Tempo de fazer uma análise ao até agora último capítulo na saga Timesplitters. Lançado em 2005, Timesplitters Future Perfect é mais uma boa sequela da série que, apesar de não oferecer muito conteúdo inédito, introduz várias refinações na fórmula que tornam a experiência ainda mais agradável. A minha cópia foi comprada neste ano na loja portuense TVgames, tendo custado uns 4€ e está impecável.

Esta análise não vai ser longa, visto Timesplitters Future Perfect manter os mesmos modos de jogo que a sua prequela, apenas com a adição do modo online que, visto os servidores da EA terem encerrado em 2007, não o cheguei a experimentar. O modo história pode ser novamente jogado sozinho ou em co-op com um amigo, e a história arranca logo depois do final de Timesplitters 2, onde depois de Cortez ter resgatado os time crystals de uma estação espacial repleta de timesplitters, a nave em que ele seguia despenha-se num planeta (que suponho ser o próprio planeta Terra). Aqui, depois de ser resgatado por outros Marines e ter recebido uma recepção de inimigos desconhecidos, Cortez usa os time crystals recolhidos para alimentar uma máquina do tempo do seu próprio exército. Cortez é então enviado no tempo para tentar evitar que a guerra com os Timesplitters ocorra. Apesar de o Story Mode ainda ser algo curto e um pouco mais fácil que os anteriores, a verdade é que a Free Radical na minha opinião fez um óptimo trabalho. A história está bem contada (repleta de loops temporais onde versões futuras e passadas de cortez se encontram e têm de trabalhar em conjunto), as personagens têm carisma, tornando este modo de jogo bastante agradável de jogar e com bastante sentido de humor. Personagens como Harry Tipper, um agente secreto que faz lembrar o Austin Powers, um nível numa casa assombrada repleta de zombies e laboratórios secretos, níveis futuristas em guerras contra robots, níveis com algum stealth, etc. Uma novidade introduzida neste jogo foi a introdução de veículos, que nem Halo. Infelizmente achei-os um pouco difíceis de manobrar, não gostei muito da experiência.

De resto o jogo mantém na mesma os modos Challenge, repletos de desafios como atirar tijolos para partir vidros, decapitar uma série de zombies, e até re-imaginações do modo story do primeiro Timesplitters, onde o objectivo era procurar o item x e deixá-lo no local y. Para além do modo Challenge temos também o Arcade e o Arcade League. Tal como em TS2, Arcade League é um modo de jogo em que temos de vencer uma espécie de torneio, com arenas, bots e objectivos definidos. Algo como o modo single-player de Quake III Arena. Obter troféus tanto no modo Challenge como neste último reverte em desbloquear personagens e batotas para serem usadas no modo arcade e não só. Enquanto que Timesplitters 2 tinha 120 personagens, este tem umas 150, após as desbloquearmos todas. O modo Arcade é o modo multiplayer habitual em Timesplitters, mantendo uma elevada customização das regras de jogo, IA dos bots, que bots utilizar, armas, etc. Arcade contém uma grande variedade de modos de jogo, a maior parte variantes do Deathmatch e já disponíveis em Timesplitters 2, como Vampire, Monkey Assisant ou Thief, por exemplo. A grande novidade deste jogo fica no modo online que infelizmente não consegui experimentar, mas suponho que mantenha o mesmo nível de customização do modo Arcade.

O jogo inclui também um editor de níveis, como vem sendo habitual desde o primeiro jogo da série. Para quem se habituou a construir níveis nos jogos anteriores, o editor comporta-se da mesma forma, introduzindo porém algumas funcionalidades avançadas para a inteligência artificial dos bots e mais algumas funcionalidades, permitindo criar mapas de acordo com os vários modos de jogo, até para o modo story. Penso que daria para fazer upload e download de níveis no modo online, mas não tenho a certeza se essa seria uma funcionalidade exclusiva da versão Xbox ou também existia na PS2.
Graficamente, sendo um jogo de 2005 para as consolas da geração passada já tem a obrigação de ser um jogo “bonito”, e de facto é. Os mapas apresentam visuais variados, as texturas são mais bem definidas e os modelos contém mais polígonos. O que perde é o framerate, enquanto que nos jogos anteriores o framerate era constante a 60fps, aqui notam-se algumas quebras quando aparecem vários inimigos, explosões, etc. A nível de som não deu para prestar grande atenção às músicas com toda a acção e disparos que estavam a acontecer. A música pareceu-me na sua maioria música electrónica. Os restantes efeitos sonoros estão bons, as falas das personagens estão bem representadas, com vários sotaques à mistura e sempre com sentido de humor presente.

Concluindo, Timesplitters 3 Future Perfect é o jogo mais bonito da saga, e com um story mode com uma história bem construída e com personagens bastante carismáticos. Ainda assim as missões de Timesplitters 2 eram mais variadas. A nível de multiplayer herda os modos de jogo da sua prequela, incluindo também um modo online que infelizmente já não se encontra disponível. Mesmo com estes drawbacks e trazer poucas novidades no quesito multiplayer, ainda considero Future Perfect como o melhor da saga. Existem versões para Xbox e Gamecube, sendo o online o único diferencial nas mesmas, tendo a versão Xbox mais algumas funcionalidades como voice chat, e a versão GC não ter nenhum modo online, infelizmente. Mas visto os servidores estarem encerrados, as 3 versões ficam agora em pé de igualdade (excepto os gráficos serem ligeiramente superiores na Xbox e depois GC).



