Tempo para mais uma quase-rapidinha de Playstation 2, desta vez a mais um excelente jogo de luta, mas cujas novidades não requerem um artigo completamente novo de raiz. Estou a falar do Virtua Fighter 4 Evolution, uma revisão ao jogo já lançado anteriormente na Playstation 2, que para além de 2 novos lutadores e ligeiras revisões a mecânicas de jogo que apenas os mais entusiastas reparam, temos também um novo modo de jogo que será aqui abordado em mais detalhe. Não me recordo ao certo quando comprei este jogo, mas penso que terá sido algures em 2011 na TVGames no Porto, não devendo ter custado muito mais que 5€.
Ora a primeira coisa que salta logo à vista mesmo na capa, são as duas caras novas: Brad Burns, que apesar do seu nome anglo-saxónico é na verdade um italiano especialista em muai-thai e Goh Hinogami, um lutador que dá logo para ver que pertence ao leque dos vilões. É a primeira vez que a AM2, num update a um mesmo jogo que inclui novas personagens jogáveis. E as novidades não se ficam por aqui, com a inclusão de um novo modo de jogo, o Quest Mode. Este é um modo de jogo em que escolhemos um lutador e partimos à aventura para vários “centros arcade” da Sega e teremos de cumprir uma série de missões, como deitar oponentes ao chão “x” numero de vezes, vencer um combate em 10 segundos e por aí fora. Vamos combatendo em várias partidas de forma sequencial até alcançarmos esse objectivo, tendo posteriormente a possibilidade de participar num torneio até avançar para o centro arcade seguinte, com quests cada vez mais exigentes. E os nossos lutadores também vão subindo de ranking com as nossas vitórias. O incentivo, para além do ranking, é mais uma vez poder obter items cosméticos para alterar o aspecto dos nossos lutadores, tornando-os por vezes quase irreconhecíveis face às suas características que me sempre foram familiares.
A coisa engraçada neste sistema, e algo que eu não mencionei no artigo do Virtua Fighter 4, é que isto simula algo que acontecia de facto nas arcades japonesas, cujas estavam todas ligadas em rede e cada lutador teria o seu perfil online (VF.NET) que o usaria sempre jogava. Os próprios oponentes que vamos enfrentando neste Quest Mode são baseados em perfis de utilizadores reais das versões arcade do jogo. Talvez por isso, por todo o data mining necessário é que infelizmente a AM2 retirou alguns outros modos de jogo do Virtua Fighter 4 normal da PS2, como o Kumite. Aqui só temos o Arcade (onde até aqui por vezes somos presenteados com “missões” para cumprir), VS, o já referido Quest Mode e o extensivo modo tutorial já presente no anterior jogo. Mas não é tudo. Virtua Fighter 4 Evolution tem escondido um excelente fan service para os fãs de longa data da série. Podemos desbloquear a possibilidade de jogar não só em arenas na sua versão antiga do primeirinho Virtua Fighter, mas também com as personagens com o seu look “quadradão” do primeiro jogo. Mesmo as personagens novas! E as mesmas mecânicas de jogo, pelo que não contem que os golpes que utilizem a terceira dimensão funcionem. Mas ao menos temos os “saltos lunares” que tanto achava piada back in the day. Bom, mas não na versão PAL. Esse modo de jogo adicional saiu originalmente no Japão como um jogo standalone intitulado “Virtua Fighter 10th Anniversary” e um modo de jogo extra na versão norte-americana do VF4 Evolution. Nós, europeus, infelizmente não tivemos a mesma sorte.
Graficamente o jogo parece-me ainda um pouco mais polido que a sua versão vanilla. As arenas estão repletas de bonitos detalhes como condições climatéricas, bonitos efeitos de luz e até de água. Os lutadores estão muito bem detalhados, tendo em conta a quantidade de acessórios e outros extras que é possível equipá-los, e acima de tudo, as animações são muito fluídas. Não consigo ficar nada zangado a ver-me levar no lombo de uma forma tão graciosa. Os efeitos sonoros estão bons como não poderia deixar de ser e as músicas têm todas uma toada bem mais hard rock que sinceramente me agrada. O tema principal então é o clássico Sega das arcades da segunda metade dos anos 90, bem composto e com aqueles leads de guitarra deliciosos de se ouvir.
No fim de contas, e apesar de eu não ser propriamente um especialista na área, fico nitidamente com a ideia que este Virtua Fighter 4 (e este Evolution também) é um jogo para os entusiastas de jogos de luta 3D, mas o seu extensivo modo de treino dá as boas vindas a todos os outros meros mortais onde eu me insiro. Para mim é o jogo de luta 3D de eleição da Playstation 2, com o Soul Calibur III a chegar perto (este último não necessariamente pelo tecnicismo mas sim pela quantidade de extras).
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