Metro 2033 (PC)

Metro 2033Já há uns aninhos que tinha este jogo aqui em fila de espera, mas lá me decidi a pegar nele. Uma das razões pela qual sempre me deu a preguiça foi pelo facto que a sua adaptação para PC sempre deixou muito a desejar, com o jogo a ser bastante pesado, mesmo em máquinas mais recentes e minimamente competentes para o conseguir correr sem problemas. Por isso lá tive de o correr com o Directx 9 e reduzir bastante vários dos efeitos gráficos avançados e mesmo assim ainda haviam várias quebras de framerate… Mas adiante! Este meu exemplar deverá ter sido comprado ainda em 2012, tendo-me custado 5€. Foi na Worten do Maiashopping e é uma edição que traz também um CD com o Red Faction Guerilla.

Jogo com caixa, manual e Red Faction Guerilla de bónus.
Jogo com caixa, manual e Red Faction Guerilla de bónus.

Metro 2033 passa-se num futuro próximo, após uma guerra em 2013 que dizimou Moscovo por completo, forçando a que os seus sobreviventes se tenham estabelecido nos túneis e estações do metropolitano moscovita. À superfície, o ar é tóxico, obrigando-nos a usar constantemente uma máscara de gás e a água é radiactiva, pelo que não a convém pisar. Nos túneis o nível de vida também não é muito melhor, pois como não poderia deixar de ser em qualquer jogo pós apocalíptico, o que mais há são criaturas mutantes e também grupos de bandidos que aterrorizam todos os outros. E também como não poderia deixar de ser, a munição é uma coisa escassa, tão escassa que tudo o que for munição de calibre militar pré-guerra é usado como unidade monetária. Mas para que não andemos aí a disparar dinheiro, podemos usar outras munições fabricadas pelos habitantes de Metro, embora sejam mais fracas. Munições essas que podem também ser usadas para comprar armas e outros equipamentos como medkits ou filtros para as máscaras de gás. Muitas das armas que vemos são apenas upgrades de armas que eventualmente já tenhamos, como versões com silenciadores e/ou miras telescópicas.

É nestas alturas em que cada tiro certeiro é bastante precioso. Até porque os tempos de reload desta shotgun são elevados.
É nestas alturas em que cada tiro certeiro é bastante precioso. Até porque os tempos de reload desta shotgun são elevados.

De resto, ao longo da nossa missão que consiste essencialmente em procurar ajuda para evitar que a nossa estação natal de Exhibition seja invadida pelas forças misteriosas dos Dark Ones, teremos pela nossa frente uma jornada algo dura, onde teremos de procurar por munições e itens adicionais em todos os cantos, incluindo nos cadáveres dos nossos oponentes, ou de outros desgraçados que perderam a vida em várias circunstâncias. Para isso tanto visitamos outras estações de Metro populadas por pessoas com as mesmas dificuldades que nós, bandidos ou facções nazis ou comunistas que naturalmente se detestam de morte. Pelo meio claro que  temos de ir atravessando os túneis, repletos de perigos e hostilidades. Ocasionalmente lá teremos de ir para o exterior, onde as coisas não melhoram muito. Até pioram para ser sincero, pois caso a nossa máscara de gás se parta, temos apenas alguns segundos até conseguirmos encontrar uma substituta, caso contrário morremos intoxicados. Esses detalhes, bem como os de ver quantas munições nos restam da magazine pelo seu aspecto, ou medir o tempo que temos disponível no filtro de ar da máscara de oxigénio directamente no cronómetro de pulso acrescentam algum realismo interessante à aventura. Claro que as munições apenas é necessário controlá-las dessa forma quando jogamos no nível de dificuldade mais elevado, onde não temos nenhum HUD com essas informações no ecrã, nem a vida é regenerativa. Sim, porque apesar de termos medkits que naturalmente aceleram bastante a recuperação de vida, nos níveis de dificuldade normal a mesma também se vai regenerando com o tempo.

