O jogo que cá trago hoje é um interessante título para a Nintendo DS. Dos mesmos produtores dos Dementium, que por sua vez já tinham impressionado por serem survival horrors em 3D bastante competentes dado as limitações de hardware da plataforma, eles aproveitaram o mesmo motor gráfico para fazer este Moon, um interessante first person shooter futurista passado inteiramente na nossa lua. O meu exemplar foi comprado algures durante o ano passado, numa das minhas idas à CeX do Porto.
O jogo decorre no futuro, onde os Estados Unidos estavam a ampliar a sua área espacial, com a construção de várias bases espaciais na Lua. Eventualmente lá descobrem umas bases alienígenas no subsolo lunar e enviam um esquadrão militar para investigar. Claro que as coisas não correm bem, e lá acabamos sozinhos por tentar desvendar o mistério. Tal como em jogos como Metal Gear Solid, vamos tendo várias conversas por intercomunicador com os nossos superiores e não só.
Tal como o Metroid Prime Hunters, este é um jogo que tira partido das características únicas da Nintendo DS. O ecrã de cima é onde decorre a acção, já em baixo vamos vendo o mapa e temos alguns botões touch para aceder a alguns menus como o mapa completo ou o inventário. Movimentamo-nos com o D-Pad, usando a stylus no touchscreen para controlar a câmara. Para disparar, basta usar o botão L. Interagir com objectos é feito usando também o ecrã táctil, através de botões próprios que vão surgindo no ecrã. Em certos pontos do jogo poderemos também controlar um todo-o-terreno lunar, bem como um robot de controlo remoto.
O jogo não possui qualquer modo multiplayer, concentrando-se apenas no modo história. A acção é feita maioritariamente por combates, mas temos ocasionalmente alguns elementos de puzzle e exploração.Isto porque podemos controlar remotamente um robot cuja única arma é uma espécie de taser que paralisa temporariamente os inimigos, podendo mandá-lo por apertadas passagens que de outra forma não poderíamos atravessar e com isso conseguir por exemplo desbloquear outras portas ou barreiras de energia que nos impedem de progredir no jogo. Também ao explorar essas estreitas passagens poderemos encontrar alguns artefactos alienígenas que servem para desbloquear posteriormente algumas missões extra em realidade virtual, um pouco como as VR Missions de Metal Gear Solid.
Graficamente é um jogo interessante, pois é um first person shooter inteiramente em 3D, com os níveis a apresentar um interessante nível de detalhe para uma Nintendo DS. Os níveis em si estão bem desenhados, sempre com um look futurista e algo alienígena, pecando no entanto no design dos inimigos que são na sua maioria robots. A história, dada através das cutscenes que vamos vendo nas conversas de intercomunicador vai progredindo também com a ajuda dos logs que conseguimos extrair através dos vários terminais. No entanto, sinto a falta de algum voice acting, algo que a Nintendo DS é bem capaz. As músicas também não irão certamente agradar a toda a gente pois são bastante minimalistas e ambientais, o que sinceramente até acho que se adequa ao clima de tensão e mistério que o jogo nos tenta passar.
Portanto, se gostam de FPS e têm uma Nintendo DS, este é sem dúvida um jogo a experimentar, pois tendo em conta as limitações da plataforma, a malta da Renegade Kid fizeram um excelente trabalho, apesar de ser um jogo que esteja longe da perfeição. Ainda assim deixou-me bastante curioso para ir espreitar os Dementium.