Mais uma rapidinha desta vez à última consola da Sega, a Dreamcast para uma sequela a um dos seus jogos mais icónicos, o Crazy Taxi 2. Não houve assim tantas mudanças na fórmula vencedora, e tirando uma ou outra novidade, para além de uma nova cidade para explorar, não vale a pena escrever algo tão extenso, pelo que recomendo a leitura do artigo original aqui. O meu exemplar foi comprado algures durante o mês passado na Cash Converters de Alfragide por cerca de 3€.
Jogo completo com caixa e manuais
Tal como na prequela, o objectivo principal do jogo é pegarmos em passageiros e deixá-los nos locais que os mesmos pretendem. O problema é que temos um relógio contra nós e os próprios passageiros também têm as suas exigências de tempo para os levarmos ao seu destino e caso o ultrapassemos, eles saem do carro se nos pagar o quer que seja. Sendo assim somos persuadidos a conduzir o mais rápido possível, seja por que rua ou praça for, em contra-mão, pelo meio de esplanadas, tudo para chegarmos o mais rápido possível. Rasantes a outros carros até são recompensadas, portanto de facto não havia muito a mudar numa fórmula de sucesso. Aqui temos duas variantes da mesma cidade para explorar, a Around Apple e Small Apple, ambas baseadas em Nova Iorque, mas o segundo mapa a ser mais compacto e repleto de ruinhas e ruelas. Apesar de termos um indicador geral da direcção a tomar para deixar o passageiro no destino, nem sempre é o mais fiável e à medida que vamos jogando, iremos também conhecer todos os atalhos que nos poderão facilitar mais a vida.
Quanto mais rápido formos melhor para o bolso e para o tempo disponível
De resto, as novas mecânicas de jogo resumem-se a um botão para fazer o carro saltar, o que nem sempre corre bem, mas achei uma boa ideia, quanto mais não seja para alcançar alguns viadutos de uma forma mais rápida. Existem também alguns passageiros que permitem que levemos várias pessoas ao mesmo tempo no carro, deixando-os em diferentes locais. Depois para além do modo principal de jogo, temos outros em que temos um tempo fixo como 5 ou 10 minutos para tentar obter a melhor pontuação possível. Mas também como no primeiro jogo temos um outro modo de jogo baseado em missões, aqui chamado de Crazy Pyramid e de facto é o mais doido de sempre. Entre as várias missões que podemos desempenhar, incluem-se coisas notaváveis como participar em provas de salto olímpico de Ski, triplo salto, ou mesmo dar tacadas em bolas de golfe gigantes, tudo com o carro! Original e bastante engraçado.
4 novos taxistas meios marados, para além do elenco original que pode ser desbloqueado
No que diz respeito aos audiovisuais este é um jogo bem competente para a Dreamcast. Os modelos dos outros carros e mesmo da própria cidade estão um pouco mais detalhados e o blue sky in gaming é sempre bonito de se ver. Para a música a Hitmaker decidiu manter-se no punk rock, com mais umas faixas de The Offspring ou Methods of Mayhem. É verdade que são bandas comerciais, mas prefiro-os de longe a um 50cent ou algo parecido.
Em resumo, se gostaram do Crazy Taxi original, irão certamente gostar deste também, visto manter a mesma adrenalina que tornou o original tão empolgante e ainda acrescentar uma ou outra coisinha interessante.
Hoje vou trazer cá mais uma rapidinha e será para a última consola da Sega, a Dreamcast. O Ready 2 Rumble Boxing foi um dos jogos de lançamento da Dreamcast no ocidente, tendo sido também um dos primeiros que eu experimentei nesta consola, estando disponível no cd de demos que practicamente todos os quiosques da Dreamcast espalhados em lojas como a Worten o teriam, lá para os idos de 1999. E apesar de não ser um jogo fenomenal, acaba por ser bastante divertido para algumas partidas rápidas. A minha cópia foi comprada algures durante o mês de Dezembro na feira da Vandoma no Porto por 2€, estando completa e em bom estado.
