Sonic the Hedgehog 4: Episode II (PC)

Já há lá vão quase 10 anos desde que joguei o primeiro episódio do malfadado “Sonic 4“. Lembro-me bem de todas as discussões por essa internet fora quando o jogo foi originalmente anunciado: uns entusiasmados por a Sega finalmente fazer um jogo novo do ouriço com jogabilidade inteiramente em 2D como os clássicos, outros, como eu, um pouco mais irritados pelo facto deste Sonic 4 ter sido planeado como um lançamento 100% digital e pior, dividido em episódios. Depois de algum gameplay ter sido revelado, mais discussão acesa seguiu-se, pois a física do ouriço não era de todo a melhor e de facto quando o experimentei realmente achei que algo não estava muito certo. Entretanto, a Sega e a Dimps demoraram quase 2 anos a fazer o segundo episódio que acabou por ser lançado apenas em 2012. Sinceramente achei-o um jogo superior, mas apesar de o ter na minha conta steam há anos, só agora é que acabei por o jogar e as minhas memórias do primeiro episódio já não estão assim tão vivas.

Mas indo para o que realmente interessa, tal como o seu predecessor este segundo episódio do Sonic 4 é também um videojogo revivalista, ao manter uma jogabilidade 2D (apesar de possuir bonitos gráficos tridimensionais) e onde os seus níveis são uma clara homenagem aos clássicos da Mega Drive. A grande diferença é que Sonic é agora acompanhado por Tails onde, tal como no Sonic 2, nos acompanha ao longo de todo o jogo. Ao contrário do clássico da Mega Drive no entanto, teremos a hipótese de chamar o Tails em certas alturas para nos ajudar com as suas habilidades. Por exemplo, se o chamarmos em pleno salto ele agarra-nos e levita-nos para alcançar alguma plataforma que de outra forma não conseguiríamos chegar, ou simplesmente para nos salvar de algum abismo sem fundo e perder uma vida. Lá mais para a frente iremos também desbloquear outras habilidades, como o rolling combo onde Sonic e Tails se unem e rebolam em conjunto, conseguindo assim destruir alguns obstáculos. O homing attack, introduzido pela primeira vez no Sonic Adventure, está também aqui presente. A física parece-me bem melhor que no primeiro jogo, embora ainda note que não seja bem a mesma coisa que os originais da Mega Drive. Sonic demora a ganhar velocidade e a inércia não é a mesma. De resto, supostamente é também um jogo que poderia ser jogado de forma cooperativa, com um jogador a controlar o ouriço e o outro a raposa, mas não cheguei a experimentar tal coisa.

Uma das principais novidades aqui introduzidas foi mesmo o regresso do Tails cujas habilidades são necessárias para ultrapassar certos obstáculos

A estrutura do jogo é muito similar ao do primeiro episódio, com 4 zonas distintas com 3 níveis “normais” mais um boss e uma zona final, uma vez mais no espaço, numa nova Death Egg onde iremos enfrentar uma vez mais o Robotnik (e Metal Sonic) na sua maior fortaleza. Tal como o seu predecessor as zonas são inspiradas em zonas clássicas dos Sonic da Mega Drive. A primeira, Sylvania Castle, vai buscar um pouco das zonas Aquatic Ruin e Marble Garden dos Sonic 2 e 3, a segunda zona White Park com toda a sua neve é inspirada naturalmente pela Ice Cap, embora também tenha uns toques de Carnival Night (ambas do Sonic 3). A terceira zona é a Oil Fortress, uma zona industrial no meio do deserto, inspirada por Oil Ocean e Sandopolis dos Sonic 2 e Sonic & Knuckles. A quarta, a Sky Fortress tem tanto segmentos do Sky Chase do Sonic 2 (onde Tails nos transporta com a sua avioneta) com elementos da Flying Battery de Sonic & Knuckles. A última zona é a épica Death Egg Mk. 2, super futurista e com trocas de gravidade bem mais intensas das que experienciamos no Sonic & Knuckles! E claro, não nos podemos esquecer dos níveis de bónus onde poderemos coleccionar as 7 esmeraldas e assim permitir transformarmo-nos no Super Sonic. Estes são inspirados pelos níveis de bónus do Sonic 2 também.

