The Ooze (Sega Mega Drive)

A Sega Technical Institute, o principal estúdio de videojogos ocidental que a Sega detinha, lançou dois jogos para a Mega Drive em 1995, ambos com conceitos e jogabilidade bastante originais, mas bastante diferentes entre si. Um deles é o famoso Comix Zone, o outro é este The Ooze. O meu exemplar foi comprado algures em Outubro de 2020, tendo vindo num bundle de uma Mega Drive 2 com um número considerável de jogos. Tendo em conta que planeio vender a consola e todos os repetidos, conto que este meu exemplar acabe por ficar practicamente de graça.

Jogo com caixa e manual

E este é também um jogo muito peculiar pois o seu protagonista é nada mais nada menos que uma poça de gosma com uma cabeça no centro e que controlamos ao longo de diversos níveis numa perspectiva top-down. Mas o herói nem sempre foi uma gosma, mas sim um cientista humano que, desconfiado que os seus patrões estavam a esconder alguma coisa decide investigar. E a sua empresa estava mesmo a planear infectar todos os reservatórios de água do mundo com uma doença que iria afectar toda a humanidade, para que depois pudessem vender a cura por rios de dinheiro. Mas o cientista é apanhado a bisbilhotar o que não deve e como castigo recebe uma injecção misteriosa de uma substância verde, que o acabou por tornar naquela forma hedionda.

Uma coisa é certa, o conceito do jogo é bastante original

A jogabilidade é, na sua essência, até que relativamente simples. O d-pad é usado para movimentar a poça de gosma pelo ecrã e dispomos de 2 ataques distintos. O botão B faz com que a gosma cuspa um pouco de si, servindo de projéctil mas ao mesmo tempo retira-lhe um pouco do seu corpo. O botão A serve para a gosma estender um “braço” e socar os inimigos, cuja direcção pode ser controlada pelo d-pad e a extensão máxima depende do tamanho actual da gosma. Cada vez que sofremos dano perdemos um pouco de gosma e, caso soframos dano directamente na cabeça, ou a gosma fique demasiado pequena, perdemos uma vida.

Um dos power ups que podemos apanhar aumenta-nos a velocidade temporariamente, mudando a nossa cor para amarelo também

Iremos percorrer vários níveis numa perspectiva topdown, onde teremos de enfrentar inúmeros inimigos, mas também ultrapassar imensos obstáculos e armadilhas. Teremos também de interagir com diversos interruptor para activar/desactivar certas armadilhas e abrir portas. Sinceramente é um jogo bastante desafiante, pois não só os níveis vão tendo um design cada vez mais labiríntico, é também muito fácil sofrer dano pois o que não falta é perigos à espreita no virar de cada esquina. Os inimigos podem usar ataques que queimam uma grande parte da gosma caso a atinjam, e mesmo navegar em áreas livres de inimigos pode ser um desafio. Basta haverem alguns buracos como sarjetas no chão, ou pequenas poças de ácido, que sugam ou dissolvem parte da gosma se por lá passarmos. Então quando precisarmos de passar por corredores estreitos cheios de obstáculos destes… E infelizmente, sendo um jogo com um design de níveis cada vez mais labiríntico, não haver nenhuma maneira de gravar o progresso no jogo também não é muito agradável.

Um dos ataques que temos à disposição é um “braço” que podemos disparar e controlar a sua trajectória com o d-pad

Para nos auxiliar vamos tendo também diversos power ups que podemos encontrar. Uns círculos verdes são gosma extra, que fazem o corpo crescer e poder “esmurrar” inimigos de forma mais distanciada. Outros podem ser vidas extra, boosts temporários de velocidade ou invencibilidade, onde conseguimos derrotar os inimigos pelo toque. Também poderemos encontrar itens que simbolizam checkpoints para recomeçar o nível naquela posição sempre que percamos uma vida e claro, vidas extra. Muitos destes itens têm de ser bem procurados e estão ocasionalmente em salas secretas ou escondidos pelos cenários. Isto é particularmente verdade no caso do último power up que falta mencionar: as hélices de ADN. Existem 50 espalhadas ao longo dos níveis e temos de as apanhar a todas se queremos desbloquear o melhor final do jogo: restaurar a humanidade ao protagonista.

O que não falta aqui são inimigos, obstáculos e armadilhas!

