Art of Fighting Anthology (Sony Playstation 2)

Art of Fighting Anthology - PS2O artigo que trago cá hoje não é uma rapidinha, mas sim uma colectânea de 3 rapidinhas. Art of Fighting Anthology é uma compilação dos 3 jogos da conhecida série da SNK Art of Fighting que na altura se tinha destacado pelos seus visuais extremamente bem detalhados, com um sprite zooming bem interessante e por algumas mecânicas de jogo algo diferentes. Esta compilação custou-me 2€ e foi comprada recentemente numa loja online, a Game Kiosk que desde já aconselho cautela se comprarem algo de lá, pois apesar de ter tido alguns solavancos quando fiz a minha encomenda e no fim tudo chegou direitinho, outras pessoas estão ainda hoje à espera de jogos, ou da devolução do dinheiro.

Art of Fighting Anthology - Sony Playstation 2
Jogo com caixa e manual

Não entrando em detalhes sobre a história da série, a mesma começa ainda no final da década de 70, antecedendo-se inclusivamente ao primeiro torneio dos “King of Fighters” no primeiro Fatal Fury. Claro que depois nos lançamentos dos vários KoFs toda a timeline se divide por zero, com Ryo, Garcia e companhia a aparentarem ter a mesma idade, apesar de esses jogos decorrerem décadas depois. Até um jovem Geese Howard, um dos vilões mais conhecidos da SNK e do Fatal Fury acaba por dar aqui uma perninha num destes 3 jogos… Mas essencialmente a aventura começa com Yuri, a irmã de Ryo ser raptada por um manda-chuva qualquer do crime organizado e Ryo, em conjunto com o seu amigo Robert partem à aventura por Southtown e desancar uma série de bandidos até a reaverem. Nos 2 jogos seguintes não esperem por uma história muito melhor, e sinceramente como digo sempre nem é algo que interesse muito.

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A série Art of Fighting tem um foco maior na história, e isso vê-se nas cutscenes entre os combates

No entanto, pelo menos no primeiro Art of Fighting, a história acaba por ter um papel muito preponderante. Isto porque no modo “história” apenas podemos escolher uma das duas personagens principais, ou Ryo, ou Robert e entre cada combate vamos tendo uma pequena cutscene que nos vai contando os novos desenvolvimentos. O resto do elenco está disponível para ser jogado apenas no modo versus para dois jogadores, excepto os bosses que pelo menos de início estão bloqueados. As mecânicas de jogo são relativamente simples com o jogo a utilizar quatro botões faciais, um para murros, outro pontapés, outro para throws e um outro para o taunt, que diminui a barrinha do special do nosso adversário. Essa barrinha é a que nos permite desencadear qualquer golpe especial e se estivermos com a vida muito baixa podemos disparar os chamados “desperation moves“. De resto, e tal como o Street Fighter II, vamos tendo alguns mini-jogos ocasionais, como partir uma série de barras de gelo, ou gargalos de garrafas de cerveja. Mas ao contrário do Street Fighter onde apenas nos dá mais pontuação, estes minijogos servem também para desbloquear alguns specials, o que é um pouco estranho e quase RPG.

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No AoF1 os mini jogos servem para desbloquearmos novas habilidades

Mas o que salta logo à vista neste primeiro Art of Fighting são mesmo os seus visuais espectaculares. As sprites são gigantes e incrivelmente bem detalhadas e o mesmo pode ser dito dos backgrounds que por sua vez são bastante variados. Depois o jogo usa e abusa do efeito de sprite scaling, com o jogo a fazer zoom out cada vez que os lutadores se afastam e vice-versa. Claro que isto nos ports lançados para a SNES, Mega Drive ou PC-Engine acabou por perder bastante, mas esta versão PS2 é emulada directamente da original, e acaba por ser uma conversão bastante fiel, herdando também alguns dos seus defeitos, que um jogador mais casual como eu não repara.

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No AoF2 o elenco de lutadores disponíveis no modo singleplayer acaba por ser bem maior

O segundo e terceiro jogo são maiores e melhores, com mais lutadores à escolha (e deixando-nos também jogar o modo single player com qualquer um, não limitando a nossa escolha a 2 ou 3 personagens), mecânicas de jogo mais refinadas, inclusivamente uma dificuldade absurda no Art of Fighting 2, e gráficos uma vez mais excelentes para a época. A Neo Geo era realmente um colosso, e isso pode ser visto especialmente no Art of Fighting 3, que contém backgrounds muitíssimo detalhados e bem coloridos, e as próprias sprites dos lutadores são bem animadas, para além do detalhe habitual. O único downside é o facto de os lutadores deixarem de ter marcas na cara durante os combates, como as feridas, inchaços e pisaduras que podiam ser visíveis nos dois primeiros jogos da saga. Pelo que li por aí, o Art of Fighting 3 é o que tem uma jogabilidade mais diferente dos restantes jogos, herdando até algumas mecânicas de outros jogos de luta 3D como o Virtua Fighter. Mas claro que isso me passou um pouco ao lado, com o pequeno fio de baba a escorrer pelo queixo enquanto olhava para os gráficos bonitos.