Os níveis de bónus são baseados no Sonic 2 e são uma vez mais necessários para apanhar as esmeraldas

A nível audiovisual sinceramente também acho este um jogo muito bem conseguido nesse departamento. Apesar de a jogabilidade permanecer em 2D, os cenários e personagens são todos renderizados em 3D poligonal. Os níveis são bonitos, bem coloridos e bem detalhados também, particularmente alguns dos bosses que achei muito bem detalhados e animados. A banda sonora é também bastante interessante, repletas de melodias agradáveis e com uma certa familiaridade dos clássicos da Mega Drive. E não, nenhuma música é chiptune, mas há ali umas quantas músicas que de certa forma se aproximam mesmo do som característico da máquina de 16bit da Sega, o que sinceramente apreciei bastante.

Visualmente é um jogo muito interessante com níveis (e bosses!) bem detalhados e animados

Portanto este Sonic 4 Episode II parece-me uma boa evolução perante o seu predecessor. A jogabilidade como um todo é superior e a cooperação necessária entre o Sonic e Tails até não me desagradou de todo, quanto mais não fosse para nos salvar de algum salto mal calculado. A física ainda não está perfeita, há um ou outro nível que não achei tão bem conseguido (o da neve foi o que menos gostei e os aquáticos também nunca são os meus preferidos). Visualmente achei bem mais interessante que o seu predecessor, particularmente os últimos níveis e bosses e a banda é também bastante agradável. Portanto, no fim de contas até foi um jogo que me surpreendeu bem pela positiva, tendo em conta todas as críticas negativas que habitualmente recebe.

Sonic Rush Adventure (Nintendo DS)

Há muito tempo atrás, quando terminei o Sonic Rush no meu fiel flashcart para a Nintendo DS, peguei logo a seguir na sua sequela, o Sonic Rush Adventure. Mas tal como o anterior, andava a ver se o apanhava usado a um preço próximo dos 5€, o que nunca tinha chegado a acontecer. Então no passado mês de Dezembro comprei ambos numa CeX, este já estava nos 8€, mas ficou-me um pouco mais barato pois levei alguns repetidos à troca para atenuar no preço.

Jogo com caixa, manual e papelada

Este Sonic Rush Adventure mistura então os conceitos de um jogo de plataformas com os de aventura. E na parte das plataformas, as mesmas mecânicas introduzidas no Sonic Rush estão novamente aqui presentes: é um jogo maioritariamente 2D, cuja acção atravessa os 2 ecrãs da Nintendo DS. Podemos jogar uma vez mais com Sonic, e mais tarde também Blaze regressa, ambos com as mesmas mecânicas introduzidas anteriormente. A tension bar está novamente aqui presente, cuja se vai enchendo sempre que fizermos alguns truques enquanto estivermos pelo ar. Esta barra pode ser depois gasta ao dar um boost extra de velocidade tanto a Sonic como a Blaze, tornando-os invencíveis enquanto temos esta habilidade activa. Também tal como no anterior, o jogo possui alguns elementos 3D, não só nos confrontos com os bosses, que sinceramante agora até são mais apelativos, mas também em alguns segmentos “on rails” durante os níveis em si, como por exemplo nas partes onde conduzimos um minecart, ocasionalmente poderemos atravessar um túnel em 3D.

Na nossa base de operações podemos falar com os NPCs e traçar rotas para explorar

Para além de tudo isto, temos também uma grande componente de aventura e exploração. Mas antes de as abordar, deixem-me só fazer um pequeno parêntesis na história: Sonic e Tails viajam na famosa avioneta da raposa para investigar uma misteriosa fonte de energia. Entretanto são arrastados por uma enorme tempestade e na manhã seguinte acordam na praia de uma ilha tropical, sendo salvos pela Marine, uma guaxinim muito chata. Para tentarem voltar a casa, terão de explorar o arquipélago à sua volta, descobrindo pelo meio piratas robóticos que estão a tramar alguma coisa e a Blaze, que acaba por se juntar a Sonic na sua aventura. Então a ilha onde demos à costa acaba por ser a base de operações e o ponto de partida para o oceano que a rodeia. Inicialmente dispomos apenas de uma moto de água que nos permite explorar apenas as imediações da ilha, onde não só poderemos descobrir outras ilhas grandes que albergam o conjunto normal de 2 níveis + um boss, bem como poderemos encontrar ilhas menores, com níveis de plataformas bastante mais simples. Todas estas ilhas e os níveis que jogamos também nos oferecem matérias primas que poderemos usar posteriormente para construir outros meios de transporte, como um barco capaz de viajar distâncias maiores, um hovercraft que permite viajar sobre o gelo e por fim um submarino que nos permite viajar debaixo de água, todos eles nos permitirão alcançar algumas ilhas adicionais que avançam a história principal.

