Super Volleyball (PC-Engine)

Vamos voltar às rapidinhas a jogos de desporto da PC-Engine, agora com um jogo de voleibol. Super Volleyball teve as suas origens como um jogo arcade da Videosystem lançado em 1989, tendo posteriormente recebido conversões para a PC-Engine / Turbografx-16 em 1990 e para a Mega Drive em 1991 embora esta última nunca tenha cá chegado à Europa. O meu exemplar é a versão japonesa da PC-Engine e foi comprada algures em Dezembro num lote considerável de jogos, infelizmente a maioria de desporto, mas que mesmo assim me ficou a cerca de 5€ por jogo, já a contar com portes e alfândega. Edit: arranjei recentemente uma versão Turbografx-16 nacional, pelo que acabei por acrescentar a esta na colecção.

Jogo com caixa, manual embutido na capa e registration card

Este é então um jogo de volleyball com uma perspectiva vista de lado e que muito me fez lembrar o Hyper V-Ball da Super Nintendo, também produzido pela Videosystem. A diferença é que, pelo menos na altura em que o joguei através de emulação há cerca de 20 anos atrás, tinha gostado bastante do jogo. Já este jogo aqui da PC-Engine, infelizmente não foi o caso. Mas vamos começar pelo básico. Podemos escolher modos de jogo para um ou para dois jogadores, onde no primeiro caso poderemos jogar partidas individuais ou uma espécie de campeonato do mundo onde teremos de escolher uma de 8 selecções nacionais e defrontar as restante sete. Existe também uma opção para observar o CPU a jogar entre si e uma outra para criar a nossa própria equipa, embora não tenha perdido tempo com isso, confesso.

Jogo com caixa, manual embutido na capa e um manual adicional em português.

Os controlos são relativamente simples. O botão I é o principal botão de acção, sendo usado para servir, passar a bola entre os nossos colegas de equipa e atirá-la para a área adversária, enquanto o botão II serve para bloquear os “remates” da equipa adversária. Existem no entanto diferentes combinações de botões para os serviços, bem como algumas técnicas mais avançadas para os spikes, mas infelizmente não consegui arranjar uma versão digitalizada do manual norte-americano, pelo que não consigo dar mais detalhes. Em todos os momentos nós podemos controlar o posicionamento jogador que fica numa posição mais de retaguarda com o d-pad e a maior dificuldade que tive foi precisamente perceber qual a melhor localização que deveria tomar para receber as jogadas adversárias. A maior parte das vezes não estava bem posicionado e lá perdia mais uns quantos pontos. Mesmo a atacar ou bloquear por vezes há também um certo timing que devemos ter em atenção e por vezes já não reagia a tempo. Por exemplo, quando estamos a preparar o serviço ou o spike e atiramos a bola pelo ar, durante breves momentos esta fica vermelha e é a indicação que o jogo nos dá que deveremos atacar a bola nessa altura.

Uma das opções que poderemos customizar é a duração de cada set

A nível audiovisual é um jogo super simples, embora as personagens até que têm um bom detalhe e animações. As músicas só existem no ecrã título, menus e entre partidas, existindo também um ou outro jingle quando alguma equipa pontua. São músicas agradáveis, mas durante as partidas apenas iremos ouvir o ruído dos jogadores a interagirem com a bola, os apitos do pavilhão desportivo e algumas reacções do público. É um jogo super simples visualmente.

Em cima, a roxo, vemos a posição dos receivers, que podem ser controlados a qualquer momento com o d-pad, mesmo que a câmara oculte a sua posição

Portanto devo dizer que este Super Volleyball acabou por ser uma desilusão, porque eu lembro-me de ter jogado uma das suas sequelas há muitos anos atrás (o tal Hyper V-Ball da Super Nintendo) e não ter tido grandes problemas com a jogabilidade como tive neste jogo da PC-Engine. Mas também pode ser a memória a pregar-me partidas…

Wai Wai Mahjong (PC-Engine)

O artigo de hoje será uma super rapidinha pois é um jogo de mahjong e eu entendo tanto de mahjong como da taxa de crescimento de nenúfares nos lagos da Hungria. Quando tentei completar o Yakuza 2 a 100%, havia lá uma sidequest que envolvia derrotar algum mestre de mahjong. E eu tentei aprender a jogar mas não é algo que se aprenda de um dia para o outro pelo que ao fim de várias tentativas acabei por desistir. Este Wai Wai Mahjong para a PC Engine é um jogo produzido pela Videosystem e veio cá parar à colecção após ter sido comprado num grande lote de jogos no Japão, tendo-me ficado por menos de 5€ cada jogo, já a contar com portes e alfândega.