Em Metro, cada passo rumo ao desconhecido é um risco. As jornadas no exterior são especialmente perigosas pelo risco da nossa máscara de gás se partir
Em Metro, cada passo rumo ao desconhecido é um risco. As jornadas no exterior são especialmente perigosas pelo risco da nossa máscara de gás se partir

Graficamente é um jogo interessante. O mundo que nos apresenta é bastante credível, repleto de pequenos detalhes como as coisas mais analógicas que foram referidas no parágrafo acima. Outras coisas como armadilhas ou simples avisos sonoros como latas penduradas por fios que nos podem arruinar por completo uma abordagem mais furtiva foram bem implementados. Ao longo do jogo tudo tem uma atmosfera bastante austera e hostil e em ruínas, quer estejamos no subsolo, quer à superfície. O problema é mesmo a má optimização da versão PC que faz com que mesmo algumas máquinas bem competentes sacrifiquem bastante a performance do jogo. Creio que isto poderia ser remediado se tivesse antes comprado/jogado a versão Redux (que também muda algumas coisas nos níveis do jogo para além destas melhorias técnicas) mas esta versão lá teve de servir. De resto, a atmosfera do jogo é muito boa, tal como referi. O voice acting também me parece ser competente, embora sinceramente eu acho que teriam muito mais a ganhar se o mesmo fosse completamente falado em russo com as legendas em inglês a acompanhar. Pois desta forma de russo temos apenas o sotaque e uma ou outra expressão (calculo que sejam palavrões) que os produtores não quiseram traduzir.

Para os padrões de 2010, este jogo no PC com os gráficos no máximo era uma beleza. Pena que a performance no geral seja fraca
Para os padrões de 2010, este jogo no PC com os gráficos no máximo era uma beleza. Pena que a performance no geral seja fraca

Em suma, tirando os problemas técnicos que se calhar me fazem mesmo recomendar que joguem mesmo a versão Redux, este Metro 2033 até se revelou uma boa surpresa. Para quem gostar de jogar FPS onde o foco está na história e atmosfera envolvente, mas não em duelos multiplayer que não acrescentam nada de novo, este é um jogo que vale a pena conferir. E como a versão steam do mesmo chegou inclusivamente a ser oferecida temporariamente, é bem possível que já a tenham associada à vossa conta. Testem-no então!

Altered Beast: Guardian of the Realms (Nintendo Gameboy Advance)

Altered BeastApós a Dreamcast ter sido descontinuada,  e a Sega ter anunciado a sua retirada do ramo de consolas, ainda houve um breve período em que os seus estúdios trabalhavam com autonomia e continuaram a lançar bons jogos. A partir de certa altura isso começou a mudar e as más acções tornaram-se mais uma vez no prato do dia. Uma dessas más acções foi a Sega ter confiado à THQ a licença de várias das suas propriedades intelectuais clássicas, para desenvolverem novos jogos para a Gameboy Advance. E este novo Altered Beast é um desses produtos que acaba por deixar um pouco a desejar.

Altered Beast Guardian of the Realms - Nintendo Gameboy Advance
Apenas cartucho

Mas se há algo que não podemos acusar a 3d6 Games (o pequeno estúdio responsável pelo desenvolvimento deste jogo), é de não conhecer o material original. Este novo Altered Beast vai buscar muitas coisas ao original, desde as míticas frases de “Rise from your grave” ou “welcome to your doom!”, mas também algumas das transformações e inspirações para alguns dos níveis. Mas o problema é que o Altered Beast era um excelente jogo para os padrões de 1988, mas cujo “wow factor” se esgotou rapidamente. E este novo Altered Beast é muito semelhante ao original, mas 3x mais longo, não só ao incluir muitos mais níveis, mas também aos mesmos serem bastante longos. E sendo este um beat ‘em up bastante linear e completamente 2D, níveis longos acabam por se tornar algo enfadonhos. No entanto, para quem tenha gostado da jogabilidade e conceito do Altered Beast original, a sua essência mantém-se, porém foi também expandida pela inclusão de muitos mais power-ups, para além daqueles que nos iam deixando mais corpulentos até nos transformarem numa criatura.

