Robocop 3 (Super Nintendo)

Voltando às rapidinhas, hoje trago cá mais um jogo da Ocean, uma empresa britânica que desde cedo apostou em franchises conhecidas do cinema e da TV para desenvolver os seus videojogos. Curiosamente a franchise do Robocop foi das primeiras que a Ocean comprou e das que mais sucesso lhe trouxe no mercado europeu de microcomputadores. A versão ZX Spectrum do segundo jogo já foi inclusivamente aqui falada! Este meu exemplar é um que estará apenas temporariamente na minha colecção, isto porque é um bootleg que veio num bundle de vários cartuchos legítimos que comprei no mês passado, por menos de 1€ por unidade. Portanto eventualmente vou substituí-lo por um cartucho original, mas enquanto isso não acontece, fica já aqui este artigo. Edit: Arranjei recentemente um cartucho legítimo por 15€.

Apenas cartucho

Na sua essência este é mais um dos sidescrollers que muito se faziam na Ocean, mas não só. A maior parte dos níveis são então sidescrollers onde temos de ir do ponto A ao ponto B e defrontar uma série de inimigos com direito a um boss no fim. Para além da nossa arma que pode também ser disparada diagonalmente, iremos encontrar vários power ups como novas armas ou munições como projécteis mais poderosos, um lança chamas ou a capacidade de disparar em 3 direcções em simultâneo. Um pouco como o Spreadshot do Contra! Podemos ire alternando livremente entre cada arma que apanhemos, algo que devemos fazer com algum critério pois as munições são limitadas. Para além disso temos também vários itens que nos regenream parte da nossa barra de energia, e que bem vão ser precisos!

Temos um tempo limite para terminar cada nível, mas é provavel que morramos antes disso.

Isto porque tal como muitos jogos europeus desta época, a dificuldade era bem acima da média. Basicamente este é daqueles jogos em que é impossível não sofrer dano, pois temos inimigos sempre a surgir de todos os lados e a disparar sem critério. Então somos mesmo forçados a jogar um passo de cada vez e tentar minimizar o dano sofrido o mais que conseguirmos. Depois destes níveis de sidescrolling vamos tendo ocasionalmente alguns níveis aéreos, onde Robocop está munido de um jetpack e jogamos como se um shmup se tratasse. Aqui a jogabilidade também não perdoa muito, pela quantidade de inimigos e obstáculos que vamos atravessando. A boa notícia é que aqui temos munições infinitas, podendo tanto disparar balas pelo ar, como largar bombas para acertar em inimigos que estejam em terra.

Não me lembro de ter visto isto no filme!

A nível audiovisual é um jogo OK, nada do outro mundo, mas cumpre bem o seu papel. Os cenários vão sendo detalhados, mas não muito variados pois temos sempre cenários urbanos pela frente. O que seria de esperar, pois esta é uma adaptação do filme. As músicas e efeitos sonoros são também competentes, mas não propriamente memoráveis.

Para além desta versão, tal como as outras adaptações de filmes do Robocop, existem muitas outras versões inteiramente diferentes, lançadas para computadores e consolas como a NES. A Sega acabou por ganhar uma conversão directa desta versão da Ocean para a Mega Drive, Game Gear e Master System. Dizem que essas versões posuem uma jogabilidade mais acessível, pelo que serão também alternativas a ter em conta.

FIFA International Soccer (Super Nintendo)

Continuando pelas rapidinhas, vamos a mais um jogo da Super Nintendo onde não vou perder muito tempo a falar, pois é de futebol e é uma conversão de um jogo que saiu originalmente para a Mega Drive, e cuja versão eu preferiria abordar com mais detalhe. É o jogo que deu origem à franchise FIFA da Electonic Arts e o meu exemplar veio de um bundle que comprei recentemente para a SNES e Nintendo 64, à volta de 30 cartuchos que nos ficaram a menos de 1€. E por esse preço porque não ficar com mais um FIFA?

Apenas cartucho

Este foi o jogo que introduziu a jogabilidade que se manteve fiel nas suas sequelas de 16-bit ao longo dos anos, como a perspectiva isométrica que lhe dava algum sentido de realismo. A jogabilidade ainda não é tão refinada quanto a de um International Super Star Soccer ou FIFA 97, mas começa aqui a dar os seus primeiros passos. Dispomos de vários modos de jogo, como partidas amigáveis ou provas mais longas como campeonatos ou torneios, com fases de grupos ou apenas através dos Playoffs.

A nível de conteúdo parece-me ser idêntico à versão Mega Drive. Já nos audiovisuais a história é outra.