Jogo com caixa, manual embutido na capa e registration card.

Pensem no mahjong como uma espécie de híbrido entre dominó e poker (certamente não terá nada a ver, mas fica a analogia). Dominó porque existem várias pedras com diferentes símbolos, alguns com caracteres chineses, outras com círculos ou canas de bambú e poker porque tipicamente nos videojogos o mahjong é jogado a dinheiro. A partir daí é um mistério completo para mim, mas pelo que entendi pelo pouco que joguei, e pelo que consegui traduzir do manual, a ideia será defrontar uma série de oponentes e sacar-lhes todo o seu dinheiro. Poderemos gravar o progresso no jogo com passwords em kanji e eventualmente poderemos também comprar certos power ups que nos possam auxiliar nas partidas, como espreitar a mão do nosso oponente, por exemplo. Será um jogo inteiramente para um jogador pois no multiplayer não haveria qualquer hipótese de ocultar as mãos dos jogadores entre si.

Escolher peças à sorte e esperar pelo melhor.

A nível audiovisual é um jogo extremamente simples, com os nossos oponentes a serem representados como caricaturas algo cómicas e as suas expressões faciais a mudarem entre a felicidade e a desolação caso percam ou ganhem dinheiro no final de cada jogada. As músicas são também algo calmas e agradáveis.

Eventualmente poderemos gastar o dinheiro que vamos amealhando em power ups

E pronto, fica assim o meu primeiro artigo sobre um jogo de mahjong. Este foi um jogo que chegou à minha colecção por ter vindo em bundle, pois de outra forma nunca o compraria. E os jogos de mahjong que eventualmente venha a arranjar no futuro também chegarão cá da mesma forma certamente e não esperem por um artigo mais elaborado quando os documentar.

F1 World Grand Prix (Nintendo Gameboy Color)

No seguimento do artigo do F1 World Grand Prix para a Nintendo 64, trago-vos agora mais uma rapidinha, desta vez para a conversão desse mesmo jogo para a Gameboy Color. Resumindo numa única frase: é um excelente jogo de corridas de F1, tendo em conta que o estamos a jogar num sistema 8bit e portátil! O meu exemplar foi comprado num bundle de vários cartuchos de Gameboy, algures durante este ano na Feira da Vandoma no Porto.

Apenas cartucho

O jogo original para a Nintendo 64 era excelente pelo seu conteúdo, a atenção ao detalhe digna de alguns jogos de simulação, e os bons audiovisuais. Então é impressionante que a Videosystem conseguiu incluir todos os modos de jogo do original para um cartucho da Gameboy! Ou seja, temos o modo campeonato que nos leva ao longo da temporada de 1997, onde podemos escolher qualquer um dos pilotos e construtores, bem como correr em qualquer dos circuitos que marcaram presença nesse ano. Os modos de jogo incluem a corrida única de exibição, o time trial, o grand prix, a versão para 2 jogadores com recurso a um cabo de ligação para 2 Gameboy Colors e até o Challenge marca aqui a sua presença. Neste modo de jogo somos levados a cumprir vários desafios, como o de vencer uma corrida em situações desfavoráveis.

No modo campeonato, aqui também temos a possibilidade de correr nos treinos, voltas de qualificação e aquecimento antes da corrida em si. Temos também a hipótese de customizar vários parâmetros do carro ou da corrida, como activar o uso das boxes, as condições metereológicas, o número de voltas, entre outros. É muito agradável ver tanto conteúdo num singelo cartucho de Gameboy Color.

Para uma Gameboy Color, o jogo apresenta um óptimo grafismo!

