Continuando pelos shmups da Capcom vamos agora ficar com mais um que também tem uma jogabilidade algo especial, principalmente na sua versão arcade. É uma espécie de twin stick shooter onde conseguimos não só controlar o movimento da personagem mas também a sua direcção de fogo. Naturalmente que nas adaptações para sistemas domésticos da época certas adaptações tiveram de ser feitas. Já cá trouxe no passado a versão Master System que naturalmente sofreu vários cortes, enquanto esta versão, também convertida pela Sega, já é mais fiel à original. O meu exemplar foi comprado a um amigo meu agora no passado mês de Maio e custou-me 10€.
A história leva-nos a um planeta em ruínas, após o mundo ter sido destruído por Bios, uma poderosa divindade maléfica, auxiliada por mais 8 deuses e todos os seus seguidores. Nós encarnamos no papel de um de dois super soldados especificamente criados para derrotar todos estes vilões: o primeiro jogador controla um tipo musculado e loiro, enquanto o segundo jogador controla um outro tipo musculado, negro e com alto mohawk. E sim, a versão Mega Drive permite-nos jogar com dois jogadores, embora eu não o tenha feito.

O original arcade possui controlos distintos. O joystick permite mover o jogador em 8 direcções distintas e o segundo controlo é um botão especial que não só serve para disparar, mas pode também ser rodado de forma a direcçionar o fogo em 360º (não é uma track ball como eu erradamente escrevi no artigo da Master System). Naturalmente que ao trazer este jogo para sistemas domésticos, a menos que se desenvolvesse algum joystick específico para este jogo (e eventualmente outros twin stick shooters) certos compromissos teriam de ser feitos. Pois bem, aqui o d-pad serve para movimentar a personagem, o botão B dispara e o A e C servem então para rodar a mira quer nos sentidos dos ponteiros do relógio ou o contrário. No entanto podemos activar um autofire nas opções que recomendo vivamente. Um outro pormenor interessante a mencionar é que à nossa frente temos sempre um satélite que nos aumenta o poder de fogo, mas também absorve projécteis inimigos.

O sistema de power ups é também distinto. Os inimigos vão largando dinheiro (zenny) que poderá posteriormente ser utilizado em certas lojas que vão aparecendo ao longo dos níveis. Aqui poderemos comprar não só melhores armas (a troco da arma antiga que tenhamos equipado), bem como comprar armaduras, recuperar ou até extender a nossa barra de vida, entre outros itens úteis como uma poção capaz de nos ressuscitar (uma vida extra portanto). Para além das lojas poderemos também encontrar alguns itens escondidos nos níveis que tipicamente nos dão mais dinheiro ou nos regeneram parcialmente a barra de vida. De resto convém dizer que este jogo é bastante difícil pois não só vamos ter de controlar 2 direcções em simultâneo, como vamos tendo inúmeros inimigos a surgirem de todos os lados, que são especialmente difíceis de lidar quando nos temos também de manobrar em espaços fechados.
E esta versão da Mega Drive é graficamente muito mais próxima ao original arcade, embora ainda assim lhe tenham cortado 2 dos seus 9 níveis, assim como mais alguns pequenos detalhes gráficos. Ainda assim, para um jogo ainda de um ciclo de vida algo primitivo da Mega Drive, não deixa de ser impressionante. Os níveis vão sendo bastante variados, desde as tais mega cidades destruídas, passando por níveis com uma temática egípcia ou oriental. Os bosses são particularmente bem detalhados e já as músicas, bom continuo a não achar grande piada à banda sonora deste jogo e, dependendo das armas equipadas, os efeitos sonoros podem também se tornar algo irritantes.
Portanto este Forgotten Worlds é um jogo bem difícil principalmente devido aos seus controlos únicos que eram algo impossíveis de replicar nas consolas da época, mas sempre adorei a sua estética e as mecânicas de jogo com os upgrades que poderão ser comprados nas lojas que visitamos. Sem contar com as compilações de jogos arcade lançadas para sistemas mais modernos, onde poderemos utilizar os dois analógicos para melhor replicar a jogabilidade do original, esta versão Mega Drive é talvez a melhor da sua geração. A versão PC Engine CD também não é nada má, com gráficos mais coloridos (mas sem os bonitos efeitos de parallax scrolling), banda sonora em CD e voice acting, não suporta 2 jogadores e os controlos são similares aos da Mega Drive.



