Quando comecei com este blogue, já há mais de 3 anos atrás (como o tempo corre depressa), uma das minhas mensagens iniciais era a de que iriam haver jogos com “análises” muito curtinhas, pois nem todos os jogos da minha colecção são interessantes para mim e simplesmente vieram cá parar. E como tenciono escrever algo de todos os jogos que possuo, então é bom que comece a “despachar” alguns. Este Play Action Football é um desses exemplos porque 1 – não gosto de futebol americano; 2 – nem sequer sei as regras de como isso se joga. Este jogo veio parar à minha colecção pois fez parte de um bundle Gameboy que arranjei por intermédio de um colega de trabalho.
Jogo, apenas cartucho, na sua versão norte-americana
Este Play Action Football apresenta 2 modos de jogo para singleplayer e outros 2 modos de jogo para um multiplayer para 2 jogadores, onde é necessário 1 cabo de ligação entre as duas gameboys e 2 cópias do jogo. Nestas últimas temos o tradicional modo versus onde uma pessoa joga contra outra e um modo mais cooperativo, onde ambos os jogadores jogam contra o CPU. Na vertente singleplayer do jogo temos a opção de jogar apenas uma partida contra o computador, ou todas as playoffs até ao superbowl final. A partir daí podemos escolher 4 níveis de dificuldade e uma entre 8 equipas disponíveis. A jogabilidade em si nem comento, nunca consegui passar da primeira jogada num jogo deste género.
Os gráficos fantásticos deste jogo.
Visualmente é um jogo muito pobrezinho. Os gráficos durante as partidas são demasiado simples e sem o mínimo de detalhe, basicamente vemos uns pontos pretos ou brancos, mediante a equipa em questão, a correr de um lado para o outro. Parece que existe algum artwork adicional em jogadas mais espectaculares, mas pessoalmente não cheguei lá. A música também não é nada de especial, mas acho que é mesmo o mal menor deste jogo. No fim de contas, apesar de não ter planos de me ver livre deste jogo, também não é algo que me fascine minimamente, simplesmente apareceu na colecção e assim vai ficar.
Bora lá para mais uma rapidinha, para uma breve overview a um jogo que não interessa nem ao menino Jesus. Jeopardy é um conhecido concurso norte-americano onde testam os conhecimentos de cultura geral dos participantes, e já é transmitido desde os anos 60. Naturalmente, com um programa televisivo de tanto sucesso, seria de esperar que mais tarde ou mais cedo surgissem algumas adaptações para videojogos. Este Jeopardy! Sports Edition para a Gameboy é uma dessas adaptações, com esta versão a focar-se exclusivamente no desporto. O jogo foi-me oferecido por um colega de trabalho, vindo junto do seu bundle Gameboy.
Apenas o cartucho na sua versão norte-americana
Infelizmente sendo a versão americana, o jogo está repleto de perguntas de desportos americanos e para um europeu, por muito aficcionado que seja em múltiplos desportos, terá a vida complicada neste jogo. Até porque muitas das perguntas referem-se a eventos da segunda metade da década de 80/ inícios de 90, já que este jogo é de 1994. Dentro das várias categorias de perguntas temos o hockey, basketball, baseball, futebol americano, jockey, boxe, bowling, desportos motorizados, jogos olímpicos, entre muitas outras pequenas categorias. São mais de 1000 perguntas ao todo que nos poderão sair. Existem 3 modos de jogo distintos. Um singleplayer onde concorremos contra o CPU e dois multiplayers para 2 jogadores. Um local, onde cada jogador vai alternando entre si as respostas e por fim um outro que utiliza o cabo para ligar uma Gameboy à outra.
Graficamente o jogo não é nada de especial, afinal é um jogo de perguntas e respostas. Entre cada pergunta vamos vendo animações entre o apresentador e os concorrentes, mas mesmo essas são completamente banais na minha opinião. A música também não é nada por aí além.
No fim de contas este é um dos jogos que eu apenas consigo recomendar aos mais ávidos coleccionadores de Gameboy que pretendem ter um fullset. Isso ou se realmente gostam destes quizz games e possuem um óptimo conhecimento do panorama desportivo norte americano das décadas de 80 e 90.
Siga lá para mais uma rapidinha, desta vez para a lendária portátil monocromática da Nintendo. Como já referi no artigo do Wrestlemania para a SNES, wrestling não é de todo algo que me interesse, este jogo em particular não é nada de especial, e como apenas entrou na minha colecção por oferta de um colega de trabalho, não terei lá assim muito com que escrever.
