Spirou (Nintendo Gameboy)

Continuando pelas rapidinhas, o jogo que cá trago hoje é mais um daqueles platformers típicos sobre personagens de banda desenhada europeia, uma vez mais desenvolvidos pela Infogrames, desta vez sobre as aventuras dos intrépidos Spirou e Fantasio, uma das minhas banda desenhadas preferidas! Por acaso já cá trouxe há uns anos atrás a sua versão para a Super Nintendo, e esta para a Gameboy é essencialmente o mesmo jogo, mas mais modesto. O meu exemplar foi comprado numa feira de velharias no passado mês de Janeiro por 5€.

Apenas cartucho

Portanto a história é a mesma: o Conde de Champignac está em Nova Iorque para apresentar ao mundo a sua mais recente invenção, quando este é raptado pela andróide Cyanide, que planeia dominar o mundo com um exército de máquinas. Cabe-nos a nós portanto salvar o velhote e derrotar a vilã. Inicialmente estamos completamente indefesos, sendo que se saltarmos em cima dos inimigos como estamos habituados em muitos outros jogos de plataformas, apenas iremos sofrer dano. Existem algumas excepções no entanto, por vezes temos alguns inimigos que teremos de usar como plataforma para alcançar locais que de outra forma seriam inacessíveis. Mais lá para a frente o Fantasio entrega-nos uma arma, mas iremos descobrir que alguns inimigos são invencíveis de todo, pelo que teremos de os continuar a evitar. Alguns dos níveis também possuem platforming muito desafiante, exigindo alguns saltos perfeitos ou até saltos de fé para o desconhecido. Tendo em conta que se cairmos de elevadas alturas também sofremos dano, não é uma tarefa muito agradável.

O jogo até que tem algumas animações engraçadas

Portanto este Spirou é um jogo bastante desafiante pois obriga-nos a descobrir da pior forma quais os inimigos que podemos ou não destruir e quais os saltos são ou não seguros de fazer. Se explorarmos bem os níveis (não temos tempo limite) poderemos encontrar itens que nos regeneram a barra de vida ou mesmo vidas extra, algo que recomendo mesmo pois como já referi o jogo é difícil. Até temos um sistema simples de passwords para retomar o nosso progresso no jogo, mas estas apenas nos são dadas após completarmos uma série de níveis. Nem aí facilitam!

Ocasionalmente temos algumas cutscenes que nos vão actualizando na história

A nível gráfico é um jogo interessante tendo em conta as limitações da Gameboy. Os níveis são detalhados dentro dos possíveis e bastante variados, onde iremos atravessar áreas residenciais de Nova Iorque, um fábrica de brinquedos com Spirou reduzido a 10cm, montanhas ou cavernas repletas de ruínas e armadilhas. Até um nível onde conduzimos uma espécie de avião com mecânicas de shmups! Já no que diz respeito às músicas no entanto, estas são muito, muito boas. Facilmente o melhor ponto do jogo! É curioso que não tinha gostado muito das músicas da versão Super Nintendo, mas não é a primeira vez que uma versão 8bit de um jogo da Infogrames possui músicas bem melhores que os originais de 16bit.

Astérix (Nintendo Entertainment System)

Astérix é sem dúvida uma das franchises de banda desenhada europeia mais bem conhecidas em todo o mundo. E naturalmente que não foi preciso esperar muito tempo até que começassem a surgir as primeiras adaptações para os videojogos. Durante os anos 80 foram várias as empresas a produzir videojogos sobre os irredutíveis heróis Gauleses, com resultados bem variados. Na primeira metade da década de 90 no entanto, as coisas começaram a mudar para o melhor. Nas consolas da Sega era a própria empresa nipónica que detinha os direitos, tendo produzido alguns óptimos jogos na Master System e outros não tão bons por intermédio da Core Design para a Mega Drive. Nas arcades a Konami lançou um excelente beat ‘em up e nas consolas da Nintendo foi a Infogrames que detinha a licença, algo que creio que retém até hoje. Em 1993 a Infogrames produz o seu primeiro videojogo do Astérix, cujo é lançado em simultâneo para a NES, Gameboy e SNES. A versão SNES inclusivamente já a trouxe cá, pelo que aconselho a sua leitura. O meu exemplar da NES foi-me oferecido por um particular algures em Setembro deste ano.