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O AoF3 é um jogo bem mais colorido e com os backgrounds ainda com mais detalhe

De resto, e para além de ser possível alterar as cores das fatiotas de todos os lutadores, bem como oferecer bandas sonoras diferentes para cada jogo, esta compilação de PS2 não traz nada de muito novo. As bandas sonoras eram bastante variadas, com temas mais rock especialmente no primeiro jogo e outros mais jazz no terceiro, mas se não gostássemos das músicas originais da arcade, poderíamos optar por uma banda sonora mais moderna e com recurso a instrumentos reais. A edição japonesa desta compilação tinha ainda uma vertente online para multiplayer que seria engraçado de se ter aqui no ocidente também, embora eu não lhe fosse dar uso, muito sinceramente.

No fim de contas, e apesar de me parecerem jogos que se calhar envelheceram mal no que diz respeito aos seus controlos, bem como nunca terem tido a fama que Street Fighters da vida tiveram, esta série Art of Fighting tem o seu valor, quanto mais não seja por implementarem algumas mecânicas que perduram até aos dias de hoje, como os já referidos Desperation Attacks. É uma das compilações da SNK que eu faria questão de ter, tenho agora de andar à cata das compilações de Samurai Shodown, Metal Slug e Fatal Fury, pois apesar de algumas serem más conversões (Metal Slug Anthology), acabam por ser as maneiras mais cómodas (e legítimas) de termos uma experiência Neo-Geo em casa sem abrir muito os cordões à carteira.

Rakugakids (Nintendo 64)

Rakuga KidsE esperando eu que seja um regresso à minha regularidade de escrita, cá vai mais um pequeno artigo, desta vez a um jogo de Nintendo 64. Comprei-o na cash converters de Alfragide, por cerca de 3 ou 4€ e desconhecia-o por  completo. Levei-o porque achei a artwork da label interessante e apesar de bem saber o ditado “não julgues um livro pela sua capa”, vi lá no cantinho o símbolo da Konami e decidi arriscar. E apesar de não ser uma obra prima, até acabou por ser bem interessante!

RakugaKids - Nintendo 64
Jogo, apenas cartucho

Ao contrário de tudo o que estaria à espera quando o comprei, este é um jogo de porrada! Mas com um conceito bastante original, onde os protagonistas são desenhos de crianças. Ao longo dos vários modos de jogo, acabamos mesmo por escolher a dupla de criança + a sua personagem com a qual iremos jogar e o resultado são lutadores bem criativos e cheios golpes malucos, como robots que se transformam em foguetões sempre que saltam,  golpes especiais como uma chuva de foguetes, um chapéu de galinha a ganhar vida entre muitos outros. Nota-se perfeitamente que este é um jogo muito imaginativo e na minha opinião é mesmo o seu ponto mais forte.

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É impossível não se esboçar um sorriso ao jogar este jogo, quanto mais não seja pelas parvoíces que vemos

A nível de jogabilidade é que já não é tão bom assim, até porque o comando da Nintendo 64 não é dos mais indicados para um jogo de porrada e talvez essa seja uma das razões pelas quais a consola tem um catálogo reduzido deste género. Ainda assim o  “c button” é utilizado em conjunto com os botões A e B, tornando-se assim num setup algo semelhante aos comandos de 6 botões da Mega Drive ou Saturn, mas claro, com uma ergonomia muito “diferente”, para não usar outra palavra. Os botões faciais servem assim para três variantes de pontapés e socos, com o botão R a servir para desencadear alguns golpes fortíssimos, assim que consigamos encher uma barrinha de energia que aparece na parte inferior do ecrã. Existem 3 variantes desses golpes especiais que podemos desencadear, os de ataque que de facto retiram muita vida, os de defesa que mandam o oponente para longe e os de contra-ataque que devem ser feitos quando bloqueamos algum outro golpe. São vistosamente bem bonitos, mas a sua facilidade em serem lançados mostra que este é mesmo um jogo com os mais novos em mente.

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É preciso mesmo ter-se uma imaginação muito fértil para as ideias dos golpes especiais neste jogo.

Para além do modo arcade e o já esperado versus para 2 jogadores, temos também o practice e o training. O primeiro serve apenas para nós praticarmos o controlo das personagens e ganharmos experiência com as mecânicas de jogo. O segundo, tal como visto em jogos como o Virtua Fighter 4 ou o Super Smash Bros WiiU e a sua integração com as Amiibos, coloca-nos a lutar contra uma personagem que vai aprendendo com a nossa própria maneira de jogar e aparentemente ficar mais “inteligente”. Poderemos utilizar essa personagem treinada no modo arcade para ver como se safa ao lutar sozinha. É uma ideia interessante, mas sinceramente é algo que eu simplesmente não tenho tempo nem paciência.

