Voltando à Nintendo DS, o jogo que cá trago hoje é o sétimo capítulo da série principal do Metal Slug, que é também o primeiro jogo da série principal que não sai primeiramente em arcades. Aliás, pelo menos até ao dia de hoje não saiu em arcade nenhuma, tendo sido desenvolvido a pensar na Nintendo DS como plataforma. Felizmente não usa muitas das particularidades da portátil da Nintendo, mantendo-se algo fiel às suas origens. O meu exemplar foi comprado algures em Julho do ano passado numa CeX de Lisboa. Custou-me 10€ se a memória não me falha.
Jogo com caixa e manual
A história leva-nos de novo a lutar contra o general Morden, que está novamente a tentar um novo golpe de estado. Após uma vitória inicial sobre as forças de Morden, eis que surge de um portal uma série de soldados futuristas e uma série de equipamento de guerra hi-tech, que prometem ajudar o general Morden a conquistar o mundo.
Para além do modo de jogo principal, tentaram incluir alguns extras de forma a aumentar a sua longevidade
A nível de jogabilidade é um jogo que herda muitas das novidades introduzidas no Metal Slug 6, como o facto de cada personagem jogável ter habilidades diferentes, ou a capacidade de armazenar 2 armas especiais e poder alternar entre elas de forma livre. A nível de novidades temos os 2 ecrãs da Nintendo DS. A acção decorre no ecrã de topo, enquanto no touch screen podemos ver um mapa da zona em que estamos. Esse mapa pode ser “mexido” e usado para descobrir onde estão powerups e prisioneiros por resgatar. De resto a jogabilidade deste Metal Slug 7 é semelhante aos clássicos e ainda bem! Para além do modo campanha temos também um outro modo de jogo baseado em missões, onde teremos de cumprir objectivos como chegar ao final de um determinado nível no melhor tempo possível, resgatar todos os prisioneiros, não deixar nenhum inimigo escapar, entre outros.
Apesar dos visuais não serem tão bem definidos quanto nos originais, continua a ser um jogo bastante divertido!
A nível audiovisual, apesar de o jogo manter o mesmo estilo gráfico e as sprites bem detalhadas e animadas, infelizmente os ecrãs da DS não apresentam a mesma resolução e com isso as sprites não possuem o mesmo grau de detalhe. Em alguns momentos mais críticos, com demasiados inimigos e projécteis a voar pelo ecrã, nota-se algumas quebras de framerate. As músicas são agradáveis e possuem aquele feeling épico que apesar de não ficar mal, prefiro aquelas bandas sonoras mais rock que alguns jogos da saga possuem.
Um ano depois deste lançamento, o Metal Slug 7 viu-se lançado na PSP com o nome de Metal Slug XX. Esta sim, é na minha opinião a melhor versão deste jogo. Perde-se o segundo ecrã mas a funcionalidade de um mapa num jogo tão simples e directo não é tão importante assim. Para além disso a versão PSP, para além de ter os gráficos mais refinados, restaura a vertente multiplayer cooperativo, bem como introduziu também alguns DLCs como a possibilidade de jogar com a Leona Heidern (da série King of Fighters).
Já o referi várias vezes. A Playstation 2 foi uma consola colossal. Teve tanto sucesso que muitas empresas se deram ao trabalho de lançar várias compilações de jogos clássicos. A menos que sejam jogos ocidentais como foi o caso da Williams, essas compilações tendem a ficar-se apenas pelo Japão, mas não, na Playstation 2 muitas foram as que chegaram até nós Europeus. E as compilações com o selo da SNK sempre foram as que mais me interessaram, tal como é este Metal Slug Anthology, cuja minha cópia foi comprada numa Player aqui no Maiashopping algures em Maio deste ano. Custou-me cerca de 15€.
Compilação com caixa e manual
Metal Slug é uma série que dispensa apresentações. Uma excelente série de acção / plataformas / shooters que começou o seu legado nos sistemas arcade e Neo Geo. Esta compilação inclui o Metal Slug, Metal Slug 2, Metal Slug X, Metal Slug 3, Metal Slug 4, Metal Slug 5 e por fim o Metal Slug 6. Para todos estes jogos, excepto o Metal Slug 6 e o Metal Slug X que é na verdade uma versão melhorada do Metal Slug 2, todos eles possuem já artigos próprios, pelo que recomendo a sua leitura para uma análise mais detalhada. Vou aproveitar este artigo para escrever um pouco sobre o Metal Slug 6, o primeiro jogo da série já a não ser desenvolvido no velhinho hardware da Neo Geo, mas sim na Atomiswave da Sega, uma espécie de sucessor do sistema Naomi.