Jogo com cartucho
Este é um jogo de 1991 para a velhinha Gameboy. Como muitos jogos desta plataforma nos seus primeiros anos de vida, é bastante simples, tanto a nível gráfico como de conteúdo. Essencialmente temos 2 modos de jogo, o Championship e um multiplayer, com recurso ao cabo próprio para ligar a uma outra Gameboy de um amigo, coisa que eu naturalmente não experimentei, apesar de possuir o dito cabo. Existem apenas 5 lutadores que podemos escolher, entre os quais Randy Savage e Hulk Hogan (os fãs de wrestling que me perdoem, mas são os únicos nomes que me dizem alguma coisa). No modo Championship resta-nos então lutar contra os outro 4 wrestlers e é isso. Game over.
Entre cada combate temos um diálogo do anunciador e a novela do costume entre os lutadores
Apesar do leque reduzido e de controlos também com apenas 2 botões faciais, existem uma panóplia de diferentes golpes que podemos executar, muitos deles dependendo se o adversário estiver no chão, a levantar-se ou nós estivermos a correr. Podemos vencer cada combate de duas formas, ao lançar o adversário fora do ringue e conseguirmos mantê-lo lá tempo suficiente, ou provocar-lhe dano suficiente, mandá-lo para o chão e impedí-lo que se levante. O típico, portanto. Graficamente o jogo possui as arenas bem detalhadas, já os lutadores nem tanto, algo que o ecrã monocromático da Gameboy também não ajuda. As músicas são OK, a música título até que é bem catchy, mas nos combates acaba por ser algo repetitiva (é sempre a mesma música).
A arena até que está bem detalhada
No fim de contas, este é daqueles jogos que apenas recomendo a quem for um grande fã de wrestling, e mesmo para esses existem jogos melhores, mesmo na própria gameboy, como o Superstars 2 ou o War Zone.
A Nintendo possuia um cardápio impressionante de franchises durante a época da NES. Muitas delas tornaram-se sucessos colossais de vendas e crítica como Mario, The Legend of Zelda ou Metroid, mas muitas outras ficaram completamente esquecidas. Kid Icarus quase que se tornava numa dessas franchises perdidas nos anais da história, pois para além do lançamento do primeiro jogo para a NES em 1986 e desta sequela para Gameboy em 1991, foi apenas em 2012 que vimos um novo jogo da série, lançado para a 3DS. Ora este Myths and Monsters foi-me oferecido por um colega de trabalho, num bundle Gameboy que arranjei recentemente. Possuo apenas o cartucho e respectiva caixa plástica de protecção, pelo que um dia que venha a obter o jogo completo, este post será actualizado.
Apenas cartucho, versão americana
O jogo herda muita da mitologia da grécia antiga, incluindo monstros e criaturas mitológicas. Neste jogo controlamos Pit, uma espécie de anjo guerreiro ao serviço da deusa Palutena, com a missão de conquistar 3 artefactos sagrados que por sua vez são protegidos por poderosos guardiões. Estes artefactos irão dar a Pit poderes especiais para defrontar o exército demoníaco de Orcos, que se prepara para invadir a Angel Land, o que acaba por acontecer de facto lá mais para a frente do jogo.
Algumas das salas que podemos entrar dão acesso a dicas para o jogo
O jogo é um sidescroller de plataformas dividido em 3 áreas principais, cada uma com um conjunto de 4 níveis mais um boss. Pit está equipado com um arco com flechas infinitas, ou pode utilizar também um martelo para atacar os inimigos. Mas estes martelos podem-se partir, caso sejam utilizados em objectos especiais que por sua vez se tornam em items. Ao longo do jogo poderemos encontrar diversas salas com diferentes propósitos. Algumas servem para comprar items como poções que restauram a vida ou mais martelos para utilizar no combate. Essas lojas aceitam como moeda os coraçõezinhos que vão sendo deixados no ecrã pelos inimigos derrotados, um pouco como na série Castlevania. Um tipo de loja peculiar é o black market, onde para além dos items normais, poderemos também recuperar alguns items específicos que nos tenham sido roubados por um inimigo em particular. Outras portas que encontraremos darão acesso a diferentes salas, entre as quais uma “Treasure Room” onde podemos ganhar alguns items valiosos, dependendo da ordem em que quebramos os potes que os contêm, salas que permitem recuperar energia, outras para obter informações do jogo, ou outras ainda salas em que Zeus põe as nossas habilidades em teste, premiando-nos no final com vários powerups importantes.
Outras dão acesso a lojas onde podemos comprar diversos items utilizando os coraçõezinhos como moeda
Existem ainda outras salas a descobrir e diferentes peculiaridades, como por exemplo existir sempre um nível por zona passado numa fortaleza labiríntica, ou ainda outros tipos de salas a descobrir. Apesar de Kid Icarus ter todas estas peculiaridades que a meu ver o tornam num jogo único, sinceramente não é jogo que eu tenha apreciado por aí além. Os controlos estão bem implementados, os níveis são grandinhos e com imensos segredos para descobrir, mas no entanto este Of Myths and Monsters não é jogo que me tenha agradado particularmente. É meramente uma questão pessoal de gostos.