Apenas cartucho

A história é a mesma da versão SNES: os Romanos raptaram Obélix e cabe ao seu melhor amigo Astérix salvá-lo. Vamos então atravessar parte do continente Europeu até chegar a Roma, num jogo com muito platforming! O primeiro conjunto de níveis é passado na própria Gália, onde atravessamos paisagens como florestas (repletas de antas e outros megalíticos) ou mesmo bases romanas. O segundo conjunto de níveis é passado nas montanhas Helvéticas, vulgo Suíça, pelo que são níveis onde a neve e gelo são predominantes e logo depois em Espanha, algures na costa mediterrânica. O terceiro conjunto de níveis é dedicado ao Egipto com os seus desertos e pirâmides (sim, que grande volta para chegar a Roma!). O quarto conjunto de níveis sim, já é passado em Roma, onde temos inclusivamente aquele nível numa montanha russa, mas que não é tão chato quanto na versão SNES. É aqui que culminamos o jogo com um confronto contra um boss de forma a libertar Obelix. Todos os outros mundos têm um boss que muito nos remete para o clássico Donkey Kong, mas curiosamente são bosses opcionais.

Este jogo foi lançado para NES, SNES e Gameboy e ao que sei, a história é similar em todas as versões.

Os controlos são simples com dois botões faciais disponíveis. Um botão para saltar, o outro para dar socos, resultando nos PAF! que tão bem conhecemos das banda desenhadas. Como muitos jogos de plataformas temos vários itens para apanhar. As estrelas são o análogo das moedas nos jogos do Mario, ganhamos uma vida a cada 100, sendo que as ânforas valem por 10 estrelas. Temos também vários blocos que podemos destruir, presenteando-nos com estrelas ou outros power ups como vidas extra, invencibilidade temporária ou “asas” (como as do capacete do Asterix) que servem para restaurar a nossa barra de vida. Ao destruir um determinado número de blocos podemos encontrar chaves que nos transportam para cavernas secretas onde podemos apanhar uma série de itens. Entre cada nível temos também um nível de bónus que consiste em estarmos a saltar entre uma série de barris em alto mar, enquanto vão caindo do céu vários itens. Naturalmente que não temos muito tempo disponível e também não podemos tocar na água.

Para uma NES, é um jogo tecnicamente muito bem conseguido

No que diz respeito aos audiovisuais acho este um jogo muito bem conseguido para uma plataforma como a NES. Os níveis são todos muito bem coloridos e apresentam um óptimo nível de detalhe. As músicas são fantásticas e se acham que têm uma sonoridade muito próxima dos jogos de microcomputadores europeus da década de 80, inícios de 90, então acertaram em cheio! É que a versão NES não foi produzida pela Infogrames mas sim por um estúdio mais pequeno, curiosamente espanhol, chamado BitManagers/New Frontier, que começaram precisamente a programar videojogos para sistemas como ZX Spectrum, Amstrad e MSX.

Entre cada “mundo” temos um boss opcional que nos remete para o Donkey Kong.

Portanto temos aqui um jogo de plataformas bem sólido, especialmente se forem fãs do Astérix, o que é o meu caso. Relembro que este jogo não tem nada a ver com o Astérix da Master System (também um excelente jogo de plataformas) que foi desenvolvido pela Sega. A versão SNES é superior graficamente, mas acho que esta versão acaba por ser mais coesa na jogabilidade.

Lucky Luke: Desperado Train (Nintendo Gameboy Color)

Sempre gostei bastante de banda desenhada europeia, desde criança. E naturalmente, videojogos baseados nessas mesmas banda desenhadas também me interessavam. Tirando o caso do Astérix, cuja licença chegou a passar por várias empresas desde a francesa Infogrames, até às nipónicas Sega e Konami, os outros jogos de heróis como Tintin, Smurfs ou Spirou ficaram a cargo da Infogrames. E durante os anos 90, a meu ver a Infogrames sempre fez um bom trabalho com essas licenças, resultando normalmente em jogos de plataforma de qualidade. Infelizmente com o virar do milénio as coisas deixaram de ser tão lineares assim. O meu exemplar deste Lucky Luke Desperado Train veio da feira da Vandoma algures há 2 meses atrás, custou-me 2€.

