Fairy Bloom Freesia (PC)

Voltando aos indies, desta vez dos japoneses (doujins) que ultimamente têm saído às pazadas no steam, para um jogo relativamente curto (no seu modo de história) mas com um sistema de combate bem interessante e desafiante, especialmente para quem o quiser jogar com um teclado. E como na maioria dos jogos indie que possuo no steam, este Fairy Bloom Freesia entrou na minha colecção após ter sido comprado juntamente com um dos vários bundles de jogos indie, tendo-me ficado uma ninharia no valor total.

Fairy Bloom FreesiaTal como o nome indica, neste jogo controlamos uma jovem fada com o nome de Freesia. A sua função é proteger a floresta de todos os males e certo dia a mesma começa a ser invadida por umas certas criaturas, uns golems negros. Mais tarde vemos também que humanos estão por detrás desses ataques, pois andam à procura de uma pedra com poderes mágicos que apenas se pode encontrar no coração da floresta. Amal Stone é o seu nome e é a pedra que também dá a vida à muito antiga e sábia árvore Jolem Tree. No entanto, sendo este um jogo japonês moderno e Freesia uma fada que se assemelha a uma criança, então esperem também por alguns ligeiros diálogos pervertidos, para não variar um pouco… No geral não acho a história lá muito boa, até porque a mesma é bastante curta, mas garanto que irão jogar este jogo pela sua jogabilidade e pouco mais.

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Nalguns dos níveis teremos de proteger estes vortexes a todo o custo. Até porque eles nos regeneram a vida.

No geral este é um beat ‘em up passado em arenas fechadas, onde lutaremos contra várias waves de inimigos, durante os 25 dias da história principal, sendo que a cada 5 dias teremos um boss para derrotar. O que salta logo à vista são os combates graciosos, onde sem muito esforço conseguimos realizar combos de 100 hits para cima, até porque se atirarmos um inimigo contra os outros, eles vão todos batendo entre si, com cada colisão a contar como um hit para o contador do combo. O jogo possui alguns ligeiros elementos de RPG, na medida que Freesia possui vários stats que vão evoluindo consoante vamos ganhando experiência e subir de nível. Também vamos amealhando dos inimigos que derrotamos vários pontos de mana, que podem também servir para moeda de troca para aprender novas skills, skills essas que também vão sendo desbloqueadas consoante o nível que vamos atingindo.

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Quando subimos de nível aumentam os nossos stats gerais. As novas skills são compradas com a mana que amealhamos.

Dispomos de vários tipos de skills e podemos customizar quais as que queremos deixar activas de nível para nível, assignando-as a um número limitado de botões no teclado. Escolher bem as skills é uma boa estratégia, pois a sua boa utilização é a chave do sucesso. Isso e pressionar o botão de bloquear atempadamente. Nos níveis mais avançados teremos imensos inimigos para combater ao mesmo tempo e por vezes as coisas tornam-se bastante caóticas com tantos projécteis dos inimigos a preencher o ecrã que até parece que estamos metidos num bullet hell, pelo que reflexos de lince são estritamente necessários, mesmo nos níveis de dificuldade mais baixos. E se pudermos utilizar um gamepad ao invés de um teclado ainda melhor. Bom, depois do modo história vamos desbloqueando outras coisas, incluindo novos graus de dificuldade e o Guardian Mode, que nos dá ainda mais waves e waves de inimigos para lutar. Tudo isso traz-nos depois algumas recompensas no lugar de imenso artwork por desbloquear e a banda sonora para ouvir.

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Estes bicharocos grandes são chatinhos. E nestes níveis mais avançados teremos muitos obstáculos para desviar e/ou bloquear.

Graficamente esperem por um jogo bem colorido, mas infelizmente não muito diversificado. As personagens e cenários são todos modelados em 3D, mas o jogo assume uma perspectiva 2D às antigas, no entanto peca por todos os inimigos serem semelhantes entre si, com apenas as cores a mudarem de vez em quando. As arenas são também todas passadas na floresta, com os fundos a irem mudando consoante as diferentes estações do ano. Entre cada 5 níveis, e antes de cada boss, vão-se desenrolando algumas cutscenes que dão sentido à história, com backgrounds diferentes, aparentemente desenhados à mão, e com os diálogos a surgirem entre desenhos mais detalhados de cada personagem. Infelizmente não gostei particularmente dos traços escolhidos, parece mesmo um anime de 2a ou 3a categoria, e apesar de esse não ser o maior foco do jogo, na minha opinião deveria ser melhor detalhado. Os efeitos sonoros são OK e as músicas são alegres, mas confesso que não me ficaram na memória.

Resumidamente este Fairy Bloom Freesia marca pontos pela sua óptima jogabilidade que irá certamente agradar a fãs de jogos de luta e eventualmente de RPGs de acção. Peca pela sua história curta e pouca variedade nos inimigos e cenários, mas possui uma jogabilidade sólida que no fim de contas é o que mais interessa. Mas recomendo vivamente a utilização de um gamepad para o jogar, ou pelo menos alterar as teclas pré-definidas que não me parecem ser a melhor escolha.

