[GHZ] Pick ups #12 Agosto 2015

Mais um vídeo longo, peço desculpa a quem não gosta!
Teve de ser gravado à pressa na ultima quinta-feira numa única tentativa pois precisava mesmo de arrumar algum do material que tinha aqui espalhado na secretária.
Por ter sido gravado um pouco às pressas também detectei depois algumas gralhas e a meu ver graves. Algumas já foram corrigidas com legendas.

Fora isso, espero que gostem!

http://www.youtube.com/watch?v=QfoIAVXnptY

The Warriors (Sony Playstation Portable)

The WarriorsPor muito que me custe dizê-lo, foi por pura teimosia da minha parte que desde o GTA III, talvez pelo facto de ter sido um jogo de tremendo sucesso e o mesmo não ter saído para a minha querida Nintendo Gamecube quando eu era um mero fanboy, tenho vindo a ignorar um pouco todos os lançamentos da Rockstar. Obviamente que deixei de ser estúpido e tenho vindo a colmatar essa falha, que resultou que houvessem jogos que me tenham passado completamente despercebidos ao longo dos anos. Este The Warriors é um deles, apenas o comprei porque me tinha sido bem recomendado por alguns amigos e de facto é um óptimo jogo, embora com uma ou outra falha. Este meu exemplar foi comprado na cash converters de Alfragide há uns bons meses atrás. Acho que me custou algo entre 2 a 4€.

The Warriors - Sony Playstation Portable
Jogo com caixa e manual

É um videojogo baseado no filme de mesmo nome, que também não conhecia mas depois de o jogar, certamente fiquei com vontade de o ver, o que é um excelente sinal. Nós aqui vamos controlando vários membros de um gangue relativamente rookie, os The Warriors, nas suas “aventuras” enquanto vão subindo na sua reputação perante os outros gangues. Pelo que andei a investigar, cerca de 80% do jogo todo é passado antes do filme, o que me pareceu uma jogada inteligente por parte da Rockstar. Enquanto o jogo começa com Cyrus, líder de um dos mais poderosos gangues de Nova Iorque, a falar para uma multidão de centenas de elementos de outros gangues, explicando que todos juntos ultrapassam o número de polícias numa proporção de 3 para um e facilmente conseguem ter a cidade de Nova Iorque no seu controlo. Depois desse discurso inicial é que somos levados para uns bons meses antes para acompanhar a evolução do gang The Warriors, as suas rivalidades com outros gangs bastante peculiares, entre outras coisinhas, pois este é um jogo bem completo.

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Como roubar um rádio? Partir o vidro do carro, interagir e rodar o analógico no sentido contrário aos ponteiros do relógio para desapertar os parafusos

É que na sua essência, The Warriors é um beat ‘em up 3D puro e duro, com mecânicas de combate bastante selvagens e violentas, onde qualquer objecto dos cenários são uma arma branca ou de arremesso, e todos os golpes que desferimos têm um “ouch factor” bastante convincente. Mas esta é a Rockstar que falamos, e The Warriors tem muito mais para se ir desbloqueando que as 18 missões principais. Para além de podermos jogar algumas missões de “flashback” onde poderemos ver como o gang The Warriors foi formado ou como alguns dos seus elementos chave se juntaram, ou vários objectivos opcionais nas missões normais, também poderemos jogar partidas multiplayer, quer competitivamente, quer mesmo cooperativamente, bem como visitar a cidade a qualquer momento para cumprir algumas pequenas missões de bónus, como expulsar membros de outros gangues do nosso território, roubar uma certa quantia num determinado intervalo de tempo, entre muitos outros. É uma pequena sandbox no meio do jogo, mesmo ao estilo da Rockstar. E se para alguns a jogabilidade típica de um beat ‘em up se possa tornar repetitiva, a Rockstar incluiu uma série de outras coisas que tornam o jogo mais variado, tanto no modo história, como nas outras missões de bónus. Coisas como fazer tags de spray, onde teremos de mexer o analógico ao longo de uma linha, assaltar pessoas, lojas e carros, entre outras actividades menos lícitas como bater em polícias e soltar os nossos companheiros. E isto também acaba por ser algo encorajado no modo história, pois precisamos de dinheiro para comprar “flash” uma alusão à cocaína e que serve de medkit para nos regenerar a vida, ou latas de spray para os tags que teremos de fazer.