Rise from your grave! Porque Zeus está demasiado ocupado para resolver os seus problemas directamente
Rise from your grave! Porque Zeus está demasiado ocupado para resolver os seus problemas directamente

Agora teremos itens que nos regeneram a vida, outros que nos deixam temporariamente muito mais ágeis, outros que permitem “envenenar” os inimigos, enfraquecendo-os de forma a serem derrotados mais facilmente, um escudo que nos deixa invencícel durante algum tempo, ou outros que despoletam ataques poderosos capazes de limpar todos os inimigos presentes no ecrã. Para além das transformações originais presentes no primeiro Altered Beast, que aqui se encontram mais uma vez representadas (embora na forma de outros nomes – por exemplo o famoso werewolf chama-se agora canis), existem também outros bichinhos que nos podemos transformar, cada qual com os seus poderes especiais. E em cada nível nos transformamos apenas num animal específico, o que é pena pois existem alguns que têm poderes melhores que outros, a meu ver. De resto, o jogo convida-nos também a rejogar os níveis que já tenhamos passado para desbloquear outras formas da mesma criatura que nos podemos transformar nesse mesmo nível. Visualmente são iguais, mudando apenas a sua cor, mas aparentemente são versões mais poderosas das criaturas originais.

Para além disso o jogo tem ainda uma vertente multiplayer. Para além de permitir jogar o modo história cooperativamente com 2 jogadores através do link cable, existe também um battle mode com suporte até 4 jogadores. Sinceramente nunca experimentei este modo de jogo, mas duvido que seja algo que seja muito empolgante…

Sim, este primeiro nível faz lembrar imenso o primeiro nível do Altered Beast original
Sim, este primeiro nível faz lembrar imenso o primeiro nível do Altered Beast original

No que diz respeito aos audiovisuais, para 1988, o original era um jogo graficamente bem interessante, com sprites gigantes, mundos coloridos e bem detalhados, mas acima de tudo, o que mais impressionava eram aquelas pequenas cutscenes com as transformações. Mesmo a conversão para a Mega Drive sendo mais pobre tecnicamente, não deixava de ser impressionante como um título de lançamento, pelo que se compreende perfeitamente o destaque que lhe foi dado pela Sega nos primeiros meses de vida da Mega Drive/Genesis. Aqui, os backgrounds, personagens e criaturas são pré renderizados em CGI, o que dá um aspecto gráfico interessante, principalmente nos backgrounds. Alguns inimigos acho que não ficaram lá muito bem representados, mas isso também pode ser fruto da baixa resolução do ecrá da Gameboy Advance. No que diz respeito ao som, os efeitos sonoros são bons quanto baste, já a música é que achei muito discreta.

Posto isto, este Altered Beast acaba por ser um jogo algo ambíguo. Se por um lado pega na fórmula do Altered Beast original e expande-a ao incluir novas criaturas, outros níveis em settings diferentes e diferentes power ups, ultimamente também perde, pois o jogo continua a ser um beat ‘em up inteiramente 2D, linear e com uma jogabilidade básica. E o facto de ter 15 níveis enquanto o original possuia só 5 e os mesmos são bem mais longos, também se pode tornar num jogo algo enfadonho. Talvez seja bom para jogar apenas em doses curtas!

 

Monster’s Inc (Nintendo Gameboy Color)

Monsters Inc - GBCVamos lá para mais um artigo super curto, pois é sobre um jogo que sinceramente não me diz muito, mas como “a cavalo dado não se olha o dente”, cá vai. Monster’s Inc é um filme da Pixar que por acaso nunca cheguei a ver mas como seria de esperar, uma adaptação para o mundo dos videojogos seria inevitável. Por essas alturas a GBC ainda era uma portátil importante pelo que também acabou por receber uma adaptação do filme. E como também seria de esperar, o género escolhido acabou por se ficar no platforming. Tal como referi atrás, este jogo foi-me oferecido por um particular, já há uma data de anos atrás.

