Mario Party 4 (Nintendo Gamecube)

Mario Party 4A série Mario Party surgiu na era da Nintendo 64, tendo sido bastante prolífera nessa consola da Nintendo e em especial na Gamecube, com 4 jogos lançados a cada ano que passou. O primeiro desses jogos na consola cúbica da Nintendo foi precisamente este Mario Party 4, sendo mais uma vez um jogo pensado para divertir um grupo de amigos durante uma tarde inteira. A série Mario Party, apesar de lhe reconhecer qualidade, não é propriamente dos jogos que eu mais faço questão de ter. Este jogo entrou na minha colecção após ter sido comprado como bundle a um particular há uns valentes anos atrás, tendo-me ficado por 5€, se a memória não me falha.

Mario Party 4 - Nintendo Gamecube
Jogo com caixa, manual em português da Concentra, e papelada

O modo de jogo principal é o modo história, onde vamos jogando numa série de tabuleiros protagonizados por diferentes personagens do universo Mario, como o Toad, Goomba, Koopa, e por aí fora. Cada tabuleiro possui diferentes temáticas e estão repletos de mini-jogos, truques e artimanhas. Essencialmente existem 4 personagens em jogo (que podem ser Mario, Luigi, Peach, Donkey Kong, Daisy, Wario, Waluigi e Yoshi). Inicialmente temos de rolar um dado (que dá um número de 1 a 10) para definir a ordem de cada turno, quem lançar o número maior começa em primeiro lugar e por aí fora. Depois o jogo comporta-se como um jogo de tabuleiro. A cada ronda lançamos o dado e avançamos esse número de “quadrados”, havendo naturalmente uns quadrados especiais e outros nem por isso. Cada jogo tem um número fixo de turnos e o objectivo é coleccionar o maior número de estrelas possível. Essas estrelas vão estando espalhadas de forma alternada em diversos pontos no tabuleiro, ou seja, ao alcançar uma estrela, a próxima aparece noutro ponto.

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As estrelas ficam alocadas a m “quadradinho” em específico, ou em locais secretos

Cada “casa” do tabuleiro tem as suas peculiaridades. As azuis dão um bónus de 3 moedas, as vermelhas retiram 3, as que têm um símbolo do Bowser geralmente também têm efeitos negativos, muitas vezes para todos os jogadores. Existem lojas onde podemos comprar itens, outras casas especiais que nos transportam para a mesma posição de uma outra personagem, outras que chamam minijogos em específico (os Battle Games), ou outros eventos, como os Reversal of Fortune – onde através de um pseudo-sorteio podemos mesmo mudar por completo a maré do jogo, ao trocar as estrelas, moedas ou itens entre 2 personagens. Os tabuleiros vão sendo cada vez mais complexos, com caminhos alternativos que podemos escolher e outros obstáculos. No final de cada ronda temos sempre um minijogo pela frente, que tanto pode ser todos contra todos (como um em que temos de apanhar o máximo número de peixes num lago), 2 contra 2, onde jogamos em equipa com outra personagem, ou 3 contra 1. Os minijogos são bastantes e bem variados entre si, alguns exigem alguma perícia, outros é meramente uma questão de sorte. Infelizmente não estou assim tão familiarizado com a série pelo que não sei o quão originais os jogos do Mario Party 4 são em comparação com os 3 anteriores da N64.

Ao vencer os minijogos vamos ganhando moedas, que podem ser utilizadas para comprar items ou noutros eventos, como pagar a um Boo que roube moedas ou estrelas aos adversários. Dos items temos cogumelos verdes que nos transformam num gigante, podendo rolar 2 dados, saltar em cima dos adversários e roubar-lhes 10 moedas, mas a desvantagem de não podermos entrar em lojas ou noutros “eventos”. Por outro lado temos uns cogumelos rosa que nos transformam numa versão mini, apenas podemos rolar 1 dado de 1 a 5, mas temos a vantagem de passar em alguns túneis estreitos. Outros items consistem num tubo verde que nos permite trocar de posição com outra personagem, ou uma lâmpada mágica que nos leva directamente à estrela. A variedade de items é considerável e dá mesmo para fazer algumas maroscas que vão definitivamente chatear quem estiver a jogar connosco. Para além do modo história existem outros modos de jogo que nos permitem jogar livremente todos os minijogos que desbloqueamos e outros, ou mesmo outros tabuleiros mais pequenos e com regras diferentes. Mario Party 4 é bastante robusto a nível de conteúdo.

