Enquanto andam todos entretidos com o novo The Legend of Zelda: Breath of the Wild, eu tenho andado a reduzir o backlog. E um dos que me faltava terminar era precisamente o A Link to the Past para a Super Nintendo. É o terceiro jogo da série, com a Nintendo a regressar à fórmula do primeiro The Legend of Zelda da NES e aprimorando-a de tal forma que se tornou a jogabilidade standard de practicamente todos os outros Zeldas em 2D. O meu exemplar veio em 2 fases. O cartucho foi comprado por 20€ algures no verão de 2016 a um amigo meu. A caixa e manual foram-me oferecidas por um colega de trabalho em Dezembro de 2016, estando impecáveis.

A história de A Link to the Past decorre muitos anos após as Imprisoning Wars que levaram Ganondorf a invadir o Sacred Realm, recuperar a Tri-Force para si, tornando a aquele paraíso idílico no “Dark World“. Enquanto as suas forças invadiam Hyrule, sete sábios magos conseguiram lançar um feitiço que aprisionou Ganon no Dark World, restaurando a paz no reino. Isto até que o feiticeiro chamado Agahnim ataca a família real de Hyrule, coloca Zelda nas masmorras do seu castelo e começa a planear libertar Ganon da sua prisão noutra dimensão. Eventualmente lá teremos de viajar entre ambos os mundos, de forma a libertar 7 meninas que nos irão ajudar a lutar contra Ganon. Teremos muitas dungeons para explorar e muitos segredos para descobrir ao viajar entre as duas dimensões.

O jogo começa com Link a ser acordado com uma mensagem telepática da princesa Zelda a pedir-lhe ajuda. Quando nos levantamos da cama encontramos o tio de Link, todo equipado para o combate, a mandar-nos de volta para a cama. Claro que desobedecemos e os próximos minutos levam-nos a infiltrar no castelo de Hyrule completamente indefesos. Eventualmente lá encontramos o tio ferido que nos entrega a sua espada e escudo e nos pede para ir salvar Zelda das masmorras. E assim a aventura começa! A jogabilidade é excelente e muito familiar ao que os fãs de Zelda podem contar, desde os corações que podem ser expandidos com os heart containers e os muitos itens que poderemos encontrar e usar ao longo da aventura. Estes podem ser mapeados num botão específico e podemos contar com as familiares flechas e bombas (que podem destruir paredes e revelar passagens secretas), bumerangues, grappling hooks e uma série de itens com propriedades mágicas. Coisas como varas mágicas capazes de expelir fogo ou gelo, ou outras capazes de criar blocos mágicos ou um escudo que protega o Link. Portanto, para além da barra de vida que é medida nos corações que vamos apanhando, Link possui também uma barra de magia que devemos ter em conta. De resto existem muitos outros itens e também peças de equipamento para descobrir. Espadas como a Master Sword, escudos e armaduras cada vez melhores, ou umas botas que nos permitem correr a toda a velocidade, ou luvas que nos deixam pegar em objectos pesados. O ecrã de inventário de Link não é uma brincadeira!

Como sempre há montes de segredos a descobrir e é interessante ver o paralelismo entre as duas dimensões, que possuem zonas muito parecidas entre si a nível de layout do terreno, mas ao mesmo tempo muito diferentes. Depois temos as dungeons, que apresentam uma sólida mistura de combate e puzzle solving. Aqui teremos mesmo de dar uso aos itens que vamos apanhando, seja para ultrapassar os inimigos e outros obstáculos, ou para resolver puzzles de forma a abrir os baús com outros itens. Nas dungeons temos de encontrar chaves para destrancar algumas portas e encontrar o mapa ou a bússola que nos indica onde está o boss daquele sítio são coisas opcionais, mas que dão um jeitaço. As dungeons são também muito mais complexas que aquelas que vimos no primeiro jogo da NES.

Graficamente é um jogo bonitinho para a altura em que saiu, e embora a Super Nintendo seja capaz de melhor, também temos de ter em conta que para 1MB de espaço disponível no cartucho, e para a quantidade de dungeons e 2 mundos diferentes para explorar, a Nintendo conseguiu alifazer um pequeno milagre. Os gráficos são coloridos e detalhados quanto baste, tanto que até é impressionante vermos plataformas como a Gameboy ou Gameboy Color a conseguir replicar os mesmos visuais da mesma forma. As músicas são excelentes como é habitual nesta série, com o tema principal do Dark World a ser aquele que mais me ficou na memória.
Este a Link to the Past é um clássico. A Nintendo conseguiu expandir a fórmula do original da NES de tal forma que a sua jogabilidade se tornou nalgo practicamente standard dentro dos Zeldas 2D. O mundo está bem desenhado e repleto de segredos para explorar e o mesmo pode ser dito das dungeons. É também o primeiro Zelda que possui uma narrativa um pouco mais trabalhada, o que me agradou bastante. Existem no entanto outras versões do jogo que podem ser consideradas, como a conversão para a Gameboy Advance que aparentemente possui uma tradução mais fiel ao original, para além do 4 Swords, que em breve também deverei trazer cá ao burgo. Seja como for, joguem-no!
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