Ether Vapor Remaster (PC)

Bora lá para mais uma rapidinha a um shooter de naves espaciais, esse género tão mal-amado por mim. Acho-lhes piada a todas as armas high-tech, explosões e luzes coloridas, mas não tenho mesmo a habilidade suficiente para me divertir a sério com este tipo de jogos, pelo que acabo por os encostar mais tarde ou mais cedo. Este Ether Vapor Remaster é mais um doujin, ou seja, um indie japonês que acabou por ser também localizado pela nyu-media e a própria Capcom para o seu lançamento ocidental no Steam. A minha cópia entrou na conta do steam através do Indie Gala de Outubro, tendo sido comprado por uma ninharia como de costume.

Ether Vapor Remaster (1)A história é mais uma vez contada através de diálogos intercalados entre cada nível, ou antes dos combates com os bosses e tem os clichés do costume: Um império superpoderoso de um lado e uma força rebelde a lutar contra a corrente, são as nações de Chaldea e Lydia. Mas o protagonista do jogo, um jovem de 17 anos chamado Luca Earlgray aparentemente não pertence a nenhuma das facções do conflito, o que acaba por causar alguma confusão tanto pelos protagonistas de um lado como do outro. Mas o que interessa no meio disto tudo é disparar em tudo o que mexa.

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O que mais gostei no jogo foram as mudanças de perspectiva que iam acontecendo

Ao contrário de Ikaruga e outros shooters, aqui não temos nenhum esquema especial de jogabilidade ou combos manhosas. Existem 3 modos de disparo e a nave de Luca está sempre acompanhada de 2 “apêndices” secundários que voam a seu lado. O primeiro modo de disparo é chamado Gatling e basicamente são rajadas de metralhadora, o segundo, o Winder, dispara projécteis de forma mais abrangente e por fim temos o lock-on, que pode ser usado para isso mesmo, fazer lock nos inimigos e disparar uns mísseis que não falham o alvo. Naturalmente existem algumas restrições com este modo de fogo, na medida em que as naves secundárias não o disparam. Estes modos de disparo podem ser alternados livremente entre si e existem também modos secundários para cada um, que poderão ser úteis em certas situações, como o escudo gerado pelo Winder. De resto o que o jogo tem de bom é a vertente mais cinemática pela qual a acção se vai desenrolando. A câmara muda de ângulo em vários pontos no jogo e onde antes era um shooter vertical, passa a horizontal ou mesmo numa perspectiva mais tri-dimensional.

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Os diálogos e artwork utilizada poderiam ser melhor aproveitados

Esta versão remaster possui gráficos melhorados face ao lançamento original. O jogo suporta resoluções mais altas (até 1600×1200), antialiasing e melhores texturas e modelos poligonais no geral. Continua a não ser um eyecandy total, mas cumpre bem o seu papel. Já nos diálogos aparecem desenhos em anime das personagens, mas esses já acho que poderiam ser melhor trabalhados. As músicas vão sendo variadas e épicas, acho que são boas para o género em questão. No fim de contas, parece-me ser um jogo bem competente para quem gosta do género e não é um bullet-hell, o que para mim é sempre bom, pois não sou masoquista.

eXceed 3rd- Jade Penetrate Black Package (PC)

De volta para mais um shmup todo bullethell, logo implica mais uma rapidinha. eXceed 3rd – Jade Penetrate Black Package é o terceiro jogo da série eXceed, uma de várias séries “indies” japonesas, os chamados doujins, que tal como os anteriores tem como protagonistas meninas todas “cute” que certamente agradam a muitos quarentões barrigudos (kawaiiiiiiiiiiiii), mas a mim nem por isso. E também tal como os outros jogos é uma experiência completamente bullethell que apesar de ser bonito ver todas aquelas cores e efeitos no ecrã, um gajo tem mesmo de ter bastante perícia e paciência para aprender todos os padrões e sobreviver. Também tal como os outros jogos, foi comprado algures no ano passado num indiebundle, tendo-me custado muito pouco.

eXceed 3rdA primeira diferença que notamos face ao anterior é que a história leva um rumo diferente, deixando de lado o conflito entre vampirinhas e as gun bullet children, outras jovens raparigas com poderes especiais, utilizadas como armas numa ordem religiosa qualquer. Aqui a história continua sem ter grande interesse para mim, isto mesmo por causa de todos os “cute characters” que pessoalmente não acho muita piada. Desta vez as protagonistas são um híbrido entre dragões e demónios e a nossa personagem quer-se tornar uma espécie de líder lá do sítio, tendo para isso de derrotar outras meninas que pretendem o mesmo.