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Exemplo de um dos minijogos “3 contra 1”. Ao saltar nas bóias geramos ondas, temos de saltar em conjunto de forma a mandar o outro abaixo

Passando para o audiovisual, dá para ver bem que este é um jogo de primeira geração da Gamecube. As personagens têm um bom número de polígonos, dá para ver que estão bem redondinhas. Infelizmente o jogo perde muito nas texturas que são bastante simples e nos efeitos de luz. No final de cada jogo, ao anunciar os vencedores, dá para ver perfeitamente que o holofote que ilumina o vencedor poderia estar muito melhor. Mesmo o pop-up que aparece a dizer “Party Star” parece algo retirado dos tempos da Nintendo 64. Ainda assim não deixa de ser um jogo bastante colorido e com uma enorme variedade de ambientes, em especial nos mini jogos. As músicas e efeitos sonoros são agradáveis, mas nada do outro mundo.

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Estes efeitos fantásticos!

Mario Party 4 é um jogo bem sólido para quem for fã de party games. Mas como é o único party game que eu joguei a fundo, não tenho propriamente uma grande base de comparação. Os minijogos que apresenta são divertidos, e tanto podem exigir perícia, como são meramente uma questão de pura sorte, qual roleta-russa. Se são fãs da série, e em especial se têm 4 comandos da Gamecube convosco, então certamente que encontrarão algo de interesse neste jogo.

The Walking Dead GOTY (Sony Playstation 3)

The Walking DeadMeus senhores, estamos aqui perante aquele jogo que muito possivelmente é o melhor jogo de aventura deste milénio. Não estou a exagerar, tirando alguns problemas com os controlos, este The Walking Dead pela Telltale Games apresenta uma narrativa excelente, com bastante peso emocional e aqueles que serão sem dúvida os Quick Time Events melhor executados até à data. A minha cópia chegou-me às mãos no início deste ano, tendo sido comprada na secção de usados da Worten do Arrábidashopping, custava inicialmente 20€, mas após ter usado um vale de desconto que tinha ficou-me por 12€. Estava com algum receio que não viesse com o DLC 400 Days em disco e que porventura pudesse ter sido utilizado com o primeiro dono do jogo, mas felizmente estava tudo ok. Sendo assim na altura não me pareceu um mau negócio e não me arrependo nada da compra.

The Walking Dead GOTY - Sony Playstation 3
Jogo completo com caixa, manual e papelada

Confesso que nunca cheguei a ler a comic original por onde a conhecida série televisiva se baseia, pelo que irei ter sempre por base de comparação a série de TV e não a comic. Sendo assim, este jogo decorre nos EUA, onde uma enorme praga zombie assolou toda a população. Mas ao contrário da série televisiva, os protagonistas aqui são completamente diferentes, embora algumas personagens como Hershel ou Glenn fazem uma breve aparição. Nós controlamos Lee Everett, um professor condenado à prisão por assassinar o amante da sua mulher. O dia em que estava a ser transportado por um polícia para o levar à prisão coincidiu com o dia em que a pandemia estourou pela Georgia. Como não poderia deixar de ser, há um acidente com o carro, o polícia não sobreviveu e Lee consegue escapar, não deixando de ter um primeiro encontro imediato com o zombie do polícia. Ferido, procura abrigo numa casa próxima, onde se encontra com uma menina que estava a aguardar que os pais chegassem de férias. Mais conflitos com zombies e Lee resolve tomar conta da criança (Clementine), encontram alguns sobreviventes imediações daquele bairro e juntam-se a um grupo de sobreviventes.

