Red Faction II (Sony Playstation 2)

red faction2Estive uns dias ausente, pelo que os updates aqui ao tasco têm ficado pendentes. No seguimento do post anterior trago aqui a sequela de Red Faction, um jogo muito diferente do seu predecessor, onde melhoraram em vários aspectos, embora num ou noutro nem tanto. A minha cópia foi comprada na loja portuense TVGames há um ou outro mês atrás, tendo-me custado sensivelmente 4€. O jogo está completo e em boas condições.

Red Faction 2 PS2
Jogo completo com caixa e manual

Longe estão os túneis monótonos das minas em Marte (embora ainda haja um ou outro cenário mais claustrofóbico), e as referências a Red Faction 1 são mínimas. Quem jogou o original, descobriu as experiências genéticas com recurso a nanotecnologia que eram feitas em seres humanos. Acontece que no final do primeiro jogo essa tecnologia foi roubada e trazida para a Terra, mais precisamente para Commonwealth, um império liderado pelo tirano ditador Sopot. O ditador usou essa tecnologia para criar um exército de super-guerreiros, modificados tecnologicamente de modo a ficarem mais fortes, ágeis e inteligentes. Posteriormente Sopot arrependeu-se do que criou pois temia que os soldados se voltassem contra ele e ursupassem o seu poder. Sendo assim, ordenou à sua guarda de elite que os assassinassem, sendo que deste massacre 6 guerreiros sobreviveram. Liderados por Molov, os 6 guerreiros juntam-se ao movimento rebelde Red Faction e formam um esquadrão especial, com o objectivo de assassinar Sopot e por um fim à sua tirania. O jogador encarna o papel de Alias, um dos 6 guerreiros, especialista em demolições (explosivos, vá).

Enquanto que o jogo original era muito inspirado em Half-Life, sem níveis/mapas, mas sim um gigantesco mapa separado por várias áreas, aqui as coisas são um pouco mais tradicionais. Apesar de os vários níveis terem alguma sequência lógica, e a sua transição se faça de forma “suave” (por intermédio de um ecrã de loading), os níveis são lineares e a partir de um determinado nível não é possível regressar ao anterior. Contudo, através do menu principal temos a liberdade de re-jogar qualquer dos níveis que tenhamos desbloqueados, podendo inclusive escolher qual o checkpoint onde começar. A estrutura dos níveis também é bastante variada, principalmente tendo em conta a monotonia que se fazia sentir nas minas de Marte. Aqui os cenários são maioritariamente urbanos (mas futuristas e em clima de guerra), com incursões por esgotos, pontes, túneis de metro, igrejas, bases militares e laboratórios. Red Faction também foi bastante conhecido pela sua tecnologia “Geo-Mod” que permitia a modificação dinâmica do meio ambiente através de armas explosivas. Essa funcionalidade voltou, e embora não seja possível escavar túneis enormes como nas minas de Marte, a verdade é que esta tecnologia está presente no jogo todo, ao invés de estar presente mais no início, como aconteceu na prequela. Em Red Faction 2 existem imensas paredes de menor espessura que podem ser inteiramente destruídas, bem como equipamentos electrónicos, mobília, etc. É frequente em batalhas mais intensas ver estilhaços pelo ar do cenário que vai sendo destruído. Contudo nem todos os materiais podem ser destruídos o que até se compreende, pois estragaria a linearidade e os scripts existentes nos vários níveis.

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Apesar de estarem melhor que em Red Faction 1, os modelos ainda poderiam ser mais trabalhados

Também como Red Faction existem veículos que podemos manobrar. Tanques de guerra, naves, submarinos e mechas podem ser utilizados, embora apenas no submarino o no “mecha” temos controlo absoluto do que estamos a fazer, nos restantes veículos o jogo torna-se “on rails”, pois os mesmos são manobrados por Shrike (o especialista em veículos do esquadrão) sendo que nós apenas tomamos conta das armas. Falando em armas, Red Faction 2 possui um imenso arsenal. São 14 armas no total, sendo que 3 delas podem ser utilizadas aos pares e a maioria possui 2 modos de disparo. Desde pistolas, várias metralhadoras, snipers, lança granadas, armas que misturam várias coisas, há de facto muita coisa a escolher. Algumas favoritas da prequela estão de volta, como a extremamente útil Railgun. Esta arma tem um visor raio-x que permite ver através das paredes e descobrir os inimigos. O seu disparo atravessa paredes e pode matar vários inimigos num único disparo, se os mesmos estiverem em fila. Para além desta grande variedade de armas, existem também 4 tipos diferentes de granadas que podem ser usadas independentemente. E o cúmulo disto tudo é que a personagem pode carregar toda esta catrafada de armas ao mesmo tempo, tornando a sua troca num momento quente de batalha algo desajeitada. Uma outra “inovação” trazida por Red Faction 2 é a questão do heroísmo. Se matarmos civis inocentes ou colegas da Red Faction, são-nos retirados pontos de heroísmo. Ao concluir objectivos de bónus escondidos ao longo dos níveis são-nos dados pontos de heroísmo. Este balanço é ligeiramente importante para determinar o final do jogo, onde podemos ser recebidos como heróis ou como assassinos.