Apenas cartucho

Este jogo, protagonizado pelo pistoleiro mais rápido do Oeste, mais rápido que a sua própria sombra, coloca-o no encalço uma vez mais dos irmãos Dalton que estão novamente a tramar das suas. Na verdade os Dalton tomaram um comboio de assalto mas antes que os travemos, teremos de atravessar uma série de níveis ao longo do país norte-americano. Na maior parte dos casos, este é um simples jogo de plataformas, com Luke a poder saltar e disparar o seu famoso revólver contra bandidos e outros animais mais ou menos selvagens que se atravessam no nosso caminho. Ocasionalmente também podemos usar barras de dinamite para rebentar paredes e descobrir passagens secretas. Por vezes podemos também jogar partes de um determinado nível com o cavalo do Luke, ou mesmo com Ratantan, o seu fiel cão. Aí não há mesmo nada que saber, só correr e saltar.

Se quisermos poderemos rejogar algum nível anterior através do mapa do jogo.

Entre cada nível de plataformas poderemos ter vários mini-jogos diferentes, desde galerias de tiro onde temos de disparar contra os Daltons ou outras pessoas, até um daqueles jogos de ritmo tipo Dance Dance Revolution, onde temos de pressionar numa série de botões no momento certo, ao mesmo tempo que estão umas bailarinas a dançar can-can num saloon. Ou uma corrida de barcos tipo micro machines? Ou um minijogo para mandar telegramas! Confesso que aí a Infogrames até se esmerou em apresentar um jogo variado, mas nos níveis de plataformas propriamente ditos acho que poderiam ter-se esmerado mais. Isto porque o jogo é lento, os inimigos não têm nenhum carisma, e sinceramente os níveis parecem-me completamente desconexos entre si.

Graficamente acho que o jogo poderia ser um pouco melhor. É certo que estamos a falar de uma Gameboy Color com todas as suas limitações, mas acho que as sprites poderiam ser mais bem detalhadas e os níveis em si bem mais coloridos. As músicas são agradáveis, mas nada que seja propriamente memorável.

Acho que o jogo poderia ter cores mais garridas.

Portanto, no fim de contas, este é um daqueles jogos que só posso mesmo recomendar aos fãs de Lucky Luke. Apesar da sua variedade em minijogos ser bastante interessante, o jogo como um todo poderia ser um pouco mais trabalhado.

Dragon Ball Z: Legendary Super Warriors (Nintendo Gameboy Color)

Voltando às rapidinhas, o jogo que cá vos trago hoje é um dos muitos videojogos da saga Dragon Ball que foram sendo lançados ao longo dos anos, se bem que curiosamente seja o único jogo lançado para a Gameboy Color, saindo já numa altura em que a GBA já andava por aí e adivinhem, com jogos de DBZ também. Este Legendary Super Warriors foi comprado há uns meses atrás a um particular, custou-me 5€.

Apenas cartucho

O jogo atravessa todo o arco de histórias do Dragon Ball Z, desde a visita de Raditz ao planeta Terra, até ao combate contra os Buus. Na verdade, este é um jogo baseado em cartas onde ocasionalmente poderemos explorar alguns pequenos mapas e interagir com outras personagens, precisamente com o objectivo de arranjar mais cartas para o nosso baralho. Mas vamos lá ver como se desenrolam as batalhas em si. Estas são travadas por turnos, onde teremos sequencialmente turnos de ataque e defesa. Ao nosso dispor, teremos um deck de 20 cartas que teremos de vir a construir e melhorar ao longo do jogo. Nessas 20 cartas poderemos ter cartas de suporte que podem ser usadas em qualquer fase do jogo, cartas de ataque e defesa. Há aqui uma estratégia em volta dos CCs, ou seja, os pontos de Card Cost que temos de ter para activar algumas cartas, enquanto outras cartas de suporte também nos dão CCs para usar. Temos cartas de ataque onde temos de cumprir alguns pequenos quick time events para o ataque ser bem sucedido, a nossa posição na área de combate influencia os nossos valores de ataque e defesa, entre vários outros detalhes que vamos aprendendo ao longo do jogo.