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Em alturas críticas, atirar um objecto é sempre uma tarefa árdua

Ah, e ainda nem referi o modo “Armies of the Night”, uma sincer homenagem ao Double Dragon e demais beat’em ups clássicos da década de 80. Este é um modo de jogo que poderemos visitar sempre que visitamos a nossa base entre missões. Os controlos são semelhantes ao do jogo normal, mas mais limitados a um plano 2D. Apesar de ser repetitivo, foi algo que gostei bastante de ver. Os controlos em si não são maus, pelo menos no que diz respeito ao combate. Há apenas alguns inconvenientes, sendo para mim o pior a maneira como podemos atirar objectos como garrafas, tijolos ou outros arremessáveis. Isto porque o analógico da PSP não é lá grande coisa para se fazer esta mira e há vários bosses armados com revólveres que exigem que lhes atiremos com coisas para os derrotar, mas isto acaba por ser bastante chato de se fazer. Outra coisa que não gostei nada foram os momentos de perseguições onde teríamos de saltar sob cercas, ou rebentar com vedações ou caixotes de madeira. Os controlos não eram os melhores aqui, muitas vezes o jogo não respondia adequadamente. Estas 2 situações foram as que mais tempo me tomaram em todo o jogo. O controlo de câmara também não é o melhor, calculo que as versões caseiras sejam melhores pelo menos neste ponto.

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Armies of the Night é uma grande sátira/homenagem aos beat ‘em ups das antigas. Excelente conteúdo bónus!

Graficamente poderemos dizer que The Warriors é competente. Obviamente que espero que esta adaptação seja mais modesta que a versão PS2 ou Xbox, mas ainda assim achei os gráficos bem competentes. Adorei o look das personagens, do submundo nova-iorquino do final da década de 70 e foi precisamente todo esse clima, em conjunto com os outros gangues insólitos (como os Hi-Hats, por exemplo) que me deixou cheio de vontade de ver o filme. A banda sonora também me parece ser quase toda retirada do filme, sendo músicas típicas da década de 70, com inflûencias de música disco ou rock. Agradou-me bastante! O voice acting também me pareceu ser bem competente, assim como é em quase todos os videojogos da Rockstar. Solid.

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A maioria dos síbolos que temos de desenhar nos graffitis são meros W

Em suma, The Warriors foi uma excelente surpresa que me agradou bastante. Acredito que as versões caseiras da PS2/Xbox sejam superiores a nível técnico, mas esta versão PSP também se mostrou bastante competente com todo o seu conteúdo. Não abordei as vertentes multiplayer que pelo que li até eram bastante interessantes, mas não cheguei sequer a testar, assim como os minijogos de exercício físico – rocky style!

Art of Fighting 2 (Neo Geo MVS)

Art of Fighting 2Ora cá está mais um artigo para eu picar o ponto. A série Art of Fighting foi mais uma no meio de muitas séries de fighters 2D que assolaram as arcades e não só durante a década de 80. Só a SNK já tinha muitas na algibeira, todas com diferentes mecânicas de jogo envolvidas. Mas como eu já referi mais que uma vez, eu sou e continuarei a ser um grande nabo nisso e jogo este tipo de jogos de uma forma mais casual. Assim sendo, este meu artigo nunca seria lá muito comprido e completo, pelo que quando encontrei a compilação Art of Fighting Anthology para a PS2, aproveitei e escrevi um pouco sobre essa série no geral, longe eu de pensar que poucos meses depois iria encontrar um lote de jogos MVS ao preço da chuva, com um Art of Fighting lá metido à mistura.

MVS Collection
Como os carts de MVS não são propriamente lá muito fotogénicos, acabei por tirar uma foto única com o bundle que comprei.

Este meu cartucho de MVS foi comprado em bundle na feira da Vandoma no Porto por 5€… pelo conjunto, o que deu a módica quantia de 50 cêntimos pelo cartucho. E como a versão PS2 presente na Art of Fighting Anthology é directamente emulada desta versão arcade, recomendo-vos que passem por lá para dar uma olhada. É só clicar aqui.

Halley Wars (Sega Game Gear)

Halley WarsMais uma rapidinha e para não variar vai ser mais um jogo de GameGear, desta vez um shmup vertical que até acabou por me surpreender pela positiva. Este meu exemplar é mais um dos cartuchos que veio num generoso conjunto que me foi oferecido por um colega de trabalho e que eu bem agradeço! Edit: Arranjei recentemente uma versão completa com caixa e manual.

Jogo com caixa e manual

Invariavelmente, nós somos um piloto solitário, a última grande esperança da raça Humana que nos recai o pesado fardo de sozinhos enfrentar uma horda de extraterrestres que achavam que nós estaríamos a mais no universo e então mandam um enorme cometa em rota de colisão com o nosso querido planeta. Daí o nome Halley Wars, penso eu. E se a história baseia-se em algo que já vimos vezes sem conta, a jogabilidade é um misto de tradicional e inovadora.

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Inicialmente as coisas até são bem simples.