Jogo com caixa e manual
Como devem ter percebido pelo título do jogo, estamos diante de um jogo de boxe. E só de olhar para a capa e ver o aspecto cómico dos atletas, depreendemos também que não se trata de um simulador mas algo mais arcade, caso contrário nem o teria comprado. Dispomos apenas de 2 modos de jogo, o arcade que dispensa apresentações, mas que também poderá ser jogado em versus para 2 jogadores, e o Championship, que já lá vamos. A jogabilidade é simples, com cada botão a representar um soco diferente, mas também se for utilizado em conjunto com uma direcção dada pelo d-pad ou pelo analógico traduz-se em golpes mais fortes, porém mais lentos. Os botões de cabeceira servem para bloquear, ou se utilizados em conjunto com o direccional ou analógico, fazem com que nos desviemos para a direcção pretendida. Com cada golpe mais duro que acertemos em cheio no oponente, vão-nos aparecer letras que vão completando a palavra RUMBLE. Quando a mesma estiver completa, podemos activar o Rumble Mode, onde os nossos socos se tornam temporariamente mais poderosos e podemos também desencadear algumas combos mais bonitinhas.
Graficamente era um jogo impressionante para a época, e mesmo as versões PS1 e N64 não se portam nada mal
O modo campeonato permite-nos treinar qualquer uma das personagens na nossa própria “academia”. Podemos participar em lutas de title que nos façam subir no ranking até nos tornar campeões, lutar meramente por dinheiro, onde podemos ganhar rios de dinheiro se apostarmos muito e vencermos a luta, ou mesmo usar o save data de algum amigo para lutarmos com as suas personagens ou mesmo trocá-las entre nós. Isto porque podemos também treinar os atletas através de vários minijogos que nos vão aumentando atributos como a agilidade ou força bruta. Para isso, e também para participar nos combates oficiais, temos de gastar dinheiro, o tal dinheiro que podemos ganhar ao participar nos combates prized. É um modo de jogo interessante, mas quase sempre que pego neste jogo acabo por me entreter com o modo arcade. A não ser que queira desbloquear outros lutadores.
Sim, podemos deixar a cara do nosso adversário num bolo.
No que diz respeito aos audiovisuais vou começar pelo pior. A música é quase inexistente, surgindo apenas nos menus e mesmo essa não é lá muito elaborada. De resto os efeitos sonoros e o voice acting, em especial do árbitro a vociferar “let’s get ready to rrrruuumbleeee!!!” antes de cada combate estão óptimos. Graficamente é um jogo excelente, em especial para os padrões de 1999. A primeira vez que o joguei fiquei mesmo com aquele pensamento de “a próxima geração chegou” gravado na cabeça. Os lutadores estão muito bem detalhados, em particular as suas expressões faciais e o dano que vão sofrendo, como vários hematomas ou inchaços. Também convém referir o detalhe que é dado à audiência, muito superior às versões PS1 e N64. E claro está, o próprio design bem cómico (e esteriotipado) de cada personagem, também contribui para os visuais agradáveis deste jogo da Midway.
Porque mandar alguém ao tapete não quer dizer que vencemos o combate
Ready 2 Rumble Boxing foi uma boa surpresa, embora tal como tenha referido no início não é propriamente um jogo brilhante. Talvez se o modo championship tivesse sido pensado de uma maneira diferente o resultado final teria sido ainda melhor. Assim como está, ainda dá à vontade para ir jogando umas partidas no modo arcade para ir descomprimindo.
Já há algum tempo que não escrevia nada sobre a Sega Dreamcast, até porque ainda estou a tentar arranjar tempo para começar uma das suas maiores obras-primas, o Shenmue. Enquanto isso não acontece, vamos ficando com este Metropolis Street Racer (referido doravante como MSR para economizar palavras) que foi desenvolvido pela Bizarre Creations, a mesma empresa que continuou com esta fórmula nos Project Gotham Racing nas consolas da Microsoft. Penso que este jogo foi comprado a um particular algures durante o verão de 2013, não terá sido muito mais caro que os 5€, estando completo e em bom estado.
