De volta para a consola de 8bit da Sega para um artigo bastante curto, assim como o jogo que possui apenas 2 níveis únicos. Tal como My Hero, Transbot é um daqueles jogos completamente arcade que ainda se faziam em plenos anos 80, onde não existe um final e o único objectivo é obter o máximo de pontos possível. Lançado originalmente no japão com o nome de Astro Flash e no mercado brasileiro como Nuclear Creature, Transbot foi um dos poucos jogos que tiveram direito a um relançamento dos chamados “Portuguese Purple”, edições com a capa roxa exclusivas ao mercado português. Como este Transbot veio parar à minha colecção, eu sinceramente não me recordo muito bem. Penso que tenha sido comprado através de um leilão no já defunto miau.pt e não me terá custado mais de 5€. Infelizmente está sem manual.

Este é daqueles jogos que tem uma história, mas acaba por não ter importância nenhuma no jogo. O jogo decorre no ano 2000, após uma guerra nuclear que dizimou toda a civilização humana, excepto alguns sobreviventes que tinham tomado abrigo. Mas após o final da guerra, um supercomputador com inteligência artificial tomou o planeta de assalto, e neste momento a única esperança que a Humanidade tem é o jogador, que pilota uma especial nave de combate, capaz de se transformar em várias outras formas, daí o nome Transbot.

É pena o jogo ser incrivelmente curto e ter apenas 2 níveis que se repetem à exaustão, aumentando o grau de dificuldade gradualmente. Digo isto pois Transbot tinha potencial para ser um bom jogo. A jogabilidade é a básica de um shooter vertical à lá R-Type, contudo o jogador tem de ter em atenção a duas barrinhas que aparecem no canto superior direito. Power é essencialmente a barra de vida, deixando-a ir a zero o jogador perde uma vida. A outra é a barra da munição. Ao longo do jogo, enquanto vamos combatendo contra outros inimigos variados, surge uma carrinha a conduzir na superfície, essa carrinha tem powerups que devemos apanhar. Quando apanhamos esse powerup, umas letras vão saltando no ecrã, de A a G, cada letra representa uma arma diferente, excepto a A que é uma arma básica com munição infinita e a G que simplesmente restabelece a barra de munições no máximo para a arma que já está equipada. O jogador pode escolher assim a arma que mais lhe convém em cada situação, o que é uma mecânica de jogo interessante na altura.

Transbot, devido ao seu pouco conteúdo, foi um dos poucos jogos cujo lançamento original não foi em cartucho, mas sim em cartão, com 32KB de memória. Ainda assim, mesmo para a pouca coisa que tem mostra ser um jogo tecnicamente muito bom para os padrões de 1985/1986. Os gráficos são bastante coloridos, e no primeiro nível (o que decorre no exterior) tem um bonito efeito de parallax, que consiste basicamente no background a mover-se mais lentamente que o resto da acção, causando um efeito de profundidade. Não são muitos os jogos da Master System que usam esta técnica (pouco mais de 30) e as músicas, mesmo não utilizando a expansão FM são bastante boas para a consola que é. É de facto uma pena o jogo não ter mais conteúdo, pois na minha opinião poderia ser um clássico do género para a Master System. Assim sendo, esses títulos permanecem com o Power Strike 2 e R-Type.
Um pensamento em “Transbot (Sega Master System)”