Passando para os audiovisuais, este é certamente dos melhores jogos de corrida que já passaram num sistema 8bit (e portátil). Os carros e as pistas apresentam um bom nível de detalhe, com alguns pormenores muito interessantes, como um cursor que surge na parte inferior do ecrã quando temos algum oponente colado na nossa retaguarda, mostrando a sua posição para que possamos evitar que nos ultrapasse. A nível de som, aí não há muito a fazer, o Gameboy Color faz o que pode. Kudos também para a cutscene de introdução, que usa um clip de full motion video, embora em baixíssima resolução e a preto-e-branco, mas não deixa de ser um marco interessante.

Portanto, para os fãs de Fórmula 1, este é também um excelente jogo para a Gameboy Color, suplantado talvez apenas pela sua sequela directa que também viu um lançamento para a portátil da Nintendo.

F-1 World Grand Prix (Nintendo 64)

Continuando pelas rapidinhas pois infelizmente o tempo não tem dado para mais, o jogo que vos trago cá agora é um jogo de Fórmula 1 para a Nintendo 64. F-1 World Grand Prix foi desenvolvido pela Videosystem, uma empresa que já possuia algum histórico no desenvolvimento de jogos do género, tanto nas arcades como para a Super Nintendo. Este F-1 World Grand Prix foi algo revolucionário para a altura em que saiu, visto introduzir alguns elementos de simulação e por ser uma boa recriação do campeonato de F1 de 1997. O meu exemplar foi comprado algures em 2015 se a memória não me falha, num bundle para a Nintendo 64 que arranjei na Feira da Ladra, onde cada jogo me ficou a cerca de 3€.

Jogo com caixa, manual e papelada

O jogo possui uma licença da FIA, pelo que poderemos participar no modo Season com todas as equipas, pilotos e circuitos participantes nessa temporada. A excepção à regra está para o Jacques Villeneuve da Williams, que não cedeu os seus direitos de imagem para o jogo, sendo substituido por um piloto anónimo, mas em tudo igual ao piloto canadiano. Ao longo deste modo carreira, vamos poder participar em voltas de treino e qualificação antes da corrida a sério, sendo que podemos também customizar uma série de parâmetros no carro, incluindo o tipo de pneus, a quantidade de combustível ou o ângulo da asa, a suspensão, entre outros. Durante as corridas, temos também de ter atenção ao estado do carro e combustível restante, pelo que teremos que ir às boxes e também ter esse tempo de manutenção em conta.

Entre cada corrida podemos mudar os parâmetros de várias partes do carro

Para além do modo campeonato temos outros modos de jogo como o single race e time trial que dispensam apresentações, bem como uma versão multiplayer em split screen para 2 jogadores. É pena não dar para 4, mas talvez fosse demais para a pobre Nintendo 64 suportar. De resto temos ainda o modo Challenge que é bastante interessante. Tal como o nome indica, são-nos apresentados diversos desafios que temos de superar, como vencer uma determinada corrida com um piloto e carro mais fracos.

Visualmente era um jogo impressionante para a Nintendo 64, com a apresentação muito similar ao que víamos na TV

A nível audiovisual era um jogo muito impressionante para a sua altura. Isto porque o grafismo era practicamente idêntico às transmissões televisivas da prova, incluindo até os patrocinadores nas indicações visuais, como a TAG Heuer nos tempos. Os gráficos eram bastante realistas para o que a Nintendo 64 poderia apresentar, que tipicamente apresenta texturas fracas e um campo de visão algo reduzido. Aqui esses problemas não são assim tão notórios quanto isso. Existem ainda bastantes diálogos com a nossa box ao longo do jogo e os efeitos sonoros também não deixam nada a apontar. O jogo foi convertido nos anos seguintes para a Dreamcast, Playstation e PC, que naturalmente hão-de ter as suas vantagens, mas sinceramente nunca as joguei.

Portanto, para quem gostar de jogos de fórmula 1 nas consolas, este é sem dúvida um dos melhores da sua geração e também na Nintendo 64, que no ano seguinte recebeu uma sequela que acredito ser igualmente boa.

Aero Fighters Assault (Nintendo 64)

AerofightersA rapidinha de hoje vai incidir naquele que até agora é o último jogo da franchise Aero Fighters / Sonic Wings e coincidentemente é também o mais diferente. Enquanto os outros jogos da franchise são shmups 2D daqueles bem clássicos e desafiantes, neste Aero Fighters Assault houve uma transição para o 3D, com o jogo a lembrar bem mais outras séries como Ace Combat ou Aero Dancers. Este meu exemplar foi comprado como new old stock de uma loja em pleno coração da cidade do Porto, tendo-me custado cerca de 5€.

