Robocop Versus The Terminator (Sega Master System)

Vamos voltar agora à Master System para um jogo interessante que já tinha em backlog já há algum tempo. Na verdade, o meu exemplar físico deste Robocop vs The Terminator só o tinha na colecção desde Julho deste ano, onde o comprei a um amigo por 5€. No entanto, já há muito que o queria jogar em emulação, onde tinha apenas experimentado os primeiros 2 níveis há já demasiados anos atrás.

Jogo com caixa

Como podem perceber pelo nome, este é um crossover que junta duas das maiores franchises de filmes de acção da década de 80, inícios de 90: Robocop e The Terminator! Ambas envolvem robots, cyborgs e/ou andróides pelo que um crossover nem parecia assim tão descabido. Esse crossover começou precisamente na banda desenhada e aparentemente o jogo é baseado na mesma, ou num eventual filme que nunca chegou a acontecer. Sinceramente não tenho a certeza pois nunca li a BD, mas também não interessa. O que é preciso saber aqui é que controlamos o Robocop no tal futuro apocalíptico dominado pela Skynet e o seu exército de cyborgs assassinos, cujo nosso papel é precisamente o de destruir a Skynet e assim salvar a raça humana do seu extermínio.

Se matarmos algum inimigo humano, isto acontece

Na práctica, este é um jogo de acção em 2D sidescroller, com elementos de shooter e platformer. Não é um shooter frenético como Contra, mas os princípios são semelhantes. Na maior parte dos níveis o nosso objectivo é o de sobreviver e encontrar a sua saída, embora tenhamos outros níveis com objectivos diferentes, como o de resgatar reféns ou destruir objectos como câmaras de vigilância ou radares. Alguns níveis também culminam com um confronto contra um boss, sendo que o último, Skynet, é bastante difícil não sofrer dano, pelo que convém ir jogando com calma e amealhar vidas nos restantes níveis. Robocop pode disparar em várias direcções e os botões faciais servem para saltar e disparar, embora as mecânicas de salto poderiam ser um pouco melhores. Para saltar mais alto, por exemplo, teremos de manter o botão de salto pressionado em conjunto com o direccional para cima, e o mesmo tem de ser feito para o Robocop se agarre às escadas para subir ou descer, ou aos cabos que vamos vendo nalguns níveis e que nos permitem atravessar abismos.

No final de alguns níveis teremos também bosses para enfrentar

De resto vamos tendo também diferentes armas para apanhar, bem como power ups que nos irão ajudar ao longo do jogo. Robocop possui o seu revólver como arma principal, mas vamos poder encontrar também uma arma que dispara raios laser, outra de plasma e um lança rockets que é sem dúvida a mais poderosa de todas. Mas quando estivermos a subir ou descer em escadas ou atravessar algum cabo, não podemos usar as duas mãos para disparar, pelo que Robocop nessas situações usa sempre a sua pistola. Felizmente temos munições infinitas para todas as armas, no entanto! Os restantes itens que vamos encontrando são os típicos medkits que nos regeneram a barra de vida, invencibilidade temporária ou mesmo vidas extra.

Alguns níveis vão tendo designs mais labirínticos

Passando para os audiovisuais, este é um jogo que fica uns bons furos abaixo da versão Mega Drive que do ponto de vista gráfico é incrível. Ainda assim é uma versão bem competente. Os primeiros níveis são passados numa cidade à noite, mas vamos depois explorar alguns subterrâneos e outros edifícios mais industriais. Os níveis possuem um nível de detalhe bem competente e esta versão até que é bastante gore, com os inimigos humanos a explodirem numa pilha de carne e sangue. As músicas são também muito agradáveis, têm aquele feeling mesmo europeu da cena dos microcomputadores da década de 80 e o velhinho PSG da Master System até encaixa bem nessa sonoridade. Nada a apontar aos efeitos sonoros, a não ser pelas vozes digitalizadas que ouvimos antes de cada nível: “looking for trouble?” e quando derrotamos um boss: “You’re terminated“.

Portanto este Robocop Vs The Terminator é um jogo de acção bem competente para a Master System. Existe também de forma idêntica na Game Gear, mas com a limitação de ter uma menor resolução de ecrã. A versão Game Boy e NES (esta última cancelada mas existe uma ROM finalizada a circular pela internet) são jogos inteiramente diferentes, assim como as suas versões 16bit para a Mega Drive e Super Nintendo. A da Mega Drive está incrível graficamente, será sem dúvida um jogo para adquirir no futuro.