Monster's Inc - Nintendo Gameboy Color
Jogo, apenas cartucho e mal tratado

Ora como não vi o filme, não posso precisar a 100%, mas suponho que o jogo tente seguir a história e os acontecimentos do filme. Controlamos tanto o monstro grandalhão azul, como  seu companheiro, o olho gigante de verde, sendo que ambos têm habilidades diferentes. O azul, apesar do seu tamanho, não consegue atacar inimigos, pelo que deveremos evitar ao máximo o seu contacto directo contra tudo o que mexa. No entanto consegue arrastar objectos, partir algumas paredes finas, ou assustar criancinhas, o que é até pedido logo nos primeiros níveis. Já o baixinho consegue dar duplos saltos e agachar-se para passar por zonas mais estreitas, bem como atacar os inimigos. Para isso devemos coleccionar uma série de latas que vamos ver ao longo dos níveis, que por um lado tanto servem de medidor de vida que nem o Croc, por outro conseguimos ganhar vidas extra se cleccionarmos bastantes. Mas também servem de arma de arremesso, sendo essa a única forma de atacar os inimigos, pelo menos até onde eu joguei. Alguns dos níveis são obrigatoriamente jogados com uma ou outra personagem, mas a partir de certo ponto podemos alternar livremente entre ambos para dar uso das suas habilidades.

screenshot
Nos primeiros níveis, o objectivo é atravessar quartos de criança cheios de obstáculos e assustá-las no final

No campo do audiovisual, este é um jogo até bem competente. Os gráficos são bastante coloridos, com sprites detalhadas e o pixel art das “cutscenes” até que está muito bem conseguido para uma Gameboy Color. As músicas por sua vez também são bastante agradáveis. Mas enquanto que a nível técnico este Monster’s Inc até acabou por me surpreender pela positiva, as suas mecânicas de jogo não me agradam muito, acabando por tornar este jogo num platformer bastante mediano.

Croc (Nintendo Gameboy Color)

CrocMais uma rapidinha de Gameboy, para mais um dos poucos jogos completos que tenho da plataforma. Croc foi mais uma das séries de plataforma em 3D que surgiram na segunda metade da década de 90, após o sucesso de jogos como Mario 64 ou Crash Bandicoot. E como todos os jogos multiplataforma de relativo sucesso, uma versão portátil do mesmo acabou por ser desenvolvida para a Gameboy Color. Tal como o Halloween Racer já aqui referido, este jogo era da minha irmã, que entretanto mo trocou por uns livros que eu cá tinha.

Croc - Nintendo Gameboy Color
Jogo com caixa, manual e papelada.

Confesso que nunca fui um grande conhecedor da série, tendo jogado apenas durante alguns minutos o primeiro jogo para a Sega Saturn no qual este se baseia. Essencialmente a nossa personagem é um crocodilo que tinha sido abandonado à nascença, tendo depois sido encontrado pelas estranhas criaturas peludas chamadas Gobbos. Certo dia os Gobbos foram todos raptados pelo vilão Lord Dante e os seus minions invadiram a terra de Croc. O resto não será muito difícil de adivinhar, pois recairá em nós o papel de resgatar todos os Gobbos e derrotar Dante.

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Tal como em Super Mario World, temos um overworld que nos mostra os níveis já jogados

Os controlos são simples, existindo um botão para saltar e outro para atacar, nada mais seria preciso, mas infelizmente as mecânicas de saltos e velocidade não foram muito bem implementadas, pelo que controlar Croc poderá ser algo confuso de início. Ao longo dos níveis, para além de chegarmos do ponto A ao ponto B, se os quisermos completar a 100% teremos de salvar os 4 Gobbos existentes, bem como coleccionar as letras que formam a palavra BONUS e finalizar o tal nível de bónus que isso desbloqueia. Esse é o maior desafio deste jogo, pois à parte de alguns níveis com um platforming mais exigente, o resto do jogo não é lá muito difícil. Isto também porque podemos coleccionar vários cristais, tal como em Mario coleccionamos moedas e em Sonic, anéis. Enquanto tivermos cristais na nossa posse nunca perdemos uma vida ao sofrer dano, pois cada golpe que sofremos retira-nos entre 2 a 4 cristais e os níveis estão cheios deles para serem apanhados.