No que diz respeito aos visuais, o jogo apresenta uma perspectiva aérea que até faz lembrar jogos como o The Chaos Engine, que não só usa uma perspectiva semelhante, como o próprio design dos níveis vai sendo cada vez mais labiríntico também. Os níveis estão divididos ao longo de 5 zonas, que começam numa zona exterior extremamente poluída, passando por zonas mais industriais, como os laboratórios genéticos ou as fábricas da empresa responsável por esta catástrofe. Sinceramente não sou o maior fã dos gráficos do jogo, seja no design dos níveis como dos inimigos, mas tecnicamente não é um jogo com maus gráficos. E o som também não é nada mau, gosto particularmente da banda sonora que tem sempre uma toada rock e, sendo um jogo que usa o driver Gems, a qualidade do som em si também é bastante agradável.

Portanto este The Ooze é um jogo que possui um conceito e jogabilidade bastante originais. Porém é também um jogo com uma dificuldade bem acima da média, e não haver qualquer maneira de gravar o progresso no jogo também não ajuda nada, pois os níveis são grandes, tendencialmente labirínticos e repletos de perigos e passagens secretas que nos obrigam a explorá-los bastante e sempre com muito cuidado.

Kid Chameleon (Sega Mega Drive)

No artigo de hoje, vamos voltar para a Mega Drive e a abordar uma obra da Sega Technical Institute. Este foi um estúdio de videojogos americano que trabalhou em vários jogos da Mega Drive tal como Sonic 2, Greendog, Sonic Spinball ou Comix Zone. Mas um dos seus primeiros trabalhos foi mesmo este Kid Chameleon, um interessantíssimo jogo de plataformas que possui uma jogabilidade desafiante e bem variada. O meu exemplar foi-me oferecido por um particular algures no Verão deste ano.

Jogo com caixa

A premissa deste jogo é muito simples: algures na cidade estreia uma arcade muito particular, com imersão total do jogador em realidade virtual. No entanto o boss do jogo consegue libertar-se das suas restrições de inteligência artificial e aprisisona todas as crianças que não conseguem chegar ao fim do jogo, ou seja, todas até à data. Mas claro, temos o miúdo mais cool e destemido da rua para resolver a situação e lá vamos explorar os mais variados mundos virtuais deste jogo!

O objectivo de cada nível é o de chegar em segurança à sua saída.

Exceptuando os níveis onde temos de defrontar os bosses, em todos os outros o objectivo é sobreviver até encontrarmos uma bandeira que sinalize a saída do nível em questão. Para isso o herói terá de ultrapassar imensos obstáculos e inimigos, mas felizmente temos alguns powerups para ajudar, que podem ser obtidos ao partir alguns blocos, tal como no Mario. Ora estes itens podem ser diamantes cujos podem ser coleccionados até um número de 99 e funcionam como uma espécie de unidade monetária para usar algumas habilidades, crucifixos que representam vidas extra, ou máscaras que nos permitem transformar e ganhar super poderes.

É aqui que o jogo ganha piada. À medida em que vamos avançando na aventura vamos descobrindo cada vez mais destas máscaras, que nos podem transformar em criaturas como um cavaleiro que possui mais pontos de vida, a habilidade de escalar paredes ou furar blocos de cima para baixo. Ou então transformamo-nos numa espécie de Jason do Sexta-Feira 13, que pode atirar machados para os inimigos. Ou um samurai capaz de saltar bem alto e atacar com uma espada. Ou uma mosca pequena e capaz de fazer wall-jumping. Ou um super-herói capaz de voar como um tornado… As hipóteses são várias e o design dos niveis, especialmente naqueles níveis mais avançados, é feito de forma a nos obrigar a usar estas diferentes habilidades de forma exímia. Os diamantes que referi acima servem para activar outras habilidades especiais, que são uma vez mais diferentes de máscara para máscara. Por exemplo, se tivermos transformados em mosca, usar os diamantes faz com que os mesmos actuem como uma espécie de mísseis teleguiados, cada vez que passemos perto de alguns inimigos. Por outro lado se estivermos transformados no Jason, os diamantes servem de escudo, protegendo-nos contra dano causado pelos inimigos. Outras máscaras, como o Juggernaut, um tanque que dispara caveiras, usa os diamantes que apanamos como custo para disparar esses projécteis.

