Eets Munchies (PC)

Continuando nas rapidinhas a jogos indie no PC, vamos agora ficar com este Eeets Munchies, um puzzle platformer muito inspirado na série Mario vs Donkey Kong. É um jogo que já tenho na minha conta steam há bastante tempo, não faço ideia desde quando, mas certamente veio através de um indie bundle barato.

Tal como referi acima, este é um puzzle platformer inspirado na série Mario vs Donkey Kong, mais especificamente nos títulos onde os minis se mexem sozinhos e nós temos de manipular os cenários de forma a que estes cheguem em segurança à saída. É exactamente esse o contexto deste Eets Munchies. Eets, a criatura fofinha que é a protagonista do jogo mexe-se sozinha tal como um dos lemmings e nós temos de manipular os cenários de forma a encaminhá-la para a saída. Tipicamente temos à nossa disposição alguns objectos que poderemos posicionar nos cenários livremente, como tábuas de madeira ou vegetais/doces que se se atravessam no caminho do Eets, este come-os e isso faz alterar o seu comportamento. Se comer um doce, Eets fica alegre e salta sempre que chegar ao fim de uma plataforma. Se comer um pimento, Eets fica agressivo, anda mais rápido e salta mais longe no final da plataforma. Por outro lado, se comer uma cebola, já fica triste, anda de forma mais lenta e cuidadosa e, no caso de chegar a um abismo, em vez de saltar, tem medo e volta para trás, invertendo o seu sentido.

A saída do nível é demarcada pelo bolo. Se conseguirmos que eets apanhe todos os itens adicionais, ainda melhor!

Depois, tal como na série Mario vs Donkey Kong, vão sendo introduzidas novas mecânicas de jogo, como objectos/criaturas especiais que podem ser interagidas, como baleias que engolem o Eets e depois cospem-no mais alto, ventoinhas que podem ser activadas ou desactivadas, flores que servem de molas, entre muitos outros. Muitos desses objectos podem ser colocados livremente pelo mapa e devem ser usados para encaminhar o Eets à saída. Mas para além da saída, cada nível possui também 3 pedaços de comida que devemos tentar apanhar, de forma a completar o jogo a 100%. Não só desbloquearemos mais objectos que podem ser usados no editor de níveis, mas também vamos desbloqueando uma série de níveis muito mais exigentes e desafiantes.

À medida que avançamos no jogo, vão sendo introduzidas novas mecânicas, incluindo vários objectos interactivos

Visualmente é um jogo simples, em 2D, porém bastante colorido e detalhado quanto baste. Tudo tem um aspecto muito cartoon e as músicas são também bastante agradáveis. Portanto, para quem gostar de jogos de puzzle, tem aqui mais uma opção bem válida, é daqueles jogos que serve perfeitamente para jogar ocasionalmente e de forma casual.

Shank 2 (PC)

Já foi há algum tempo atrás que escrevi sobre o Shank, e uma das coisas que disse no final do artigo foi “bem, vou já jogar em seguida o Shank 2”. Well, I lied. Por alguma razão ou outra, deixei este jogo ficar na minha lista de espera até agora. E passado todo este tempo, Shank 2 não me parece ser um jogo assim tão diferente do primeiro. Mas já lá vamos. Este jogo entrou na minha colecção digital do steam já há algum tempo, tendo sido comprado no Humble Indie Bundle 7, por um valor baixo como habitual.

Shank 2

No jogo anterior, Shank revoltou-se contra o seu antigo Cartel, acabando por chacinar todos os bandidos que lhe apareceram à frente, incluindo os líderes. O tal cartel controlava todo aquele país latino-americano, que depois ficou no meio de vários conflitos civis e em luta por poder, poder esse que ficou a cargo de uma qualquer facção militar que passou a governar com mão de ferro, mas também continuou com as actividades ilícitas deixadas na ruína do antigo Cartel. Nisto Shank vê a sua mentora Elena a ser raptada pelas forças armadas, com um motivo misterioso por detrás do rapto. O resto não será nada difícil de adivinhar, com Shank mais uma vez a lutar contra tudo e todos até derrubar mais um regime, da forma mais violenta possível.

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Os combos variados e sangrentos estão de volta!