Os níveis são variados, coloridos e muito bem detalhados

Quando viajamos num destes meios de transporte, as viagens são mini-jogos com mecânicas diferentes, onde teremos vários obstáculos pela frente até alcançarmos a meta, ou seja, o ponto de chegada da rota que traçamos inicialmente. Estes mini-jogos são também inteiramente em 3D e usam o touchscreen da Nintendo DS, não só para mover o veículo, bem como para disparar sobre os inimigos que nos surgem pela frente. E estas mecânicas são inteiramente diferentes de veículo para veículo. Para além de tudo isto teremos vários NPCs com os quais poderemos interagir na nossa base. Alguns desbloqueiam-nos upgrades cosméticos, outros dão-nos missões adicionais para cumprir, caso desejemos. Estas consistem em desafios como chegar ao final de um nível dentro de um tempo limite, defrontar um boss numa versão mais complicada, coleccionar um determinado número de anéis ou derrotar um certo número de inimigos num nível, entre outros.

Para conquistar as esmeraldas caóticas temos de vencer umas corridas de moto de água

Depois claro, podemos chegar ao “fim” do jogo, mas para alcançar o seu verdadeiro final, lá teremos de coleccionar uma vez mais 14 esmeraldas: as tradicionais sete Chaos Emeralds do mundo do Sonic, mais sete Sol Emeralds do mundo de Blaze. Para as Chaos Emeralds, desta vez não precisamos de entrar em níveis bónus durante os níveis normais. Ao navegar pelos oceanos, ocasionalmente somos surpreendidos pelo pirata Johnny que nos desafia para uma corrida de moto de água. Se chegarmos à meta à sua frente, ganhamos uma Chaos Emerald. Algumas corridas no entanto serão demasiado complicadas, pelo que teremos de fazer um upgrade à nossa mota de água para o conseguir vencer. Estes upgrades a veículos apenas são desbloqueados após chegarmos ao final normal do jogo, e uma vez mais precisarão de recursos que nos obrigam a rejogar alguns dos níveis previamente desbloqueados. As Sol Emeralds são desbloqueadas ao jogar algumas missões adicionais especialmente concebidas para esse efeito. Uma vez coleccionadas todas as esmeraldas, lá desbloqueamos o verdadeiro boss final. Para além de tudo isto, Sonic Rush Adventure possuia também uma componente multiplayer que sinceramente nunca cheguei a explorar.

Os segmentos em 3D também estão bem detalhados tendo em conta as capacidades da portátil

De resto, do ponto de vista audiovisual, este Sonic Rush Adventure é um jogo bem conseguido. Os níveis principais atravessam uma vez mais diversos mundos diferentes, alguns típicos dos Sonics, como as florestas verdejantes, ruínas de templos ou zonas mais industriais, desta vez com uma temática mais steampunk. Os gráficos 2D estão muito bem detalhados e o 3D, dentro das limitações da Nintendo DS, também está muito bem conseguido, principalmente os bosses que enfrentamos, agora bem mais detalhados e variados entre si. As músicas são outro ponto forte no jogo, sendo bastante agradáveis e muito variadas dentro dos géneros musicais.

Portanto, devo dizer que até gostei deste Sonic Rush Adventure. Por um lado continuo a não apreciar assim tanto as mecânicas da Tension Bar, bem como o número de abismos sem fundo em alguns níveis, mas a Sonic Team e a Dimps estiveram bem em colocar todos estes elementos extra de aventura no jogo. A narrativa peca no entanto pelos seus diálogos longos e algo infantis, mas este é um jogo do Sonic, não posso esperar por uma história mais madura, mas se os diálogos (e a Marine como um todo) não fossem tão chatos teria sido bem melhor.

Sonic Rush (Nintendo DS)

Depois da Dimps ter produzido a trilogia de Sonic Advance para a Gameboy Advance, eis que a Nintendo anuncia a sua nova portátil e claro, com mais um jogo de plataformas 2D do Sonic para acompanhar o seu lançamento. Este foi também um daqueles que já terminei há uns bons anos atrás, quando comprei a minha Nintendo DS e um flashcart para a acompanhar. Sempre foi um dos jogos que achei que mais tarde ou mais cedo o conseguiria comprar por 5€ pelo que fui adiando sempre a sua compra. Pois é, mas nas CeX e afins o preço tem vindo a subir, pelo que acabei por o comprar em Dezembro do ano passado por 10€.

