Enduro Racer (Sega Master System)

Continuando pelas rapidinhas na Master System, o jogo que cá trago hoje é mais uma adaptação de um clássico arcade para a consola 8bit da Sega. Mas ao contrário de outros clássicos como Hang-On, Out-Run ou Altered Beast, onde a Sega tentou retratar de uma forma fiel os originais, embora com vários cortes devido às limitações de hardware, aqui com o Enduro Racer optaram por uma abordagem inteiramente diferente, tanto que nem parece o mesmo jogo. Tal como o World Grand Prix, este jogo entrou na minha colecção através de uma troca recente com um particular.

Jogo com caixa e manual

O enduro racer original é uma espécie de sucessor do Hang-On, mas com motos de motocross em vez de motos de corrida. Os circuitos possuíam também vários obstáculos ou rampas que nos permitem dar grandes saltos, tal como nas provas de motocross. E se por um lado, videojogos como o Road Rash para a Master System vieram provar que seria possível replicar de forma relativamente fiel a jogabilidade do original das arcades, esse jogo saiu já no final do ciclo de vida da consola, altura em que os developers já conheciam bem a plataforma e conseguiam dar a volta às suas limitações.

A versão Master System deste jogo assemelha-se muito mais a um Paperboy do que o jogo original

Neste caso a Sega decidiu transformar um jogo pseudo 3D para uma perspectiva isométrica, tal como no Paperboy. Os circuitos estão também repletos de rampas, obstáculos como pedras, água, neve ou outros condutores que devemos evitar a todo o custo. No final de cada corrida ganhamos alguns pontos mediante o número de condutores que ultrapassamos, pontos esses que podem ser usados para comprar upgrades como melhores suspensões, pneus ou motores. Há lá também um upgrade com o nome genérico de “item”, este serve para recuperar algum do dano sofrido na nossa moto. Quanto dano podemos recuperar, é algo aleatório, infelizmente. E também infelizmente os upgrades que compramos apenas servem para a corrida seguinte. Uma outra coisa curiosa são as rampas. Se por um lado é divertido saltar nelas e ultrapassar os nossos oponentes, nem sempre é uma boa ideia pois ao bater no chão perdemos alguma velocidade e se atravessarmos umas 3 rampas seguidas conseguimos reduzir a nossa velocidade para metade. Portanto por vezes é melhor não atravessar rampas, apenas aquelas que nos desviam dos obstáculos, como zonas sem estrada.

A versão japonesa até tinha um ecrã título melhor!

Graficamente é um jogo simples, e as músicas apesar de poucas, acabam por ser agradáveis. Mas infelizmente as versões americana e europeias deste jogo sofreram sérios cortes em relação à versão japonesa, supostamente para caberem num cartucho de 128kb, ao contrário da versão japonesa que corre num cartucho com o dobro do espaço disponível. Portanto aqui temos 10 circuitos, mas ao contrário da versão japonesa onde são todos diferentes entre si, aqui temos apenas 5 circuitos únicos que depois se repetem. Uma treta!

Às vezes pode não compensar atravessar uma rampa pois perdemos alguma velocidade ao aterrar

De resto este Enduro Racer é um jogo simples, muito diferente da versão arcade, mas acaba por ser algo divertido. Parece que a Sega adivinhou que seria muito difícil reproduzir as emoções e o detalhe técnico da versão arcade e quis antes refazer o jogo de uma forma que melhor se adaptasse às características da Master System. É uma pena no entanto pelos cortes que as versões ocidentais sofreram.

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Autor: cyberquake

Nascido e criado na Maia, Porto, tenho um enorme gosto pela Sega e Nintendo old-school, tendo marcado fortemente o meu percurso pelos videojogos desde o início dos anos 90. Fã de música, desde Miles Davis, até Napalm Death, embora a vertente rock/metal seja bem mais acentuada.

Um pensamento em “Enduro Racer (Sega Master System)”

  1. Excelente blog! Uma pequena dica: existe uma forma de não perder velocidade ao aterrar depois de uma rampa. O segredo é fazer um “cavalinho” no momento em que a mota sobe a rampa (apenas um pequeno toque para baixo no comando, sem manter o botão direcional carregado)

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