Vou ser sincero, já não me recordo tão bem assim de todos os detalhes de jogabilidade do primeiro Shank, portanto não vou conseguir dizer com toda a certeza o que trouxe este jogo de novo. Essencialmente a jogabilidade continua a mesma, este é um jogo 2D que mistura o combate com armas brancas e armas de fogo à lá Devil May Cry, com as habilidades de um ninja ou praticante de Parkour e tudo isto com os visuais de umas comics norte-americanas. E assim sendo Shank possui as suas 2 facas, que se assumem como arma branca principal, uma arma pesada, inicialmente uma machete, e uma arma de longo alcance que mais uma vez são punhais por default. Também temos granadas com munição limitada. Depois à medida em que formos progredindo no jogo iremos desbloquear outras armas pesadas como a tradicional motoserra ou uma marreta gigante, ou armas de fogo que servem de armas de longo alcance. Os explosivos também vão sendo variáveis desta vez, com minas ou cocktails molotov a poderem também ser desbloqueados.

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Em vez de uma campanha co-operativa, Shank 2 trouxe-nos este modo Survival

Ao longo dos níveis, como se um velhinho Final Fight ou Streets of Rage se tratasse, também podemos apanhar várias armas dos inimigos e usá-las temporariamente, como bastões de baseball, canos metálicos, caixotes, ou outras coisas com um elevado factor “ouchie“. De resto podem também contar com um sistema de combate que permite fazer vários combos e outras habilidades como contra-ataques, agarrar os inimigos e esfaqueá-los ad aeternum. É sempre giro ver um badass saltar sobre um abismo em chamas e mandar-lhe com uns tiros de shotgun e vê-los cair e tornarem-se barbecue, entre outras coisas. Só que tal como no primeiro jogo, os controlos não são os melhores se utilizarmos um rato e teclado. Muitas teclas para coisas que temos de fazer com reflexos rápidos e nisso um gamepad ajusta-se melhor a este tipo de jogo. Outra coisa que não gostei é o facto de a personagem não atacar para a direcção onde está virada, mas sim para a direcção onde está o rato virado. Isto faz sentido se quisermos usar as armas de longo alcance, mas para os combates melee já não faz tanto. Outra coisa que vi que melhoraram foram as indicações no ecrã das teclas a pressionar para fazer uma série de movimentos. Enquanto que no jogo anterior apareciam símbolos que representavam uma acção, aqui já aparecem as teclas por default.

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O jogo continua com os seus momentos de parkour e platforming, embora agora em menor escala

A outra grande novidade é o modo multiplayer, que no primeiro jogo era um modo co-operativo e se a memória não me falha, era sobre uma parte da história que servia de background ao jogo principal. Aqui isso foi substuituido por um modo survival, onde 2 jogadores terão de sobreviver a várias waves de inimigos, com intervalos onde poderemos restabelecer os nossos kits com vários items. De resto, ao longo do jogo normal temos vários segredos para descobrir, bem como achievements internos como “resgatar x civis”, “matar x inimigos com um taco de baseball”, ou similares, que nos desbloqueiam fatos alternativos para as personagens principais ou novas personagens para seleccionar neste modo de survival. Portanto, apesar de a história principal ser relativamente curta, o relativamente existe devido ao grau de dificuldade, o jogo oferece bastantes unlockables para quem realmente gostar do jogo e tiver a paciência necessária para os desbloquear.

Visualmente é um jogo semelhante ao anterior. Os cenários e todas as personagens possuem um design muito característico das comics norte-americanas e o mesmo é bem notório nas várias cutscenes que vamos poder ver. Portanto a nível gráfico não tenho nada de especial a apontar e o mesmo é válido para as músicas e efeitos sonoros no geral. O voice acting é OK, mas as minhas queixas são idênticas às que fiz no jogo anterior. Existe um desfasamento de volumes de som no jogo e nas cutscenes, onde é bem mais baixo. Nesse caso, creio que se tivessem incluido legendas ao menos dava para disfarçar um pouco esse inconveniente.

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As cutscenes continuam bem animadas, embora se note que estão numa resolução menor.