Jogo com caixa e manual

A história leva-nos a um conflito entre duas dimensões, onde coisas acontecem e é aberta uma fenda no tecido do espaço-tempo, fazendo com que Blaze the Cat e o sósia de Eggman, Eggman Nega invadam a dimensão de Sonic. Para consertar esta fenda, Sonic terá de coleccionar as esmeraldas caóticas espalhadas ao longo dos níveis, enquanto que Blaze procura fazer o mesmo, mas com as Sol Emeralds, naturais do seu mundo. Poderemos então jogar com ambas as personagens e, tal como tem sido habitual nos jogos do Sonic até então, para obter o final verdadeiro teremos de jogar a aventura completa com o Sonic e depois com Blaze, garantindo que cada personagem apanhe também as suas 7 esmeraldas respectivas.

Durante o jogo em si, os níveis atravessam ambos os ecrãs

No que diz respeito à jogabilidade, este é um jogo de plataformas maioritariamente em 2D, onde os 2 ecrãs da Nintendo DS são usados para renderizar o nível, com as personagens a alternar entre os diferentes ecrãs sempre que necessário. Cada zona possui 2 níveis mais um boss, sendo que estes já são apresentados completamente em 3D e tipicamente usam apenas um dos ecrãs. Mas indo para a jogabilidade, existem algumas pequenas diferenças entre Sonic e Blaze, mas ambas as personagens controlam-se de igual forma. Sonic é mais rápido, enquanto Blaze consegue saltar mais longe e aguentar mais tempo debaixo de água. Temos os movimentos característicos do spin dash, saltar sobre os inimigos para os destruir, mas também herdamos dos Sonic Adventure o homing attack, a possibilidade de atacar os inimigos enquanto estamos no ar, como se fôssemos um míssil teleguiado. Do lado esquerdo do ecrã vemos um medidor qualquer, que acaba por ser bastante importante. Este é o medidor de tensão, basicamente ganhamos tensão ao atacar os inimigos ou ao fazer truques enquanto estamos no ar. Podemos gastar essa tensão que vamos amealhando com boosts de velocidade, mas também para aceder aos níveis especiais que nos dão a hipótese de capturar uma esmeralda. Sinceramente achei uma mecânica desnecessária, mas aqui temos mesmo de a usar pois Sonic e Blaze são muito mais lentos que o habitual noutros jogos.

Já os bosses são níveis todos renderizados em 3D

Os níveis especiais são renderizados em 3D e fazem lembrar os do Sonic 2 para a Mega Drive, onde Sonic percorre um half-pipe e teremos de coleccionar um número mínimo de anéis para desbloquear a esmeralda no fim. Claro que também teremos de evitar alguns obstáculos que nos fazem perder anéis e a dificuldade vai aumentando à medida que vamos coleccionando esmeraldas. Aqui controlamos o Sonic inteiramente com o touch screen, sendo que podemos inclusivamente ter de passar por alguns QTEs com recurso à stylus. De resto, o jogo possui também um modo para 2 jogadores que sinceramente não experimentei, e poderemos rejogar qualquer nível já completado para alcançar melhores rankings, algo que também não me dei ao trabalho até porque não ganhamos nada com isso. Já Blaze não precisa destes níveis especiais para recuperar as suas Sol Emeralds, bastando para isso derrotar o Eggman no final de cada zona.

Os níveis de bónus, jogados apenas com o Sonic, são controlados pela stylus.

No que diz respeito ao design dos níveis, estes estão muito bonitos, é verdade. Temos a típica zona verdejante como a Green Hill, outras ruínas subaquáticas, a típica zona festiva à lá Casino/Carnival Night, uma base militar e outras que nos levam a maiores altitudes. É um jogo feito para aproveitar a velocidade de Sonic, estando repleto de loopings e muitos outros caminhos típicos de “montanha russa”. Os níveis são grandes, com muita verticalidade visto usarem os 2 ecrãs da Nintendo DS, mas no entanto, têm imensas armadilhas que nos obrigam também a jogar de forma cuidada, como inimigos posicionados de forma a nos lixarem a vida quando corremos a alta velocidade e claro, imensos abismos sem fundo. Mas pronto, se por um lado os gráficos são bastante bonitos, apresentando níveis em 2D muito bem detalhados, os modelos poligonais de Sonic, Blaze e respectivos bosses estão também muito bem conseguidos para uma Nintendo DS. As músicas são também bastante agradáveis, com o jogo a apresentar uma banda sonora maioritariamente com pop-rock e alguma música mais electrónica.

