Mortal Kombat (Sega Mega Drive)

Mortal KombatAlgures há uns meses atrás escrevi um pouco sobre a versão Master System deste jogo, dizendo logo que iria ser um artigo curto pois prefiro dar mais ênfase a uma das versões 16bit, tal como esta da Mega Drive. Mas pensando melhor, e visto que o conceito do jogo é exactamente o mesmo, não me vou estar a repetir muito nos backgrounds, pelo que aconselho a leitura desse mesmo artigo também. Já esta versão da Mega Drive entrou na minha colecção algures no início do passado mês de Dezembro, tendo sido comprada na cash de Alfragide por 10€.

Mortal Kombat - Sega Mega Drive
Jogo completo com caixa e manuais

Como bem devem saber, o Street Fighter II foi um videojogo tão influente que logo começaram aparecer outros “imitadores” para tentar aproveitar essa onda de sucesso. Um desses followers que mais deu que falar foi precisamente este Mortal Kombat da Midway, onde para além de incluir lutadores digitalizados de actores reais (algo já feito por exemplo em jogos como Pit Fighter), demarcou-se por completo da concorrência devido ao seu uso intensivo de violência e golpes extremamente sangrentos e gore para a época – as infames fatalities. Apesar de a jogabilidade em si não ser assim tão desenvolvida e variada quanto a de Street Fighter II, a violência over-the-top por si só já garantiu muito sucesso, mas também controvérsias que ainda se tornaram maiores quando chegou à altura de converter o jogo para as consolas domésticas. E enquanto a  versão Super Nintendo acabou por ser bastante censurada, tal como as políticas da própria Nintendo assim o exigiam, as versões para as consolas da Sega tinham toda a violência intacta, mediante a introdução de um cheat code que acabou por ficar para a história.

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O elenco de personagens jogáveis deste jogo ainda era algo reduzido

O resto já todos nós sabemos: as forças de Shang Tsung planeiam invadir a Terra, mas os deuses impuseram uma condição: para que isso aconteça, Shang Tsung e companhia têm de enfrentar os melhores guerreiros terrestres em torneios mortais de artes marciais, sendo obrigatório ganharem 10 torneios seguidos. Pois bem, 9 já se passaram e a Terra saiu derrotada. O resto é porrada velha entre lutadores como Liu-Kang, Johnny Cage ou Sonya, contra outros guerreiros como os ninjas Scorpion e Sub-Zero, o próprio Shang Tsung e o temível Goro e os seus quatro braços. Inicialmente podemos escolher se queremos nos aventurar no modo “arcade”, ou jogar umas partidas versus contra um nosso amigo. A vertente single-player coloca-nos a lutar contra todos os outros lutadores, e quando nos aproximamos do fim temos um ou outro “endurance match” onde enfrentamos vários oponentes de seguida sem regenerar a nossa barra de energia e por fim combatemos Shang-Tsung e Goro. A jogabilidade é boa, embora todos os lutadores lutem da mesma forma excepto os golpes especiais que são naturalmente diferentes. Sub-Zero pode congelar os oponentes, Scorpion atira com um gancho que os puxa para ele, Raiden pode-se teletransportar e por aí fora. Claro que também temos as deliciosas fatalities aqui trazidas em todo o seu esplendor.

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Nunca gostei dos endurance matchs, mas já existem desde o primeiro jogo

Graficamente é um jogo uns bons furos abaixo da versão arcade devido ao seu hardware superior, como seria de esperar. A versão Super Nintendo também leva a melhor nesse aspecto devido a ter melhores texturas e cores, mas sinceramente esta versão Mega Drive parece-me ter uma jogabilidade mais fluída, o que em conjunto com o facto de se poder activar o sangue, torna-a ainda mais atractiva. A versão Mega CD também não me parece ser nada má, mas os loadings antes de cada combate não é algo que me entusiasme nada. As arenas em si parecem-me inspiradas nos filmes de artes marciais das décadas de 70 e 80, embora com os adornos mais sangrentos e violentos que esperamos num Mortal Kombat. O som é agradável, mesmo na versão Mega Drive.