Mass Destruction (Sega Saturn)

Mass Destruction

Ora cá está um jogo que faz plena justiça ao seu nome: Mass Destruction! Infelizmente é um jogo relativamente simples e sem muito conteúdo, pelo que esta análise também não será longa. Este jogo faz-me lembrar a série “Strike”, pelo seu contexto militar e pelo facto de termos sempre um briefing antes de cada missão, onde teremos uma série de objectivos a cumprir, como destruir radares, centrais de energia ou escoltar algum VIP em zona de combate. Mas ao invés de termos um helicóptero, conduzimos sempre um tanque e as coisas no geral são bem mais “arcade” do que realistas. Este jogo entrou na minha colecção algures em 2010 ou 2011, não me recordo bem. Foi-me oferecido por um amigo de infância, e infelizmente não está nas melhores condições. Assim que arranjar uma versão melhor obviamente que será substituída. Edit: recentemente arranjei por 1€ uma caixa em melhor estado que acabei por substituir pela anterior.

Jogo com caixa e manual português

Tal como na série Strike, há por aí um país qualquer com planos terroristas e cabe a um one-man army com o seu super tanque travar as ambições megalómanas desse exército misterioso. Inicialmente dispomos de um menu onde podemos seleccionar a campanha a jogar, cada uma com mais níveis/missões que a anterior e supostamente com um grau de dificuldade também. Depois disso teremos de escolher qual o tanque para levar à campanha, tendo nós 3 hipóteses de escolha. Temos um tanque que é all around, tanto em armadura, ataque e agilidade, outro que é mais rápido mas têm menos defesa e por fim temos o inverso, um mega tanque bem robusto mas sacrifica na agilidade. E de resto somos largados num mapa repleto de edifícios prontos a ser destruídos e vários inimigos que se tentam opor ao nosso poderio ofensivo, desde soldados equipados com rocket launchers ou lança-chamas, a outros veículos terrestres e não só.

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À esquerda: os tanques que podemos escolher. À direita: BOOOM!

E neste jogo apesar de termos alguns objectivos primários traçados que teremos obrigatoriamente de os cumprir para avançar para a missão seguinte, não necessitamos obrigatoriamente de nos cingir a apenas esses. Por vezes teremos alguns objectivos secundários ou mesmo outros secretos que só os descobrirmos ao explodir com alguma coisa que não era necessariamente suposto. Mas esses objectivos dão acesso posteriormente a algumas missões extra portanto… bombs away! No entanto, se nos quisermos apenas cingir aos objectivos principais, basta consultar o radar ou mapa que os alvos a abater aparecem indicados no ecrã. Se não me engano temos 25 missões normais ao longo das 5 campanhas, mas são 35 missões ao todo se desbloquearmos as secretas. Infelizmente não há muita variedade, sendo quase todas “destrói edifício x”, existindo algumas excepções quando temos de escoltar alguém ou abater alvos que podem fugir. De resto para além da metralhadora pesada existem imensos outros tipos de munição que podemos descobrir, desde morteiros, mísseis normais, outros teleguiados, lança-chamas, etc. O jogo pode não ter muita variedade de coisas para fazer, mas ao menos é divertido!

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Nos audiovisuais é um jogo fraquinho, mas diverte qb

Graficamente não é um jogo assim tão bom. Os cenários não têm muito detalhe e, apesar de existirem variedades de desertos, trópicos, neve e urbano, as texturas não são nada boas e têm uma resolução muito baixa. E os modelos poligonais são ainda muito simplistas e primários, este não é um jogo que prima propriamente pelo seu poderio gráfico. Ainda assim, devido ao facto de ter sido desenvolvido primariamente para a consola da Sega, é das poucas excepções em que um jogo 3D consegue ser melhor na consola da Sega do que na da rival Sony, e os tempos de loading são bem menores. Os efeitos sonoros são OK, mas a música merecia ser melhor para um jogo cheio de acção como este. Existem também algumas cutscenes entre cada campanha, mas infelizmente também não são lá muito famosas. Fazia-se o que se podia!

Resumindo este é um jogo simples e tecnicamente não muito famoso. Mas para quem quiser apenas uma desculpa para andar a destruir tudo à sua volta com o seu tanque então sim, Mass Destruction marca pontos!