A nível técnico é uma versão que se difere da original precisamente por ser mais colorida, tanto nos estádios, como nos menus que são muito mais agradáveis de se navegar. A música na versão SNES, que também só tocam durante os menus, intervalos e afins, também é agradável nesta versão, com um bom baixo. No resto, na minha opinião a versão Mega Drive é superior. Apesar de possuir menos cor, os jogadores e o detalhe dos estádios pareceu-me melhor na Mega Drive.

Mas pronto, é mais um FIFA e na SNES também temos uns quantos para experimentar, escusamo-nos de ficar pelo primeiro.

Mortal Kombat (Super Nintendo)

O artigo de hoje é uma super rapidinha, pois é sobre uma conversão de um jogo já aqui abordado na sua versão Mega Drive, o primeiro Mortal Kombat. Recomendo então que dêm uma leitura mais atenta nesse artigo pois este vai ser muito curto. O meu exemplar veio de um bundle de vários cartuchos de SNES e Nintendo 64 que comprei em conjunto com um amigo, que me ficou incrivelmente barato, menos de 1€ por cartucho.

Apenas cartucho

Todos conhecemos Mortal Kombat, um dos jogos de luta de maior sucesso de sempre, e daqueles que mais frente fez ao Street Fighter. Não necessariamente pela sua jogabilidade variada, mas mais pelo seu contexto e golpes violentos, incluindo as famosas fatalities. Infelizmente esta conversão da Super Nintendo, apesar de ser tecnicamente bem mais próxima da original arcade do que a versão Mega Drive, pelos seus gráficos e som superiores, acabou por ser a menos bem sucedida de ambas. Porquê? Porque a Nintendo não autorizou o conteúdo violento, substituindo o sangue por um líquido acinzentado que nem se sabe o que é, e substituiu muitas das fatalities (que agora se chamam finishing moves) por golpes muito menos violentos e gore. A versão Mega Drive por defeito também foi comercializada assim, mas existe um cheat code que lhe faz ganhar de volta toda a sua violência. Sinceramente, prefiro a versão Mega Drive por em conteúdo e jogabilidade ser mais fiel. Felizmente a partir do Mortal Kombat II as versões SNES acabam também por ter todo o gore que têm direito.

Astérix (Super Nintendo)

Até ao final dos anos 80, a presença dos intrépidos gauleses Astérix e Obélix sempre passou algo despercebida no mundo dos videojogos. Mas eis que chegam os anos 90 e estúdios como a Sega, Konami (nas arcades) ou a Infogrames fizeram maravilhas. Todas essas empresas tiveram a licença da personagem, com a Infogrames/Atari a detê-la até aos dias de hoje. E os primeiros jogos do Astérix lançados em consolas da Nintendo foram precisamente o Astérix, de 1993, com lançamento conjunto para a NES, Game Boy e esta versão Super Nintendo que cá trago hoje. O meu exemplar veio de uma troca que fiz com um amigo algures no mês passado.

Apenas cartucho

Em todas as versões, a história base é a mesma, com Obélix a ser raptado pelos Romanos enquanto dormia uma soneca e vamos passar toda a aventura a persegui-los para resgatar o nosso companheiro. Com isso vamos atravessando as florestas Gaulesas, as montanhas helvéticas, atravessar os oceanos até ao Egipto, a Grécia antiga, terminando finalmente em Roma. A jogabilidade é simples, sendo este um jogo de plataformas. Um botão para saltar, outro para atacar e ainda outro para correr. Mas apesar dos controlos serem simples, a sua execução infelizmente não é a melhor, pois por vezes a detecção de colisões deixa-nos ficar mal e lá ficamos com menos um coraçãozinho na nossa barra de vida. Felizmente o que mais há são power ups, mas na recta final os níveis começam a ficar mais complicados, com obstáculos ou inimigos mais resilientes e em posições mais chatas teremos mesmo de avançar mais cuidadosamente. Só não digo que é um jogo muito difícil porque felizmente também é possível ganhar muitas vidas, ao coleccionar moedas e apanhar power ups para esse efeito.

Como é habitual, há sempre uma pitada de humor em Astérix

Outros power ups incluem poções de invencibilidade temporária ou que nos permitem também voar, ou itens que chamam a ajuda de outras personagens do universo Astérix. Um osso faz com que apareça o cão Ideafix e morda o rabo do primeiro soldado romano que apanhar, uma harpa faz aparecer o bardo que, com as suas melodias desafinadas paralisam temporariamente todos os inimigos no ecrã, deixando-os expostos. O design dos níveis também é mais amplo do que o que habitualmente se via nos jogos de plataformas da época. Nem sempre temos de andar só para a esquerda ou direita e nem sempre a saída do nível é muito visível, pelo que ainda nos obriga de certa forma a explorar os níveis de uma forma mais atenta. Os níveis nas pirâmides do Egipto são especialmente desafiantes pela sua natureza labiríntica, assim como os da Roma antiga, onde muitos possuem montanhas russas gigantes e onde teremos de saltitar entre vários “mine carts” que percorrem diferentes pistas e um salto mal calculado faz com que percamos uma vida. Aliás, não fazia ideia que a Roma antiga possuia arranha céus de vários andares e montanhas russas por todo o lado!

