Streets of Rage (Sega Game Gear)

O artigo de hoje não será muito extenso pois apesar de se tratar de um clássico, já cá escrevi sobre a versão original para a Mega Drive assim como a sua adaptação para a Master System. Curiosamente, as versões Master System e Game Gear são bastante diferentes entre si, o que não é algo muito comum nos jogos que saem para ambas as plataformas, visto serem muito idênticas no seu hardware. O meu exemplar foi comprado a um amigo meu algures no passado mês de Dezembro por cerca de 25€, estando completa e em bom estado.

Jogo com caixa e manual

Acho que toda a gente conhece (senão, deveria conhecer!) este jogo. Começou por ser uma resposta da Sega a títulos como os Final Fight, Double Dragon ou os vários beat ‘em up arcade que a Konami viria a trabalhar. Ao contrário desses títulos no entanto, Streets of Rage nunca recebeu nenhuma versão arcade, tendo sido um título desenvolvido a pensar especificamente no mercado doméstico, mais concretamente a Mega Drive, cuja versão chegou aos mercados algures no ano de 1991. Apenas nos anos seguintes é que os sistemas 8bit da Sega recebem uma versão, com a Game Gear a receber um port em 1992 e a Master System apenas em 1993.

A primeira coisa que reparamos é a infeliz omissão da terceira personagem jogável, o Adam.

O jogo é um beat ‘em up clássico com a temática urbana moderna, tal como o Final Fight o foi. Apesar de não ser um jogo graficamente tão impressionante como o da Capcom, a sua jogabilidade e principalmente a música do Yuzo Koshiro destacavam-se facilmente, para além do suporte a multiplayer cooperativo, algo que a versão do Final Fight na Super Nintendo não teve. Esta versão Game Gear no entanto recebeu bastantes cortes. Para além de graficamente ser muito pior (o que é normal tendo em conta a plataforma), existe mesmo muito conteúdo cortado, a começar pelo Adam que não existe aqui de nenhuma forma. Alguns dos golpes deixaram de existir nesta versão, assim como 3 níveis do original da Mega Drive. O ataque especial, onde chamamos um carro da polícia que dispara um rocket capaz de limpar todos os inimigos do ecrã, também não está presente nesta versão. A versão de Master System por outro lado tem tudo isso, excepto suporte a multiplayer cooperativo, que aqui na Game gear é possível recorrendo a um cabo específico.

Infelizmente a versão Game Gear tem mais cortes, para além de vários golpes e habilidades em falta, alguns níveis também foram cortados como o icónico nível no elevador.

Visualmente esta é uma pior adaptação do jogo. Já seria de esperar um downgrade gráfico considerável, mas a versão Master System, que sai apenas no ano seguinte, para além de ter muito menos conteúdo cortado, é também mais detalhada graficamente, tanto nos cenários, mas particularmente nas sprites das personagens, que apesar de ligeiramente mais pequenas (tendo em conta a maior resolução de ecrã) são mais bem detalhadas. Já a banda sonora parece-me ser bastante semelhante senão mesmo idêntica. O PSG da Master System e Game Gear é um chip de som bem mais fraco que o da Mega Drive, particularmente se considerarmos que é tecnologia do início da década de 80, pois já a SG-1000/SC-3000 o utilizavam. Ainda assim, com todas as limitações do chip de som destes sistemas 8bit da Sega, a banda sonora deste jogo continua bastante agradável, o que uma vez mais salienta o talento de Yuzo Koshiro, o seu compositor. A nível de performance esta versão é superior à da Master System na medida em que permite ter mais que 3 sprites no ecrã em simultâneo.

Visualmente também acho a versão Master System superior, embora ao menos esta consiga ter mais sprites em simultâneo no ecrã

Portanto esta versão do Streets of Rage apesar de ser um beat ‘em up sólido para uma portátil como a Game Gear, que por sua vez não possui muitos jogos deste género no seu catálogo, a versão Master System deste jogo acaba por ser bem superior, pelo que se tiverem curiosidade em jogar um Streets of Rage 8bit, escolham antes essa versão.

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Autor: cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.

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