No Metal Slug 6 o elenco de personagens possui habilidades diferentes entre si
No Metal Slug 6 a história retorna de novo à aliança entre o ditador Morden e os marcianos, mas depressa vemos que afinal os marcianos foram invadidos por uma outra espécie ainda mais letal de alienígenas, que se preparam para invadir a terra também. Ao longo do jogo vamos então cooperando com as forças do ditador Morden, bem como os próprios marcianos enquanto enfrentamos esta nova ameaça.
No Metal Slug 6 os backgrounds são mais bem definidos, o que não me agrada tanto pois sou fã devoto do pixel art desta série
A nível de jogabilidade o Metal Slug 6 trás muitas novidades, incluindo o facto de cada personagem jogável possuir diferentes habilidades e pontos fortes ou fracos. Por exemplo, algumas personagens já vêm equipadas com metralhadoras, ou são mais fortes quando conduzem veículos, outros são mais fortes no combate desarmado, entre outras habilidades. Outra das novidades está mesmo no facto de podermos carregar 2 armas especiais ou conduzir novos slugs, como o burro equipado com uma metralhadora, ou uma “escavadora-helicóptero”, para aquele segmento em que temos de escavar um fosso e combater alguns inimigos subterrâneos.
Por outro lado, o que não falta são coisas grandes para destruir!!
De resto é um jogo repleto de acção como todos os da série Metal Slug, ficando apenas a perder um pouco nos audiovisuais. Isto porque os gráficos estão mais clean, especialmente o dos cenários de funto, que sinceramente já não me agrada muito visto eu ser um grande fã do pixel-art introduzido nesta série. As músicas também não são lá muito cativantes. Preferia que fossem mais rock como em alguns jogos da série!
A compilação em si é excelente, incluindo também alguns extras desbloqueáveis, como uma galeria de imagens alusivas aos jogos aqui incluídos. É um título de peso para se ter numa colecção de Playstation 2, pena que tenha vindo a encarecer bastante nos últimos tempos. Se o virem baratinho aproveitem que vale bem a pena!
Infelizmente tenho estado bastante ausente nos últimos tempos, pelo que volto hoje às rapidinhas e às colectâneas. E este é mais um excelente exemplo do quão grande a Playstation 2 é para mim. Para além de ter recebido centenas de jogos interessantes e muitos deles que considero essenciais, também recebeu bastantes compilações de jogos mais antigos. Apesar de o valor comercial de muitas destas compilações também ter vindo a subir nos últimos anos, continuam a ser uma alternativa mais barata ao comprar os jogos individualmente. O artigo de hoje é uma compilação dos primeiros Fatal Fury, uma das mais famosas séries da SNK cujo primeiro jogo foi desenvolvido na mesma altura do Street Fighter II. O meu exemplar veio de uma CeX na zona de Lisboa e custou-me 15€.
Como habitualmente, não me vou focar muito nos jogos da compilação. Espero fazê-lo quando um dia os arranjar em standalone, para já apenas o primeiro Fatal Fury é que teve essa sorte e foi a versão da Mega Drive. Avançando então para a sequela, o Fatal Fury 2 já se aproximou mais da fórmula de sucesso do Street Fighter II, pois já desde o início poderemos jogar com bem mais personagens ao contrário das 3 principais que protagonizaram o primeiro jogo. Temos então um total de 8 personagens para escolher, com várias caras novas incluindo a Mai Shiranui, que se veio a tornar num dos maiores sex symbols dentro do género. No entanto, não podemos escolher nenhum dos 4 bosses que enfrentamos. No que diz respeito à jogabilidade esta mantém-se bastante coesa, agora aproveitando os 4 botões da Neo-Geo para aplicar socos e pontapés fortes ou fracos. O esquema da troca de planos (foreground e background) torna a regressar e a outra maior novidade a meu ver está na inclusão dos Desperation Moves, assim que estivermos com muito pouca vida. A nível audiovisual é um jogo muito bem detalhado, tanto nas personagens como nos cenários e nas músicas.