PAF! O som universal que faz um romano a ir pelos ares

Graficamente é um jogo colorido, com boas músicas e cenários variados e minimamente detalhados. Acho que a Infogrames possui jogos de plataforma na SNES ainda melhores do ponto de vista gráfico, pois acho que as sprites poderiam ser um nadinha maiores. As músicas são também agradáveis, mas se vocês um dia tiverem a oportunidade de jogar a versão NES deste Astérix, irão ficar muito surpreendidos. Para além de possuir excelentes gráficos, melhor jogabilidade, melhor design nos níveis (e até tem bosses ao contrário desta versão!), mas as músicas são mesmo qualquer coisa de fantástico para a NES.

Estes segmentos podem ser um pesadelo!

Não deixa de ser algo curioso, pois esta versão SNES foi desenvolvida internamente pela Infogrames, e as versões NES e Gameboy tenham sido subcontratadas para outro estúdio mais pequeno. Mas a versão NES acaba por ser um jogo muito superior, tendo em conta a plataforma onde corre. Espero um dia poder escrever mais sobre essa versão.

Lethal Weapon (Super Nintendo)

Continuando pelas rapidinhas, que é um formato em que irei tentar apostar mais no futuro, de forma a conseguir ter mais tempo para me dedicar ao meu backlog do que propriamente na escrita, o jogo que cá trago hoje é um platformer da Ocean inspirado no filme Lethal Weapon 3, apesar de no título isso não ser claro. E essa sempre foi uma das minhas séries preferidas de filmes de acção, com aquele feeling mesmo à anos 80, típicos de um filme de acção policial. O meu exemplar veio de uma troca que fiz com um particular, algures no mês passado, que me rendeu uma série de cartuchos soltos de SNES que me faltavam. Na verdade, sempre tive alguma curiosidade com este jogo pois foi dos primeiros jogos que me lembro de ver à venda para a Super Nintendo e apesar de já ter tido várias oportunidades de o ter comprado no passado, nunca me apareceu uma proposta verdadeiramente aliciante. Vindo num bundle, já acabou por vir cá ter à gaveta da cartuchada.

Apenas cartucho

Sinceramente já não me lembrava bem da história por detrás do filme, mas mais uma vez temos os colegas polícias Riggs e Murtaugh atrás de bandidos e chega! O jogo deixa-nos escolher entre as duas personagens, mas de uma forma estranha. Isto porque começamos sempre por Riggs na esquadra da polícia que serve como hub do jogo, onde vamos abrindo diferentes portas que servem para ir entrando nos diferentes níveis. Também aí podemos escolher antes o Murtaugh. A diferença entre as duas personagens está no poder de fogo e capacidade de salto. Riggs consegue disparar mais rapidamente, já Murtaugh salta mais alto, o que não deixa de ser irónico pois a personagem já era velhota e no filme estava prestes a reformar-se. Mas num jogo onde o platforming é vital, se calhar escolher o Murtaugh acaba por fazer mais sentido.

A esquadra serve como hub do jogo, abrindo portas para cada nível ou deixando-nos trocar de personagem

As mecânicas de jogo são simples, com um botão para disparar, outro para pontapear e outro para saltar. A munição não é infinita, pelo que devemos ir apanhando os carregadores que vamos encontrando aqui e ali. Cada personagem pode levar com vários pontos de dano, o que se traduz no número de escudos/coletes de Kevlar na parte de cima do ecrã. Os níveis em si são bastante grandes e algo labirínticos, com várias portas e passagens que podemos ir entrando. Por isso temos apenas 5 níveis pela frente, sendo que por vezes temos de resolver alguns puzzles, como activar botões, ou desarmar bombas. No final de cada nível temos também um boss para defrontar.

Não me lembro de ter visto o Mel Gibson a disparar contra corcodilos gigantes em esgotos, mas está tudo bem!!

Graficamente é um jogo simples, mas colorido. As sprites são bem pequenas, o que não é normal em jogos de plataforma da Super Nintendo. Os cenários vão tendo um ou outro pormenor mais interessante, principalmente nos backgrounds, fora isso são simples também. As músicas por outro lado são excelentes!

Resumindo, o jogo em si é algo desafiante, coisa normal em jogos de plataforma originários de sistemas como o Commodore Amiga. Os níveis grandes e labirínticos são imagem de marca de platformers ocidentais e como um todo, este Lethal Weapon acaba por ser um jogo algo mediano, mas também não é mau de todo.