Desert Strike (Sega Master System)

Desert Strike
Caixa Desert Strike Master System

Lembram-se no início dos anos 90 onde Electronic Arts era sinónimo de qualidade e inovação? Desert Strike é definitivamente um jogo que entra nessa categoria. Criado por Mike Posehn para a Sega Mega Drive, foi um sucesso imediato, tendo sido posteriormente convertido para várias outras plataformas. Uma delas foi a Sega Master System, tendo a conversão ficado ao cargo da Domark que por sua vez a relegou para o seu estúdio interno “The Kremlin”. Estes “The Kremlin” foram responsáveis por várias conversões de software para a Master System, como o Prince of Persia de Jordan Mechner, por exemplo, bem como a versão de Game Gear deste mesmo jogo.

Desert Strike é uma óptima simbiose entre simulação militar e acção mais descomprometida. Contextualizado na guerra do Golfo dos inícios dos anos 90, somos introduzidos a um ditador lunático de um país do Médio Oriente (inspirados em Saddam Hussein) em vias de iniciar um conflito internacional. A bordo de um helicóptero AH-64 Apache das Forças Armadas dos E.U.A. somos postos à prova de modo a colocar um fim nos planos do general.

Durante o jogo é-nos incumbido executar várias ordens, sejam de resgate de prisioneiros de guerra, soldados desaparecidos em combate, destruição de vários alvos militares, escolta de VIPs, etc. As missões estão bem pensadas e seguem alguma lógica, tanto na atribuição, como na ordem de execução das mesmas. Antes de entrar “à Rambo” nas bases inimigas, convém destruir os radares e as centrais energéticas, reduzindo assim a capacidade de retaliação do inimigo. A componente estratégica não se fica por aqui, sendo que as munições e o combustível não são limitados, pelo que têm de ser bastante racionados. Uma coisinha que eu sempre gostei foi que, sempre que se pausasse o jogo, veríamos para além das estatísticas do nível e do helicóptero, tínhamos um mapa e uma série de descrições com figuras ligadas às missões, veículos inimigos ou até items como munições.

Desert Strike
Screenshot do jogo

Quem conhecer as versões superiores 16Bit e PC, irá ficar impressionado com a qualidade da conversão do jogo na Master System.  Quase todo o conteúdo está lá. Todos os inimigos e edifícios com um bom grau de detalhe, todas as missões. A nível de som é que não se pode fazer milagres, toda a gente sabe que o som na Master System (e mesmo na Mega Drive) não é grande espingarda, comparando com as consolas da concorrência. Graficamente mantém-se a perspectiva isométrica, de modo a simular um efeito 3D. A nível de jogabilidade simplificou-se as coisas um pouco devido ao comando da Master System ter menos botões. O botão 1 serve para disparar a metralhadora pesada, o botão 2 serve para disparar os mísseis Hydra (projécteis de média “potência” explosiva, mas com uma taxa de disparo muito elevada), e os botões 1+2 ao mesmo tempo para disparar os escassos mísseis Hellfire (bastante potentes, porém lentos).

A minha cópia do jogo foi-me oferecida por um amigo de infância num dos meus aniversários, juntamente com o Global Gladiators (um dia destes falarei sobre ele). São ambos os jogos em 2ª mão e não trazem o manual, infelizmente. Fora isso estão em óptimo estado.

Desert Strike SMS
A minha cópia do jogo

Infelizmente a Master System não recebeu mais nenhum jogo da saga “Strike”, enquanto a “prima” Game Gear recebeu também conversões das sequelas Jungle Strike e Urban Strike (também disponíveis na Mega Drive, SNES, PC, etc). A série “Strike” viria a receber ainda mais 2 jogos nomeadamente o Soviet Strike e o Nuclear Strike, já na era dos 32/64bit.

Após o Nuclear Strike, e sem contar com o gorado “Future Strike” que nunca chegou a ver a luz do dia com esse nome, não se ouviu mais falar na série até 2002, altura em que converteram o primeiro jogo da saga para a Game Boy Advance. Infelizmente até à data nada mais se falou da série.

Concluindo, Desert Strike é um óptimo jogo para quem gosta de dar uns tiros, mas também com um twist de estratégia militar. Apesar de gostar muito da versão da Master System, recomendaria que jogassem as versões superiores de 16Bit ou PC/Amiga. Se não tiverem essas versões disponíveis, ainda assim ficam com um bom jogo entre mãos.

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Autor: cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.

2 opiniões sobre “Desert Strike (Sega Master System)”

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