O boss do jogo é um tal de Heady Metal

Para além disso, o jogo possui um número considerável de níveis, sendo uns 102 no total, embora nunca os conseguimos jogar todos numa única playthrough. Isto porque em alguns níveis podemos encontrar uns teleportes que nos podem teleportar para locais diferentes do mesmo nível, ou para níveis completamente diferentes, incluindo níveis que não entrariam numa playthrough normal sem recurso a teleportes. Portanto há aqui muito para descobrir, embora não exista qualquer mecanismo de save, pelo que teremos de terminar o jogo de uma assentada só.

A nível audiovisual, sinceramente no início não achava o jogo nada de especial mas aprendi a gostar. Isto porque as sprites são pequenas, tanto as do Kid, como as dos inimigos que enfrentamos. Ainda assim, acho o jogo competente a nível gráfico e tem um feeling que me faz lembrar o Super Meat Boy, embora não tenha tanto gore. Os níveis são bastante diversificados entre si, com cenários em florestas, fortalezas, cavernas, templos antigos ou outras ruínas. As músicas não são nada do outro mundo mas cumprem também o seu papel.

Graficamente até que é um jogo detalhado, mas poderia ter sprites maiores.

Portanto, este Kid Chameleon até que é um jogo de plataformas bem competente na Mega Drive. Teria a ganhar se houvesse alguma maneira de gravar o progresso no jogo, mas as diferentes habilidades que podemos adquirir dão-lhe uma grande variedade no gameplay, tornando-o um jogo de plataformas muito completo nesse aspecto.

Comix Zone (Sega Mega Drive)

Comix ZoneUm dos melhores e mais originais videojogos que passaram pela mítica consola de 16bit da Sega foi um produto do seu já extinto estúdio norte-americano Sega Technical Institute, que nos trouxe também outros clássicos como Kid Chameleon ou uma valiosa participação no desenvolvimento de Sonic the Hedgehog 2. Comix Zone é um jogo de pancada lançado em 1995, mas ao contrário de clássicos como Final Fight ou Streets of Rage, a sua jogabilidade e conceito acaba por ser inteiramente diferente, como irei mencionar em seguida. Este meu exemplar foi comprado salvo erro no mês passado de Abril, tendo-me custado 5€, faltando-lhe o famigerado CD com a banda sonora.

Jogo com caixa e manuais

Então de que se trata este Comix Zone afinal? É um jogo de pancada à lá Final Fight, mas também não tem nada a ver. A semelhança está apenas no facto de termos de andar à pancada com vários inimigos até chegar ao fim do nível, mas em vez de vaguearmos em ruas, edifícios ou afins, vamos estar dentro de um livro de banda desenhada, saltando de quadradinho em quadradinho. E como tudo isso aconteceu? Bom, a nossa personagem chama-se Sketch Turner, um artista de banda desenhada que estava precisamente a trabalhar no seu livro Comix Zone numa noite de tempestade. Até que um relâmpago atinge o livro e claro, aconteceu o inevitável no mundo das comics. O vilão Mortus, um poderoso mutante ganha vida e troca de lugar com Sketch, enviando-o para a sua própria criação, o projecto do seu livro de BD. Aí Sketch vê-se a lutar contra as criaturas que idealizou, sendo ajudado pela Alissa Cyan, uma das líderes da resistência humana e com Mortus do outro lado do livro a tentar complicar-lhe a vida ao máximo.

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Na banda desenhada norte americana, muitos super heróis surgem com alguma catástrofe… aqui é mais ao contrário.

A jogabilidade é simples, embora Comix Zone não seja propriamente um jogo fácil pois os inimigos não nos dão lá muito sossego. O botão A distribui pancada, o B serve para saltar e podemos usar combinações desses botões para desencadear diferentes golpes ou combos. Um dos golpes especiais consiste em Sketch arrancar um pouco de papel do seu próprio livro e com isso fazer um avião de papel capaz de causar dano a todos os inimigos que se atravessem no seu caminho, no entanto a custo de um pouco da sua própria barra de vida, pelo que deve ser utilizado com moderação. Por outro lado, são detalhes como esse que fazem este jogo tão original, essa interacção com a própria banda desenhada onde estamos inseridos, muitas vezes temos mesmo de romper “papel” que separa os vários quadradinhos para progredir no nível.

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Esta secção inicial do jogo é das coisas que me ficou gravada na memória ao longo de todos estes anos.

