Ainda pouco tempo passou desde o anúncio do novo Killzone que sairá para a futura PS4, um jogo que irá narrar os eventos que levaram ao conflito entre os Helghast e as forças da ISA. Entretanto tinha saído em 2011 o Killzone 3 para a PS3, que tinha dado uma continuação directa à história do jogo anterior. É esse o jogo que falarei hoje e, tendo jogado o Killzone 2 recentemente, posso adiantar desde já que este jogo não traz muitas coisas novas. A versão que comprei é a edição de coleccionador em steelbook, mas se formos ver bem as coisas, a verdadeira edição de coleccionador seria a Helghast edition, que vem num vistoso capacete Helghast e inclui uma catrafada de coisas. É a Sony a querer ganhar mais uns trocados à pala do coleccionismo, a introduzir também esta versão para o mercado. Ao menos apenas gastei 15€ nisto numa GAME, não foi mau. O voucher para os DLCs já tinha sido usado, mas também não seria algo que me interessasse muito.
A acção começa com o jogador na pele de um Helghast a treinar numa base militar Helghan. Como eu não tinha visto nenhum conteúdo do jogo antes, claro que a primeira coisa que me veio à cabeça foi “mas de quem é teve a ideia de fazer um jogo na pele dos Helghast? Quero ver o que aconteceu depois do KZ2!”. Mas depois lá chegamos a saber que na verdade quem estava vestido de Helghast era nem mais nem menos que Sevchenko e Rico, dois dos protagonistas principais da aventura anterior, que se tinham infiltrado na tal base para resgatar o capitão Narville que tinha sido feito prisioneiro. Após essa entrada triunfal, a narrativa volta 6 meses atrás, precisamente para os acontecimentos que se seguiram ao final do jogo anterior, onde apesar de algumas coisas muito importantes tenham acontecido, a máquina de guerra dos Helghast não parou, deixando Narville, Sevchenko, Rico e mais alguns soldados da ISA sozinhos em Helghast, cercados por forças inimigas.

Neste jogo iremo-nos deparar com um planeta Helghan deixado em ruínas, após o conflito do jogo anterior
A jogabilidade não mudou muito desde o jogo anterior, com os controlos a serem essencialmente os mesmos, neste aspecto a grande novidade está no suporte completo ao PS Move, algo que de momento não possuo e nem tenho grande interesse em ter. Mas algumas coisas foram mudadas, o mecanismo de cover pareceu-me funcionar melhor, agora temos à disposição 3 armas que podemos carregar em simultâneo, seja o revólver, uma arma leve como uma metralhadora de assalto ou uma shotgun e uma arma pesada como um lança rockets ou uma sniper rifle, por exemplo. Existem também vários outros veículos que vamos poder controlar entre os quais um veículo que se move no gelo a alta velocidade, que é horrível de conduzir por ser tão rápido. Outras coisas interessantes é a inclusão de um mecanismo “slide to cover” que já tinha sido implementado noutros FPS anteriormente, bem como ataques “melee brutais” capazes de matar um Helghast num só golpe. Isto é bastante útil em missões mais de stealth que para a minha alegria voltaram neste jogo. Utilizar o revólver silencioso para abrir umas cabeças é sempre uma alegria! Outra coisa relevante para se mencionar é a inclusão de um jetpack num nível. Pena que estes jogos sejam tão lineares que não deixem explorar livremente estas diferentes abordagens ao combate.
Para além do modo campanha que me pareceu algo curto e mais fácil que o de Killzone 2, o jogo tem também um modo cooperativo em que podemos jogar a campanha com mais um amigo, bem como uma vertente multiplayer online. Aqui o jogo herda o sistema de classes do jogo anterior, com os jogadores a ganharem pontos de experiência ao longo das partidas que podem servir para desbloquear novas habilidades ou equipamento. Pelo que percebi, desta vez existem 3 modos de jogo, o Guerrilla Warfare que não é nada mais que um team deathmatch, o modo Operations que inclui algumas cutscenes e baseia-se na conquista de alguns objectivos tanto por parte das ISA como dos Helghast. Por fim existe o “Warzone” que consiste em sete diferentes rounds de vários modos de jogo já presentes no Killzone 2, tal como o Capture and Hold ou Assassination, por exemplo. É um modo multiplayer bastante sólido, até porque é possível comprar-se na PSN apenas a vertente multiplayer do Killzone 3. Já eu não costumo dar muita atenção ao multiplayer de FPS em consolas, quando o posso fazer muito melhor no PC, pelo que este também me tenha passado um pouco ao lado.
Graficamente o jogo está bastante competente, apresentando cenários variados, desde selvas densas, bases militares, cidades em ruínas, ou viagens pelo espaço a dar cabo de umas quantas naves inimigas. Como mais uma vez joguei numa TV em SD não consegui discernir grandes melhorias face ao Killzone 2, que na minha opinião já tinha gráficos bem competentes. A grande novidade aqui é o suporte completo a TVs com 3D, nota-se que em certas partes do jogo e respectivas cutscenes foram desenvolvidas de forma a obter um maior impacto para quem as visse numa TV 3D. Passando para a parte audio, aqui já me deparei com alguns problemas. Nada contra a banda sonora que está épica como sempre, ou os efeitos sonoros utilizados que cumprem bem o seu papel. Não sei se o problema é do meu disco ou se isto é um problema geral nos Killzone europeus, mas várias vezes o voice acting no jogo era interrompido nas últimas palavras, ou por vezes o audio das vozes tenha ficado ligeiramente dessincronizado com as cutscenes. Não que seja um problema de maior, mas para quem gosta da envolvente cinematográfica da coisa, é algo que acaba por irritar sempre.
O Killzone 3 é mais um FPS competente por parte da Guerrilla Games, que apresentou mais uma vez uma campanha interessante, com maior variação de cenários mas porém bastante linear. No entanto, para quem gostar destes first person shooter modernos, repletos de scripted events e uma história épica por detrás, certamente não irá desgostar deste jogo. Para quem for novo na série, recomendaria sempre que se comprasse a colectânea dos 3 jogos para a PS3, que para além deste jogo e do Killzone 2 em disco, traz ainda uma conversão HD do primeiro jogo da série em formato digital.
Andas numa gaming spree, estou a ver! Por acaso, agora que referiste, não me deparei com essas falhas sonoras nos diálogos. Btw, corrige aí os Helghast/Helghan, só levam um L. 🙂
Ando sim, há que combater o backlog enquanto tenho tempo!
Obrigado pela correcção, vou ter de rever estes dois ultimos artigos dos Killzone pelo menos!