Graficamente é um jogo monocromático, mas bem detalhado para o hardware da Gameboy. As sprites são grandinhas e bem detalhadas, assim como os níveis que possuem zonas bem distintas entre si. A única coisa que não gostei assim muito na questão audiovisual foram mesmo as músicas que em alguns níveis estão uns furos abaixo da média, e com os níveis grandinhos que o jogo tem, acabam por se tornar bastante repetitivas.
O Grimreaper quando nos vê lança os seus minions ao combate
No fim de contas apenas consigo dizer que é um jogo tecnicamente bem feito, com imenso conteúdo a descobrir, tendo em conta a idade do jogo, mas no entanto pessoalmente não consigo gostar particularmente dele. Tenho a certeza que para os fãs do Kid Icarus original da NES irão gostar deste jogo. Já para quem conheceu Kid Icarus com o recente lançamento para a Nintendo 3DS (o que não foi o meu caso), então esperem algo de realmente muito diferente.
Metroid, a par de The Legend of Zelda, é então das minhas séries preferidas da Nintendo. No entanto parece-me que a Nintendo não tem o mesmo carinho que eu por Samus Aran, existem muito menos Metroids que Marios, Zeldas ou mesmo Kirbies, ou quando Samus fez os seus 25 anos de existência, foi um facto completamente ignorado, ao contrário de Mario, Luigi ou The Legend of Zelda. Mas os poucos Metroids que há são na sua larga maioria excelentes jogos, embora existam alguns que fiquem um bocadinho aquém do patamar de excelência. Este Metroid II é um desses exemplos, sendo prejudicado pelo hardware monocromático da Nintendo Gameboy. Este jogo em particular foi-me oferecido por um colega de trabalho, em conjunto com um bundle de Gameboy. Infelizmente tenho só o cartucho, pelo que se um dia vier a arranjar uma versão completa do jogo, actualizarei o artigo.
A missão de Samus desta vez é bastante simples. Ir ao planeta SR-338, local nativo dos Metroids e exterminá-los a todos para que os Space Pirates não os possam utilizar novamente para más finalidades. E o jogo é assim mesmo, explorar o planeta de SR-338 e dizimar uma população de 40 metroids no geral, com o backtracking do costume de forma a encontrar novos upgrades que por sua vez nos dão novas habilidades. A grande diferença é que neste jogo podemos ver o processo evolutivo dos Metroids, desde a sua conhecida forma de “bébé” que mais parece uma alforreca, até à sua forma adulta mais reptiliana e letal. O confronto final é mesmo com uma Metroid Queen, onde uma pequena cria Metroid acaba por se afeiçoar a Samus, gerando depois a trama para o jogo seguinte – Super Metroid na SNES.
E assim começa uma nova aventura
A jogabilidade mantém-se fiél aos restantes jogos clássicos da série, sendo um sidescroller com uma componente de exploração muito forte, mas com algumas ligeiras mudanças à fórmula. Existem vários beams, ou seja armas, que podemos encontrar ao longo do jogo, algumas novas como o Plasma beam. A diferença é que podemos carregar apenas uma dessas armas de cada vez e se quisermos voltar a usar uma das anteriores teremos de voltar ao local onde as encontramos pela primeira vez. Este é também o primeiro jogo da série que introduz a spiderball, um upgrade à já conhecida morphball que permite a Samus se rebolar em várias paredes ou mesmo tectos. Depois temos mesmo os novos Metroid que já referi, que vão sendo cada vez mais vorazes, desde os Alpha aos Gamma.
Estas estátuas dos Chozo continuam espalhadas pelo jogo
Infelizmente devido ao ecrã monocromático da Gameboy, perde-se muito do impacto visual. Apesar de o jogo estar dividido em várias áreas diferentes, sendo tudo a preto-e-branco, não há uma grande distinção entre as mesmas. No entanto o detalhe gráfico, especialmente o das sprites, está muito superior ao que a NES é capaz de fazer. Apesar de monocromático ainda assim o jogo consegue ter alguns bons momentos de tensão tal como os clássicos. Sempre que temos de defrontar um Metroid ou as suas formas evolutivas a coisa fica sempre caótica. No entanto, se por um lado a falta de cores terá prejudicado o jogo, os efeitos sonoros e música continuam excelentes. A música que toca no ecrã-título é certamente das coisas mais tensas que já passaram num videojogo.
No fim de contas acho este um excelente jogo tendo em conta as limitações técnicas da Gameboy original, mas comparando este Metroid II com os grandes clássicos da série, então é um jogo que fica bem aquém desses. Se há jogos que mereciam um remake com todos os eye candy que nos são possíveis hoje em dia, e com uma área de jogo bem mais expandida, este Metroid II é um sério candidato a ocupar o topo dessa eventual lista.