Portanto este Sonic Rush é um jogo de plataformas agradável, mas que na minha opinião poderia ter sido melhor. O design dos níveis deveria ser melhor balanceado e não tão castigador, as mecânicas da barra de tensão para mim não acrescentam nada de valor acrescentado e o facto de termos de jogar com Sonic e Blaze para alcançar o final verdadeiro, apesar de não ser nada que não estivesse à espera, poderia ter sido melhor implementado, com o layout dos níveis a ser ligeiramente diferentes para cada personagem.

Sonic Advance 3 (Nintendo Gameboy Advance)

Sonic Advance 3

Já que escrevi ontem sobre o Sonic Advance 2, então bora lá escrever mais uma rapinha sobre o terceiro e acabar com esta série. E sinceramente, apesar mais uma vez de não ser tão bom quanto os clássicos da Mega Drive, este Sonic Advance 3 acaba por ser o melhorzinho de todos, na minha opinião. E também tal como os outros Sonic Advance, este cartucho também foi comprado numa feira, desta vez a da Ladra em Lisboa e custou-me 2€. Edit: Recentemente adquiri uma versão completa na cash converters por cerca de 10€.

Jogo, apenas cartucho

Mais uma vez Robotnik/Eggman anda a tramar as deles e também uma vez mais cabe ao ouriço azul e a sua pandilha em porem um travão nos seus planos. Para além de controlarmos Sonic, podemo também jogar com Tails e outros “amigos” que iremos desbloquear, como o Knuckles, Amy e Cream e o seu Chao de estimação, o Cheese, cada um com as suas próprias habilidades. Mas isto já tínhamos nos Sonic Advance anteriores. A diferença é que aqui podemos emparelhar todos estes personagens, como Sonic e Tails em Sonic 2 ou 3&Knuckles. Mas agora os nossos “companheiros” são bem mais que isso, formam agora Tag Teams e com recurso ao botão R podem ajudar-nos com novas habilidades quer para “despachar” alguns inimigos, quer para nos ajudar a alcançar áreas que outrora seriam inacessíveis.

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Tal como nos velhos tempos, podemos deixar que Tails nos carregue.

Para melhor tirar partido de todas estas combinações de parceiros e respectivas habilidades, os níveis são agora bem maiores e com muita coisa a explorar, o que é algo que eu sinceramente gostei, com o jogo a deixar de ser apenas um jogo de velocidade e a apostar muito mais nos segmentos de plataforma. Para além disso, os níveis em si, para além de estarem divididos por zonas e actos com um boss no final de cada uma, todos os níveis são agora acedidos através das Map areas, onde também poderemos aceder a pequenos minijogos onde podemos ganhar vidas, ou aos próprios níveis de bónus onde podemos coleccionar as 7 esmeraldas. E também tal como no Sonic Advance 2, para descobrirmos o final verdadeiro do jogo temos de obter todas as esmeraldas, e chegar ao fim com as 5 personagens no “papel principal”.

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Ao longo do jogo temos vários Chao para encontrar. Eles são a chave para aceder aos níveis especiais e coleccionar as esmeraldas

No que diz respeito ao multiplayer, este Sonic Advance 3 é um jogo bem mais sólido. Sim, temos na mesma o modo “time attack” onde até 4 jogadores podem competir entre si a ver quem chega ao final do nível mais rápido, ou um outro “battle mode” onde mais uma vez até 4 jogadores procuram o Chao escondido e podem atacar-se uns aos outros. Mas para além disso, o jogo principal pode ser jogado cooperativamente e ambos os jogadores podem desencadear as suas acções “tag” especiais. Graficamente a Sonic Team e principalmente a Dimps fizeram um bom trabalho em relação a este jogo. As personagens continuam muito bem detalhadas, com boas animações, e os níveis são também coloridos e bem detalhados.

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Existem vários mini jogos que podemos aceder para ganhar mais vidas

Tal como já referi logo no início do artigo, este Sonic Advance 3 continua a não ser tão bom como os clássicos da Mega Drive, mas é notório que a Dimps se tem esforçado para fazer cada vez melhor e este Sonic Advance 3 acaba por ser na minha opinião o melhor dos três. De resto, a única coisa que faltou, embora sinceramente não me causa muita comichão, foi mesmo o Tiny Chao Garden, mas já nos anteriores, e mesmo nos Adventure, foi algo que eu não perdi muito tempo.