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Isto a versão Super Nintendo não quer mostrar.

Acho que este é um jogo indispensável na colecção de qualquer fã de Mega Drive, embora a versão PC seja de todas as que foram lançadas na época, a que se aproxime mais da versão arcade, pelo menos no que diz respeito aos audiovisuais. Mas jogos deste género prefiro sempre jogá-los em consolas e esta versão é sem dúvida um dos títulos mais importantes da consola.

Mortal Kombat (Sega Master System)

MK - SMSO artigo que trarei cá hoje será mais uma rapidinha, embora o primeiro Mortal Kombat seja um clássico de tal forma que merece sem dúvida um artigo bem mais completo. A razão para isso prende-se com o facto desta ser a versão Sega Master System, que possui severas limitações face ao original das arcadas. Apesar de também possuir o original arcade no Komplete Kollection no Steam, estou a guardar-me para um artigo com mais detalhe uma vez que comprar a versão Mega Drive ou outra “na mesma liga” e lançada na época. E este cartucho já não me recordo mesmo como chegou à colecção, sei que veio juntamente com algum bundle que comprei, mas de resto não me lembro de mais nada. EDIT: recentemente um amigo meu ofereceu-me também a caixa e manual do jogo, já o tenho mais completo.

Jogo com caixa e manual

A história de Mortal Kombat prende-se com as forças malignas de uma outra dimensão quererem invadir o planeta Terra. A única condição que os deuses colocaram foi que para isso as forças de Shang Tsung teriam de vencer os terrestres 10x num torneio mortal de artes marciais. A má notícia é que eles já venceram 9 e este seria o derradeiro combate que ditaria o nosso destino. Na verdade foi a sua violência over the top e fatalities que colocaram verdadeiramente este jogo no mapa, não a sua história.

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Sinceramente, as sprites até que estão bem detalhadas tendo em conta a plataforma

O jogo marcou a estreia de personagens como Sub-Zero, Scorpion, Johnny Cage ou Liu-Kang, mas devido a limitações da consola, foram cortadas neste jogo as personagens Johnny Cage e o ninja secreto Reptile. Devido aos poucos botões da Sega Master System, também alguns golpes especiais ficaram de fora e para bloquear é necessário pressionar o botão de socos mais carregar para trás no D-Pad, ao contrário de outras plataformas com mais botões, que tinham um botão exclusivamente para bloquear. As fatalities, essas existem também aqui mas com um look bem mais 8bit. De resto, possuimos 2 modos de jogo, a campanha single player que nos coloca a combater contra todos os outros lutadores principais, um combate contra um clone nosso, alguns combates de “endurance”, onde lutamos contra 2 lutadores em cada round e por fim os 2 bosses Goro e Shang Tsung. Por fim temos o versus para 2 jogadores.

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O (ligeiramente) reduzido ecrã de selecção de lutadores

No audiovisual este é um jogo misto. Por um lado as sprites são bem grandinhas para um jogo de Master System e apesar de haver algum downgrade óbvio, mantêm na mesma as suas características de terem sido digitalizadas de actores reais. O trade-off de termos estas sprites grandes e bem detalhadas tendo em conta a consola, é que o jogo tem um pacing mais lento que o original. As arenas foram outro dos aspectos cortados, pois apenas temos duas ao longo de todo o jogo, e apesar de serem extremamente simples e com poucos adornos visuais, ao menos são grandinhas. Os efeitos sonoros não são nada do outro mundo e as músicas ouvem-se.

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Os dois confrontos finais

Por muito que eu goste da minha Master System este é um jogo que eu apenas recomendo aos coleccionadores, tanto da plataforma como da série Mortal Kombat em si, visto que é um port fraco devido às limitações de hardware, mas vê-se que foi criado com as melhores das intenções. Quanto a mim eventualmente o comprarei pelo menos em caixa, mas não é algo que tenha pressa.