Desert Fighter (Super Nintendo)

Voltando agora para a Super Nintendo, o jogo que cá trago hoje é o Desert Fighter, também conhecido por Air Strike Patrol. É um shooter militar, de perspectiva isométrica, centrado na guerra do Golfo. Será então um clone de Desert Strike? A inspiração está lá certamente, mas acaba por ser um jogo algo diferente, começando pelo facto que apenas podemos pilotar aviões, logo a nível de mecânicas de jogo tem de ser diferente. O meu exemplar veio de uma CeX do Reino Unido, comprado através de um amigo meu enquanto lá esteve em Novembro do ano passado. Custou-me 4 libras.

Apenas cartucho

Portanto este é um jogo que decorre na Guerra do Golfo, como já referi acima. Nós fazemos parte de uma unidade de elite, os tais “Air Strike Patrol”, das Nações Unidas, onde vamos participar numa série de missões em solo Zaraquiano, país opressor que ameaça todas as regiões vizinhas (qualquer semelhança com o Iraque é mera coincidência). A primeira missão que temos é, em duas àreas distintas, destruir pelo menos 80% dos radares existentes, sendo que  temos 60 horas para cumprir a missão. Como? Um tempo limite? Pois é, não é um jogo assim tão parecido com o Desert Strike quanto isso.

Antes de partir para a acção, podemos escolher que avião queremos pilotar, quais os mísseis/bombas a equipar, ver mais detalhes dos objectivos a completar, o que nos espera em cada área de jogo, etc.

Então em cada área temos vários pontos de interesse militar, como os tais radares que nos pedem para destruir na primeira missão, mas também bases aéreas, refinarias de petróleo, plataformas de lançamento de mísseis SCUD, fábricas de armas químicas, entre muitos outros, todos eles fortemente protegidos com tanques, baterias antiaéreas ou outros aviões, os caças MiG. Antes de partir em missão, podemos perder algum tempo a ver o mapa das áreas que temos de explorar, e o que podemos encontrar lá, desde instalações militares, a outros veículos inimigos. Para além disso podemos também optar por um de dois aviões: o caça F-15, ou o bombardeiro A-10, cada um com diferentes possibilidades de mísseis equipados. Depois lá partimos à aventura, tendo um número limitado de mísseis e combustível. Enquanto na série Strike conseguíamos encontrar munição e combustível espalhada pelo terreno de jogo, aqui temos mesmo de regressar à base. E enquanto estamos em jogo, o tempo passa, pelo que temos de gerir muito bem os recursos (bem como o nosso escudo) antes de regressar à base para depois voltar e continuar a mesma missão. Ora portanto, apesar de em cada zona temos outros alvos militares que podem não fazer parte da missão, destruí-los dá-nos sempre mais pontos, contribuindo para uma performance positiva no final da missão, mas não nos podemos distrair dos objectivos primários. E sim, se por acaso numa missão seguinte regressarmos a alguma zona já conhecida para destruir outra coisa qualquer, o dano que causamos nessa àrea na missão anterior mantém-se.

Apesar de termos objectivos primários para destruir, em cada zona há muito mais para explorar se o quisermos. Temos é de jogar bem com o tempo da missão e os recursos.

Para além disso, temos de ter muita atenção em não atingir civis, bem como os seus veículos ou habitações. Ao fazê-lo, pode ter consequências políticas que nos levam a um game over mais cedo do que o previsto. De resto, é um jogo bastante interessante. Controlar um avião não é a mesma coisa que um helicóptero, pois têm de estar sempre em movimento. A altitude é fixa, pelo que é menos uma variável a ter em conta. Depois, mediante o avião escolhido, temos de adoptar diferentes estilos de jogo. O F-15 é um caça, pelo que acaba por ser muito melhor para combater os MiG inimigos, mas obriga-nos a uma ginástica maior para acertar em alvos terrestres. O A-10 por outro lado facilita-nos muito mais essa tarefa, até porque larga bombas e não lança mísseis, mas no entanto é um martírio para combater outros MiG, até porque é um avião muito mais lento e vamos largar flares como se não houvesse amanhã.

Ainda bem que aqueles aviões estão todos estacionados, senão íamos ter um problema.

