOS. Ou se abandonarmos o reino do retro e queiram um MK1 portátil, há sempre a compilação Midway Arcade Treasures: Extended Play para a PSP.

1945 I and II The Arcade Games (Sony Playstation 2)

1945 I and IIUma das coisas que eu mais gosto da Playstation 2 é a quantidade de budget releases que existem nesta plataforma. Já na PS1 haviam imensas, mas na PS2 as coisas chegaram mesmo a outro nível. Mas os budget titles que eu aprecio não são aquele crapware que empresas como a Phoenix Games ou a Midas trouxeram às pazadas, mas sim na sua maioria as importações de budget titles japoneses, de onde se enquadram ports de clássicos arcade ou de outras plataformas. E esta pequena compilação é um desses casos, trazendo-nos os dois primeiros shmups da série Strikers 1945 da Psikyo. Este meu exemplar veio de uma Cash Converters por 2.5€, algures em Agosto deste ano.

1945 I & II The Arcade Games - Sony Playstation 2
Jogo com caixa, manual e papelada

Bom, a primeira coisa que tenho a dizer desta dupla de jogos é que o título é muito enganador. Quando o comprei pensei que estivesse perante alguns jogos da série 19XX da Capcom, que também se especializou em shmups com uma temática algo fantasiosa da Segunda Guerra Mundial. Mas não, estes pertencem à série Strikers 1945, que por algum motivo a palavra Strikers desapareceu desta capa! Mas adiante…

Segunda guerra mundial? Com mechas?
Segunda guerra mundial? Com mechas?

Falando do primeiro jogo, é um shmup influenciado pela WW2 tal como referi acima. Os aviões que podemos pilotar fazem lembrar caças contemporâneos da década de 40, assim como muitos dos inimigos menores que teremos pela frente. Mas rapidamente as coisas acabam por ficar fantasiosas, com enormes bombardeiros e navios de guerra a transformarem-se em mechas, ou a acção levar-nos até ao espaço onde defrontaremos um exército alienígena com bases na Lua. Inicialmente temos ao nosso dispor vários aviões similares a alguns bem conhecidos como o Spitfire britânico ou o Zero japonês, sendo que cada um dispõe de diferentes tipos de ataques. Temos também 8 níveis pela frente, atravessando várias localizações europeias e culminando numa viagem espacial, como já referi.

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Muitas vezes temos de passar pelo buraco da agulha, mas felizmente só somos atingidos se o projéctil tocar no cockpit

E a jogabilidade é excelente, com o jogo a exigir-nos reflexos de lince, pois com o decorrer da acção os inimigos vão-se movimentando cada vez mais rápido e o número de projécteis no ecrã vai aumentando, bem como os seus padrões de tiro acabam por ficar cada vez mais variados e imprevisíveis. Ou seja, é daqueles jogos que temos mesmo de ter muita prática e para mim é por vezes super difícil perceber precisamente o que está a decorrer no ecrã, pelo que conduzir a nossa nave por buracos de agulha é uma tarefa complicada. Mas claro, temos sempre os power ups para nos ajudar. Cada power up que apanhamos aumenta o nosso poder de fogo, bem como nos coloca uma nave auxiliar ao nosso lado, disparando diferentes projécteis da nossa arma principal. Para além disso, cada nave/avião dispõe de diferentes charge shots e bombs, os tais ataques especiais capazes de causar dano a tudo o que estiver no ecrã e que devem ser utilizados com moderação. No que diz respeito aos audiovisuais é um jogo competente para os padrões de 1995, e as músicas têm sempre uma toada mais épica.

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Alguém no Japão descobriu o word art e achou um piadão, só pode…

Já o Strikers 1945 II modificou algumas coisas na fórmula, mas a sua identidade permanece, ou seja, o jogo continua a decorrer em 1945, os bosses continuam a se transformar em mechas, embora desta vez não hajam viagens pelo espaço… houve também uma alteração no lineup de aviões disponíveis e as suas armas também se alteraram. A primeira coisa negativa que me salta logo à vista está precisamente no ecrã de selecção dos aviões com os quais queremos jogar. O nome de cada um foi escrito com WordArt do Office!! Fica muito mal na fotografia… de resto a jogabilidade continua bastante insana e exigente. A grande mudança na jogabilidade está na forma como os charge shots funcionam. Agora a sua potência não está relacionada com o número de naves adicionais que temos a nos acompanhar, mas numa barra de energia lateral que se vai preenchendo à medida em que vamos destruindo os inimigos que surgem à nossa frente.