Mas para além das cenas de pancadaria da velha, Comix Zone incorpora na sua jogabilidade alguns elementos de puzzle game, onde teremos de interagir com o cenário, para avançar  para o painel seguinte, sejam simples acções como pressionar um botão ou mover uma alavanca, ou usar a sua ratazana de estimação para alcançar zonas estreitas e assim conseguir avançar. A ratazana está incluida no sistema de inventário do jogo, onde Sketch pode armazenar até 3 itens, incluindo armas como bombas ou facas, itens que regeneram vida, ou um power up bem poderoso que transformam Sketch num super-herói, pelo menos temporariamente.

No que diz respeito aos audiovisuais este é um jogo muito bem conseguido. Toda a acção se passa num mundo pós apocalíptico, pelo que iremos lutar em cidades em ruínas como Nova Iorque e a sua estátua da Liberdade desfeita em pedaços, os seus esgotos, mas somos também transportados para o outro lado do mundo, como os Himalaias ou outras aldeias Asiáticas que surpreendentemente têm importantes bases mutantes lá instaladas. O diálogo é também dado através de balões de banda desenhada, embora como é habitual nos jogos 16bit lá vamos tendo um ou outro voice sample. Os efeitos sonoros cumprem o seu papel, já a banda sonora tem uma toada mais rock que me agrada. Até porque o herói do jogo para além de desenhar BD também é um artista rock, calha tudo bem! O CD da banda sonora que vem com o jogo já contém músicas tocadas por uma banda “a sério”, mas não está no âmbito deste artigo. Até porque não o tenho!

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Como sempre o Mortus a não nos deixar em paz.

De resto, para além de uma dificuldade acima da média, só tenho mesmo pena que seja um jogo curto. Mesmo existindo algumas bifurcações de caminho que por vezes temos de optar, o que lhe dá logo alguns pontos para voltar a pegar no jogo, ainda assim acaba por saber muito a pouco. É uma pena que o Comix Zone só tenha saído em 1995, numa altura em que consolas como a Saturn ou a Playstation já estavam no mercado (ou prestes a entrar nele). Se tivesse saído mais cedo teria sido certamente um jogo com muito mais sucesso e reconhecimento do que aquele que goza hoje em dia.

Sonic the Hedgehog 3 (Sega Mega Drive)

Sonic 3Já há bastante tempo que não escrevia nenhum artigo sobre os jogos clássicos do ouriço azul, mas apesar de já ter na minha colecção o Sonic & Knuckles já há algum tempo, não quis escrever sobre o mesmo enquanto não arranjasse este Sonic 3. E isso aconteceu no mês passado, onde comprei o jogo a um particular, que curiosamente vim a descobrir que é meu colega de trabalho, por 10€, estando em mint condition. No geral acho o Sonic 3 um excelente jogo de plataformas, mas não supera o seu predecessor na minha opinião. Mas irei explicar o porquê.

Sonic 3 - Sega Mega Drive
Jogo com caixa e manual europeu

Ora Sonic 3 começa imediatamente com o final do jogo anterior, com Eggman e a sua Death St… err, Death Egg a despenhar-se de volta na Terra e Sonic e Tails a regressarem alegremente. Tudo parece estar bem até uma nova personagem atacar o Sonic de surpresa e roubar-lhe todas as suas esmeraldas. Essa nova personagem acabou por se tornar em mais um amigo clássico do Sonic, estou a falar claro do equidna vermelho Knuckles. Mas neste jogo Knuckles e Sonic são inimigos, pois Knuckles está sob a influência do matreiro Eggman, que o convence que Sonic planeia roubar a sua Master Emerald, quando na verdade é o próprio Eggman que se quer apoderar da mesma como fonte de energia para a sua nova Death Egg.

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Através do Sonic & Knuckles conseguimos jogar com Knuckles neste jogo. Mas isso é assunto para outro artigo.