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Nas fases de acção, quando corremos risco de vida o ecrã começa a ficar vermelho.

A aventura fica assim lançada, muito mais poderia dizer mas não quero mesmo estragar a experiência a quem ainda não jogou. Basicamente ao contrário dos point and clicks tradicionais o foco do jogo não está nos puzzles, que aqui existem, mas num tom muito mais ligeiro. O grande trunfo do jogo está no desenvolvimento do carácter das personagens, das relações que elas vão tendo connosco, com os outros e do destino que lhes escolhemos. A história está construída de tal forma que nos vamos afeiçoando a várias personagens e a certo ponto somos confrontados com difíceis escolhas, onde temos de favorecer uma pessoa em detrimento de outra, ou mesmo escolher quem deveremos salvar numa situação de pânico. Os diálogos que vamos tendo também têm influência na relação das personagens connosco. Temos sempre umas 4 hipóteses de resposta, e precisamos de responder durante um certo tempo. Caso deixemos esse tempo expirar, o jogo assume que preferimos ficar calados e isso poderá ter influência negativa na relação com essa personagem em questão. O mesmo se passa noutras decisões mais críticas, como por exemplo se salvamos uma pessoa ou outra. Se deixarmos o tempo expirar ou é game over ou outras personagens tomam a iniciativa por nós, deixando-nos mal vistos perante o restante grupo.

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Exemplo de um diálogo e várias hipoteses de escolha. Screenshot da versão Xbox porque por estranho que pareça não consegui encontrar nada de jeito para a PS3.

O facto de não podermos agradar a toda a gente devido às decisões difíceis que nos vão sendo colocadas vão contribuindo para um mau estar dentro do grupo que mais tarde ou mais cedo acabará por gerar outros conflitos, devido aos temperamentos muito diferentes de cada um. Mas voltando às restantes mecânicas de jogo, quando não estamos a falar com alguém, existem 2 ambientes distintos. O de exploração e os eventos de pânico. Nos primeiros o jogo comporta-se como se um point and click tradicional se tratasse, onde podemos interagir com diversos objectos ou iniciar conversas com outras pessoas. Os puzzles aqui são muito simples, consistindo essencialmente em procurar ferramentas ou outros objectos para resolver algum problema em específico. Os eventos de pânico acontecem quando somos atacados por zombies ou mesmo outros humanos. Aqui tanto podem ser Quick Time Events muito bem pensados, como outros segmentos mais de acção.

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Em alguns momentos de pânico o cursor torna-se vermelho, geralmente temos de agir rápido

Nos primeiros, os QTEs tanto podem ser mais tradicionais, como pressionar várias vezes num botão para fechar uma porta cheia de zombies do outro lado, por exemplo, ou bem mais dinâmicos. Nesses mais dinâmicos temos de mover o cursor para um certo ponto e carregar no X para desempenhar uma acção, enquanto nalguns casos também nos podemos ir movendo com o direccional. Um exemplo: Um zombie vindo do nada deita-nos ao chão. Atordoados, temos de fugir, utilizando para isso o botão direccional e também temos de nos defender dos ataques dos zombies, levando o cursor para um ponto de acção, geralmente a sua cabeça ou braços e ao carregar no botão respectivo o Lee vai lhe dar um pontapé, ou um tiro ou whatever. Os segmentos com mais acção também vão utilizando estas mecânicas. Temos alguma liberdade de nos mover, inclusivamente entre covers, e com o cursor vamos desempenhando algumas acções, seja interagir com objectos ou disparar em primeira pessoa em zombies ou outros humanos. No geral achei estas sequências bem feitas e mesmo estes QTEs que não envolvem button mashing à maluco não deixam de ser QTEs, pois na maior parte do tempo temos mesmo de nos despachar.