screenshot
O jogo até que é bem colorido, algo que nem todos os jogos de GBC se podem gabar

De resto este é o típico jogo de plataformas em 2D, com os cenários a irem desde florestas, zonas com neve, desertos ou mesmo um castelo gigante. Em alguns dos níveis podemos andar num mine cart, noutro esquiar, andar de tapete voador, ou mesmo os níveis subaquático onde podemos nadar livremente. Graficamente é um jogo bastante colorido, e a Gameboy Color safa-se bem. Não é tão caprichado como os Wario Lands por exemplo, mas safa-se bem. As músicas infelizmente são algo repetitivas, pois são usadas em bastantes níveis. Algumas até que são mais catchy, já outras nem tanto.

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E os níveis de bónus são sliding puzzles com um tempo limite. Yay. Nope.

Croc é um jogo de plataformas razoável para a Gameboy Color. Enquanto Shantae ou os Wario Lands levam a melhor, não posso dizer que este seja um mau jogo de todo. Custa um pouco a habituar aos controlos, mas de resto é um jogo competente e quem é apreciador de jogos de plataforma certamente irá encontrar algum divertimento aqui.

Red Faction: Guerrilla (PC)

Red Faction GuerrillaA série Red Faction teve o seu início no princípio deste milénio, com um lançamento para PC e também PS2 que já tinha sido aqui analisado anteriormente. Focando-se na exploração mineira em Marte, onde practicamente escravizavam os seus trabalhadores sem quaisquer escrúpulos, o primeiro jogo abordava esta aproximação mais política e revolucionária da coisa, algo que foi novamente introduzido neste Guerilla, mas abandonando a jogabilidade FPS para um shooter na terceira pessoa num mundo aberto em sandbox. Tinha comprado pela primeira vez este jogo algures em 2012, quando apanhei o Red Faction Armageddon em promoção na Worten do Maiashopping. Essa versão do Armageddon trazia também um disco extra com o Guerilla, que posteriormente vim a arranjar também na mesma Worten pela módica quantia de 5€. Adoro as promoções para PC.

Red Faction Guerrilla - PC
Jogo completo com caixa e manual

O jogo coloca-nos no papel de Alec Mason, recém chegado a Marte para se juntar ao seu irmão para trabalhar como mineiro. Mas ao chegar ao planeta vermelho dá logo de caras com a maneira como a Earth Defense Force, outrora heróis e aliados dos mineiros que já foram explorados no primeiro jogo, tornaram-se os vilões. Supostamente isso aconteceu devido a fortes pressões por parte das forças corporativas da Terra que, a passar por uma grave crise de recursos naturais, exigiam demandas muito altas de recursos naturais marcianos, forçando a EDF a “escravizar” novamente a população local. Mas em Marte não existem só as forças da EDF e os trabalhadores ou rebeldes, mas também os Marauders, um estranho grupo tribal que são uns autênticos “hoarders” de armas e material velho. O jogo será então passado connosco a vaguear pelas wastelands marcianas e cumprir uma série de missões, tanto as obrigatórias da story mission, como também muitas outras facultativas.

screnshot
Nunca gostei de escort missions e este jogo está cheio delas. Felizmente a sua maioria são opcionais.

Como qualquer jogo sandbox que se preze, temos um inteiro mapa à nossa disposição para explorar, embora seja apenas recomendado que exploremos as áreas que estamos em vias de libertar do controlo da EDF, visto as restantes áreas ocupadas ainda serem algo perigosas. E para além de todas as story missions teremos muitas missões de géneros variados a cumprir se o quisermos. Essas missões podem ser apenas para resgatar reféns, assaltar alguns edifícios da EDF, roubar certos veículos e transportá-los para uma safehouse, ou defender um certo ponto de várias waves de tropas da EDF. Tal como nos jogos anteriores a série Red Faction sempre foi popular pela sua característica “geomod”, ou seja, pela capacidade de podermos destruir os cenários. Aqui as coisas foram levadas a um outro nível e realmente podemos destruir por completo qualquer edifício que seja, embora a física das coisas por vezes não seja a melhor. Por exemplo, é possível destruir vários pilares essenciais de um edifício, deixando-o pendurado por uma nesga e mesmo assim não cair. De qualquer das formas não deixa de ser uma sensação agradável deixar uma série de detonation charges em pontos certos e detoná-las quando alguns pobres soldados passam lá perto, deixando um rasto de destruição. Outras das missões secundárias são mesmo desafios de demolições, onde apenas munidos de algumas detonation charges ou outros explosivos teremos de mandar abaixo alguma infrastrutura num determinado intervalo de tempo.