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Visor especial da Railgun, que permite localizar inimigos através de paredes

A nível gráfico houve uma boa evolução por parte da Volition. Temos de ter em conta que isto ainda é um jogo de 2002, não tem os mesmos gráficos de um Black ou Killzone, por exemplo. No entanto melhoraram imenso nas texturas ao apresentarem cenários bem mais variados que anteriormente. Existem também vários efeitos de partículas a voarem pelo ar enquanto as coisas são destruídas que, apesar de não serem tão bons como no Black já são agradáveis e algo inovadores para a época. Os modelos também apresentam mais polígonos e detalhe, em especial os inimigos. Gostei bastante dos efeitos eléctricos que aparecem nalguns níveis. Passando para o som, bem aqui é que já não gostei nada. Enquanto que os efeitos sonoros são competentes (não prestei atenção à música), as vozes são do mais irritante que há. Principalmente a voz do ditador Sopot, que está CONSTANTEMENTE a debitar propaganda política. O pior é que tal propaganda não se ouve apenas no jogo em si, mas também nos menus! Grande ideia, Volition.

Red Faction 2 apresenta também um modo multiplayer que é bem mais completo que o original. Permite acção em split screen até 4 jogadores, numa gama de 40 mapas diferentes. Os modos de jogo possuem as habituais variações de Deathmatch e Capture the Flag, bem como alguns modos de jogo diferentes como o “Regime”, onde um jogador assume o papel de Ditador, e todos os outros têm como objectivo eliminá-lo. Existe também uma liberdade considerável na customização das partidas multiplayer, limitando as armas possíveis de serem utilizadas, os powerups, a inteligência artificial dos bots, entre outros.

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Conduzir um mecha nunca foi tão divertido

Antes de finalizar, que o post já vai um pouco longo, há que louvar o conteúdo desbloqueável incluído em Red Faction 2. Ao completar os níveis nos vários graus de dificuldade e completar os objectivos de bónus vamos desbloqueando várias coisas no jogo. Desde batotas que poderemos utilizar como munições infinitas, passando por artworks, modelos das armas e das personagens, bem como alguns vídeos, incluindo o Making Of e uma pseudo-entrevista bem humorada às personagens de Summoner 2 (também da Volition e THQ). Isto é altamente convidativo a voltar a jogar o modo single player, de forma a descobrir tudo o que os níveis têm para oferecer, porque de outra forma o jogo completa-se algo rapidamente.

Red Faction (Sony Playstation 2)

Red FactionDesde que joguei o Doom e o Duke Nukem 3D algures na década de 90, os jogos First Person Shooter tornaram-se um dos meus géneros preferidos. Ultimamente como tenho tido algum tempo para jogar tenho apostado em vários FPS que possuo para a minha ainda recente PS2. O jogo que trago hoje finalizei-o hoje mesmo, foi comprado no ebay uk por cerca de 3€ e o único problema que tem é ter o dvd escrito com uma série de números. Algum idiota, infelizmente.

Red Faction PS2
Jogo completo com caixa e manual inglês

Red Faction é um jogo da Volition Inc, tendo sido lançado ainda no primeiro ano de vida da PS2 (embora também existam versões para PC e Mac). Conta a históra da tirania de uma empresa mineira chamada Ultor Corporation, localizada em Marte. Ultor explora os seus mineiros em regime de escravidão, forçando-os a trabalhar em condições miseráveis, sujeitos a maus tratos por parte dos guardas e para piorar as coisas subitamente surgiu um vírus “The Plague” que mata dezenas de trabalhadores, sem que os médicos descubram razão ou cura para isso. Tais condições extremas fazem com que se juntem alguns trabalhadores revoltados, formando o movimento Red Faction onde, liderados por uma jovem de alcunha EOS, conspiram a melhor maneira de se revoltarem. Durante meses foram adquirindo secretamente armas roubadas aos guardas, bem como alistar vários trabalhadores para a sua causa. Este jogo põe-nos na pele de Parker, um jovem filho de pais ricos que, para fugir ao nível de exigência que os seus pais esperam dele, decide ir trabalhar para as minas de Ultor como um escape à sua realidade. Claro que ao chegar lá foi sujeito aos trabalhos forçados como todos os outros. O jogo começa com Parker numa mina a assistir ao assassínio de um colega de trabalho por parte de um guarda. Isto deixa-o sem alternativa, é matar ou morrer e este acontecimento marca o início da revolução da Red Faction.

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Usar portas? Para quê?

