A série Red Faction teve o seu início no princípio deste milénio, com um lançamento para PC e também PS2 que já tinha sido aqui analisado anteriormente. Focando-se na exploração mineira em Marte, onde practicamente escravizavam os seus trabalhadores sem quaisquer escrúpulos, o primeiro jogo abordava esta aproximação mais política e revolucionária da coisa, algo que foi novamente introduzido neste Guerilla, mas abandonando a jogabilidade FPS para um shooter na terceira pessoa num mundo aberto em sandbox. Tinha comprado pela primeira vez este jogo algures em 2012, quando apanhei o Red Faction Armageddon em promoção na Worten do Maiashopping. Essa versão do Armageddon trazia também um disco extra com o Guerilla, que posteriormente vim a arranjar também na mesma Worten pela módica quantia de 5€. Adoro as promoções para PC.

O jogo coloca-nos no papel de Alec Mason, recém chegado a Marte para se juntar ao seu irmão para trabalhar como mineiro. Mas ao chegar ao planeta vermelho dá logo de caras com a maneira como a Earth Defense Force, outrora heróis e aliados dos mineiros que já foram explorados no primeiro jogo, tornaram-se os vilões. Supostamente isso aconteceu devido a fortes pressões por parte das forças corporativas da Terra que, a passar por uma grave crise de recursos naturais, exigiam demandas muito altas de recursos naturais marcianos, forçando a EDF a “escravizar” novamente a população local. Mas em Marte não existem só as forças da EDF e os trabalhadores ou rebeldes, mas também os Marauders, um estranho grupo tribal que são uns autênticos “hoarders” de armas e material velho. O jogo será então passado connosco a vaguear pelas wastelands marcianas e cumprir uma série de missões, tanto as obrigatórias da story mission, como também muitas outras facultativas.

Como qualquer jogo sandbox que se preze, temos um inteiro mapa à nossa disposição para explorar, embora seja apenas recomendado que exploremos as áreas que estamos em vias de libertar do controlo da EDF, visto as restantes áreas ocupadas ainda serem algo perigosas. E para além de todas as story missions teremos muitas missões de géneros variados a cumprir se o quisermos. Essas missões podem ser apenas para resgatar reféns, assaltar alguns edifícios da EDF, roubar certos veículos e transportá-los para uma safehouse, ou defender um certo ponto de várias waves de tropas da EDF. Tal como nos jogos anteriores a série Red Faction sempre foi popular pela sua característica “geomod”, ou seja, pela capacidade de podermos destruir os cenários. Aqui as coisas foram levadas a um outro nível e realmente podemos destruir por completo qualquer edifício que seja, embora a física das coisas por vezes não seja a melhor. Por exemplo, é possível destruir vários pilares essenciais de um edifício, deixando-o pendurado por uma nesga e mesmo assim não cair. De qualquer das formas não deixa de ser uma sensação agradável deixar uma série de detonation charges em pontos certos e detoná-las quando alguns pobres soldados passam lá perto, deixando um rasto de destruição. Outras das missões secundárias são mesmo desafios de demolições, onde apenas munidos de algumas detonation charges ou outros explosivos teremos de mandar abaixo alguma infrastrutura num determinado intervalo de tempo.

Cumprir o máximo de missões possível é recomendado pois vamos sempre ganhando mais pontos junto da Red Faction e a EDF por sua vez perde influência nesse território. Também ao destruir qualquer edifício ou veículo (mas convém sempre que sejam da EDF e não o contrário) vamos podendo aproveitar a sucata que deixamos para trás para adquirir novas armas ou upgrades às armas existentes. Coisas como o rocket launcher, vários tipos de minas ou um lança lâminas em forma de disco são apenas algumas das imensas armas que podemos utilizar ao longo deste jogo. Temos 4 slots para armas, sendo que um deles terá sempre de carregar o martelo, a arma melee por defeito. De resto, como muitos sandbox que se prezem também podemos utilizar veículos, incluindo os tanques inimigos, para semear a destruição. Existem também vários modos multiplayer, como variantes dos já habituais deathmatch e capture the flag, bem como outros modos de jogo que tiram um maior partido das capacidades de destruição de edifícios do geomod 2.0. Infelizmente não experimentei nenhum devido à fraca performance do jogo no meu PC, algo que passo já a explicar.

Bom, este Red Faction tem uns requisitos de sistema que o meu laptop deveria aguentar e bem. Infelizmente não foi o caso, sendo este mais um dos jogos pouco optimizado para PC, dando problemas em várias configurações, mesmo que sejam PCs bastante poderosos. Tive de reduzir bastante a resolução e os efeitos gráficos, desactivei até o DirectX 10 mas pouco adiantou, o framerate continuava bastante baixo. Inclusivamente em alguns pontos do jogo mandava-me a aplicação abaixo. A coisa tornou-se tão insuportável que acabei por desistir do jogo a meio, o que é pena. Apesar de existir uma pouca variedade visual, visto ser tudo “wastelands” marcianas, com vários edifícios pelo meio que me parecem ter sido construídos por uma espécie de Ikea de metais, ao invés de madeira, os gráficos propriamente ditos nem seriam maus de todo, não fossem todos estes problemas que eu tive. Não sei se foi apenas preguiça da THQ a fazer uma conversão decente do jogo, ou se a integração com o infame Games for Windows Live também fez das suas, o que é certo é que já não é o primeiro nem segundo jogo que usa esse serviço que me deu problemas similares.

No fim de contas, este Red Faction que apesar de ter abandonado os FPS para seguir a onda dos jogos em sandbox, até que tem algumas boas ideias, mas a sua execução não é das melhores. Para um jogo com tanto ênfase na destruição de cenários, o facto de não podermos destruir o meio natural que nos envolve, ou mesmo a destruição de edificios ter alguns problemas de física é decepcionante. Infelizmente não recomendo a versão PC por todos os seus problemas de performance, mas se calhar até poderão ter sorte e não ter problemas nenhuns… Resta-me agora testar o Red Faction Armageddon, para ver como evoluiram a série que aparentemente se deixou ficar no limbo com a falência da THQ, mas ainda deverei levar algum tempo a instalá-lo sequer na minha máquina.