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Podemos marcar no mapa qual a missão a cumprir e aparece-nos o trilho a seguir para chegar a essa localidade.

Cumprir o máximo de missões possível é recomendado pois vamos sempre ganhando mais pontos junto da Red Faction e a EDF por sua vez perde influência nesse território. Também ao destruir qualquer edifício ou veículo (mas convém sempre que sejam da EDF e não o contrário) vamos podendo aproveitar a sucata que deixamos para trás para adquirir novas armas ou upgrades às armas existentes. Coisas como o rocket launcher, vários tipos de minas ou um lança lâminas em forma de disco são apenas algumas das imensas armas que podemos utilizar ao longo deste jogo. Temos 4 slots para armas, sendo que um deles terá sempre de carregar o martelo, a arma melee por defeito. De resto, como muitos sandbox que se prezem também podemos utilizar veículos, incluindo os tanques inimigos, para semear a destruição. Existem também vários modos multiplayer, como variantes dos já habituais deathmatch e capture the flag, bem como outros modos de jogo que tiram um maior partido das capacidades de destruição de edifícios do geomod 2.0. Infelizmente não experimentei nenhum devido à fraca performance do jogo no meu PC, algo que passo já a explicar.

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Apesar de terem alguns problemas de física por vezes, não deixa de ser excitante poder rebentar com tudo.

Bom, este Red Faction tem uns requisitos de sistema que o meu laptop deveria aguentar e bem. Infelizmente não foi o caso, sendo este mais um dos jogos pouco optimizado para PC, dando problemas em várias configurações, mesmo que sejam PCs bastante poderosos. Tive de reduzir bastante a resolução e os efeitos gráficos, desactivei até o DirectX 10 mas pouco adiantou, o framerate continuava bastante baixo. Inclusivamente em alguns pontos do jogo mandava-me a aplicação abaixo. A coisa tornou-se tão insuportável que acabei por desistir do jogo a meio, o que é pena. Apesar de existir uma pouca variedade visual, visto ser tudo “wastelands” marcianas, com vários edifícios pelo meio que me parecem ter sido construídos por uma espécie de Ikea de metais, ao invés de madeira, os gráficos propriamente ditos nem seriam maus de todo, não fossem todos estes problemas que eu tive. Não sei se foi apenas preguiça da THQ a fazer uma conversão decente do jogo, ou se a integração com o infame Games for Windows Live também fez das suas, o que é certo é que já não é o primeiro nem segundo jogo que usa esse serviço que me deu problemas similares.

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Alguém acha que os Marauders vão buscar influências a Borderlands? Não estão sozinhos.

No fim de contas, este Red Faction que apesar de ter abandonado os FPS para seguir a onda dos jogos em sandbox, até que tem algumas boas ideias, mas a sua execução não é das melhores. Para um jogo com tanto ênfase na destruição de cenários, o facto de não podermos destruir o meio natural que nos envolve, ou mesmo a destruição de edificios ter alguns problemas de física é decepcionante. Infelizmente não recomendo a versão PC por todos os seus problemas de performance, mas se calhar até poderão ter sorte e não ter problemas nenhuns… Resta-me agora testar o Red Faction Armageddon, para ver como evoluiram a série que aparentemente se deixou ficar no limbo com a falência da THQ, mas ainda deverei levar algum tempo a instalá-lo sequer na minha máquina.