Exhaust Heat (Super Nintendo)

Voltando às rapidinhas, trago-vos cá mais um jogo da Super Nintendo que me veio parar à colecção através de um negócio que fiz a meias com um amigo meu há uns meses atrás. Basicamente foram vários cartuchos soltos de jogos de SNES e N64 que nos ficaram a menos de 1€ por cada! Este Exhaust Heat é um pseudo-simulador de Fórmula 1, não é de todo dos meus géneros de videojogos preferidos, mas pelo preço não ia lá ficar.

Apenas cartucho

O principal modo de jogo é o Grand Prix, onde teremos de percorrer uma temporada inteira e participar em corridas ao longo de diversos circuitos, incluindo o Português do Estoril. Antes de participar em cada corrida podemos sempre dar umas voltas de treino para nos irmos habituando ao circuito e depois lá temos a corrida de qualificação, onde quanto melhor for o tempo obtido, mais à frente arrancamos na corrida em si. Depois de cada corrida é-nos dada uma recompensa monetária que varia consoante a posição alcançada no final da corrida. Também por outro lado se tivermos o carro danificado é-nos retirada uma certa quantia do balanço, algo que pode ser evitado se formos às boxes durante as corridas, mas que de outra forma também nos custa uns preciosos segundos. Antes de avançar para o circuito seguinte, podemos gastar o dinheiro que temos numa grande variedades de upgrades para o carro, desde travões e suspensões, como pneus, chassis ou motores.

O jogo aposta num grafismo simples, porém funcional. Ah, e as condições climatéricas são variáveis

A ideia é mesmo ir fazendo upgrades inteligentes ao longo das corridas, para que o nosso carro se vá aproximando da concorrência, a nível de performance. Itens como pneus ou combustível para o nitro são válidos apenas para a corrida seguinte, enquanto que os restantes se mantêm até que os troquemos por uma versão superior. Alternativamente a tudo isto, existe um outro modo de jogo de treino onde nos dão à partida 21000 dólares para investir numa série de upgrades e experimentar dar umas corridas só para ver se gostamos do resultado. Infelizmente não há nenhum modo multiplayer aqui.

Ao fazer upgrades no carro temos umas animações todas fancy que mostram as próprias peças a serem substituídas

A nível audiovisual este é um jogo simples. As músicas são apenas existentes entre corridas, já durante os eventos apenas temos os ruídos dos motores para ouvir, que sinceramente não achei que ficaram tão bons assim. A nível gráfico, este jogo usa o mode 7 nas pistas e sinceramente até nem desgostei do resultado final, pois resumiram-se à simplicidade! O mode 7 apresenta um único plano (e reforço o plano) onde pode ser retorcido, rodado e ampliado sem grande esforço pelo hardware nativo da SNES. Mas ao contrário de jogos como o F-Zero ou o Mario Kart, onde a Nintendo tentou dar-lhes um feeling quase 3D, mas achatado, aqui simplificaram as coisas ao torná-las planas. Mas claro, com a agravante de não haver muito detalhe nas pistas. De resto devo dizer que gostei bastante do detalhe das peças a serem desmontadas e montadas de cada vez que compramos um upgrade para o carro.

Soccer Kid (Super Nintendo)

Voltando à Super Nintendo e às rapidinhas, o jogo que cá trago hoje é mais um platformer europeu, com as suas origens nos microcomputadores como o Commodore Amiga, antes de ter sido convertido para os mais variados sistemas, entre os quais a Super Nintendo. É um jogo de plataformas algo original devido às suas mecânicas de jogo, com a personagem a usar a bola de futebol como principal mecânica de jogo. Na verdade é um pouco como o Marko’s Magic Football. O meu exemplar veio de um bundle de jogos de SNES e Nintendo 64 que comprei um dia a meias com um amigo meu, que acabou por ficar bastante barato, a menos de 1€ o cartucho.

Apenas cartucho

A história por detrás deste jogo é muito estranha: está quase aí o campeonato do mundo de futebol, mas uns aliens que percorrem o universo atrás de troféus querem roubar a taça do mundo! No entanto, a meio do processo a taça cai e parte-se em vários pedaços, cada um caindo em diferentes partes do globo. Nós somos um jovem rapaz que gosta de futebol, pelo que iremos percorrer os 4 cantos do mundo em busca dos pedaços da Taça, reconstruí-la e derrotar os aliens, para que o campeonato do mundo possa finalmente começar.