A nível audiovisual é um jogo bastante competente. Os cenários não variam muito é verdade, mas também este é um jogo que decorre durante a Guerra do Golfo num país do médio Oriente. É desertos, montanhas e costa, não há muito para variar. No entanto os inimigos e as instalações militares estão muito bem definidas, para mim melhor que Desert Strike nesse aspecto. Todos os menus que vemos na nossa base estão bem conseguidos, incluindo as pequenas cutscenes de noticiários, ou a câmara que aponta para o operador da torre de controlo, são detalhes muito bons. Outra coisa que me surpreendeu pela positiva são as músicas, que são bastante animadas e orelhudas. Não estava à espera de ter música sequer, visto este ser um quase-simulador militar, mas elas estão lá e cumprem o seu papel. A transição para melodias mais sinistras quando surge um MiG atrás de nós está muito boa!

No final de cada missão a nossa performance é avaliada na percentagem de destruição dos objectivos primários, secundários, prejuízos causados e tempo que levamos.

Portanto devo confessar que este Desert Fighter foi uma óptima surpresa. Nunca fui um grande fã da Seta Corporation e comprei este cartucho apenas por estar barato. Quando pesquisei sobre o jogo, estava à espera de um clone de Desert Strike com qualidade abaixo da média, mas não podia estar mais errado. É um jogo para mim superior ao Desert Strike em muitos aspectos, com uma linha que mistura a simulação militar e a jogabilidade arcade mais bem conseguida que o rival da Electronic Arts. Os controlos demoram um pouco a habituar até porque o avião está sempre em movimento, mas só o simples facto de termos lock-on ou aparecer uma mira para apontar onde queremos disparar já é uma grande ajuda.

Exhaust Heat (Super Nintendo)

Voltando às rapidinhas, trago-vos cá mais um jogo da Super Nintendo que me veio parar à colecção através de um negócio que fiz a meias com um amigo meu há uns meses atrás. Basicamente foram vários cartuchos soltos de jogos de SNES e N64 que nos ficaram a menos de 1€ por cada! Este Exhaust Heat é um pseudo-simulador de Fórmula 1, não é de todo dos meus géneros de videojogos preferidos, mas pelo preço não ia lá ficar.

Apenas cartucho

O principal modo de jogo é o Grand Prix, onde teremos de percorrer uma temporada inteira e participar em corridas ao longo de diversos circuitos, incluindo o Português do Estoril. Antes de participar em cada corrida podemos sempre dar umas voltas de treino para nos irmos habituando ao circuito e depois lá temos a corrida de qualificação, onde quanto melhor for o tempo obtido, mais à frente arrancamos na corrida em si. Depois de cada corrida é-nos dada uma recompensa monetária que varia consoante a posição alcançada no final da corrida. Também por outro lado se tivermos o carro danificado é-nos retirada uma certa quantia do balanço, algo que pode ser evitado se formos às boxes durante as corridas, mas que de outra forma também nos custa uns preciosos segundos. Antes de avançar para o circuito seguinte, podemos gastar o dinheiro que temos numa grande variedades de upgrades para o carro, desde travões e suspensões, como pneus, chassis ou motores.

O jogo aposta num grafismo simples, porém funcional. Ah, e as condições climatéricas são variáveis

A ideia é mesmo ir fazendo upgrades inteligentes ao longo das corridas, para que o nosso carro se vá aproximando da concorrência, a nível de performance. Itens como pneus ou combustível para o nitro são válidos apenas para a corrida seguinte, enquanto que os restantes se mantêm até que os troquemos por uma versão superior. Alternativamente a tudo isto, existe um outro modo de jogo de treino onde nos dão à partida 21000 dólares para investir numa série de upgrades e experimentar dar umas corridas só para ver se gostamos do resultado. Infelizmente não há nenhum modo multiplayer aqui.

Ao fazer upgrades no carro temos umas animações todas fancy que mostram as próprias peças a serem substituídas

A nível audiovisual este é um jogo simples. As músicas são apenas existentes entre corridas, já durante os eventos apenas temos os ruídos dos motores para ouvir, que sinceramente não achei que ficaram tão bons assim. A nível gráfico, este jogo usa o mode 7 nas pistas e sinceramente até nem desgostei do resultado final, pois resumiram-se à simplicidade! O mode 7 apresenta um único plano (e reforço o plano) onde pode ser retorcido, rodado e ampliado sem grande esforço pelo hardware nativo da SNES. Mas ao contrário de jogos como o F-Zero ou o Mario Kart, onde a Nintendo tentou dar-lhes um feeling quase 3D, mas achatado, aqui simplificaram as coisas ao torná-las planas. Mas claro, com a agravante de não haver muito detalhe nas pistas. De resto devo dizer que gostei bastante do detalhe das peças a serem desmontadas e montadas de cada vez que compramos um upgrade para o carro.