Jogo com caixa e manual
Lembro-me bem do burburinho causado por este jogo na altura em que o mesmo saiu. Enquanto uns aguardavam ansiosamente pelo lançamento do Gran Turismo 3 para a Playstation 2, este MSR impressionou-me pelo facto de se passar em localizações reais nas cidades de Londres, San Francisco e Tóquio. Lembro-me perfeitamente de ler histórias em como a Bizarre Creations andou a tirar fotografias às cidades para as representar no jogo, muito antes de a Google fazer o mesmo com o Earth. Outra coisa que já na altura fazia este jogo se destacar dos demais é o seu sistema de “Kudos”, que nos presenteia com pontos cada vez que façamos drifing nas provas, mas também nos pode penalizar se embatermos contra algum obstáculo ou carro ou mesmo se não conseguirmos cumprir os objectivos que nos propusemos.
Graficamente era um jogo bem detalhado para a época, se bem que o Le Mans ainda foi mais longe
Então a coisa funciona da seguinte forma. Inicialmente dispomos de 3 carros não tão bons para escolher: um FIAT Barchetta, Mazda MX-5 ou um MGF. Após ficarmos com um desses carros começa a aventura a sério, com algumas provas já inicialmente desbloqueadas no primeiro capítulo. A ideia consiste em ir vencendo essas diferentes provas e angariando pontos de Kudos suficientes para ir desbloqueando as provas seguintes, capítulos ou mesmo carros novos. Mas mesmo desbloqueando um carro por Kudos, se o quisermos temos de o merecer. Para isso temos de vencer um desafio próprio para ficar com o carro, sendo geralmente bater um tempo pré-definido numa corrida. As provas tanto podem ser “Hot Lap”, onde apesar de termos 3 ou mais voltas para completar, a prova vence-se se conseguirmos fazer uma volta abaixo do tempo alvo, ou numa outra variante, se conseguirmos ter um tempo-médio abaixo do limite. O Timed Run é uma espécie de time trials, onde temos de vencer uma prova abaixo de um tempo alvo, temos a One on One racing onde competimos contra apenas um oponente, o Street Racing onde competimos contra mais oponentes, o Championship onde participamos numa série de corridas e vamos angariando pontos no final da mesma mediante a nossa posição de chegada e por fim temos os Challenges, que poderão ter objectivos diferentes, como ultrapassar uma série de carros ou obter uma velocidade alvo, entre outros.
Uma boa estratégia em certas provas é fazer uma volta o mais rápido possível e nas seguintes perder mais tempo a fazer drifts para os Kudos
O que é engraçado é que em qualquer uma destas provas podemos fazer “apostas” com o objectivo alvo. Por exemplo, nos eventos Hot Lap podemos assumir que conseguimos fazer a prova X segundos antes do tempo estabelecido por defeito, ou nas Street Races em que conseguimos chegar ao fim noutra posição que não a previamente estabelecida, entre outros. Se realmente conseguirmos bater esses objectivos mais apertados, ganhamos mais pontos no final, caso contrário esses pontos são-nos descontados. Existem ainda Jokers que nos permitem duplicar os Kudos que ganhamos no final de um certo evento, mas se as coisas nos calharem mal, também duplicam os pontos que perdemos, pelo que devem ser usados com cuidado. Sofrer muitas penalizações num evento, ou desistir do mesmo também podem fazer com que o nosso Ranking de Kudos seja ainda menor do que o que tínhamos antes! Para além disso, inicialmente dispomos apenas de 3 lugares na nossa garagem, ou seja poderemos apenas ter 3 carros. Existem bem mais que isso para desbloquear, mas eventualmente lá teremos de nos ver livre de um carro se quisermos o quarto. Pois bem, ao descartar um desses carros, também perdemos 10% de todos os Kudos que conseguimos amealhar com eles, tornando essa decisão ainda mais difícil.
A jogabilidade é durinha e realmente exige muita práctica do jogador, até porque com o decorrer do jogo, os circuitos em que vamos correr vão ter curvas cada vez mais apertadas, faixas mais estreitas, menor visibilidade (correr em Tóquio à noite é o horror), pelo que jogar com todos estes Kudos muita prática e escolher os carros certos são fundamentais. Infelizmente não é algo que eu tenha muita paciência para fazer, sempre fui mais adepto de jogos arcade. De resto, para além de um modo multiplayer para 2 jogadores nas categorias de Time Attack ou Quickrace, infelizmente a vertente online da Dreamcast não chegou a ser aproveitada da melhor forma. O que existia aqui se não estou errado era meramente a partilha de tempos para diversos rankings globais nos servidores da Sega.