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No final de cada episódio é nos dado um resumo das acções mais importante que tomamos e compara com o que o resto dos jogadores optaram. Imagem editada por razões óbvias.

Graficamente é um jogo que tenta replicar o feeling das comics, apresentando uns visuais algo semelhantes ao cel-shading, mas que não deixa de ser muito bem detalhado. As expressões faciais estão óptimas e ajudam sem dúvida nenhuma a colocar um peso psicológico ainda maior em toda a aventura. Os zombies é que têm um aspecto mais cartoonesco que não gostei muito. No entanto o jogo tem momentos de gore quanto baste, em especial quando temos de decepar alguma coisa. As músicas vão sendo bem colocadas e bem variadas, tal como se da série televisiva se tratasse. No entanto é mesmo o voice acting que está soberbo neste jogo. Aliás, toda a história está muito bem escrita e vão aparecer vários plot twists bem inesperados ao longo do jogo. E quem dá a voz às personagens safam-se realmente muito bem. O único senão é alguma quebra de framerate que se nota na passagem de algumas cenas, suponho que sejam loadings.

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O DLC 400 Days leva-nos a visitar o background de 5 personagens distintas que nada têm a ver com o primeiro jogo.

The Walking Dead, o videojogo, é daqueles produtos em que o jogo ultrapassa por completo a obra cinematográfica/televisiva (mais uma vez relembro que não estou de todo familiarizado com a comic original). É certo que muitas destas decisões difíceis nós as vemos na série, sendo tomadas pelo Rick ou seus companheiros. Mas não sei se será pela história e representação deste jogo estar tão bem feita, ou pelo facto de sermos nós a ter de tomar as decisões, para mim este jogo é muito mais envolvente, e essas decisões por vezes deixam-nos a sentir completamente miseráveis. Adorei. Para além da Season 1, esta versão GOTY traz um DLC – 400 Days. Esse DLC parece-me ser um prelúdio à sequela, onde vamos jogando pequenos capítulos na vida de diferentes personagens que aparentemente figuram na Season 2. Apesar de a sequela já estar à venda, prefiro mais uma vez aguardar que saiam todos os episódios e eventuais DLCs para depois comprar um pack que inclua tudo de uma vez. Mas volto a salientar, este é um jogo obrigatório para todos os amantes de adventure games e não só.

Jeopardy! Sports Edition (Nintendo Gameboy)

Jeopardy Sports EditionBora lá para mais uma rapidinha, para uma breve overview a um jogo que não interessa nem ao menino Jesus. Jeopardy é um conhecido concurso norte-americano onde testam os conhecimentos de cultura geral dos participantes, e já é transmitido desde os anos 60. Naturalmente, com um programa televisivo de tanto sucesso, seria de esperar que mais tarde ou mais cedo surgissem algumas adaptações para videojogos. Este Jeopardy! Sports Edition para a Gameboy é uma dessas adaptações, com esta versão a focar-se exclusivamente no desporto. O jogo foi-me oferecido por um colega de trabalho, vindo junto do seu bundle Gameboy.

Jeopardy Sports Edition - Nintendo Gameboy
Apenas o cartucho na sua versão norte-americana

Infelizmente sendo a versão americana, o jogo está repleto de perguntas de desportos americanos e para um europeu, por muito aficcionado que seja em múltiplos desportos, terá a vida complicada neste jogo. Até porque muitas das perguntas referem-se a eventos da segunda metade da década de 80/ inícios de 90, já que este jogo é de 1994. Dentro das várias categorias de perguntas temos o hockey, basketball, baseball, futebol americano, jockey, boxe, bowling, desportos motorizados, jogos olímpicos, entre muitas outras pequenas categorias. São mais de 1000 perguntas ao todo que nos poderão sair. Existem 3 modos de jogo distintos. Um singleplayer onde concorremos contra o CPU e dois multiplayers para 2 jogadores. Um local, onde cada jogador vai alternando entre si as respostas e por fim um outro que utiliza o cabo para ligar uma Gameboy à outra.

