Cosmo Tank (Nintendo Gameboy)

A rapidinha de hoje leva-nos de volta ao Gameboy, para um dos primeiros jogos da Atlus nessa plataforma. Ao contrário de um RPG tradicional, este Cosmo Tank é um interessante shmup, com uma série de variantes na jogabilidade, que lhe acabam também por conferir alguma originalidade. O meu exemplar foi comprado algures em Maio deste ano na feira da Vandoma no Porto, onde por 20€ trouxe um grande bundle de mais de 20 cartuchos de Gameboy. Surpreendeu-me bastante ter visto este jogo lá no meio, visto que o Cosmo Tank não saiu oficialmente na Europa.

Apenas cartucho

Aqui temos de enfrentar uma poderosa raça alienígena ao longo de diversos planetas, onde teremos também de resgatar uma série de humanos ali reféns. Somos então largados na superfície de um planeta que podemos explorar livremente, numa perspectiva aérea top-down com o nosso tanque. Estamos munidos de um canhão com munições infinitas e bombas que limpam todos os inimigos presentes no ecrã, escusado será dizer que essas não aparecem tão facilmente assim. Mas enquanto isto são coisas típicas de um shmup, temos outros power ups para apanhar, como power ups do laser que a cada 10 que apanhemos, faz com que o nosso canhão suba de nível e se torne mais rápido e/ou potente. Para cada inimigo que derrotamos ganhamos também alguns pontos de experiência que eventualmente nos faz subir de nível e aumentar a nossa barra de vida.

Cosmo Tank é um shmup híbrido de RPG. Conceito interessante!

À medida que vamos explorando a superfície do planeta, podemos também encontrar algumas outras bases onde nos podem dar dicas, regenerar parte do nosso tanque, ou obter outros upgrades que nos poderão ser úteis para explorar outros planetas. Também podemos explorar cavernas, com o jogo a transitar aí para uma perspectiva de primeira pessoa e dungeon crawling, com direito a batalhas aleatórias e tudo! É nestas perspectivas onde enfrentamos os mini-bosses e o boss de cada planeta, e no final do primeiro boss somos longo levados a viajar pelo espaço, com o tanque a transformar-se em nave espacial e o jogo novamente a levar-nos para umas mecânicas de jogo mais tradicionais.

As batalhas são contra os bosses são todas na primeira pessoa

Depois lá temos a liberdade de escolher qual o próximo planeta a visitar, mas o jogo não é tão não-linear assim, pois para explorar alguns planetas é necessário obtermos um upgrade específico num planeta anterior, como a Hover Unit que nos permite flutuar na água. Ora todas estas ideias são bastante originais e de facto até que resultam bem, mas este Cosmo Tank possui algumas falhas graves, sendo a principal o facto de não haver qualquer forma de salvar o progresso no jogo, nem com passwords. Para além disso, se perdermos uma vida durante o jogo, perdemos todo o nosso progresso e upgrades ao laser e armadura, o que é uma grande chatice!

As partes mais tradicionais poderiam ser um pouco mais variadas, sinceramente

De resto, para além do modo campanha, temos também um training mode que tal como o nome nos indica, nos vai treinando as diferentes mecânicas de jogo, sejam como tanque à superfície, seja a exploração e batalhas na terceira pessoa, ou o shmup mais tradicional no modo “nave espacial”. O jogo possui também um modo “VS” para dois jogadores que sinceramente não cheguei a testar pois exige 2 cópias do jogo, mas deixou-me curioso pois li por aí que nos permitia jogar de forma cooperativa.

A nível audiovisual no entanto é um jogo muito bem conseguido, tanto a nível gráfico como de música e efeitos sonoros. Os gráficos são impressionantes na primeira pessoa, embora contando com todas as limitações de hardware inerentes ao Gameboy. No entanto não deixa de ser impressionante que a menos de 1 ano de lançamento da portátil, já haviam estúdios a tirar tão bem proveito do hardware do Gameboy.

Tail’Gator (Nintendo Gameboy)

A Natsume é uma daquelas empresas que infelizmente sempre nos passou um pouco ao lado, principalmente nas eras 8 e 16bit. Até porque muitos dos seus jogos não saiam do Japão, ou nem sempre eram devidamente creditados. Mas como todas as empresas de sucesso, nem tudo o que fazem é necessariamente excelente. Este Tail Gator acaba por ser um desses exemplos, embora também não seja, de longe, injogável. A minha cópia foi comprada algures em Julho, num flea market pelo Porto. Custou-me 5€, o que acabou por ser um óptimo negócio, depois de ter espreitado o eBay.

Apenas cartucho. A arte da capa é bastante badass, ao contrário do jogo

Em Tail’Gator controlamos um aligator, na sua demanda para… bem, sinceramente nem sei qual é o objectivo final, mas acabamos por ter de defrontar uma série de outros animais ou criaturas ao longo de diversos níveis subaquáticos, em cavernas, castelos e não só.