O sistema de combate do jogo é surpreendentemente mais complexo do que estava à espera

Para além disso, à medida que vamos progredindo no jogo as personagens que usamos para os combates vão ganhando pontos de experiência e subir de nível, melhorando permanentemente alguns dos seus stats. Para além do modo história, onde poderemos vire a desbloquear uma grande número de personagens jogáveis, temos também o Battle Mode onde podemos entrar numa espécie de survival mode, de forma a procurar encontrar cartas raras e evoluir as nossas personagens. O mutliplayer também nos permite jogar contra amigos ou mesmo trocar cartas uns com os outros.

Estas partes de exploração deveriam ser mais completas.

No que diz respeito aos audiovisuais, este até que é um jogo bem competente para uma Gameboy Color. Por um lado as sprites são pequenas, mas por outro lado temos várias animações que podemos ver com mais detalhe dos golpes que podemos desferir, e há um grande número de personagens que podemos vir a desbloquear, vilões inclusive! No entanto aquelas partes de exploração poderiam e deveriam ter sido mais preenchidas, o que é pena. De resto até que é um bom jogo da série, mas se estão à procura de um jogo puramente de luta, não o vão encontrar aqui.

V-Rally (Nintendo Gameboy Color)

Voltando às rapidinhas na Gameboy Color, o jogo que cá trago hoje é a adaptação para esta portátil da Nintendo do V-Rally, um jogo de corridas desenvolvido pela Infogrames com a tarefa de competir com o famoso Colin McRae Rally da Codemasters. Na verdade, existem 2 versões para as portáteis da Nintendo. Uma lançada originalmente em 1998 para a Gameboy Clássica e uma outra, a que cá trago, lançada no ano seguinte para a Gameboy Color. Apesar desta vir num cartucho do formato da Gameboy clássica mas de cor negra, o que indica ser um jogo de GBC mas com retrocompatibilidade com a Gameboy normal, supostamente na caixa indica que é exclusive para a Gameboy Color. Sinceramente não cheguei a testá-lo numa Gameboy classica para tirar a dúvida se é ou não retrocompatível, mas o que é certo é que esta versão é idêntica à anterior, com a adição de cores, e poucas mais alterações. O meu exemplar veio de um bundle comprado algures nos últimos meses de 2017, tendo-me custado algo entre os 2, 3€ por cartucho.

Apenas cartucho

Aqui dispomos de dois modos de jogo, o arcade e o championship. O primeiro acaba por ser uma espécie de Sega Rally, onde vamos correndo em vários circuitos com o objectivo de chegar em primeiro e garantir que atravessemos todos os checkpoints dentro do tempo disponível. No modo Championship, como esperado, vamos ganhando pontos mediante a posição em que acabemos cada circuito e o objectivo é chegar em primeiro no fim. A jogabilidade é simples com um botão para acelerar e outro para travar, e dispomos de 4 carros distintos para escolher, cada qual com as suas características: Um Peugeot 206, um Ford Escort, Subaru Impreza e por fim um Mitsubishi Lancer.

O menu de selecção de carros até apresenta uns bonitos efeitos 3D

Tal como já referido acima, esta versão Gameboy color é essencialmente a versão clássica, com menus mais fancy, gráficos coloridos, e o trilho de Córsega a ser substituído pelo do Yosemite Park, nos Estados Unidos. Mas pelo que vi da versão clássica, na verdade, apenas alteram o nome do circuito, tudo o resto parece-me igual. De resto, os gráficos são coloridos e os carros parecem ser sprites digitalizadas dos originais. A equipa tentou também esmerar-se ao ponto de incluir detalhes como chuva ou neve, e tal como jogos como Out Run, os circuitos também possuem relevo. De resto, as músicas não são nada de especial, existindo apenas nos menus e nas transições entre corridas.

Os gráficos até que são bem coloridos e relativamente bem detalhados

Portanto, este V-Rally acaba por ser um jogo de corridas minimamente competente para quem gosta do género, sendo que a Gameboy Color também não pode fazer muito melhor. Mas se porventura já tiverem a versão lançada no ano anterior para a Gameboy clássica, a única coisa nova que vão ter aqui é mesmo os gráficos coloridos.