Infelizmente os replays não são reais, tiveram de ser retirados do jogo após se descobrir um bug à ultima da hora
No audiovisual este MSR era realmente algo impressionante. Em primeiro lugar pela aparente fidelidade com que as ruas de Londres, San Francisco e de várias províncias de Tokyo foram representadas. Confesso que não fui às últimas 2 cidades, mas Londres de facto pareceu-me familiar. Uma coisa interessante é que o jogo utiliza o relógio interno da consola, e as corridas decorrem nas horas que supostamente seriam nessas cidades. Ou seja, enquanto se jogassemos este MSR durante a tarde, as pistas de Londres seriam à nossa hora, mas em Tóquio seria noite cerrada. Existem também diferentes condições climatéricas como nevoeiro que pode-nos dificultar e muito a vida, ou chuva que tornam também o pavimento mais escorregadio. No que diz respeito à banda sonora, a mesma ficou a cargo de Richard Jacques, que por sua vez já teve vários contributos em muitos jogos da Sega, especialmente na Europa. Tal como GTA, em cada cidade temos várias estações de rádio que se especializam em diferentes temáticas, pelo que para além de ouvirmos os locutores a falarem um pouco, nem que seja do tempo ou trânsito, também acabamos por ter uma banda sonora muito vasta em estilos, desde pop, musica electrónica, rock, jazz ou country. Infelizmente em Tóquio apesar de os locutores falarem japonês, não existe nenhuma música cantada na sua lingua.
Infelizmente, apesar do MSR ter sido um jogo bastante ambicioso, original e repleto de conteúdo, não chegou a vender lá muito bem. Pelo que a Wikipedia diz, e a SegaRetro também, foram vendidas pouco mais de 120 mil unidades, sendo que dessas menos de 20 mil foram vendidas na Europa, o que sinceramente me custa um pouco a acreditar. O facto de o jogo ter sido lançado com muito atraso, já numa altura em que as vendas da Dreamcast estavam a entrar em declínio poderá ter sido um factor determinante. De qualquer das formas este MSR foi um jogo importante no seu tempo e todo o conceito dos Kudos está de facto original e foi evoluído na série Project Gotham Racing, lançada nas consolas da Microsoft. Mas esses já me passaram completamente ao lado.
A Dreamcast apesar de ter sido uma consola com um curto período de vida, marcou aquele que para mim foi um dos melhores períodos criativos da Sega. Por um lado continuavam com os padrões de excelência nos salões arcade, apesar do seu declínio se começar a notar, por outro lado os estúdios da Sega tiveram libertade total criativa, resultando em coisas bizarras como Seaman, Jet Set Radio, Rez ou obras de arte como Shenmue. Este Crazy Taxi por sua vez junta o melhor dos dois mundos, sendo um jogo arcade por sua vez bastante original. Tal como o Tomb Raider Chronicles analisado ontem, este jogo também me foi oferecido pelo Miguel Coelho do The Games Tome / PUSHSTART. Ainda por cima o jogo estava selado!
Jogo completo com caixa, manual e papelada
E em que consiste o Crazy Taxi? Bom, somos um taxista e temos de transportar passageiros do ponto A ao ponto B. Isto pode soar aborrecido em teoria, mas a Sega consegue dar o seu toque pessoal e tornar um “Taxi Simulator 1999” num Crazy Taxi! Passo a explicar: sendo este um jogo arcade, estamos sempre a jogar contra relógio. Para além disso os clientes recompensam-nos com mais dinheiro (e tempo) quanto mais rápido os conseguirmos deixar no destino. Para além do mais, por cada manobra perigosa que consigamos fazer, mais dinheiro entra para a nossa conta. Ou seja, vale tudo! Andar em contra-mão e passar rasantes por entre os carros, subir para os passeios e ver tudo o que é peão a fugir em pânico, cortar atalhos pelo meio de esplanadas, por aí fora! Ah, e temos uma cidade inteira para explorar.
