A Bird Story (PC)

Vamos voltar às rapidinhas a um título indie bem curtinho que é na verdade uma prequela do Finding Paradise, que por sua vez é um sucessor do To The Moon, ambos jogos que poderiam perfeitamente terem sido realizados no RPG Maker devido aos seus visuais muito característicos de RPGs da era 16bit, particularmente os da SNES. Mas estes são jogos que de RPG têm muito pouco, pois o seu ponto forte é precisamente a narrativa que nos contam. Na verdade este foi um jogo que apenas conheci após terminar o Finding Paradise, pelo que o adicionei imediatamente à minha wishlist do steam para o comprar num dia em que tivesse entrado numa promoção, o que acabou por acontecer algures no mês passado.

E este jogo, ao contrário dos To the Moon e Finding Paradise, onde encarnamos na dupla de cientistas Eva e Neil que com recurso a uma tecnologia avançada procuram satisfazer os desejos mais íntimos de felicidade de pessoas muito idosas ou doentes terminais, este é um jogo bem diferente na sua proposta, até porque não existem quaisquer diálogos. Nós encarnamos então no papel de um pequeno menino solitário e com dificuldades em se adaptar na escola e fazer amigos. Num certo dia salva um pequeno pássaro de ser atacado por um outro animal, mas que acaba por partir uma asa, o que o impede de voar. O menino começa então a tomar conta do pássaro e afeiçoa-se muito ao animal, que por sua vez também o ajuda com os seus problemas em socializar com as restantes pessoas.

Tal como os restantes jogos da série To the Moon este é um título com uma narrativa forte, embora não existam quaisquer diálogos desta vez

Toda esta história é-nos mostrada através de várias cut-scenes (todas com os visuais característicos desta série) onde muito ocasionalmente lá teremos alguma (pouca) liberdade de nos movimentarmos pelo ecrã e ocasionalmente pressionar a barra de espaço para interagir com alguns objectos. O To the Moon e Finding Paradise são jogos de aventura com uma narrativa muito forte e emocional, embora tivessem uma componente de “jogo” mais activa e claro, os diálogos algo sarcásticos entre Neil e Eva para contrastar com todo o drama restante. Aqui é tudo muito mais minimalista e sem quaisquer diálogos, o que por vezes confesso que tornou as coisas algo aborrecidas. Outra das coisas que não gostei muito é o facto de não podermos pausar rigorosamente nada enquanto estiver alguma cut-scene a decorrer, o que acontece em cerca de 80% do tempo de jogo, que é pouco mais que uma hora.

Inicialmente achei bastante estranho o jogo utilizar muitos recursos que viriam a ser utilizados no Finding Paradise, mas lá nos dizem que este é uma prequela desse jogo.

De resto tal como referi acima, este é um jogo com visuais muito simples típicos de um RPG da era de 16bit e com aquelas sprites pequenas e animações simples, porém com um charme muito característico. Quando o comecei a jogar estranhei o facto de haverem muitas semelhanças com o Finding Paradise como a personagem principal e os cenários. Estranhei o facto de terem reutilizado esses recursos no jogo seguinte, mas no fim desta aventura lá dizem que “a história continua no Finding Paradise” e ficou tudo perdoado! A banda sonora é como tem sido habitual nos jogos da FreeBird muito relaxante e assente principalmente em melodias simples de piano, porém muito carregadas de sentimento.

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Autor: cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.

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