Super Mario Land 2 (Nintendo Gameboy)

Super Mario Land 2De volta para a mítica Gameboy com mais um jogo de plataformas bem conhecido. O primeiro Super Mario Land tinha sido um jogo bastante simples, lançado muito no início de vida do aparelho, quando os próprios developers ainda estavam a ver como haveriam de tirar melhor partido da plataforma. Já este Super Mario Land 2 tem de facto muito melhor aspecto e mais conteúdo, mostrando assim uma óptima evolução técnica. E o meu exemplar em específico foi comprado algures durante o início de Dezembro na Feira da Ladra pela módica quantia de um euro. Poderia estar em melhor estado, é verdade, mas por um euro…

Super Mario Land 2 - Nintendo Gameboy
Jogo, apenas cartucho e um pouco mal tratado

Mas tal como o primeiro Super Mario Land, este aqui também não é passado no Mushroom Kingdom, nem um Bowser para derrotar, e muito menos uma princesa para salvar. Aqui o jogo decorre na “Mario Land,” onde um novo vilão aproveitou as aventuras de Mario no jogo anterior para invadir o seu “mundo” e apoderar-se do seu castelo. O seu nome? Wario. Sim, este jogo marca a primeira aparição de Wario no mundo da Nintendo, que posteriormente passará a ter mais destaque nos restantes Mario/Wario Lands. De resto, apesar de alguns inimigos como os Goombas marcarem o seu regresso, este jogo terá muitos locais algo exóticos, como uma árvore ou casa gigante, dentro de uma tartaruga ou mesmo em pleno espaço (com Mario devidamente equipado de astronauta).

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Alguns mundos têm pouquinhos níveis, como a Space Zone com o seu boss muito especial

O objectivo é completar cada um desses mundos, visto que ao derrotar cada um desses bosses ganhamos uma moeda dourada, necessária para abrir a porta do castelo para finalmente podermos derrotar Wario. As mecânicas de jogo são as habituais, com Mario a derrotar os inimigos saltando-lhes em cima, existindo também power ups que o fazem crescer, atirar bolas de fogo ou tornar-se temporariamente invisível. A super flor desta vez em lugar de nos mudar a cor da nossa fatiota deixa-nos com uma pena na cabeça. Tal se passa devido ao ecrã monocromático da Gameboy, a Nintendo achou melhor assumir essa mudança cosmética em Mario em vez de procurar esquemas de cores diferentes, o que num ecrã monocromático pode não ser lá muito fácil. Existe um power up novo na forma de uma cenoura, transformando o fato de Mario num coelho, deixando-nos também planar no ar ao abanar as orelhas.

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Se conseguirmos tocar no sino de bónus, este é um dos minijogos que nos pode calhar em seguida

As moedinhas estão de volta, e desta vez em lugar de nos dar uma vida extra a cada 100 coleccionadas, as mesmas podem ser utilizadas numa casa especial onde poderemos jogar uma série de minijogos por vários power ups ou vidas extra. Algo como um casino. De resto os níveis estão disponíveis num mapa mundo, onde poderemos rejogar livremente a maioria dos mesmos, incluindo o tal casino. Para além disso, alguns dos níveis possuem saídas secretas, que nos desbloqueam outros níveis escondidos e no final de cada nível temos sempre a possibilidade de tocar num sino que nos leva em seguida a um mini-jogo de bónus, onde também poderemos ganhar outros powerups ou vidas extra.

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Estas orelhas de coelho permitem-nos planar um pouco pelos ares, controlando melhor os saltos

Graficamente é um jogo muito bom comparativamente com o seu predecessor. As sprites, em especial a de Mario, está muito maior e nota-se perfeitamente que é uma versão monocromática da sprite utilizada em Super Mario World. Todos os níveis estão muito bem detalhados tendo em conta o ecrã monocromático e as suas limitações, para além de terem temáticas bem criativas, na minha opinião. As músicas apesar de agradáveis, não me parecem tão boas como as introduzidas em muitos outros jogos da série lançados até à altura, mas lá está, não são nada más de qualquer da forma. Gosto em particular do ritmo em crescendo que se vai ouvindo cada vez que apanhamos uma estrela de invencibilidade.

Em suma, este é mais um óptimo jogo de plataformas do Mario e tal como o seu predecessor na Gameboy, é um pouco diferente do habitual, até porque mais uma vez não foi produzido por Miyamoto. Mas é a sua sequela, o Super Mario Land III: Wario Land, que por acaso ainda não possuo, que mais me agradou nesta trilogia, sendo muito provavelmente o meu jogo preferido de toda a biblioteca existente para a Gameboy clássica.