Sonic Advance 2 (Nintendo Gameboy Advance)

Sonic Advance 2

De volta para mais uma rapidinha a mais um jogo de uma consola portátil da Nintendo. Os Sonic Advance e Sonic Adventure 2 Battle foram o início do que seria um proibido “casamento” entre ambas empresas outrora rivais, e se algum dia nos anos 90 alguém me dissesse que uma consola da Nintendo receberia de forma oficial um jogo do Sonic, mandava-o pastar na hora. Mas com a descontinuação da Dreamcast e a Sega seguir o caminho de software house apenas, apostar principalmente na Nintendo para receber os jogos da sua mascote pareceu-me a decisão óbvia, afinal o público alvo é essencialmente o mesmo. E apesar de não ser perfeito, gostei do Sonic Advance por ser um regresso ao 2D (notem que não escrevi regresso às origens). Com o lançamento do Sonic Advance 2 era de esperar que a Sega seguisse o feedback dos seus fãs e lançasse algo melhor, certo? Certo? Bom, veremos. Este meu cartucho foi comprado na feira da Vandoma no Porto, creio que por 4€. Edit: arranjei recentemente um exemplar completo numa Cex.

Jogo com caixa, manual e papelada

E sim, neste jogo Sonic ganha ainda mais um amigo, ou neste caso amiga, a coelha Cream e o seu Chao de estimação Cheese. De resto a história mais uma vez coloca Sonic e os seus amigos contra mais algum plano megalómano de Robotnik/Eggman para dominar o mundo. Para além de Sonic, vamos poder desbloquear ao longo do jogo as outras personagens como Tails, a já referida Cream, Knuckles e também Amy, sendo que cada uma das personagens possui diferentes habilidades como voar temporariamente, escalar e destruir paredes ou diferentes ataques. O jogo está dividido em 7 diferentes zonas, cada uma com 2 actos e um boss no fim. A exploração e uma jogabilidade mais cuidada permitem-nos também encontrar os “special rings” que nos dão acesso aos níveis de bónus necessários para se apanhar as 7 esmeraldas do Caos, que por sua vez são requisito necessário se quisermos ver realmente o verdadeiro final do jogo (e daí se calhar é preciso mais qualquer coisinha).

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O grindingé uma manobra que regressou e sinceramente de todas as manobras “modernas” do Sonic esta nem me irrita nada.

No artigo do primeiro Sonic Advance devo ter referido que apesar de ser um jogo bonitinho, o level design não era tão bom como os originais da Mega Drive. E infelizmente o mesmo se aplica aqui. Sonic Advance 2 é um jogo feito a pensar mais que tudo na velocidade vertiginosa, sacrificando os bons elementos de plataforma que existem nos clássicos. E mais, jogar com o Sonic acaba também por ser algo prejudicial se já não soubermos de antemão a localização dos Special Rings, pois se por algum motivo quisermos voltar para trás, há imensas alturas em que tal não pode ser feito com o Sonic. Já as outras personagens, devido às suas habilidades, já conseguem ultrapassar essas barreiras. De resto existem outros modos de jogo como o Time Attack que desafia o jogador a terminar cada acto num determinado intervalo de tempo, ou um modo de corrida para 2 jogadores que acaba por ser algo similar no seu conceito. Também existe aqui uma versão simplificada do Chao Garden existente nos Sonic Adventure, onde podemos “criar” o nosso próprio Chao e participar também em alguns mini-jogos.

screnshot
Chegar ao final com o Sonic e 7 esmeraldas acaba por não ser suficiente para ver tudo o que o jogo tem para oferecer.

Já no audiovisual é um jogo bem bonitinho e colorido, com as personagens a serem bem detalhadas e animadas e o mesmo pode ser dito dos níveis, embora as suas temáticas nos sejam já muito familiares, com os habituais campos verdejantes, outras zonas mais aquáticas ou aéreas, mais industriais e por aí fora. Os níveis de bónus são jogados num efeito 3D com um chão em mode 7, muito similar aos níveis de bónus no Sonic CD da Mega CD e a muitos jogos de SNES que abusavam deste efeito gráfico. As músicas sinceramente já me passaram algo despercebidas, mas não me desagradaram de todo, senão eu lembrar-me-ia.

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Os níveis de bónus lembram-me os do Sonic CD com o seu efeito similar ao mode 7

No fundo este acaba por ser mais um jogo que me deixa com pena de a Dimps não ter conseguido capturar por completo o bom balanço entre velocidade, exploração e plataforma dos jogos clássicos do ouriço azul, no entanto também não é mau de todo, e sinceramente continuo a preferir qualquer Sonic Advance ou Rush à grande maioria de jogos em 3D do ouriço.