Se formos rápidos a deixar o passageiro no seu destino, ganhamos uns preciosos segundos extra.
Existem vários modos de jogo distintos, mas comecemos pelo arcade. Aqui somos largados numa cidade fictícia, e podemos optar por jogar sob as regras originais da versão arcade, ou ter um timer fixo de 3, 5 ou 10 minutos. A diferença para o modo arcade é que nesse dispomos de um timer que vai sendo incrementado sempre que apanhamos um novo passageiro e tal como referi atrás, se formos suficientemente rápidos, ainda recebemos um bónus adicional de tempo ao deixá-los na sua meta. Temos também o modo “original” que é essencialmente a mesma coisa mas numa cidade diferente, que vai buscar algumas inspirações às ruas bastante inclinadas de S. Francisco, o que nos permite dar uns saltos engraçados. Mas para quem procura desafios maiores, existe ainda o “Crazy Box”, que nos coloca uma série de missões para cumprir, sendo estas cada vez mais complicaditas. Coisas como deixar uma série de passageiros nos seus destinos num curto intervalo de tempo, fazer uma série de acrobacias, arrebentar balões numa arena, percorrer a cidade de uma ponta à outra, o que não falta são coisinhas para fazer!
“Voando” em San Francisco!
A jogabilidade é óptima e sendo um jogo arcade temos todas as liberdades do mundo em andar em alta velocidade, colidir contra paredes ou outros carros e nada nos acontece a não ser perder velocidade, conduzir debaixo de água, dar saltos enormes e por aí fora. Faz parte do mundo de Crazy Taxi. Uma outra coisa que achei interessante é o “GPS” que nos vai dando algumas indicações das sítios onde temos de deixar os passageiros. É aquela seta gigante no topo do ecrã que vai rodando, indicando sempre a direcção a tomar. No entanto nem sempre devemos seguir essas recomendações, pois à medida que vamos explorando as cidades, descobrimos outros atalhos que possivelmente nos salvarão uns segundos preciosos.
O Product Placement é uma constante em Crazy Taxi.
Graficamente era um jogo bem competente para os padrões de 1999. A cidades eram grandinhas e cheias de movimento e tudo tinha um bom nível de detalhe. Claro que ao prestar mais atenção nos apercebemos que as texturas são bastante simples e os modelos poligonais dos transeuntes não são assim nada de especial. Mas com toda a adrenalina que temos ao longo do jogo, é algo que nos acaba por passar ao lado. Uma coisa que achei interessante neste Crazy Taxi é a quantidade de product placement (publicidade) que a Sega conseguiu introduzir. Vemos restaurantes do KFC, Pizza Hut, lojas da Levi’s ou FILA, entre outros que acabam também por se tornar em destinos pedidos pelos clientes no jogo. Mas os licenciamentos não se ficam por aqui, na banda sonora também temos nomes como Offspring ou Bad Religion, que apesar de não serem de todo das minhas bandas punk preferidas, acabam por assentar bem no conceito do jogo.
Existem vários pilotos/carros, cada um com as suas características.
Em suma, Crazy Taxi é um clássico. Se a versão Dreamcast é a melhor versão do jogo, isso é algo discutível se comparado com as versões Gamecube ou PS2, portadas pela Acclaim. Há poucos anos atrás o jogo saiu na “Dreamcast Collection” para PC, PS3 e Xbox 360, tendo sofrido alguns ajustes técnicos, como o suporte ao widescreen. No entanto a banda sonora é completamente diferente, pelo que apesar das melhorias técnicas, eu continuo a preferir esta versão.
De volta para o canto do cisne da Sega enquanto fabricante de consolas, para mais uma óptima adaptação arcade. A série The House of the Dead teve as suas origens em 1996 com o lançamento do primeiro jogo nas arcades, seguido depois para uma conversão para a Saturn que infelizmente deixou algo a desejar. Felizmente com a Dreamcast esse problema já não se colocou e mesmo para os que não têm uma lightgun como eu, podem utilizar o próprio gamepad, embora não seja a mesma coisa. Este jogo entrou na minha colecção no mês passado na cash converters do Porto, custando-me 6€ e estando completo e em bom estado.