Tiny Toon Adventures: Bab’s Big Break (Nintendo Gameboy)

Tiny Toon BabsMais uma rapidinha e novamente para um jogo da portátil clássica da Nintendo. Este foi mais um dos jogos que comprei um pouco às cegas, confiando no bom trabalho que a Konami fez com essa franchise em jogos para a NES ou Mega Drive. E apesar de não ser um jogo propriamente brilhante, também não é nada mau, é simplesmente mais um jogo de plataformas e para quem gostar do universo Tiny Toon até lhe poderá achar piada. Este cartucho foi comprado no passado mês de Dezembro na Feira da Ladra em Lisboa, tendo-me custado 1.5€.

Tiny Toon Adventures Bab's Big Break - Nintendo Gameboy Color
Apenas cartucho

Bom, a primeira coisa que me surpreendeu neste jogo foi que apesar de o mesmo ter no título “Bab’s Big Break”, na verdade nunca sequer chegamos a jogar com a Babs Bunny. A história parece um pouco confusa, pois começa com Babs a dizer que gostaria muito de ser actriz e vai começar a estudar nessa àrea, apesar do seu “talento natural” para a arte. Depois pelo meio aparece o Montana Max, o puto mimado e ricalhaço, que ameaça comprar um teatro qualquer. Irritadíssima com a situação Babs tenta impedir que Montana leve a sua avante. Mas paralelamente a tudo isso, temos Buster Bunny, Plucky Duck e o porquinho Hampton preocupados com Babs e decidem segui-la para o caso de ela se meter em algum sarilho. O resto do jogo é todo passado no encalço de Babs, e embora ela vá à nossa frente, pelos vistos nós é que temos o trabalho todo de enfrentar bosses e tudo.

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Estes diamantes que encontramos servem de unidade monetária, onde podem ser gastos em mini-jogos

De resto é um jogo de plataformas sólido, se bem que com algumas mecânicas de jogo um pouco diferentes do habitual. Podemos trocar entre o Bugs, Plucky e Hampton a qualquer altura do jogo, bastando para isso carregar no start, mas no entanto todas as personagens têm a mesma habilidade, sendo que a única diferença é o ataque secundário que dispomos e que passo a explicar. Basicamente podemos derrotar os inimigos saltando-lhes para cima, como em muitos outros jogos de plataforma. Mas tal como Castlevania, podemos usar alguns ataques secundários, cujas munições estão na forma de items que vamos coleccionando ao longo dos níveis. Buster Bunny atira cenouras em arco, Pluffy Duck atira ananazes nas diagonais e o Hampton usa melancias. Para além disso podemos também apanhar outros items como diamantes, corações que podem restaurar a nossa vida perdida (ou mesmo incrementá-la até ao final do nível), ou mesmo invencibilidade temporária. Os diamantes servem de unidade monetária, cujos podem ser utilizados em vários minijogos que podemos descobrir nos vários níveis, onde somos recompensados com mais vidas ou recuperar saúde. Esses mini-jogos tanto podem ser variantes do “Whac-a-Mole” onde temos de bater nos vários Montana Max que vão surgindo no ecrã, ou corridas contra outras personagens do universo Tiny Toon.

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Apesar de ser possível jogar com outras personagens, não há grande vantagem nisso.

Agora que referi esses conceitos básicos, convém também escrever um pouco da estrutura de cada nível. Geralmente os níveis estão divididos em 2 ou 3 partes, onde na primeira parte chegamos a um ponto em que não conseguimos progredir mais, precisando nós da ajuda de um outro Tiny Toon que se encontra nessa parte do nível. Depois de encontrarmos o Tiny Toon que nos pode ajudar e o convencermos a fazê-lo (alguns precisam que joguemos um mini-jogo ou que façamos outras tarefas em primeiro lugar), basta voltar ao ponto em que estávamos bloqueados para que o “companheiro” faça a sua magia e nos transporte para a segunda parte do nível, com mais platforming e um boss no final. De resto os próprios níveis vão sendo variados, o que é sempre bom. Tanto temos níveis bem simples e lineares, como outras secções cheias de caminhos alternativos e “tubos” que nos levam a outras secções como um certo canalizador bigodudo. Ou mesmo outros níveis como um passado num comboio em andamento, ou outro em que conduzimos uma mota a alta velocidade.