A nível de mecânicas de jogo é muito parecido com o Marko’s Magic Football

Assim começamos o jogo em plena Inglaterra, viajando depois para a Itália, Rússia, Japão e finalmente nos Estados Unidos, ao percorrer vários níveis de plataforma, onde podemos usar uma bola de futebol para atacar os oponentes que se vão atravessando no caminho, apanhar itens, ou mesmo até usar a bola para saltar mais alto e assim conseguir chegar a plataformas mais altas. Como é habitual em muitos dos jogos de plataforma ocidentais desta época, temos aí bastantes itens e power-ups, mas a maioria apenas serve para nos aumentar o número de pontos. Outros, como corações, servem para nos aumentar a barra de vida. Ao longo de cada nível podemos também procurar uma série de cromos de jogadores de futebol, muitas vezes bem escondidos em passagens secretas. A vantagem de os encontrar a todos é que desbloqueamos alguns níveis de bónus onde poderemos recuperar um dos pedaços da taça do mundo. Mas antes disso temos também um boss para defrontar.

A Nova Iorque é um dos últimos destinos, até porque o mundial de 1994 realizou-se nos EUA.

Este é um jogo que faz lembrar bastante o Marko’s Magic Football, pois ambos possuem mecânicas de jogo muito semelhantes. No entanto o jogo da Mega Drive está na minha opinião muito mais bem conseguido a nível audiovisual. Aqui os gráficos não são tão coloridos, detalhados e animados quanto no jogo da Domark, principalmente na personagem principal que não é nada carismática. Ao menos os outros inimigos lá vão tendo um look mais cartoon tipicamente europeu, que já me agrada mais. As músicas são agradáveis e alegres, mas nada que fique gravado na memória.

Portanto este Soccer Kid acaba por ser um jogo de plataformas minimamente competente, divertido quanto baste, mas comparando com o seu “rival” Marko, este último acaba por levar a melhor.

Aladdin (Super Nintendo)

Ainda não entendi muito bem todos os contornos de licenciamento da Disney perante os videojogos na década de 80 e 90. A certo ponto, pelo menos nas consolas, tínhamos 2 empresas bastante competentes. Para a Nintendo a Capcom mostrava serviço com os excelentes Ducktales, Chip ‘n Dale, Mickey’s Magical Quest, entre outros. Do lado da Sega era a própria empresa nipónica que tratava de desenvolver os seus videojogos, dando frutos a obras como Castle of Illusion, Lucky Dime Caper ou Quackshot, por exemplo. A certa altura a Disney, através da sua divisão Disney Interactive começa a ter mais algum controlo em todo o processo e depois do filme Aladdin, pelo menos 3 empresas desenvolveram 3 jogos completamente diferentes entre si. A Capcom, que já detinha os direitos para videojogos da Disney lançou um Aladdin para a Super Nintendo, mas não para a Game Boy e NES. A Virgin foi a empresa responsável pelo lançamento do Aladdin na Mega Drive, um grande feito tecnológico, tendo depois convertido essa versão para uma série de outras plataformas, incluindo a Game Boy e a NES, que por norma recebiam jogos da Disney por parte da Capcom. Por outro lado a própria Sega também desenvolveu uma versão feita a pensar exclusivamente nos seus sistemas 8bit, para a Master System e a Game Gear. Uma confusão! Mas uma vez que já abordei algumas dessas versões, resta-me agora falar na versão da Capcom. O meu exemplar veio de um bundle comprado a meias com um amigo meu, que envolvia dezenas de cartuchos da SNES e Nintendo 64. No total ficou-me a menos de 1€ por cartucho.

Apenas cartucho

Ao contrário da versão da Virgin que ficou famosa principalmente pelos excelentes gráficos, animações e som, esta versão da Capcom é um jogo de plataformas bastante refinado, lembrando-me até do Strider, visto que aqui Aladdin é muito mais atlético e habilidoso. Ao contrário da versão da Virgin, onde Aladdin tem uma espada que pode usar para atacar os inimigos, aqui apenas os podemos derrotar ao saltar em cima deles. No entanto tal como no jogo da Virgin também podemos atirar maçãs, embora aqui só desorientem temporariamente os inimigos maiores. O jogo leva-nos a percorrer vários níveis retirados do filme, desde as ruas e telhadosde Agrabah, passando para a caverna das maravilhas onde encontramos o tapete mágico e o Génio da lâmpada. Os níveis são algo exigentes, obrigando-nos a usar bastante as habilidades de “parkour” do Aladdin, ao balancear-nos em objectos, trepar paredes, ou usar os inimigos como plataformas estratégicas. Isso vai ser preciso especialmente se quisermos encontrar todos os bónus, como as 8 gemas vermelhas existentes em cada nível, ou o escaravelho dourado que nos leva ao nível de bónus, onde temos a oportunidade de ganhar vidas ou créditos extra, para além de poder aumentar a nossa barra de vida.

