Vamos voltar à Playstation 4 para um excelente jogo que já tinha em backlog há demasiado tempo. Depois da dotemu ter publicado o excelente remake Wonder Boy The Dragon’s Trap e o espectacular Streets of Rage 4, fiquei ainda mais interessado neles quando pouco tempo depois do SoR4 anunciam também um outro beat ‘em up com um aspecto bastante retro e de uma franchise muito nostálgica para quem cresceu nos anos 80 e 90, as tartarugas ninja! Este novo Shredder’s Revenge é então um beat ‘em up muito inspirado pelo óptimo trabalho que a Konami teve nos anos 90 desta série e com uma jogabilidade, gráficos e música soberbos. Foi desenvolvido pelos canadianos Tribute Games que já haviam lançado vários jogos indie, incluíndo o simpático Wizorb que já cá trouxe no passado. E o meu exemplar foi comprado algures em Fevereiro de 2023 numa promoção da Amazon por 30€. Se soubesse ter esperado um pouco mais, conseguiria tê-lo comprado mais barato e numa edição que já inclui o DLC Dimension Shellshock.
A história leva-nos uma vez mais a encarnar numa das 4 tartarugas ninja (e não só, pois desde o início que poderemos jogar também com o Splinter ou a April) que se juntam para uma vez mais combater Shredder e todos os seus minions do Foot Clan, pois estes preparam-se para tomar a Estátua da Liberdade para fins desconhecidos. Iremos então uma vez mais lutar pelas ruas de Nova Iorque, dentro de estúdios de televisão, nos esgotos e até noutra dimensão para evitar que Shredder e companhia levem a cabo os seus planos.
A jogabilidade deste jogo é a de um beat ‘em up clássico e é também bastante fluída! Os botões faciais servem para saltar (X), atacar (quadrado), desviar (círculo) ou usar golpes especiais (triângulo) assim que tivermos preenchido uma barra de energia para o efeito. Naturalmente poderemos desencadear diferentes tipos de combos, golpes e manobras diversas, o que acaba por enriquecer bastante o combate e a experiência de jogo! O modo história, que possui um mapa de níveis como no Super Mario World, pode ser jogado sozinho ou com vários amigos cooperativamente, quer online, quer em multiplayer local até um máximo de 6 jogadores em simultâneo, o que deve ser uma experiência fantástica, mas não cheguei a experimentar. Cada uma das personagens possui características e golpes diferentes, pelo que vale a pena ir rejogando o jogo com várias personagens para uma experiência diferente! Os níveis também vão ter vários inimigos e obstáculos, uns já bem conhecidos dos clássicos arcade da Konami, outros novos. Vamos poder também apanhar várias pizzas que terão funcionalidades distintas. Umas servem para nos regenerar vida, outras para nos deixar temporariamente utilizar os ataques especiais sem quaisquer restrições, já outras até nos deixam desencadear um ataque poderoso durante vários segundos enquanto estamos também invencíveis. No meio de todos os objectos destrutíveis poderemos também encontrar alguns coleccionáveis que nos darão pontos extra. Pontos esses que servem também como uma espécie de sistema de experiência, permitindo-nos desbloquear novos golpes, habilidades ou simplesmente melhorar a personagem com que jogamos, ganhando mais saúde ou aumentar a sua barra de special.
Para além desse modo história, temos também outros modos de jogo adicionais como é o caso do arcade, que é essencialmente o mesmo jogo mas com uma maior limitação de vidas e continues e sem qualquer save, obrigando-nos a terminá-lo de uma assentada. Outro modo de jogo que eventualmente foi introduzido é o survival, mas esse está apenas disponível para quem tiver comprar o DLC Dimension Shellshock, que por sua vez vem também incluído na edição Anniversary. Esse DLC traz também outras personagens jogáveis, o que é a única coisa que me dá alguma pena de não ter arranjado antes essa versão.
A nível audiovisual este é um jogo excelente. Extremamente colorido e muito bem detalhado, com gráficos em pixel art de um detalhe impressionante. Adoro quando fazem jogos assim! Os níveis vão sendo variados, levando-nos a diferentes cenários desde as já típicas ruas de Nova Iorque, passando pelo interior de edifícios, esgotos a dimensão X e até as ruínas da Technodrome, tudo com excelentes gráficos e animações. A banda sonora é também bastante completa, contendo músicas bem enérgicas e com toadas electrónica, rock e rap/hip-hop. A banda sonora foi composta por um compositor português (Tiago Tee Lopes) que já havia contribuído com várias outras bandas sonoras de peso, incluindo o Streets of Rage 4 ou Sonic Mania. A banda sonora conta também com a colaboração de vários músicos conhecidos, entre os quais o Mike Patton, lendário vocalista de Faith No More e muitos outros projectos, que deu a sua voz para uma interpretação do tema título desta série. De notar também que apesar de não haver voice acting constante, ocasionalmente as várias personagens vão dizendo alguns diálogos e estes foram todos narrados pelos actores que deram as vozes na série de animação original. Mais um detalhe interessante!

Portanto este Shredder’s Revenge é um excelente beat ‘em up que irá agradar não só aos fãs do género como aos fãs da conhecida série televisiva / banda desenhada. Este lançamento bem sucedido, em conjunto com a compilação que a Digital Eclipse trabalhou, voltaram a colocar o nome das tartarugas ninja em cima da mesa. Neste ano sai o Mutants Unleashed, aparentemente uma adaptação de um filme lançado no ano passado. É também um beat ‘em up, embora nem a dotemu nem a Tribute Games tenham tido qualquer envolvimento no desenvolvimento desse jogo. A receptividade do mesmo não tem sido a melhor, pelo que irei aguardar mais uns tempos até me decidir se o quererei jogar ou não. Um outro lançamento em que a dotemu esteve envolvida neste ano foi o Metal Slug Tactics e esse sim, será algo a ter em conta.