Posto isto, para quem gostou do Shank original, certamente irá gostar da sua sequela. Mas aconselho vivamente a utilizar-se um gamepad, estou certo que dessa forma o jogo será bem mais agradável de se jogar. Isso ou comprem antes as versões existentes na XBLA ou PSN, mas claro que essas muito raramente chegam a ter os descontos das steam sales ou humble bundles. Da Klei Entertainment tenho também o Mark of the Ninja em fila de espera, mas ao contrário da última vez, agora não faço promessas. Essa análise fica para um dia destes…

Shank (PC)

Continuando nos jogos indie, desta vez aproveito para escrever sobre o Shank, um sidescroller que vai buscar inspirações a Devil May Cry pelo combate frenético com armas brancas e de fogo, ao filme Desperado pelo setting Mexicano, e a comics/cartoons norte-americanos pela sua apresentação visual. Com esta frase quase que chegava para descrever todo o jogo. A minha cópia veio-me parar ao Steam através de um sorteio onde ganhei o Humble Indie Bundle 4, que incluia este jogo. Fui sortudo, visto que semanas antes tinha comprado o Humble Indie Bundle 7 que tinha trazido a sua sequela Shank 2 e estava a planear comprar o primeiro jogo eventualmente.

Shank PC

A história decorre algures na América Central, onde controlamos Shank, um ex-hitman que pertencia a uma máfia local. Acontece que a certo ponto a sua namorada teve de ser assassinada e Shank procura vingar-se, ao assassinar todos os cabecilhas responsáveis por condenarem-no ao seu destino. Para além do modo de jogo singleplayer que conta esta aventura, existe também um modo cooperativo que pode ser jogado localmente, que conta os eventos que levaram a esta traição ao Shank. Infelizmente não pude jogar esta vertente, pelo que fiquei às escuras nessa back story. Mas não há-de ser nada.

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Usar uma machete sabe sempre bem, motoserra ainda melhor!

Das primeiras mensagens que vemos mal corremos o jogo no Steam, é a que os desenvolvedores aconselham o uso de um gamepad para jogar. De facto deve dar muito jeito, pois a jogabilidade tem alguma complexidade e a disposição dos botões no teclado por defeito deixa muito a desejar. Em primeiro lugar, apesar de existirem hints ao longo do jogo que indicam as acções que devemos tomar, em vez de dizerem qual a tecla que devemos pressionar, apresentam uma figura que identifica a acção, e eu no teclado não tenho nenhuma tecla que se chama “grapple” ou “light melee attack“. Shank possui inicialmente duas pequenas lâminas que se tornam nos tais “light melee attack” e que nos acompanham ao longo de toda a aventura. Inicialmente também carregamos 2 pistolas e uma motoserra, as primeiras servem para os ataques com arma de fogo e a última para o heavy melee attack. Ao longo do jogo iremos descobrir diversas outras armas que podemos alternar para estas duas categorias, como uma shotgun, uzi, uma katana japonesa, machete, entre outras. Para além do mais podemos utilizar algumas granadas de vez em quando, bem como utilizar temporariamente algumas armas mais pesadas como uma metralhadora pesada ou um lança chamas. Todo este arsenal, em conjunto com as habilidades “ninja” de Shank introduzem alguma complexidade na jogabilidade. Quem for habilidoso e acabar por dominar as coisas consegue atingir combos com mais de 150 hits consecutivos, o que não é o meu caso, até porque joguei sempre com teclado.

Fora a jogabilidade e as habilidades ninja que Shank protagoniza, como andar em paredes e balancear-se com estilo em vários postes para atravessar alguns obstéculos, é o visual do jogo que mais sobressai. Shank foi produzido como se um cartoon ou uma comic norte americana se tratasse, com várias cutscenes animadas, ou pequenos segmentos em quadradinhos de banda desenhada a surgirem no ecrã enquanto andamos à porrada. Não deixa também de ser um tributo aos beat ‘em ups das antigas como Final Fight ou Streets of Rage, com os inimigos a apresentarem a sua barra de vida, acompanhados por nomes cliché que vão sendo repetidos à exaustão. O voice acting é competente, mas eu incluiria umas legenditas nas cutscenes, é algo banal hoje em dia.

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Em vez do símbolo do botão a pressionar, se aparecesse a tecla em si era bem mais intuitivo

Para quem gosta de beat ‘em ups 2D, com uma jogabilidade algo à lá Ninja Gaiden das antigas, misturada com um sistema de combos à Devil May Cry ou Bayonetta, tem aqui um jogo competente. A Klei Entertainment, de entre outros jogos, ainda desenvolveu o Shank 2 que irei começar a jogar em seguida, bem como o aclamado Mark of the Ninja, ambos jogos com uma apresentação visual bastante elaborada.