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Os bomb attacks continuam a ser imponentes, muitas vezes envolvendo ataques de bombardeiros gigantescos

A nível gráfico é um jogo superior ao original. Os níveis possuem backgrounds muito mais detalhados e os ataques especiais bastante coloridos e repletos de efeitos especiais, que dão logo outra vida ao jogo. Já a banda sonora não gostei tanto. Consiste em músicas que tanto imprimem um tom mais rock, ou mais orquestral para aqueles momentos mais épicos, o que por mim seria sempre algo bom, sinceramente não gostei do timbre com que os instrumentos me soaram. Mas o que interessa mais aqui é a jogabilidade e essa continua frenética e divertida, como já referi.

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No Strikers II a ameaça alien está mascarada… no centro da Terra!

Para finalizar, só mais umas palavrinhas sobre esta compilação em si. Existem mais dois jogos nesta série que poderiam também estar incluidos mas infelizmente não o foram. O Strikers 1945 III ou Strikers 1999 é um shmup “dos tempos modernos” e o Strikers 1945 Plus que é uma espécie de remake do Strikers 1945 II, com várias diferenças nos padrões de ataque dos inimigos e nas naves que podemos pilotar. A outra diferença está na orientação do ecrã. Enquanto os anteriores eram jogados com monitores na vertical, como este Plus foi desenvolvido para a Neo Geo, tiveram de adaptar para os ecrãs horizontais. E a orientação do ecrã é algo que está contemplado nesta compilação da PS2, pois apesar de por defeito utilizar orientação horizontal, com umas barras laterais que mantêm o aspect ratio, temos também a opção de virar a TV na lateral e adaptar o jogo a essa orientação.

Actualização em vários artigos.

Bom, este post serve apenas para fazer um breve limpeza aqui na casa. Durante os últimos meses adquiri uma série de novas cópias de alguns jogos já aqui trazidos. Versões completas onde antes só tinha o cartucho, CD ou meramente o jogo em formato digital. Os artigos alterados foram os seguintes:

Alex Kidd in Enchanted Castle para a Mega Drive. Anteriormente apenas tinha o jogo na compilação Sega Classics, recentemente adquiri-o na versão standalone. Continuam a faltar os manuais.

Castlevania Circle of the Moon para a Gameboy Advance. Do cartucho passei para o jogo completo, num óptimo achado que fiz na cash converters de Alfragide.

James Pond II Codename Robocod para a Mega Drive. Também tinha só o cartucho, mas comprei muito recentemente uma caixa e manuais que surgiram na Feira da Vandoma no Porto. Apesar de ser a versão EA Classics, é melhor que ter só o cartucho.

Killzone Special Edition para a PS2. Antes tinha a edição normal que por acaso tem um livro de instruções bem mais catita. Entretanto arranjei uma edição especial em caixa de cartão com um DVD bónus.

Pokémon Crystal para a Gameboy Color. Esta é uma mudança muito modesta, foi apenas uma mudança de cartucho para cartucho, e um que estava em mau estado para outro quase em mint. Obviamente que preferia ter o jogo completo, talvez um dia surja uma boa oportunidade.

Shadowgate. O artigo original refere-se à versão Gameboy Color que por sua vez usa como base um artigo que escrevi da versão NES para a Revista Pushstart. Confuso, não? Entretanto fiz só uma pequena alteração para incluir uma referência às versões originais para Macintosh e Apple II, que entretanto obtive as suas versões digitais no steam.

Ultima V. Há uns meses atrás tive a sorte de arranjar o jogo em big box, aparentemente completo. É uma excelente edição, embora seja a versão Amiga ao invés da versão PC analisada. No entanto, não há grandes diferenças entre ambas as versões, a não ser na banda sonora e afins.

V-Rally para a Playstation. Tinha o jogo em CD apenas, tendo-me sido oferecido por um amigo de infância. Entretanto num bundle que comprei recentemente para a PS1, acabou por vir o jogo completo, e logo a mesma edição da Best of Infogrames.