O maior problema deste jogo a meu ver é mesmo o facto de ser algo repetitivo

A jogabilidade é típica de um platformer primitivo e tipicamente arcade, pois os níveis não são muito grandes, e em várias circunstâncias ocupam apenas um ecrã. O réptil possui apenas um ataque com a cauda, cujo destrói os inimigos com 1 a 3 golpes. O objectivo em cada nível é o de abrir todos os baús de tesouros, que vão tendo diferentes power-ups, excepto o ultimo baú que abrimos, o qual contém sempre a chave que desbloqueia a porta que nos dá acesso ao nível seguinte. Alcançar os baús nem sempre é tarefa fácil pois temos de atravessar corredores apertados, esquivar de obstáculos e enfrentar inimigos que vão ressuscitando ao fim de alguns segundos. Os power ups que encontramos servem para nos dar mais pontos, destruir (temporariamente) todos os inimigos no ecrã, restaurar corações da nossa barra de vida ou incrementar a nossa barra de power up.

São estes símbolos P que nos vão encher a barra do POW e desbloquear os super poderes assim que estiver cheia

Esses power ups funcionam  da seguinte forma: vão sendo amealhados até encher uma barra. Quando isso acontece, é nessa altura em que os mesmos são finalmente activados, permitindo ao réptil disparar projécteis da sua cauda, permitindo-lhe assim atacar os inimigos com alguma distância. Enquanto esse power up está activo, a nossa barra de power-up vai diminuindo com o tempo, pelo que também temos de ser o mais rápidos possível para abrir os baús de cada nível e conseguir prolongar o efeito deste power up, ao apanhar mais itens desse género. Um dos itens raros, que geralmente apenas surge no confront com os bosses, é um P gigante que nos enche de uma vez só a barra de power up. De resto é um jogo simples, mas desafiante, pois os inimigos não ficam mortos por muito tempo, e muitas vezes, devido aos corredores apertados, somos obrigados a atravessar zonas repletas de obstáculos e inimigos.

A nível audiovisual é também um jogo simples, a Natsume é capaz de muito melhor, foi uma das coisas que mais me desapontou no jogo. Isso e o facto de a jogabilidade ser bastante repetitiva, pelo que este é um jogo que acaba por passar mais despercebido no seu reportório, embora também não seja mau de todo.

Home Alone 2 (Nintendo Gameboy)

Continuando pelas rapidinhas, o jogo de hoje leva-nos a uma das adaptações para os videojogos de um dos filmes mais vistos em todos os Natais desde o final da década de 80, o Home Alone 2, cujo o mesmo poderia ser dito também para o primeiro filme. Este meu exemplar foi-me oferecido por um particular algures durante o mês de Agosto, após ter feito uma outra compra a essa mesma pessoa.

Apenas cartucho

Bom, acho que todos sabemos a história deste filme, pela segunda vez consecutiva o pobre miúdo consegue passar o Natal sem a sua família, desta vez na cidade de Nova Iorque. E o jogo começa logo com o miúdo a fazer asneiras no hotel. Na verdade o jogo começa após os funcionários do hotel descobrirem que o miúdo estaria a usar um cartão de crédito que não o dele, pelo que inicialmente vamos andar a percorrer os vários andares do hotel a fugir dos seus funcionários, velhinhas, e objectos mortíferos como malas ou aspiradores. Eventualmente lá acabamos numa luta contra o cozinheiro local, até que conseguimos finalmente escapar para o Central Park. Ali somos atacados por uma série de bandidos que se escondem no meio da vegetação (não me lembro de ter visto isso no filme) e depois de uma curta passagem pelos esgotos lá chegamos a uma casa em ruínas (ou obras, sinceramente não consegui perceber), onde iremos passar aquele nível que tem uma maior vertente de exploração, pois teremos de encontrar diferentes chaves para abrir novas salas e conseguir avançar no jogo. O último nível é então jogado na árvore de natal gigante, onde finalmente combatemos a dupla de ladrões que nos persegue desde o primeiro filme.

Uma das “armas” que podemos usar é um colar de pérolas, cujas são espalhadas no chão para servir de armadilha

A jogabilidade também não é a mais interessante, infelizmente. Isto porque os controlos são um pouco maus, com algum delay, o que nos irá atrapalhar um pouco nalguns saltos ou ataques. Os movimentos em si são simples, com um botão para saltar, outro para atacar e uma combinação de 2 botões que faz com que o Kevin deslize, sendo um ataque bem mais eficaz do que as outras armas que vamos encontrando, como pistolas tranquilizantes ou bazookas com luvas de boxe.

Por vezes temos direito a pequenas cutscenes que nos vão enquadrando na história

Graficamente é um jogo simples, os níveis vão possuindo algum detalhe e geralmente até há muita acção a decorrer no ecrã (o que também causa algum slowdown), mas sinceramente sempre achei que os visuais poderiam ser um pouco melhores. As músicas e efeitos sonoros também não são nada de especial.

