Fechando a trilogia de títulos que arranjei recentemente para a SG-1000, vamos ficar agora com mas uma rapidinha, mais um shmup e novamente uma conversão arcade. Exerion, tendo sido desenvolvido originalmente pela Jaleco e lançado nas arcades em 1983, primava principalmente pelos seus visuais muito originais e algo arrojados para a época. Infelizmente a transição para a SG-1000 não é de todo a melhor, como iremos ver em seguida.

E vou começar precisamente por comentar os visuais, mas começando pela versão original arcade. Esta é um shmup onde a câmara está posicionada nas traseiras da nave e o jogo possui uns efeitos gráficos interessantes que lhe davam uma certa sensação de profundidade. Mas ao contrário de Space Harrier ou After Burner, lançados anos mais tarde e que utilizavam a tecnologia super scaler, aqui esse efeito de profundidade é atingido pela forma como a superfície é renderizada com efeitos de scrolling muito interessantes. Basicamente imaginem um cilindro gigante que vai rodando e a paisagem, como montanhas, florestas ou edifícios vão surgindo no horizonte e aproximando-se. Mover a nave para cima ou para baixo também muda ligeiramente a perspectiva, o que também contribui para a tal sensação de profundidade. Ora infelizmente a SG-1000 é um sistema muito limitado, tanto na resolução, tamanho de sprites, limites de cores e scrolling, algo que o hardware não suporta nativamente. Portanto esse efeito gráfico, apesar de notável tendo em conta as limitações do sistema, fica muito aquém do original, assim como o detalhe nos cenários e cores. As naves possuem sprites com muito menos detalhe, cor e animações e alguns dos cenários (particularmente aquele onde vamos ver uma série de estátuas da ilha da Páscoa) também ficaram simplesmente maus. Mas reafirmo, tendo em conta as limitações da plataforma, já foi um pequeno milagre o que fizeram aqui. A nível de som é um jogo francamente mau, sem música e com todos aqueles bips e bops bastante estridentes e que nos fazem logo querer baixar o volume.
Mas vamos então para a jogabilidade, pois esta é bastante simples. O d-pad movimenta a nave pelo ecrã como é suposto e ambos os botões faciais servem para disparar. O botão 1 dispara um projéctil de cada vez mas tem rapid-fire, pelo que podemos deixar o dedo pressionado no botão para disparar rapidamente. O botão 2 dispara dois projécteis em simultâneo, mas sem rapid fire e não podemos disparar muitos projécteis consecutivamente. À direita temos de estar especialmente atentos ao charge, que representam energia para o rapid fire. Sempre que o usamos, essas munições são rapidamente gastas, a menos que acertemos nalgum inimigo. Por outro lado, o método de disparo normal não gasta energia e a mesma vai sendo recarregada de cada vez que acertamos nalgum inimigo, pelo que teremos de usar ambos os métodos de combate de forma algo inteligente. E sim, como é habitual em jogos arcade desta época, este Exerion não tem fim. A dificuldade vai aumentando gradualmente e o objectivo é o de fazer a melhor pontuação possível.
E pronto, Exerion é um shmup que possui algumas ideias engraçadas, como os seus visuais arrojados, com efeitos pseudo-3D que eram incríveis para os padrões de 1983. No entanto esta adaptação para a SG-1000 deixa muito a desejar nesse campo, apesar de ter sido um esforço notável em tentar replicar o original. A jogabilidade é simples e parece-me estar fielmente representada perante o original arcade.