A jogabilidade mantém a mesma identidade dos jogos anteriores, colocando Sonic, Tails, ou ambos a atravessar uma série de níveis cheios de obstáculos, caminhos alternativos e velocidade ou os bosses da praxe, mas no entanto acrescenta também uma série de novidades. Essas novidades passam por novos powerups ou habilidades. Agora quando Sonic salta, se pressionarmos novamente o botão de salto enquanto estivermos no ar, Sonic adquire um escudo que o protege durante esse curtinho intervalo de tempo em que está activo. Em relação ao escudo em si, esse foi agora substituido por 3 diferentes escudos: o escudo eléctrico que protege Sonic ou Tails de danos eléctricos sem perdermos o escudo, atrai anéis ou pode também ser usado com o Sonic para dar um salto duplo. No entanto se entrarmos na água, perdemos o escudo. Temos também um escudo de fogo que nos protege contra dano inflingido por calor sem que percamos o escudo, mas ficamos logo sem ele ao entrar na água mais uma vez. Com o Sonic, se carregarmos no botão de salto enquanto já estivermos no ar, este escudo leva-nos como um foguete para a frente enquanto caímos. Por fim temos o escudo de água que naturalmente não se perde quando entramos na água e nos permite ter ar infinito quando estamos submergidos, ao contrário de termos de procurar por bolhas de ar como habitualmente. Como Sonic, também tem a habilidade de nos mandar para o chão com força, impulsionando-nos depois para um salto maior, como se uma bola de basquetebol se tratasse.

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Quem nunca se irritou com esta parte do nível se acuse. Na altura sem internet, levei MESES a perceber como se avançava aqui.

Outra novidade são os níveis de bónus, que agora são bem mais variados. Ao passar num checkpoint, se tivermos mais de 50 anéis em nossa posse, podemos entrar num nível de bónus onde podemos ganhar mais anéis, vidas ou powerups como os escudos. Estes níveis de bónus são bastante originais e com diferentes jogabilidades, indo buscar conceitos a máquinas de tirar pastilhas elásticas, pinball e por aí fora. Por outro lado também poderemos encontrar anéis gigantes em partes escondidas dos níveis, anéis esses que nos transportam para os níveis especiais onde poderemos encontrar as esmeraldas caóticas. Esses níveis especiais são enormes esferas que devemos percorrer, procurando apanhar todas as esferas azuis que nos vão aparecendo à frente, transformando-as assim em esferas vermelhas. Se por acidente tocarmos em alguma esfera vermelha, saímos do nível de bónus e teremos de tentar novamente numa outra ocasião. Tal como os jogos anteriores existem 7 esmeraldas ao todo, podendo nos transformar em Super Sonic se as conseguirmos coleccionar. O Super Sonic é uma espécie de “super sayajin” de Sonic, ficando dourado, rapidíssimo e invencível, pelo menos enquanto tiver anéis para gastar. Caso joguemos o Sonic 3 & Knuckles até podemos desbloquear o Hyper Sonic, mas isso será conversa para o artigo seguinte. De resto o jogo mantém as mesmas mecânicas que todos gostamos, com os tais níveis variados e repletos de loops e malabarismos diversos, conjugando muito bem a velocidade com o platforming, algo que nos jogos recentes tem sido esquecido. Existe também um modo multiplayer (para além do modo cooperativo escondido no jogo principal) que coloca dois jogadores a competir entre si numa corrida para ver quem termina um nível em primeiro lugar. Curiosamente nunca lhe prestei muita atenção, nem mesmo quando jogava estes jogos até ao fim com alguma regularidade.

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Os níveis especiais onde podemos apanhar as esmeraldas.

Tecnicamente é um jogo impressionante com os seus cenários bem variados (como habitual temos secções em espaços verdes, ruínas de civilizações antigas, zonas mais industriais ou tecnológicas) e a atenção ao detalhe que foi sendo dada tanto nos backgrounds, como nas pequenas cutscenes que vão sendo exibidas ao longo do jogo. Ainda assim, continuo a preferir o Sonic 2 porque level design desse jogo é simplesmente fenomenal, apesar de todas as boas novidades que o Sonic 3 introduziu. A nível gráfico, mais uma vez apesar deste jogo ter mais detalhes, as cores no Sonic 2 sempre me pareceram mas vivas e cativantes. A música é excelente e existe um mito urbano que o próprio Michael Jackson esteve envolvido na composição de alguns temas. De resto, é impossível falar no Sonic 3 e deixar de mencionar o facto que este e Sonic & Knuckles são um jogo só, dividido em 2. Esses detalhes ficarão para o artigo sobre o Sonic & Knuckles que deverá ser escrito em breve, mas o facto de estes 2 jogos juntos serem um autêntico colosso também é certamente uma razão de peso pela qual muitos fãs consideram este o melhor jogo da série. Para mim é excelente, mas o Sonic 2 é um nadinha melhor.