Red Faction vai buscar muitas inspirações a Half-Life. Não existem “níveis”, existe uma enorme área (separada em cerca de 70 secções) a ser explorada, e o jogo vai-se desenrolando à medida que essa área vai ser explorada. Os “mapas” têm alguma não linearidade, existindo vários caminhos para o mesmo objectivo, ou mesmo vários pontos que não sendo de passagem obrigatória, escondem batalhas, items e armamento que de outra forma passariam ao lado. Sendo um mundo aberto, na maior parte das vezes é possível voltar a áreas previamente exploradas, embora o jogo não requira que isto seja feito muitas vezes. As inspirações a Half-Life não se ficam por aqui, muitas vezes vamos ouvindo conversas de guardas, ou avisos de intercomunicador, que embora não sejam dirigidos a nós, contribuem para percebermos o que se está a suceder. Parker também recebe “chamadas” de companheiros na sua revolta (a própria EOS e Hendrix, um técnico de segurança aliado aos rebeldes), bem como recebe chamadas dos vilões. Mas o que realmente marca Red Faction é a sua tecnologia Geo-Mod, revolucionária para a época. Através do Geo-Mod é possível alterar dinamicamente o meio em que nos rodeia. Por exemplo, não conseguimos abrir uma porta? Estoura-se com a parede! É possível fazer túneis com explosivos descobrindo salas secretas ou caminhos alternativos para fazer emboscadas a guardas desprevenidos. Uma das coisas que gostei de fazer foi de estourar com um desfiladeiro com rockets, enquanto um blindado enorme andava a passear por lá. Infelizmente o jogo não permite que façamos isto sempre, lá mais para o final uma grande parte das paredes e afins são mais resistentes. Não é só a Half Life que vai buscar influências, também existem algumas áreas onde o stealth é imperativo e o único armamento que temos é uma pistola silenciosa para aquelas alturas em que tiver mesmo de ser. Também podemos carregar os corpos para os esconder.

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Mandar o blindado para o precipício, como referi atrás

Os controlos não são muito intuitivos, alguns botões estão organizados de forma que atrapalham os dedos e o conceito de “aim” que vemos em jogos como Medal of Honor ou Call of Duty encontra-se aqui também, mas de uma forma muito confusa. Existe um botão de aim “geral”, que faz um pequeno zoom e dá mais alguma precisão aos tiros. Mas se usarmos uma arma de sniper, e querermos usar a mira, não se usa o botão de aim mas sim o “alternate fire“. Enfim, pequenas coisas que na altura ainda não eram utilizadas mas davam um jeitaço. Pelo menos o menu de opções permite que configuremos os botões da maneira que quisermos. Red Faction contém também vários veículos a serem utilizados, desde jipes, blindados, pequenos submarinos e naves. Os veículos possuem armamento e existem várias secções do jogo em que temos de andar nesses veículos e provocar o caos. Para o submarino e a nave, os controlos são agradáveis, já controlar os veículos terrestres é bem mais chato. O jogo também não é fácil, requer muita tentativa/erro e o facto de ser possível fazer save em qualquer ponto do jogo como um FPS de PC se tratasse já é uma grande ajuda. Isso e o facto de podermos activar auto aiming.

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Metralhadora pesada, gosto.

Graficamente o jogo não é nada de especial, o que é normal considerando que é um jogo de primeira geração da PS2 (a versão PC é um pouco melhor). Os modelos ainda são muito “quadrados” e pouco detalhados, as texturas dos cenários são bastante simples e os visuais em si são muito monótonos. Quando estamos nas minas o jogo consiste em túneis e túneis de terreno vermelho, com algumas áreas mais abertas pelo meio. Na parte mais “industrial”, os cenários vão mais para o cinzento e o amarelo/castanho. Nos locais de saúde ou executivos é apostado num visual mais branco. Mas tendo em conta que uma grande parte do jogo é passada no próprio terreno de Marte, preparem-se para enjoar de vermelho. A nível de som também foi uma coisa que me tenha passado ao lado. Muitas vezes não existe música e quando existe é ambiente ou então passa para temas mais mexidos quando estamos nalguma batalha mais acesa. Existe também um modo multiplayer mas é muito arcaico. Apenas permite death match em split screen para 2 jogadores (embora também se possam usar alguns bots para fazer número).

Ainda assim, considerando que é um dos jogos da primeira geração da PS2, Red Faction fez um óptimo trabalho e a tecnologia Geo-Mod tem imenso potencial para ser utilizada em jogos futuros. Actualmente a saga Red Faction já vai em 4 jogos diferentes, sendo o Red Faction Armageddon o mais recente (saiu este ano para PC, PS3 e X360). Estou algo curioso para ver qual a história a seguir, visto o final de Red Faction 1 aparentemente não deixar grandes pontas soltas. Estou também curioso para ver como evoluiram a tecnologia Geo-Mod. Brevemente começarei a jogar Red Faction II também para a PS2 e logo vos digo como está.