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Babs vai falando entre cada nível, embora também não diga lá muita coisa de jeito

Graficamente é um jogo interessante, pois por um lado tanto podemos ter níveis com backgrounds muito simples, noutros já os acho mais bem conseguidos e detalhados, como uma certa floresta assombrada que até gostei do que vi (e principalmente do que ouvi!). As sprites estão bem detalhadas e o elenco dos Tiny Toon parece-me completamente representado no jogo, quanto mais não seja através de cameos. Em relação às músicas também tenho sentimentos mistos, pois existem algumas secções com música muito boa, tal como a floresta assombrada que referi acima, que usa uma adaptação em chiptune do “In the Hall of the Mountain King” de Grieg. Mas o que já não gostei é que em certas zonas de todos (ou quase todos) os níveis vamos ouvindo num loop interminável a faixa tema dos Tiny Toons e confesso que já me estava a irritar um pouco.

Posto isto e para entrar num full circle repito o que escrevi logo no primeiro parágrafo. Este é um jogo de plataformas competente, nada de extraordinário, mas que ainda assim poderá ter um maior interesse para os fãs de Tiny Toons, ou mesmo dos jogos clássicos da Konami.

 

Astérix and Obelix (Nintendo Gameboy)

Asterix and ObelixA era dourada da Mega Drive e SNES, foi uma boa época para os fãs  de jogos de plataformas e de banda desenhada. Nas consolas da Sega tivemos excelentes jogos para a Master System e/ou Mega Drive produzidos pela própria Sega ou pela Core, estes já não tão bons. Nas consolas da Nintendo foi a francesa Infogrames a lançar os videojogos desta dupla gaulesa. E o que aqui trago hoje foi um jogo que foi lançado originalmente para as plataformas da Nintendo, quer a SNES, quer esta versão Gameboy que por sua vez foi comprada no mês passado na Cash Converters de S. Sebastião em Lisboa por cerca de 3€.

Asterix and Obelix - Nintendo Gameboy
Apenas o cartucho

A história é uma mistura dos acontecimentos em vários livros, mas com o conceito base do “Astérix e a Volta à Gália”, onde César manda barricar a pequena aldeia rebelde Gaulesa, para tentar conter Astérix e seus amigos. Como forma de desafiar o imperador romano, Astérix e Obelix partem à aventura viajando para outros países ocupados pelos Romanos, trazendo um souvenir de cada um desses destinos e enviá-los para César, de forma a mostrar-lhe que o seu plano não resultou. É aqui que o jogo vai buscar os acontecimentos de outros livros como Astérix entre os Bretões, Helvéticos, ou na Hispânia.

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A jogabilidade é simples e bem tradicional

A jogabilidade é a de um simples jogo de plataformas em 2D, não tendo muito que saber. Existe um botão para saltar e outro para atacar, podemos escolher jogar quer com Astérix ou com Obélix. Ao longo do jogo vemos uma série de caixinhas como as item boxes de Super Mario, que tanto poderão servir como plataformas, ou podem também ser quebradas e alojar items como estrelas (servem apenas para aumentar a pontuação, moedas que tal como Mario nos dão vidas extra ao coleccionar um determinado número. Mediante se jogarmos com Astérix ou Obélix, podemos também encontrar uma poção mágica ou um javali assado respectivamente, que nos dão invencibilidade temporária. Muitas vezes teremos também níveis de bónus para completar, onde o objectivo é apanhar o maior número de itens possível dentro de um curto intervalo de tempo. Também no final de cada capítulo principal temos um nível diferente. Na Bretanha temos uma partida de Rugby para vencer, na Grécia umas provas olímpicas que exigem um certo button mashing da nossa parte, ou na Hispânia ainda participamos numa pequena tourada.

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Usando o Super Gameboy, o jogo ganha uma paleta de cores bastante útil

Graficamente é um jogo bem detalhado para uma Gameboy, mas também é daqueles que para quem tiver uma Super GameBoy da SNES beneficia em grande ao jogar isto na TV, pois o esquema de cores fica muito melhor, tendo também um bom banner de fundo. Isso ou jogam mesmo a versão SNES que obviamente na parte gráfica é bem superior. Curiosamente até acabo por preferir as músicas desta versão Gameboy, achei que ficaram bem mais conseguidas tendo em conta a limitação do hardware.

Por alguma razão, a Infogrames decidiu ainda converter este jogo para a Gameboy Color, sendo uma versão ainda mais colorida deste jogo, mas também para a Gameboy Advance, na compilação Astérix & Obélix Bash Them All, embora essa versão seja baseada na versão SNES, naturalmente superior pelo menos no quesito gráfico.