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Graficamente o jogo não é nada de especial, afinal é um jogo de perguntas e respostas. Entre cada pergunta vamos vendo animações entre o apresentador e os concorrentes, mas mesmo essas são completamente banais na minha opinião. A música também não é nada por aí além.

No fim de contas este é um dos jogos que eu apenas consigo recomendar aos mais ávidos coleccionadores de Gameboy que pretendem ter um fullset. Isso ou se realmente gostam destes quizz games e possuem um óptimo conhecimento do panorama desportivo norte americano das décadas de 80 e 90.

WWF Superstars (Nintendo Gameboy)

WWF SuperstarsSiga lá para mais uma rapidinha, desta vez para a lendária portátil monocromática da Nintendo. Como já referi no artigo do Wrestlemania para a SNES, wrestling não é de todo algo que me interesse, este jogo em particular não é nada de especial, e como apenas entrou na minha colecção por oferta de um colega de trabalho, não terei lá assim muito com que escrever.

WWF Superstars - Nintendo Gameboy
Jogo com cartucho

Este é um jogo de 1991 para a velhinha Gameboy. Como muitos jogos desta plataforma nos seus primeiros anos de vida, é bastante simples, tanto a nível gráfico como de conteúdo. Essencialmente temos 2 modos de jogo, o Championship e um multiplayer, com recurso ao cabo próprio para ligar a uma outra Gameboy de um amigo, coisa que eu naturalmente não experimentei, apesar de possuir o dito cabo. Existem apenas 5 lutadores que podemos escolher, entre os quais Randy Savage e Hulk Hogan (os fãs de wrestling que me perdoem, mas são os únicos nomes que me dizem alguma coisa). No modo Championship resta-nos então lutar contra os outro 4 wrestlers e é isso. Game over.

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Entre cada combate temos um diálogo do anunciador e a novela do costume entre os lutadores

Apesar do leque reduzido e de controlos também com apenas 2 botões faciais, existem uma panóplia de diferentes golpes que podemos executar, muitos deles dependendo se o adversário estiver no chão, a levantar-se ou nós estivermos a correr. Podemos vencer cada combate de duas formas, ao lançar o adversário fora do ringue e conseguirmos mantê-lo lá tempo suficiente, ou provocar-lhe dano suficiente, mandá-lo para o chão e impedí-lo que se levante. O típico, portanto. Graficamente o jogo possui as arenas bem detalhadas, já os lutadores nem tanto, algo que o ecrã monocromático da Gameboy também não ajuda. As músicas são OK, a música título até que é bem catchy, mas nos combates acaba por ser algo repetitiva (é sempre a mesma música).

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A arena até que está bem detalhada

No fim de contas, este é daqueles jogos que apenas recomendo a quem for um grande fã de wrestling, e mesmo para esses existem jogos melhores, mesmo na própria gameboy, como o Superstars 2 ou o War Zone.

Warioware D.I.Y. (Nintendo DS)

Warioware DIYA série Warioware, introduzida pela Nintendo em 2003 para a Gameboy Advance, é provavelmente das melhores inovações que a Nintendo nos trouxe neste século. O conceito completamente doido de fazer um jogo à volta de microjogos parvos que duram meros segundos (como meter o dedo no nariz), poderia parecer estranho e arriscado, mas a verdade é que é uma excelente ideia. Naturalmente com o sucesso do jogo foram saindo várias sequelas, no entanto com novidades nas mecânicas de jogo. Twisted também para a GBA vinha num cartucho com giroscópio, Touched para a DS vinha com suporte ao touchscreen, Move para a Wii dava uso ao wiimote e nunchuck e este Do It Yourself, novamente para a DS foca-se mais em oferecer ferramentas de criação dos nossos próprios microjogos e músicas. A minha cópia chegou-me à colecção há alguns anos atrás, tendo sido comprada na Toys ‘R Us do Norteshopping por 10€, com o Metroid Fusion da GBA de oferta.

