O artigo de hoje é uma rapidinha para a PC-Engine, a um jogo de plataformas extremamente simples e seguramente desenvolvido a pensar num público muito, muito jovem. O meu exemplar foi comprado em Dezembro do ano passado a um particular de França e custou uns 15€. Curiosamente o jogo traz umas instruções improvisadas em francês, o que me leva a crer que a PC-Engine e alguns dos seus jogos terão sido importados por alguns comerciantes nos anos 90.
O jogo em si é super simples e aparentemente é baseado num programa de televisão infantil, pelo menos a julgar pela arte da capa, que é capaz de causar pesadelos a qualquer criança. Basicamente temos um grupo de 3 animais como protagonistas, um gato, um pinguim e um rato, que estavam a fazer uma viagem de barco pelo oceano, apanham uma tempestade e são forçados a desembarcar numa ilha remota. Lá encontram um pequeno dragão cor-de-rosa que diz que os pode ajudar a regressar, mas a troco de comida.

E ao longo de 6 níveis, lá poderemos escolher qual dos 3 animais queremos usar e teremos de coleccionar 3 peças de fruta ou vegetais para dar ao dragão no final do nível. A escolha das personagens é completamente indiferente, nenhum possui diferentes habilidades e como eu referi acima, o jogo é extremamente simples. Basicamente é um botão para saltar e nada mais. Ao longo dos níveis vamo-nos cruzar com outros animais, uns que nos atacam mas não nos causam dano, apenas nos atrasam meros segundos. Em baixo vemos uma barra de tempo que vai diminuindo e à direita uma imagem do alimento que devemos procurar no nível, sendo que teremos de encontrar 3 alimentos iguais. Ao longo de cada nível encontramos diversos tipos de alimentos, mas apenas os que são necessários para alimentar o dragão é que contam. Não há qualquer penalização, ou pontos de bónus se apanharmos outros alimentos, ou até ultrapassarmos os 3 alimentos alvo necessários para aquele nível. Pelo meio vamos encontrar algumas portas que nos levam a pequenos diálogos com outras personagens, ou até a pequenos sliding puzzles que eu sinceramente nunca gostei de os fazer, desde miúdo. Portanto o único desafio do jogo é mesmo o tempo, que sinceramente até é mais que suficiente. Não temos forma de sofrer dano e caso o tempo se esgote somos levados a repetir o nível, sem perder nenhuma vida.

Por outro lado, graficamente é um jogo muito competente e foi isso que me chamou à atenção quando o vi à venda. Os 6 níveis são variados entre si, apresentando diferentes paisagens naturais como uma praia, florestas, montanhas ou cavernas. Os inimigos são bastante coloridos, assim como os cenários, que têm também um bom nível de detalhe. Mais impressionante que isso são as camadas de parallax scrolling, algo que o hardware da PC-Engine não suporta nativamente e tiveram de ser criadas a partir de uma programação inteligente. Sempre que vejo parallax scrolling num jogo de PC-Engine, e tão suave como neste caso, é sempre motivo de admiração. Nada a apontar aos efeitos sonoros, já as músicas até que são agradáveis, mas são poucas. Temos uma música no ecrã título e cutscene de abertura, outra música que iremos ouvir ao longo do jogo em si e por fim, outra no final.
Portanto este Niko-Niko Pun é um jogo que apesar de muito bonito, colorido e bem conseguido do ponto de vista técnico, é também uma experiência muito curta, com apenas 6 níveis e uma jogabilidade extremamente simplificada, pois o público alvo era certamente o infantil.