Star Wars (Nintendo Gameboy)

Star WarsO artigo que cá trarei hoje é uma rapidinha, mas daquelas mesmo à blitzkrieg. Isto porque este Star Wars é nada mais nada menos que uma conversão do jogo de mesmo nome lançado originalmente na NES, tendo sido também convertido para a Sega Master System e cuja versão eu já a analisei por aqui. O jogo foi comprado há umas semanas atrás na cash converters de S. Sebastião em Lisboa, creio que me custou cerca de 3€.

 

Star Wars - Nintendo Gameboy
Jogo, apenas cartucho

Como o jogo é essencialmente o mesmo da versão Master System, recomendo a sua leitura para mais detalhes. Esta versão, para além dos visuais forçosamente diferentes devido ao ecrã monocromático, peca pelos controlos não serem tão bons, o que num jogo com uma grande dose de platforming é algo grave e afecta bastante a dificuldade. Só por essa razão acabo sempre por preferir a minha versão Master System, embora mesmo essa não seja propriamente o melhor jogo de sempre. Mas ambas valem nem que seja pelo artwork que têm na caixa.

Super Mario Land (Nintendo Gameboy)

Super Mario LandContinuando pelas portáteis da Nintendo, desta vez para um dos seus jogos de lançamento lá nos idos de 1989. Super Mario Land é o primeiro jogo portátil do canalizador bigodudo (não contando claro com eventuais lançamentos que possam ter surgido noutras portáteis como a Game & Watch e afins). O que chama à atenção neste jogo é que apesar de partilhar a fórmula essencial dos seus jogos de plataformas tradicionais, ainda assim não deixa de ser um jogo muito diferente e com uma identidade muito própria, fruto de ter sido desenvolvido por uma equipa diferente encabeçada pelo próprio Gunpei Yokoi. Este jogo foi comprado há umas semanas na cash converters de Alfragide por cerca de 4€, contendo apenas o cartucho. Edit: Arranjei recentemente uma cópia new old stock, completa, por 15€.

Jogo com caixa, manuais e papelada

Sendo este um jogo portátil aqui apenas jogamos com Mario. No entanto, em vez do Mushroom Kingdom somos levados a Sasaraland, um mundo aparentemente muito parecido com a própria Terra, com locais onde vemos as pirâmides egípcias em planos de fundo, as estátuas das Ihas da Páscoa ou mesmo outras localidades inspiradas na arquitectura chinesa. Mas independentemente de onde a acção se passa, algo mantém-se igual: há sempre uma donzela em perigo para ser salva, mas desta vez não é a Peach, mas sim outra princesa, a Daisy. O vilão também não é Bowser, mas um estranho indivíduo chamado de Tatanga.

Super Mario Land (1)
Certamente uma das melhores razões para se ter uma Gameboy, no nosso caso em 1990

A jogabilidade é muito semelhante à de Super Mario Bros original. Mario pode correr e saltar, atacar os inimigos saltando-lhes em cima, coleccionar moedas em que em cada 100 coleccionadas se ganha uma vida, apanhar cogumelos para duplicar de tamanho e posteriormente uma flor para ganhar os poderes do costume. Mas agora em vez de uma bola de fogo que vai saltitando, agora temos uma bola negra que se comporta de maneira diferente. Aqui essa bola mal vai sendo ricocheteada mal toque no chão ou em qualquer outra superfície e se passar por algumas moedas, conta como se fosse o próprio Mario a apanhá-las. De resto, e para além dos níveis tradicionais de plataformas, temos também um ou outro de shmup horizontal ao contrário do que seria de esperar. Mas esses níveis também nunca são muito difíceis. Existem também umas pequenas fases de bónus, onde podemos ganhar 1 ou mais vidas extra, ou uma flor mágica. Para os aceder, no final dos níveis normais de platforming apenas temos de nos preocupar em tentar sair pela porta de cima.

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Tanto através do acessório Super Gameboy para SNES ou mesmo pela Gameboy Color, é possível jogar este SML com algumas cores.

Graficamente é um jogo muito simples, até porque é ainda um dos jogos de lançamento da própria Gameboy e as suas capacidades ainda estavam longe de serem exploradas a 100%. As sprites são minúsculas, e os backgrounds são o mais minimalistas possível. Comparar graficamente este jogo com qualquer uma das suas sequelas é uma diferença do dia para a noite em todos os aspectos! Mas ainda assim tudo é nítido e apesar de pequenas, as sprites diferenciam-se bem. Por outro lado, as músicas são excelentes, com um ou outro tema que não deve nada aos clássicos da NES. Posto isto, apesar de todas as suas restrições de hardware e uma fórmula algo diferente na jogabilidade no geral, Super Mario Land não deixa de ser um clássico indispensável na biblioteca da velhinha portátil da Nintendo.