Warioware DIY - Nintendo DS
Jogo completo com caixa, manual e papelada

Tal como os outros Warioware, existe uma ligeira história por detrás, consistindo no Wario a procurar maneiras de fazer rios de dinheiro. Desta vez o centro da história está na máquina Super MakerMatic 21, capaz de fazer os tais microjogos muito facilmente. Iludido com a possibilidade de fazer fortunas, Wario volta a abrir a sua “empresa” Warioware Inc., mas desta vez com o jogador a assumir o papel de “empregado” principal, a fazer os jogos para Wario. Os jogos anteriores possuiam imensas personagens diferentes, todas elas com um carisma próprio. Este jogo, tendo um foco maior na criação e partilha de minijogos, possui muito menos microjogos que os restantes. Ainda assim, algumas das personagens preferidas dos fãs como o “disco king” Jimmy T, a jornalista Mona ou o meu preferido 9-Volt, com os seus microjogos baseados em jogos da NES/SNES.

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Baloon Fight é um dos clássicos que podemos revisitar na forma de microjogo

Podemos então jogar o modo “campanha” onde vamos experimentar estes micro-jogos temáticos de cada personagem, bem como um “shuffle mode” onde vamos jogando vários destes microjogos todos misturados, sempre com a velocidade e dificuldade a aumentar à medida em que vamos avançando. Mas o grande foco desta peça de software está mesmo no design destes nossos microjogos, estando dividido por fases onde criamos o(s) nosso(s) objecto(s) principal(ais), as suas animações (capazes de ir até 4 frames), o background, onde podemos desenhar, ou utilizar uma panóplia de sprites à nossa escolha, a música, onde podemos construir melodias com 4 faixas de harmonias diferentes e uma de ritmo e por fim a parte mais de lógica, onde indicamos as “regras do jogo”. Existe um tutorial que nos vai explicando cada parte do processo e este Do it yourself possui um editor bastante robusto e intuitivo. A parte da construção de músicas está particularmente engraçada, tirando partido do microfone da DS, onde podemos trautear a melodia e o jogo a traduz para uma grelha que serve de uma espécie de pauta. A partir daí podemos alterar as notas para várias samples de outros sons, como o roncar de um porco ou outros barulhos engraçados. Com algum tempo e paciência é possível fazer micro jogos bem porreirinhos, basta pesquisarem no youtube para verem alguns em acção, como estes.

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Podemos criar as nossas sprites e animá-las com até 4 frames

O editor de música é particularmente interessante, sendo possível desenvolver apenas músicas e partilhá-las com outras pessoas. Por exemplo, vejam lá o tema do Space Harrier neste vídeo. Infelizmente há a restrição das músicas terem apenas 1 minuto e 12 segundos no máximo, certamente por restrições de memória. Para além de microjogos e música podemos fazer também pequenas bandas desenhadas, utilizando a stylus e o ecrã touch da DS. Mais uma vez, tanto os jogos, como as músicas ou estas comics podem ser partilhadas entre outras DS e também outras Wii, através da aplicação de WiiWare Warioware D.I.Y Showcase.

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Este é o menu onde criamos as regras do jogo e o comportamento dos objectos

Os gráficos são como sempre muito simplistas e variados. Tanto tempos coisas nitidamente desenhadas à mão, como outras em pseudo 3D. Tenho preferência pessoal pelos microjogos do 9-volt, com montes de material NES. As personagens do universo Warioware continuam bem caracterizadas e com personalidades muito próprias. As músicas também são bastante viciantes e aguentam bem o uptempo constante.

No fim de contas, para quem gosta dos Warioware, com toda a parvoeira e surrealismo incluídos, este Do it yourself não tem a mesma quantidade e porventura qualidade do conteúdo existente nos outros jogos da série. No entanto se sempre pensaram “ah, eu consigo fazer melhor que isto”, então este jogo é para vocês.