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Desta vez acho que os gráficos do jogo ficaram melhorzinhos

Mas o que interessa neste tipo de jogos não é a sua história mas sim a sua jogabilidade, e este jogo parece-me ser uma espécie de regresso às mecânicas do primeiro. Ficaram assim descartadas as mecânicas de dualidade de energias à lá Ikaruga, que tinham sido implementadas no eXceed 2nd. Aqui para além dos ataque normal, temos também as bombas, que podem ser disparadas automaticamente quando estamos prestes a perder uma vida, ou os ataques especiais, que só podemos lançar quando tivermos enchido uma barrinha de energia no fundo do ecrã. Ao longo do jogo podemos também ser recompensados com mais bombas ou outros “ajudantes”, que também atacam continuamente e o melhor de tudo, é fogo direccionado para os inimigos.

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Para quem gostar destas personagens todas cutxi cutxi, o artwork até pode ser bom

Para alem do resto, o jogo tem vários graus de dificuldade, para mim o easy é mais que suficiente, pois todos aqueles projécteis no ecrã ao mesmo tempo exigem mesmo muita paciência a decorar padrões e perícia a estar constantemente à procura do buraco da agulha. Graficamente é um jogo com backgrounds simples, como tem sido habitual. No entanto todos os efeitos de luzes e todos os projécteis no ecrã ao mesmo tempo dão um toque mais bonito à coisa. Mas por vezes exageram e a poluição visual é tanta que acabamos por nos perder no meio de toda aquela cacofonia visual e lá se vai mais uma vida à vida (no pun intended). O voice acting é algo que também não me diz muito e apesar de o jogo ter sido localizado (aparentemente pela Capcom), e os diálogos estarem todos traduzidos, durante o jogo vamos ouvir muitas falas em japonês que não sofreram qualquer tradução. As músicas é que vão sendo mais variadas e isso já me agradou. Desde cenas mais electrónicas, ou mais rock/metal com influências neoclássicas, isso já é bem mais a minha onda.

No fim de contas parece-me um shmup competente para quem gosta do género bullethell, o que não é o meu caso. Para os restantes, então o melhor é mesmo passar ao lado.

Satazius (PC)

Mais um dia, mais uma rapidinha de um jogo indie para PC. E isto só é rapidinha pois eu geralmente sou uma nódoa em shmups. Satazius é um jogo que me parece ser uma homenagem a Gradius, tanto no aspecto da nave, inimigos e cenários, a jogabilidade, e o sistema de selecção de armas. Produzido pelo estúdio Astro Port, e localizado pela Capcom, o jogo chegou-me à conta do Steam algures no ano passado, salvo erro no bundle Indie Gala de October, tendo-me custado uma ninharia como é habitual.

sataziusAo começar a aventura temos logo um ecrã de selecção de armas que vai reaparecendo antes de cada nível e após cada gameover. Para além de podermos seleccionar uma de várias armas principais, podemos escolher também duas secundárias, das quais podemos alternar sempre que quisermos ao longo do jogo. Essas armas secundárias geralmente consistem em modos de fogo para várias direcções, muito úteis em momentos mais apertados. Obviamente que também podemos escolher uma arma especial, bastante poderosa, mas que apenas a podemos utilizar ocasionalmente, quando a mesma estiver carregada, sendo bem utilizadas em lutas contra bosses. Ainda assim muitas destas armas estão bloqueadas ao início, sendo desbloqueadas à medida em que vamos progredindo no jogo.

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Os níveis vão tendo visuais variados, não sendo tudo no espaço sideral

Durante o jogo estas armas, bem como a velocidade da nave podem sofrer upgrades, bastando para isso recolher vários dos powerups que vão surgindo no ecrã. Estes upgrades vão-se mantendo de nível para nível, a menos que percamos uma vida, aí voltam atrás alguns níveis. Ainda assim, o jogo nos níveis de dificuldade mai baixa (easy/normal), não é assim tão desafiante e com um bocadinho de perícia e utilização inteligente das armas lá se vai avançando no jogo, até porque com as armas especiais basta um ou 2 disparos para arrumar com o boss. Nos níveis mais elevados de dificuldade o desafio vai sendo maior, mas pelo menos não é um bullethell como muitos outros shmups que se vêem por aí.

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E como manda a lei, os bosses impõe sempre algum respeito

Visualmente é nitidamente um jogo inspirado nos grandes clássicos da era 16-bit, nomeadamente o próprio Gradius. Temos níveis a decorrer em pleno espaço sideral, outros em cavernas ou bases tecnológicas. Bosses gigantes como não deveria deixar de ser, e com muitos ataques diferentes, forçando-nos a reconhecer os seus padrões de movimento. O jogo tem uns gráficos bem limpinhos, e permite jogar tanto em fullscreen como em modo janela, o que para mim neste género de jogos mais “retro” é preferível. A música adequa-se perfeitamente ao estilo de jogo, é um techno futurista bastante uptempo, ideal para toda a cacofonia que por vezes vai aparecendo no ecrã. No fim de contas parece-me ser um shmup que não reinventa a roda, mas para quem é fã do género, certamente irá encontrar algo que aprecie neste jogo.