Tradicional porque utiliza as mecânicas básicas de um shmup vertical, nós contra um exército de aliens e também asteróides que se vão metendo no nosso caminho. Podemos apanhar uma série de power-ups que tanto nos vão aumentando o poder de fogo, passando de uns modestos lasers para disparos mais poderosos e também com fogo diagonal, power-ups de velocidade que nos aumentam a agilidade, escudos que nos deixam invulneráveis a uma série de projécteis inimigos ou as “naves ajudantes”, um pouco como no R-Type, pelo menos conceptualmente, já que têm as suas diferenças. Podemos apanhar até um máximo de 4 que vão voando atrás de nós em formação de V invertido onde nos aumentam ligeiramente o poder de fogo e podem ser utilizadas como bombas inteligentes, o ataque especial que causa dano em todos os inimigos no ecrã. Mas não convém as segurarmos durante muito tempo, até porque são bem vulneráveis ao fogo inimigo. Quando virmos que um deles está para ser atingido, o melhor é usá-lo! A outra mecânica de jogo mais incomum é o medidor de dano. Ao longo do jogo vamos vendo uma percentagem no canto inferior direito do ecrã. Bom, essa é a percentagem de dano que o planeta Terra sofre, cada vez que deixamos um inimigo ou asteróide se escapar de nós. Caso chegue a 100%, naturalmente resulta num game over.

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Estes nossos “ajudantes” até que foram implementados de uma forma inteligente e original

No que diz respeito aos gráficos, acho este um jogo muito bem conseguido nesse aspecto. A viagem pelo nosso sistema solar não é apenas num fundo negro e estrelado, mas sim iremos também passar pela superfície lunar, de Saturno e os seus anéis repletos de asteróides indestrutíveis, as tradicionais enormes bases espaciais alienígenas e até o próprio cometa maldito será visitado e tudo até tem um bom aspecto. Por outro lado, as músicas não as achei nada de especial e os efeitos sonoros cumprem o seu papel.

No fundo, achei este Halley Wars um bom achado e os fãs de shmups irão certamente apreciá-lo, pelo que recomendo a sua compra caso o encontrem baratinho, num dia destes.

Aladdin (Sega Game Gear)

screenshotPara não variar muito, o artigo de hoje vai ser mais uma rapidinha pois o pouco tempo assim o exige. Já por aqui devo ter dito que o Aladdin da Mega Drive (e PC!) sempre me deixou de boca aberta, pelas suas excelentes animações e audiovisuais no geral que ainda hoje se aguentam muito bem. E já todos sabemos que a versão SNES, desenvolvida pela Capcom é um jogo inteiramente diferente e que ainda hoje é assunto de conversa sobre qual versão seria melhor… Mas a versão 8bit para a Master System e Game Gear é também um jogo inteiramente diferente e é aí que me focarei hoje. Este cartucho foi-me oferecido por um colega de trabalho a quem bem agradeço.

Aladdin - Sega Game Gear
Apebas cartucho na sua versão americana

E para quem não viu o filme (deviam, pois é um óptimo filme de animação da Disney), o jogo conta as aventuras de Aladino, jovem ladrão que se vê envolvido numa paixoneta proibida com a princesa lá do sítio, mete-se com quem não devia (Jafar, o feiticeiro local que planeia um golpe de estado e tornar-se o próximo sultão) e a descoberta de tesouros como um tapete voador e uma lâmpada mágica com um poderoso génio que lhe concederá três desejos. Mas uma coisa é certa, para quem não viu o filme, o jogo está repleto de longas cutscenes que vão resumindo muito bem os acontecimentos do filme. Esta versão Game Gear talvez até seja superior às outras nesse aspecto.

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Muitas perseguições vamos nós participar neste jogo

Infelizmente a nível de jogabilidade, que é o que mais interessa, é que já não é assim tão bom. O jogo tem um misto de sidescroller/plataformas em 2D, com alguns níveis de perseguição onde teremos de fugir de alguém e esquivar de vários obstáculos, ou voar na carpete mágica e uma vez mais ter cuidado com o que nos aparece à frente. A parte de plataformas propriamente dita é um pouco lenta e há um maior foco na exploração, fazendo lembrar um pouco o Prince of Persia e o tipo de movimentos que podemos fazer, como aquelas zonas onde teremos de andar devagarinho, agarrar em bermas e subir plataformas, procurar chaves para desbloquear caminhos, etc. Infelizmente, no geral, estava à espera de uma jogabilidade algo mais parecida com a versão Mega Drive, embora de uma forma muito mais modesta, claro.

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As cutscenes deste jogo são fiéis aos filmes e de boa qualidade tanto na GG como na Master System

Já a nível gráfico é mesmo um excelente jogo 8bit nesse aspecto, com cenários bem coloridos, níveis e personagens detalhadas e as cutscenes que vão contando a história estão bem feitas, pecando se calhar por serem um pouco grandinhas. As músicas e efeitos sonoros são também competentes, embora ache que faltem algumas melodias chave desse filme que só de me lembrar delas já me deixaram aqui sozinho a assobiar. No fim de contas não acho que este seja um mau jogo, mas tenho pena que apesar dos excelentes visuais para uma Game Gear, a jogabilidade em si me deixe um pouco a desejar.