Donkey Kong (Nintendo Gameboy)

O Donkey Kong original foi o primeiro grande sucesso da Nintendo no mundo dos videojogos. Ou pelo menos aquele primeiro a atingir um estrelato mundial, gerando conversões para inúmeros sistemas domésticos no início da década de 80. No entanto, depois de 2 sequelas que também apareceram no catálogo da NES, a série ficou algo esquecida até 1994, onde é lançado para a Gameboy, um remake bastante musculado dos clássicos. O meu exemplar foi comprado há uns meses atrás, numa ida à feira da Vandoma no Porto, onde comprei mais de 20 cartuchos de GB por 20€.

Apenas cartucho

Se bem se lembram, no Donkey Kong original tinhamos de defrontar o gigante macaco Donkey Kong que raptou a jovem Pauline. Para isso vamos ter de percorrer um longo caminho repleto de plataformas e obstáculos, por vezes atirados pelo próprio DK. Ora aqui a fórmula acaba por ser a mesma, com os primeiros 4 níveis a serem nada mais nada menos que remakes do clássico de 1981. Depois deste breve momento nostálgico onde salvamos Pauline pela primeira vez, o Donkey Kong acorda e leva-nos para outros mundos, introduzindo 97 novos níveis para serem jogados.

A cada 4 níveis teremos de enfrentar o Donkey Kong

E aqui as mecânicas de jogo já mudam um pouco. Aqui os níveis já são maiores e com muito mais puzzles que os originais. O objectivo em cada nível (excepto naqueles em que enfrentamos o Donkey Kong) é o de encontrar e carregar uma chave para que nos abra a porta que nos leva ao nível seguinte. Para isso temos também de ter em conta uma série de novas mecânicas de jogo que vão sendo introduzidas aos poucos. Mario consegue agora saltar mais alto usando alguns malabarismos como cambalhotas pelo ar ou fazer o pino, que por sua vez também serve para amortecer alguns dos objectos que Donkey Kong nos atira, como os barris, para que depois possam ser usados contra ele. Aliás, tal como no Super Mario Bros 2 é possível agarrar alguns inimigos ou objectos e atirá-los. Outras novas mecânicas de jogo consistem no uso de alguns itens que nos deixam criar algumas plataformas ou escadas temporariamente, ou o uso de alavancas para abrir ou fechar camihos. Outras ainda marcam o seu regresso, como a possibilidade de trepar lianas como no Donkey Kong Junior. As novas mecânicas introduzidas neste jogo serviram também de base para o desenvolvimento da série Mario vs Donkey Kong, que teve o seu primeiro lançamento para a Gameboy Advance.

Este foi também o primeiro jogo a tirar partido da Super Gameboy e a sua capacidade para adicionar cor

De resto, a nível audiovisual, este até que é um jogo bem conseguido, dentro das limitações de hardware da Gameboy. É também o primeiro jogo a tirar partido do Super Gameboy, o acessório que nos permitia jogar estes jogos portáteis na Super Nintendo, com a vantagem de adicionarem um pouco de cor. De resto o jogo em si está bem detalhado, com os níveis a serem algo variados entre si, pelo menos aqueles que decorrem em mundos diferentes. As músicas e efeitos sonoros são também muito agradáveis. Por um lado há um reaproveitamento dos efeitos sonoros do original de 1981, depois temos a introdução de uma série de músicas agradáveis, como a Nintendo bem sabe fazer.

 

The Chessmaster (Nintendo Gameboy)

Bom, este artigo vai ser mesmo uma super rapidinha, pois é um jogo sobre xadrês e eu nunca aprendi a jogar o mais famoso jogo de tabuleiro do mundo. E visto este jogo não ter qualquer modo de tutorial, também não foi desta que quis aprender. O meu exemplar só entrou na colecção pois veio num bundle de muitos outros cartuchos que comprei há uns meses atrás na feira da Vandoma no Porto por 20€.

Apenas cartucho

A primeira impressão que retiramos deste jogo, é a de um jogo algo inacabado, ou feito muito à pressa. Isto porque mal saímos do ecrã de título, começamos logo a jogar uma partida com os settings por defeito, sendo no entanto possível entrar no ecrã de opções a qualquer altura e seleccionar várias alternativas, como definir o número de jogadores humanos, que pode variar de zero a 2. Sem jogadores humanos vemos apenas a IA a decidir as jogadas entre si, o que não tem muita piada. Jogando com pelo menos um jogador, ao menos o jogo vai-nos avisando se as nossas jogadas são permitidas ou não e no ecrã de opções podemos ver algumas dicas de jogadas possíveis, bem como podemos anular/refazer as nossas jogadas anteriores. Existem vários níveis de dificuldade para o CPU e para além disso, e sendo este um jogo portátil, é possível gravar o nosso progresso nas partidas a qualquer momento, com recurso a uma password.

Infelizmente a interface dos menus nem sempre me parece ser a mais adequada

De resto o Chessmaster é isto, um jogo de xadrez bastante simples, mas suponho que eficaz, pelo menos para quem saiba jogar. A nível audiovisual é também bastante simples, com alguns efeitos sonoros e pouco mais.