Jogo com caixa, manuais e papelada
A história segue os acontecimentos do primeiro jogo, onde houve mais uma vez uma epidemia zombie, mas desta vez na cidade de Veneza. O Agente G tinha sido enviado para investigar, mas não voltou. Então a AMS (a organização governamental para a qual trabalhamos decide enviar também os agentes James Taylor e Gary Stewart (para o segundo jogador), bem como Amy Crystal e Harry Harris como NPCs de suporte. Ao encontrar o corpo ferido de G, a carnificina começa com dezenas de zombies e outras criaturas a meterem-se no nosso caminho. O resto é plot de filme de série B de muito low-budget e muitos tiros trocados.
Como seria de esperar, vamos ver o mesmo design de zombies por muitas vezes
Existem vários modos de jogo. O arcade como o nome indica é uma conversão do original e bastante fiel, devo dizer. Depois temos um “original” que é o mesmo jogo mas com vários items extra que podemos encontrar, sejam diferentes armas, roupas, powerups para mais dano, mais balas entre cada recarga ou items completamente inúteis como uma cana de pesca. Temos ainda o “Training Mode” que na verdade é bem mais complicado que o jogo normal. Aqui temos várias missões para cumprir, como salvar todos os civis, matar uma série de zombies com um número limitado de balas, destruir todos os barris de um cenário num curto intervalo de tempo entre outros. Temos também um Boss mode que dispensa quaisquer apresentações. De resto a jogabilidade é bastante simples, com um botão para disparar e outro para recarregar a arma. Existem vários tipos de zombies, alguns com pontos fracos em que comvém mesmo atingir, como os zombies com 2 machados, outros zombies atiram-nos com objectos e também os teremos de atingir para evitar sofrer dano e com isso perder mais uma vida. Por vezes temos de salvar civis inocentes de serem mordidos, ou também podemos disparar em objectos e portas para seguir por caminhos alternativos ou receber novas vidas. No final de cada nível, que infelizmente são apenas 6, teremos um boss, como manda a lei. Estes bosses têm forçosamente pontos fracos e atirar à toa não nos leva a lado nenhum.
Salvar alguns civis não é tarefa fácil, pois não dão muitas aberturas
Graficamente é um jogo competente, especialmente tendo em conta que é um jogo original de 1998. Os cenários vão sendo variados, no entanto a palete de cores abusa bastante de tons mais escuros, como seria de esperar num jogo com esta temática. Vamos poder explorar partes antigas e modernas da cidade, andar de carro e atirar em zombies (que até podem estar a conduzir) ou mesmo de barco em conjunto com Harry e Crystal. Existem também vários tipos de zombies, não só humanos. Temos também sapos, piranhas ou morcegos que nos vão fazer a vida um pouco mais difícil, mas é claro que aqui o destaque maior vai para os bosses que são bem mais imponentes. Mas o que salta definitivamente à vista neste jogo são os seus diálogos que são tão maus que se tornam bons. A voz de Goldman, o vilão deste jogo é tão irritante que só pode ter sido propositada. A série House of the Dead sempre teve esse feeling de um filme de série B, mas acho que apenas no Overkill é que conseguiram realmente capturar perfeitamente essa atmosfera como um todo. Ainda assim, para quem for jogar este jogo terá de se preparar mentalmente para diálogos de tão refinada categoria. Mas uma coisa que me irrita um pouco é o sangue verde dos zombies. Felizmente que existe uma maneira de desbloquear o sangue vermelho, sendo para isso necessário chegar ao fim do jogo normal primeiro.
Os diálogos são tão maus que só podem ser bons.
Este The House of the Dead 2 saiu também para PC, que naturalmente é jogado numa maior resolução. A versão Xbox da sequela também traz este jogo como desbloqueável, mas se quisermos algo ainda mais recente temos a compilação deste jogo e do terceiro para a Nintendo Wii, que com o seu Wiimote consegue emular a experiência de se jogar isto com uma light gun. Tenho pena que essa compilação da Wii não traga também o primeiro jogo, senão seria certamente a minha escolha de eleição.