Quando vi este jogo na Cash Converters de Alfragide, não sabia muito bem o que esperar. Vi que era um shmup às antigas, e se isso é algo que me chama à atenção pois é um género de nicho que eu tenho curiosidade em querer conhecer melhor, foi mesmo o nome da Natsume na caixa que me fez levá-lo para casa. A Natsume é uma empresa japonesa que desenvolveu imensos jogos de qualidade, muitos deles que se ficaram apenas pelo Japão e são algo obscuros nos dias de hoje. E nem é um mau jogo de todo! Creio que me custou 2€.

Originalmente este era um jogo arcade que apenas tinha saído no Japão com o nome Shienryu e posteriormente convertido para a Saturn e Playstation. Por algum motivo, quando decidiram lançá-lo no ocidente como um título budget na PS1, decidiram mudar-lhe o nome para algo provavelmente ainda mais estranho para nós ocidentais. Entre Shienryu e Gekioh Shooting King venha o diabo e escolha. Mas o que interessa é que uma vez mais somos só nós contra uma invasão alienígena, onde começamos por os combater no nosso planeta e vamos entrando em pleno espaço sideral até os correr de vez daqui para fora.

A jogabilidade não é nada complicada, afinal apenas podemos escolher uma nave e dispomos de um ataque normal, e outro especial capaz de provocar dano a practicamente tudo o que estiver no ecrã. Claro que o especial é para ser usado com moderação, embora em certos níveis até não seja muito difícil encher um stockzinho com essas munições. Depois temos também para além do pea shooter normal vários outros tipos de armas. Uma com mísseis teleguiados, o vulcan shot que se vai abrindo em leque e por fim a minha preferida, uma arma que lança raios eléctricos que são atraídos pelas naves inimigas, conseguindo com um só disparo atingir uma grande parte das naves no ecrã. De resto, é um jogo com uma jogabilidade simples conforme já referi, em que naturalmente a dificuldade vai aumentando à medida em que vamos progredindo no jogo. Para além do modo normal de história, poderemos encontrar outros modos de jogo de bónus, em que alguns até alteram completamente as coisas.

Um deles é o Pocket Mode, onde parece que estamos a jogar num VMU de Dreamcast, ou na Pocketstation da Sony, tal é reduzido o ecrã. Depois temos o Ancient Mode onde o ecrã ganha contornos de sepia e o som como se estivesse a sair de um rádio mal sintonizado, algures no fundo de um poço, outro modo mais cómico torna todas as explosões em risadas e por aí fora em diversas variantes estapafúrdias, mas são pequenos pormenores como esse que por vezes fazem a diferença.
A nivel técnico é um jogo competente. É verdade que os gráficos, se não fosse por um ou outro efeito como as explosões ou a arma eléctrica, em certos momentos quase que poderia passar por um jogo de Super Nintendo, mas sinceramente eu prefiro um shmup em 2D bem definido, do que uma mixórdia de polígonos. Os efeitos sonoros e a música cumprem o seu papel, nada a apontar.

Gekioh Shooting King foi uma agradável surpresa e é interessantíssimo ver como a PS1 e PS2 receberam imensos jogos budget que nos poderão ter passado ao lado. É verdade que muitos deles podem ser shovelware, mas por vezes temos pequenas pérolas deste género.