De resto, e infelizmente, a jogabilidade parece-me pouco fluída, comparando claro com os grandes fighters que empresas como a Capcom ou a SNK já faziam muito bem em 1998. O aspecto visual é sem dúvidas o mais cativante para mim, fazendo-me lembrar muitas vezes o próprio Parappa the Rapper da PS1, devido às suas personagens bem coloridas e serem “pedaços de papel animados”. As arenas já são em 3D, mas não têm quase nenhuma da piada dos próprios lutadores. Ah, e existem pequenos loadings antes de cada batalha, o que não é habitual em jogos de cartucho. As músicas são mais numa de rock, desde daquele bem levezinho com guitarras acústicas, a temas um pouco mais pesados o que sinceramente até me surpreendeu pela positiva.

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Os cenários não são tão doidos como as personagens, mas não se pode ter tudo.

A Nintendo 64 não é uma consola que seja muito famosa pelos seus jogos de luta. O Super Smash Bros original, um Killer Instinct, conversões não muito famosas de jogos da série Mortal Kombat, e o que sobra deixa mesmo muito a desejar. E apesar deste Rakuga Kids não ser exímio, acaba por se tornar num jogo de destaque que provavelmente tenha saído para a consola errada. Este é também um dos raros jogos japoneses que acabou por ter um lançamento europeu mas não americano, vá-se lá saber o porquê.

Fire Emblem: The Sacred Stones (Nintendo Gameboy Advance)

Fire EmblemFoi recentemente publicado no site da PUSHSTART a minha análise ao Fire Emblem: The Sacred Stones, que apesar de já ser o oitavo jogo de uma longa saga de RPGs estratégicos, foi apenas o segundo a chegar às mãos de nós, meros mortais que têm a infelicidade de não saber ler japonês. E apesar de ser um jogo que não traz nada de muito novo à fórmula da série, acaba por ser na mesma um jogo bem sólido. O meu exemplar foi comprado na GAME do Maiashopping há uns bons anos atrás, por 5€, estando completo, mas infelizmente a caixa não está nas melhores condições.

Fire Emblem The Sacred Stones - Nintendo Gameboy Advance
Jogo completo com caixa, manual e papelada

Para ler o artigo na íntegra aqui.

PUSHSTART #50 – Fevereiro de 2015

A Revista PUSHSTART número 50 já está cá fora! Na verdade já saiu há uma semana, mas eu tenho estado a viver na Lua todo este tempo e só hoje me lembrei de a publicitar aqui. A ler no sítio do costume.

Nesta edição:

– Especial: Coleccionismo de Mega Drive; Prazer em conhecer-te , Daxter
– Eventos: Pocket Gamer Connects
– Gamers em Tempo de Crise: 5 Days a Stranger; Hidden & Dangerous Deluxe; Aether
– No caso de…: …dotHack//
– Old vs New: Alien Syndrome vs Alien Syndrome (2007)
– Opinião: Isto é mesmo um jogo?; O Horizonte da Revolução Digital
– Ponto G: Nintendo VS Brasil – Crónica de um Divórcio Anunciado
– Loading: The Talos Principle; Mechs & Mercs: Black Talons; Psychonauts; The Legend Of Zelda: Majora’s Mask 3D
– TOP: 10 aspectos que tornam Majora’s Mask especial (Parte 2)

The Simpsons: Bart vs Space Mutants (Nintendo Entertainment System)

Bart vs the Space MutantsO artigo que trarei cá hoje é mais que uma rapidinha, é mesmo um artigo “blitzkrieg”! Isto porque para além de hoje o tempo não dar para mais, já analisei a versão Master System anteriormente e este Bart vs the Space Mutants da NES é na sua essência o mesmo jogo. Este meu exemplar, do qual apenas possuo o cartucho, foi comprado algures no mês passado de Janeiro na Feira da Vandoma do Porto por 5€, creio até que foi um dos primeiros jogos que comprei neste ano de 2015.

Bart vs the Space Mutants - Nintendo Entertainment System
Apenas cartucho

Tal como referido acima, esta versão é semelhante à da Master System, embora como seria de esperar, com gráficos um pouco piores mas surpreendentemente bem coloridos, talvez dos jogos mais coloridos da NES. A música é melhor e o facto desta versão possuir a música oficial dos Simpsons é um plus, é sempre agradável ouvir aquela melodia familiar com o chiptune da NES. De resto mantém aquela jogabilidade de um sidescroller, com mecânicas de jogo não convencionais, onde temos níveis em que o objectivo é pintar uma série de objectos de roxo, outros em que temos de coleccionar chapéus, sempre tendo em conta que os ETs podem estar mascarados de humanos, sendo necessário “desmascará-los” ao equipar uns óculos especiais. Tudo isto aliado a uma dificuldade bem acima da média, e com saltos bem precisos e difíceis de executar.

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Apesar de não ser tão colorida como a versão Master System, esta versão NES não é nada má nos audiovisuais

Este é daqueles jogos com fama de serem mesmo difíceis e frustrantes para a NES, o que sinceramente é pena, pois para além de gostar dos conceitos que implementaram, tecnicamente também é um bom trabalho da Acclaim.