ClayFighter (Sega Mega Drive)

Continuando pelas rapidinhas vamos ficar agora com um jogo de luta que, apesar de possuir um conceito bastante original, deixa muito a desejar na sua jogabilidade. Produzido pela Visual Concepts originalmente para a Super Nintendo algures em 1993, é lançada no ano seguinte uma conversão para a consola de 16bit da Sega, versão essa que cá trago hoje. O meu exemplar foi comprado numa Cash Converters algures em Março deste ano, tendo-me custado algo em volta dos 11€.

Jogo com caixa e manuais

O conceito do jogo é simples: temos toda uma série de criaturas bizarras que pretendem serem “os reis do circo” pelo que vão andar à porrada uns com os outros em busca de tal honorável título. O grande selling point do jogo era que todas as suas personagens eram baseadas em claymation, ou seja, bonecos de plasticina animados por técnicas de stop motion. Mais lá para a frente houveram outros títulos bem melhor sucedidos ao transpor essa técnica de animação para os videojogos, como é o caso de The Neverhood ou Skullmonkeys.

Sim, a história é um pouco ridícula, mas este também não é um jogo para se levar a sério

A jogabilidade é simples na sua essência, sendo este um jogo que tira partido do comando de 6 botões da Mega Drive, com cada conjunto de 3 botões a servirem para socos ou pontapés fracos, médio e fortes. O d-pad serve para movimentar a nossa personagem sendo que carregando para trás (ou na diagonal baixo-trás) serve também para nos defendermos. Para quem tiver apenas um comando de 3 botões teria de utilizar o start para alternar entre socos e pontapés, o que não é de todo a solução mais elegante. No entanto, apesar de os controlos serem simples, a jogabilidade não é tão fluída como a dos videojogos que este ClayFighter tenta parodiar! Não há assim um número tão considerável de golpes especiais e as animações não são nada de especial também.

O facto de as personagens serem todas pré-renderizadas de modelos de plasticina também deu azo à originalidade e imaginação dos seus designs

Visualmente é um jogo interessante precisamente pelo facto de todas as personagens serem sprites grandes e pré-renderizadas de bonecos de plasticina e o facto de se ter utilizado claymation talvez ajude a explicar um pouco o porquê das animações não serem tão fluídas como se esperaria num jogo de luta. As personagens em si até vão tendo designs algo originais e cómicos como é o caso do Blob, que é literalmente uma bola de plasticina que vai adquirindo diferentes formas consoante os ataques (ou defesa) que vamos desferindo. As arenas por outro lado não têm o mesmo nível de charme e muitas vezes até são algo genéricas. Já no que diz respeito ao som, o jogo possui também algumas vozes digitalizadas e uma banda sonora algo ecléctica, que nos vai trazendo músicas com um feeling mais circense, ou outras que já não têm nada a ver, como é o caso da personagem com uma abóbora como cabeça e o seu nível mais temático do Halloween.

Alguns dos golpes especiais exigem timings muito próprios e nem sempre são fáceis de executar

Sinceramente esperava que a versão SNES fosse largamente superior à da Mega Drive no quesito técnico, não só por ter sido a principal versão em desenvolvimento, mas também pelo facto do sistema da Nintendo ter a capacidade de apresentar um número de cores em simultâneo bem superior à da Mega Drive. E de facto a versão SNES é superior nos seus gráficos, mas a diferença não é tão gritante como a que esperava. Mesmo na versão SNES, tanto as personagens como os níveis também possuem cores algo deslavadas. Por outro lado esta versão MD traz também menos vozes digitalizadas por algum motivo. Ainda assim o jogo deve ter tido algum sucesso de vendas nos sistemas da Nintendo pois no mesmo ano em que sai esta versão MD, a SNES recebe um update (Tournament Edition) e no ano seguinte uma sequela, que também se manteve exclusiva nessa consola. Dizem que o ClayFighters 63⅓ da Nintendo 64 é horrível, mas mesmo esse recebe também um update exclusivo!

NBA 2K (Sega Dreamcast)

Vamos a mais uma rapidinha, desta vez para a Sega Dreamcast. NBA 2K é o primeiro jogo da conhecida série desportiva da Visual Concepts, estúdio que em 1999 chegou a ser comprado pela própria Sega, de forma a dotar a Dreamcast de jogos desportivos de qualidade, nomeadamente da NBA, NHL e NFL. Isto causou um confronto com a Electronic Arts que ameaçou não suportar a Dreamcast a menos que a EA fosse a única empresa a produzir jogos de desporto para o sistema. Como a Sega já tinha comprado a Visual Concepts para renascer o branding Sega Sports, nunca chegaram a um acordo com a EA. E sinceramente eu também não negociaria com terroristas. No entanto a verdade é uma, os jogos da Visual Concepts sempre tiveram excelentes críticas e o facto de apenas a serie NBA 2K persistir até aos dias de hoje é porque a EA comprou a exclusividade de direitos para os outros dois desportos americanos. Por outro lado é pena que a Visual Concepts nunca tenha feito um jogo de futebol, os jogos de futebol lançados por intermédio da Sega nunca tiveram a mesma qualidade. Mas adiante, o meu exemplar foi comprado algures no mês passado por cerca de 4.5€ numa feira de velharias.

Jogo completo com caixa e manual

O jogo oferece-nos vários modos de jogo desde a partida amigável, um modo de práctica, play offs ou a temporada completa da época 1999/2000. Sendo este um jogo licenciado pela NBA, podem esperar pelas equipas e jogadores oficiais daquela época. O jogo dá-nos também a possibilidade de criar jogadores ou equipas fictícias, mas confesso que não perdi tempo com isso. No que diz respeito à jogabilidade, também não sou grande especialista em jogos de desporto “modernos”, mas pareceu-me sólida o suficiente.

Graficamente era um jogo impressionante para a época

Mas é nos audiovisuais que este jogo realmente brilha. Os jogadores possuem todos um óptimo nível de detalhe para a época, principalmente nas suas caras. Claro que nem tudo é perfeito e por vezes quando temos uma panorâmica mais geral do público lá reparamos que eles parecem feitos de papel. Mas no geral o jogo possui gráficos muito, muito bons para a época. No que diz respeito ao som, nada a apontar. Os comentadores são muito bons, estão sempre a relatar alguma coisa, o que mantém o interesse no jogo. Entramos de facto numa outra geração, no que diz respeito aos simuladores desportivos!