Aqui Aladdin é um autêntico parkour e temos de usar as suas habilidades em desafios de platforming mais exigentes

De resto, apesar de eu achar o Aladdin da Mega Drive um jogo muito melhor conseguido a nível técnico pelos seus gráficos muito bem detalhados e animados, a Capcom também se preocupou em fazer um bom trabalho nesse campo. Os níveis onde temos de andar de carpete mágica, como a fuga da caverna das maravilhas que se vê cada vez mais rodeada de lava, ou o passeio pelos céus de Agrabah com a Jasmine estão muitíssimo bem detalhados, tirando partido de alguns efeitos gráficos de sobreposição de planos que a SNES podia fazer. Para além disso, também vamos tendo várias cutscenes entre cada nível que nos vão acompanhando na história do filme. As músicas são também muito agradáveis, como não poderia deixar de ser.

Apesar de não ser um jogo tão bonito quanto o da Mega Drive, tem também os seus pontos fortes nos gráficos.

Portanto, e no fim de contas, esta versão da Super Nintendo, apesar de não ser tão bonita quanto a versão Mega Drive, acaba por ser um jogo com uma jogabilidade bem mais refinada, o que também conta bastante. Portanto na minha opinião não devemos ignorar uma versão em detrimento da outra, visto que ambas possuem bastante qualidade e cada qual tem pontos fortes diferentes e que a meu ver até se complementam entre si.

Rise of the Robots (Super Nintendo)

Já que estamos numa de rapidinhas sobre jogos de luta decepcionantes, poucos foram os que desiludiram mais do que Rise of the Robots. Durante os anos 90, este foi dos jogos mais promovidos em revistas que havia memória, muito antes sequer do jogo vir a ser lançado. E prometia muita coisa para 1994: gráficos inteiramente em 3D e melhores que os efeitos cinematográficos vistos no Jurassic Park, uma banda sonora inteiramente composta por Brian May, guitarrista dos Queen, e uma excelente jogabilidade com uma inteligência artificial que aprende o nosso estilo de luta e reage respectivamente. Apesar de ter sido planeado inicialmente para o Commodore Amiga e o PC, com todo o hype que recebeu acabou por receber investimento extra da Time Warner Interactive de forma a que saísse também para practicamente todas as consolas no mercado, o que atrasou bastante o seu desenvolvimento. Este meu exemplar é da versão Super Nintendo, foi comprada há 2 meses atrás num negócio que fiz a meias com um amigo, onde trouxemos um bundle de dezenas de cartuchos de Nintendo 64 e SNES por menos de 1€ cada.

Apenas o cartucho

Bom, tanto hype para o jogo ainda antes de ele ser lançado, originou uma expectativa muito grande à volta do jogo, estando inclusivamente já a equacionar-se toda uma série de merchandise, livros, comics, desenhos animados ou mesmo filmes, à volta do mesmo. E realmente o jogo possui uma história desnecessariamente extensa no manual, mas que pode ser resumida da seguinte forma: uma inteligência artificial poderosíssima apanhou um vírus que lhe deu consciência, fazendo com que se revoltasse e incitasse a revolta de todos os outros robots daquele pólo industrial de onde o jogo decorre. Os humanos não podem fazer nada, a não ser usar o cyborg protagonista do jogo que, pelo seu cérebro humano não foi afectado pelo vírus e é o único capaz de defrontar esta revolta dos robots.

Infelizmente o primeiro jogador tem de usar sempre o mesmo cyborg

Passando ao mais importante, a jogabilidade, já que foi o que mais desapontou. Por motivos da história, apenas podemos controlar o cyborg no modo single player, defrontando todos os outros robots numa ordem fixa. OK, aqui até aceito. Mas se optarmos pelo modo 2 jogadores, o primeiro jogador continua a poder APENAS seleccionar o tal cyborg. Se estivermos fartos de jogar com o mesmo robot, temos de ser o segundo jogador. É estúpido e não faz sentido nenhum. Depois os controlos também não são nada de especial. Não consegui fazer mais nada para além de socos e pontapés e o jogo não é nada fluído, até é bastante lento como um jogo de luta.

Por outro lado, a nível gráfico é de facto um óptimo jogo, tendo ficado muito melhor que a versão Mega Drive, mas ainda longe da versão Amiga e PC. Os robots são muito bem detalhados, sendo sprites digitalizadas de modelos 3D. No início do jogo e entre cada luta, vamos tendo sempre algumas cutscenes em full motion video que nos vão mostrando o progresso na história e apesar de estarem uns furos abaixo do original Amiga e PC, ainda assim ficaram com muita qualidade. A nível de som também é um jogo competente. Os efeitos sonoros como esperado são todos metalizados e a banda sonora, ao contrário do que seria de esperar, apenas possui uma música do Brian May e nem sequer foi originalmente composta para este jogo. De resto as músicas não me pareceram más de todo e na SNES até soaram particularmente bem.