Jogo com caixa, manual e papelada.
Jogo com caixa, manual e papelada.

Apesar da mudança para 3D, a nível de história não houveram assim grandes alterações, onde mais uma vez poderemos encarnar num de diversos pilotos (alguns já bem conhecidos para quem jogou os Aero Fighters / Sonic Wings anteriores, e viajar pelo mundo de forma a derrotar uma grande ameaça terrorista. A nova organização maléfica têm-se vindo a entreter em derreter o gelo da Antárctida, o que está a provocar sérios problemas pelo planeta inteiro. Por exemplo logo no primeiro nível vemos uma Tóquio completamente alagada… A diferença no conceito dos níveis é que agora é que cada um é composto por uma missão própria, que consiste em abater algum alvo inimigo (os tais confrontos de bosses) ou outras missões de puro dog fighting ou mesmo de protecção de alguma infrastrutura do fogo inimigo. Antes de cada missão começar temos sempre direito a um briefing com o objectivo e inimigos que iremos enfrentar.

Algumas das caras conhecidas nos jogos anteriores dão aqui o ar de sua graça uma vez mais
Algumas das caras conhecidas nos jogos anteriores dão aqui o ar de sua graça uma vez mais

E com a mudança para 3D naturalmente que os controlos se complicaram para controlar a aeronave por nós escolhida, pois temos uma maior liberdade de movimentos, bem como botões próprios para o afterburner ou para virar rapidamente. No que diz respeito às armas, cada piloto/avião é diferente e possui armamentos distintos, mas tudo se baseia no mesmo setup: metralhadora pesada, projécteis teleguiados, armas defensivas e armas especiais. A metralhadora e os mísseis normais podem ser disparados sempre que as armas estejam prontas a disparar, algo que é visível no ecrã através de uns indicadores próprios. As armas especiais e defensivas já têm usos limitados e devem ser utilizadas com alguma cautela: é recomendável que se usem as especiais nos confrontos contra bosses quando possível, já as defensivas devem ser utilizadas nas dogfights, quando algum avião inimigo nos consegue “lockar” através dos seus radares. Para além do modo história, que traz também algumas missões especiais de bónus, acessíveis mediante a nossa performance, existem outros modos de jogo, tais como o Practice, que se divide em modos de treino de pilotagem das aeronaves e combates dogfighting, o Boss Attack, que deveria ser auto explanatório e por fim a vertente multiplayer, um modo deathmatch que nunca experimentei.

O laser nas nossas costas é o de algum avião inimigo que nos tenta lockar para disparar os seus mísseis teleguiados
O laser nas nossas costas é o de algum avião inimigo que nos tenta lockar para disparar os seus mísseis teleguiados

No que diz respeito aos audiovisuais, este é um jogo bem simples. Os cartuchos da Nintendo 64 não permitem lá muitos floreados, pelo que existem poucas vozes. Antes de cada missão temos um ligeiro briefing de quais os objectivos da mesma e é tudo passado em texto. A nossa “chefe” lá vai dizendo algumas palavras genéricas que se repetem nos outros briefings também. As músicas pareceram-me competentes, mas confesso que não me ficaram no ouvido. A nível gráfico é um jogo relativamente simples, com texturas pouco definidas, mas por outro lado são áreas bastante abertas, que poderão ser cidades em ruínas, desertos, ou batalhas meramente pelos céus, em diversas alturas do dia. Combater à noite traz sem dúvida algumas dificuldades acrescidas e nessa altura teremos de ter maior atenção ao radar para mostrar as posições inimigas.

Em suma, este é um daqueles títulos em que apesar de não ser um mau jogo, creio que se afasta em demasia da fórmula pela qual a série Aero Fighters / Sonic Wings sempre ficou conhecida. Mas para quem gosta de jogos do género de um Ace Combat, então tem aqui uma boa alternativa. Talvez a única se apenas fossem possuidores de uma Nintendo 64 na época.