Call of Duty: WWII (Sony Playstation 4)

Ultimamente não tenho tido muito tempo para jogar, pelo que depois do Yakuza 4 quis jogar um título mais curto e mesmo assim ainda demorei bastante até o conseguir terminar. Refiro-me claro a este Call of Duty WW2 de 2017, onde quase 10 anos depois, a Activision volta ao tema da segunda guerra mundial, depois dos Call of Duty World at War e Final Fronts de 2008. O meu exemplar foi comprado numa Cex algures em Dezembro passado por 12€.

Jogo com caixa e papelada

Este artigo irá focar-se inteiramente no modo campanha, visto que a série Call of Duty sempre apresenta modos multiplayer bastante robustos e competitivos, mas nem sequer os ousei experimentar. Também como em muitos outros jogos da série, temos aqui também um modo zombies de multiplayer cooperativo, algo que também não experimentei. A campanha então foca-se inteiramente no teatro de guerra Europeu, detalhando toda uma série de batalhas desde o desembarque da Normandia no dia D, culminando na batalha onde os aliados conquistam a única ponte ainda disponível para atravessar o rio Reno e assim conseguirem finalmente penetrar o território Alemão. Practicamente toda a aventura irá levar-nos a encarnar no papel de Ronald Daniels, um soldado da primeira divisão de infantaria norte-americana. Nalguns momentos iremos no entanto controlar outras personagens como condutores de tanques, aviões ou até uma membro da resistência francesa.

Uma das novidades aqui introduzida é o facto de vários nossos colegas terem habilidades próprias que poderemos tirar partido, como pedir medkits, munições ou assinalar posições inimigas para ataques de artilharia

A jogabilidade tem no entanto algumas particularidades interessantes. A primeira e mais notória é mesmo o facto de o jogo já não ter um sistema de vida regenerativa, requerendo o uso de medkits para nos curarmos. No entanto, ao contrário de first person shooters da velha guarda, continuamos a poder carregar apenas duas armas de fogo, bem como dois tipos de granadas, tanto de fumo, como de fragmentação. De resto, como já referi acima ao longo da maior parte da história vamos jogar no papel do mesmo soldado, mas este está na sua maior parte das vezes acompanhado pelos restantes membros do seu pelotão, que nos podem auxiliar de várias formas. Um dos nossos colegas pode-nos dispensar medkits, outro munições, outro granadas, outro consegue assinalar os inimigos à nossa volta, aparecendo em seguida com maior relevo e por fim temos também um colega que nos dá granadas de fumo colorido, que podem ser utilizadas para sinalizar equipas de artilharia que ataquem aquele local. Estas habilidades vão sendo “recarregadas” com o tempo e basta nos aproximarmos da personagem respectiva e pressionar o direccional para cima para activar a tal habilidade de suporte.

Nalguns momentos do jogo, particularmente quando equipamos armas sniper podemos usar o focus, que nos permite, durante alguns segundos, abrandar o tempo

Vamos ter também alguns níveis mais focados na acção furtiva, onde teremos de nos esgueirar território inimigo sem sermos detectados. Como em muitos jogos furtivos do género, sempre que um inimigo nos vê, surge um indicador visual acima das suas cabeças e que se vai enchendo gradualmente enquanto nos mantivermos a descoberto. Se chegar ao máximo, o indicador muda a cor para vermelho e é lançado um alerta que irá chamar mais forças inimigas para o local. Há um nível relacionado com a libertação de Paris onde encarnamos numa mulher da resistência francesa e que, disfarçada de militar nazi, nos infiltramos no quartel-general nazi de Paris. Aí temos de ter algum cuidado em não chamar muito à atenção e ocasionalmente poderemos até ser interrogados por alguns oficiais que nos pedem os documentos e nos fazem algumas questões. Pareceu mesmo que estava num filme de espiões! De resto, tirando estas particularidades, contem este jogo como um first person shooter bastante sólido na sua jogabilidade e mecânicas.

Como é habitual, ocasionalmente poderemos conduzir certos veículos como um tanque Sherman

Focando-nos agora nos audiovisuais, foi um prazer jogar este jogo. Isto porque a geração de consolas da PS4 e Xbox One já tinham um poderio gráfico bastante bom, o que permitiu à Sledgehammer produzir um videojogo sobre a segunda guerra mundial com visuais excelentes. Logo no primeiro nível do desembarque da Normandia deu bem para ver o quanto caótico aquele desembarque foi e as dificuldades que muitos soldados aliados tiveram de ultrapassar logo naquelas primeiras horas. Em suma, todo o jogo está graficamente muito bom e que nos leva a atravessar várias cidades em ruínas, a imponente e ainda intacta cidade de Paris e várias paisagens mais naturais como florestas e montanhas ao longo de várias estações do ano. No que diz respeito à banda sonora esta é, como seria de esperar, mais épica e orquestral, o que se adequa bem aos combates que vamos ter de travar ao longo da campanha. O voice acting está óptimo e a história tem uma boa dose de drama à mistura (às vezes até demais), mas como um todo achei este um jogo muito bem conseguido.

Visualmente o jogo está fantástico e Paris não foi esquecida

Portanto foi um prazer voltar a jogar um Call of Duty que decorra na segunda guerra mundial. Uma pena a campanha em si ser bastante curta e practicamente inteiramente focada naquele grupo de soldados norte-americanos. Felizmente no entanto não foi necessário voltar a esperar tanto tempo por mais um jogo desta série neste conflito, pois em 2021 tivemos o Vanguard que planeio comprar e jogar em breve.

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Autor: cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.

2 opiniões sobre “Call of Duty: WWII (Sony Playstation 4)”

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