Taz-Mania (Sega Game Gear)

A versão Mega Drive do Taz-Mania foi um dos primeiros jogos que joguei em emulação algures antes da viragem do milénio. Não é um platformer incrível mas dava para divertir e a Sega acabou por lançar versões para os seus 3 principais sistemas da época, com a particularidade de serem todas diferentes entre si. A versão Master System mantém muitas das mecânicas de jogo a troco de visuais bastante inferiores e depois temos esta versão Game Gear, que consegue ser ainda pior na minha opinião. O meu exemplar foi-me vendido por um amigo meu por cerca de 5€ algures no mês passado.

Jogo com caixa e manual

Ora bem, de relance a história e mecânicas de jogo são muito similares entre si, pois o objectivo é o de encontrar um ovo gigante e a nível de controlos temos um botão para saltar e um outro para rodopiar. No entanto rapidamente nos apercebemos que há aqui várias mecânicas distintas das outras versões. O botão 2 salta, enquanto que o botão 1 serve para rodopiarmos, mas devemos pressionar o mesmo botão para deixar de rodopiar. Para além disso, sempre que rodopiamos vamos perder alguma vida com o tempo e, apesar de sermos invencíveis contra dano de inimigos enquanto rodopiamos, o facto de perdermos vida constantemente enquanto o fazemos derrota o propósito da mecânica. Causar dano nos inimigos é feito ao saltar-lhes em cima e podemos usar os rodopios para aumentar o nosso alcance, se bem que temos de estar atentos à nossa barra de vida uma vez mais e ir comendo todos os itens de comida que eventualmente iremos encontrar. Os controlos para os saltos são infelizmente bastante maus também!

A frustração começa logo no primeiro nível, ao descobrir que rodopiar nos custa vida.

O jogo possui no entanto alguma variedade na sua jogabilidade. Temos muitos níveis em que estamos a ser perseguidos por alguma coisa ou alguém e o objectivo é apenas o de chegar ao fim do nível em segurança. O segundo nível é a adaptação de Game Gear do nível do minecart da versão Mega Drive e é uma vez mais uma questão de memorizar os caminhos seguros e os obstáculos. O quinto nível é o único com um confronto contra um boss (se bem que com mais controlos como sempre) e o nível seguinte é um nível onde Taz rouba penas a um kiwi e temos de atravessar uma série de obstáculos num nível 100% aéreo, onde precisamos de pressionar o botão 2 constantemente para Taz bater as suas “asas”. O problema? Claro, isto faz-nos perder vida, pelo que temos de ter em atenção às pequenas nuvens amarelas que nos fazem regenerar a nossa barra de vida.

Sim, o nível das minas está também nesta versão

A nível audiovisual este é outro jogo bastante fraco. Por um lado tem gráficos melhores que a versão Master System (o que por si só não é dizer muito), por outro lado a performance do jogo é atroz. Já no que diz respeito ao som… bom, nem sei o que dizer aqui. É de longe o jogo com pior banda sonora que já joguei tanto numa Game Gear como na Master System (ambos os sistemas partilham do mesmo chip de som). É tão mau que no ecrã de créditos ninguém toma crédito por isso, mas não há como fugir que terá sido a própria NuFX.

Portanto esta versão Game Gear do Taz-Mania é um jogo francamente mau que recomendo apenas aos mais ávidos coleccionadores. Nenhum das versões da Sega é incrível, mas a versão Mega Drive é de longe a melhor. A versão Master System (curiosamente desenvolvida a pedido da Sega Japan para o mercado Europeu) acaba por ser bem melhor que esta versão portátil e a Sega of America, depois de ter visto isto, deveria ter tido alguma vergonha na cara e ou adiar este lançamento até ficar mais polido, ou simplesmente reaproveitar a versão Master System, que seria uma conversão consideravelmente simples de fazer e o desastre não seria tão mau.