No Fatal Fury 2 as coisas já se aproximaram bem mais de um Street Fighter II
O Fatal Fury 2 teve direito depois a um update chamado Fatal Fury Special. Na verdade é um jogo não-canónico na história da série, pois para além de incluir os 4 bosses do Fatal Fury 2 como personagens jogáveis, traz ainda os lutadores do primeiro Fatal Fury que tinham ficado de fora no jogo anterior (incluindo o Geese Howard que supostamente teria morrido), bem como o Ryo da série Art of Fighting como personagem desbloqueável. A série Art of Fighting é uma espécie de prequela da série Fatal Fury e King of Fighters. De resto a nível de jogabilidade é essencialmente o mesmo, com algumas personagens a ganhar alguns golpes novos e pouco mais. Nos audiovisuais continua a ser um óptimo jogo, com muitos dos cenários do Fatal Fury 2 a decorrerem agora em diferentes alturas do dia.
O FF Special traz um ecrã de selecção de lutadores bem maior
O último jogo presente nesta compilação é o Fatal Fury 3, que já não é tão popular quanto os seus antecessores. Para além de 5 das personagens principais como Joe, Terry, Andy, Mai e Geese (sim, o homem voltou!), juntam-se 5 personagens inteiramente novas, para além de mais alguns bosses que não podem ser desbloqueados. Este é um jogo mais rápido e que apresenta algumas novidades na jogabilidade, para além de incluir novos golpes, e alguns secretos. O sistema de alternar entre planos usa agora 3 planos de referência e é possível alternar entre ambos de uma forma bem mais rápida e dinâmica, sem ter de saltar de um lado para o outro. Isso torna também os combates muito mais fluídos. Na sua apresentação, é um jogo que me faz lembrar o primeiro Fatal Fury, pelo seu foco maior na história. Nos primeiros 4 oponentes podemos escolher qual a ordem pela qual os enfrentamos, sendo que entre cada nível temos direito a pequenas cutscenes com diálogos, ou ver a nossa personagem a deslocar-se pelo mapa para o próximo combate. Graficamente continua a ser um jogo que apresenta bastante detalhe nas arenas e as personagens foram inteiramente redesenhadas. Acho que as cores não são tão vívidas como nos outros jogos, mas não deixa de ser também um bom trabalho.
Qualquer semelhança com Final Fight é mera coincidência. Ou não.
Infelizmente esta compilação ficou-se por aqui. O segundo volume da mesma não chegou a sair na Europa infelizmente, mas também mesmo que tivesse saído pecaria sempre por não incluir o fantástico Mark of the Wolves, apenas os Real Bout Fatal Fury. Era bom poder ter a saga principal completa num só disco, e um DVD aguentaria bem tal façanha na minha opinião. Mas ainda assim, este primeiro volume não deixa de ser uma excelente escolha para quem gostar de jogos de luta 2D.
À semelhança do que foi escrito no artigo do Art of Fighting Anthology, este artigo será uma colectânea de rapidinhas pois o género de fighters 2D são daqueles jogos que eu aprecio, mas apenas os jogo de uma forma casual, ou seja, levo porrada de toda a gente. Mas por acaso até acabei por ficar surpreendido com esta série, pois a ideia que tinha é que a mesma era algo de segunda categoria (e na realidade até é), mas tem algumas coisas que acabei por achar imensa piada. Esta minha cópia foi comprada há poucos meses atrás na cash converters de Alfragide por 2€.
Colectânea com caixa e manual
Esta série foi desenvolvida pela ADK, ou Alpha Denshi Corp e tem na sua base um estranho torneio organizado pelo cientista Dr. Brown que constrói uma máquina do tempo e recolhe lutadores de vários períodos da história humana de forma a saber quem é o guerreiro mais forte de todos os tempos. Mas aqui começam as inconsistências pois apesar de haverem lutadores de épocas como a idade média europeia, ou do Japão feudal, por vezes nas cutscenes aparecem relacionados com o mundo moderno, como junto de pessoas vestidas normalmente. Mas esta é mesmo uma série para não se levar a sério na parte da história pois o bom humor é uma constante, em especial nas cutscenes de fim de jogo de várias personagens.