Apesar de serem em baixa resolução, as cutscenes estão excelentes para a SNES

De resto, e apesar de ter sido um dos jogos que mais decepcionou pelas expectativas altíssimas que o público tinha na altura, não o acho um lixo altamente injogável como muitos lhe chamam. É certo que é mau, e para além da jogabilidade lenta e não balanceada existem ali algumas decisões no design do jogo que não fazem lá muito sentido. Mas vai-se jogando! A sequela, Rise 2, dizem que está muito melhor. Talvez um dia lá possa escrever uma breve análise.

Super Mario Kart (Super Nintendo)

Depois de escrever sobre vários jogos da série Super Mario Kart, escrever sobre o primeiríssimo jogo da série acaba por ser algo redundante, pelo que este artigo vai ser algo ligeiro. Este primeiro jogo da saga saiu em 1992 e já aí era um jogo bastante divertido, principalmente no multiplayer. É também um título que tira partido dos gráficos em mode 7, algo que a SNES era bem conhecida por conseguir fazer. O meu exemplar veio em 2 fases. A caixa e manual foi-me oferecida por um colega de trabalho em Dezembro passado. O cartucho veio num bundle que comprei por 30€ na feira da Vandoma no Porto, há uns meses atrás. No fim de contas acabou por ficar por 5€.

Jogo completo com caixa, manual e papelada

Tal como nos jogos que lhe sucederam, aqui vamos correndo em karts com várias personagens do mundo do Super Mario (inclusivamente o Donkey Kong Junior que já não se via desde o Donkey Kong Junior da NES!). Naturalmente também vamos correr em vários cenários de Mushroom Kingdom (mais concretamente do Super Mario World) e podemos sem dúvida considerar este jogo como o percursor de todo um subgénero dentro dos videojogos de corridas: os kart racers!

Inicialmente podemos jogar em 2 diferentes categorias, os karts com motor de 50cc e os de 100. Cada categoria apresenta-nos 3 diferentes campeonatos de onde podemos correr, o Mushroom, Flower e Star Cups, cada qual com 5 circuitos diferentes. Eventualmente lá desbloqueamos o Special Cup, que culmina na primeira iteração do circuito da  Star Road e desbloqueamos também a categoria dos Karts com motores de 150cc, ou seja, corridas bem mais rápidas. Uma das coisas que sempre caracterisou esta série foram os power ups que podemos apanhar ao longo das corridas, como as cascas de banana ou as carapaças de tartarugas que podemos atirar aos nossos oponentes e desorientá-los momentaneamente. Naturalmente que os outros também nos podem fazer o mesmo, pelo que temos de ter isso em conta. Na vertente single player, o jogo está dividido na mesma em 2 ecrãs. O de cima mostra a corrida propriamente dita, já o de baixo possui um mapa do circuito e a posição actual de todos os pilotos. Mas esse ecrã serve também para activar a câmara traseira, caso queiramos ver o que os nossos oponentes andam a fazer, ou deixar-lhes um “presentinho” no sítio certo.

Infelizmente com a pista em mode 7, tudo é achatado, tal como as moedas ou as caixas para activar os power-ups

Ainda no single player, para além da vertente “campeonato” temos também os Time Trials, que como o nome indica serve para tentarmos obter o melhor tempo possível dentro de cada circuito. No multiplayer temos também uma variante do Mario Kart GP, semelhante ao modo single player mas com o suporte a 2 jogadores humanos, mais 6 controlados pelo CPU. Temos também o Match Mode onde apenas os 2 jogadores humanos concorrem entre si, sem qualquer outro piloto na pista. Por fim temos o Battle Mode que é uma espécie de deathmatch sobre rodas.

Para além dos nossos oponentes nos poderem fazer a vida negra, também temos de evitar os obstáculos que nos vão surgindo

A nível audiovisual sinceramente nunca foi um jogo que me impressionou muito. O Mode 7 até poderia ser impressionante pelos seus efeitos de rotação e zoom, mas na verdade tudo era plano e achatado, incluindo as caixas de power ups ou as moedas, o que nunca achei que ficasse muito bem. Acho que o F-Zero, pelos seus visuais mais limpos, resulta melhor. Por outro lado as músicas são óptimas, como seria de esperar.

Portanto, este Mario Kart é um clássico que despoletou todo um subgénero de jogos de corrida que se foram popularizando ao longo da década de 90 até aos dias de hoje. É talvez o jogo da série que envelheceu pior a nível gráfico, mas não deixa de ser bastante divertido.