Wario Land 3 para a Gameboy Color. Tal como o Castlevania, também passei do cartucho para o jogo completo, tendo sido comprado juntamente com esse e outros jogos.

De fora ficou o Super Mario 64 que também consegui comprá-lo completo recentemente. Esqueci-me de tirar foto! Fica para um próximo update visto que neste mês de Dezembro já tenho também outros jogos para fazer “upgrades”.

Mario Kart Super Circuit (Nintendo Gameboy Advance)

Mario Kart Super CircuitVamos lá a mais uma rapidinha a mais um capítulo na série Mario Kart. O Super Circuit foi lançado em 2001 para a Gameboy Advance, tendo sido quase um jogo de lançamento dessa plataforma. E a fórmula por detrás deste Mario Kart acaba por ser semelhante a todos os outros, o que não é propriamente mau. Este cartucho em particular deu entrada na minha colecção após ter sido comprado na cash converters de Alfragide há uns meses atrás, por volta de 2€.

Mario Kart Super Circuit - Nintendo Gameboy Advance
Apenas cartucho

Aqui dispomos de vários modos de jogo, alguns deles já bem familiares. O principal é o Mario Grand Prix, que consiste em várias categorias de cilindrada – de 50cc até 150cc, bem como de diversos campeonatos dentro de cada categoria. As cilindradas acabam por ser também um diferenciador do grau de dificuldade, já os campeonatos acabam por se repetir mediante a dificuldade escolhida. Cada Cup tem 4 circuitos que vão buscar influências a diversos jogos das séries Mario ou até Donkey Kong, como o castelo do Mushroom Kingdom, as praias de Super Mario Sunshine, os calabouços de Bowser, as pirâmides do Super Mario Land, e por aí fora, até à já habitual Rainbow Road. E claro, como não poderia deixar de ser, os itens aleatórios que apanhamos acabam por ser o maior factor de diversão, como sempre o foi nesta série. Afinal, quem não gosta de atirar com umas carapaças de tartaruga para os seus oponentes?

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As personagens com que podemos jogar… olha ali o Wario!

Os outros modos de jogo consistem no Time Trial que nos permite correr para obter o melhor tempo possível em todos os circuitos já desbloqueados, o Quick Run que é nada mais nada menos que uma simples corrida, ideal para aquelas alturas em que queremos apenas matar uns minutos do nosso tempo livre, e o já habitual Battle que é uma espécie de deathmatch, mas com carros numa arena. Para o multiplayer temos também o VS, embora nunca o tenha utilizado até porque não é facil arranjar 4 pessoas com GBA e cabos de ligação para essa gente toda. Um dos modos de jogo permite ainda jogar um circuito simples com recurso a um único cartucho apenas, como também se vê noutros jogos de Gameboy Advance.

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Apesar do Luigi’s Mansion ser um jogo muito recente, não foi esquecido! Ou serão as casas assombradas do Super Mario World?

Graficamente é um jogo que herda o efeito gráfico do mode 7 do Mario Kart original da Super Nintendo. O Mode 7 consiste em apresentar um plano gigante como se fosse uma superfície horizontal, sendo possível rodá-lo e ampliá-lo à vontade. E isso até que resulta bem nalguns exemplos, mas pessoalmente nunca gostei muito precisamente pelos cenários serem completamente planos. Aqui a Nintendo decidiu plantar umas árvores aqui e ali para contrariar esse efeito. Os backgrounds em si são variados e tal como já referi nuns parágrafos acima refletem vários outros jogos e seus segmentos da Nintendo. As músicas também seguem essa lógica, fazendo lembrar composições de outrora. Mas voltando aos gráficos, uma outra diferença deste para o Mario Kart original está precisamente nas sprites dos condutores, que agora apresentam um aspecto pré-renderizado semelhante ao que a RARE fez com a série Donkey Kong Country na SNES.

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Apesar do jogo usar o mode 7, os circuitos estão com texturas mais trabalhadas

No fim de contas este Super Mario Kart Super Circuit é mais um jogo competente dessa série. Ainda assim pessoalmente e nos tempos que correm, onde a oferta de jogos desta série é tanta, acho que esta entrada acabou por se eclipsar um pouco com os lançamentos seguintes, mesmo os das portáteis como foi o Super Mario Kart DS e a sua componente online.