A história destes jogos não é algo que se deva levar muito a sério
Mas falando do primeiro World Heroes a primeira impressão que me dá é que é mais um clone de Street Fighter II, e na realidade até acaba por ser em certo ponto. A jogabilidade é um pouco lenta, a meu ver, utilizando apenas 3 botões frontais, um para socos, pontapés e o outro para throws. A intensidade dos golpes é medida no tempo em que deixamos o dedo pressionado nos ditos botões. O modo de jogo normal coloca-nos a combater todos os nossos oponentes de uma forma aleatória, resultando num combate com um boss final – o ser Gee Gus que consegue ir buscar habilidades de todos os lutadores do jogo. Pelo meio temos alguns níveis de bónus similares aos do SF II: num temos de esculpir uma estátua à base da pancada, no outro temos de partir uns vasos que vão caindo do céu antes de chegarem ao chão. Mas há algo que World Heroes tem de diferente do Street Fighter II (para além dos lutadores sem carisma): o modo deathmatch. Este é similar ao normal, mas em vez de lutarmos nas arenas próprias de cada lutador, vamos lutando numas arenas próprias de luta-livre, mas repletas de obstáculos como paredes com espinhos, redes electrificadas ou com fogo, ou minas espalhadas pelo chão. A nível técnico é um jogo que a meu ver ainda é algo pobrezinho. Sinceramente nunca gostei muito do design das personagens, embora as arenas não sejam más de todo. Mas o som, em especial as vozes que soam bastante abafadas, e as músicas não me cativaram.
Sempre adorei as intros bonitinhas dos fighters 2D e a partir do World Heroes 2 já temos algum eye candy desse.
O World Heroes 2 saiu nem um ano depois do primeiro, tal era a moda dos fighters 2D por essa altura. As suas principais mudanças incluiam 6 novos lutadores, já os modos de jogo permaneceram idênticos ao anterior. No entanto, com o elenco de lutadores agora maiorzinho, já não era necessário lutar contra todos, mas apenas contra os 6 novos e 4 dos antigos 8 lutadores do primeiro World Heroes, escolhidos aleatoriamente. O modo death match tem agora uma única barra de vida partilhada entre ambos os lutadores. Quanto mais porrada damos (ou levamos), a barra de vida vai pender para um lado ou para o outro. Se a coisa ficar feia para o nosso lado, temos 10 segundos para nos levantarmos, onde durante esse tempo teremos de carregar em todos os botões como um maluco, só para termos mais uma hipótese… isto porque o relógio está sempre a contar. De resto a jogabilidade é idêntica, embora os lutadores antigos tenham agora alguns golpes novos. A nível técnico é também um jogo melhor, com arenas e personagens bem detalhadas e as músicas são mais cativantes. No entanto as vozes continuam mázinhas…
Há aqui personagens de imensas nações como a Mongólia ou um pirata cujo país é o alto-mar
World Heroes 2 Jet está para o anterior como o Super Street Fighter II está para a sua prequela. É mais que um mero update ao jogo anterior, pois para além de trazer mais dois ou três novos lutadores, inclui também algumas novidades nas mecânicas de jogo (como a capacidade de correr, num jogo que por si só já é bem mais rápido e dinâmico), bem como 2 modos de jogo distintos do que existiu anteriormente. Aqui temos o Entry to the Tournament e o Forging of Warriors, este último deixa-nos escolher o nosso lutador e o nosso oponente, no entanto o jogo termina após conseguirmos vencer 3 oponentes de seguida. O primeiro modo de jogo é ligeiramente parecido ao tradicional modo arcade, mas em segmentos de 3 combates seguidos. Inicialmente (após uma bela cutscene em 2D a introduzir o início do jogo) combatemos um grupo de 3 oponentes, um de cada vez, com a obrigatoriedade de vencer pelo menos dois para prosseguir. Vamos combatendo alguns grupos dessa forma até surgirem alguns grupos “especiais” , ou constituídos por um oponente apenas que temos a hipótese de o combater 3 vezes, ou por um conjunto de bosses pelo fim. A nivel gráfico, sons e músicas este é um salto muito grande em comparação com os anteriores, com lutadores e arenas bem detalhados, música rock em grande estilo e os clipes de voz com mais qualidade.
Tanto o World Heroes 2 Jet como o Perfect já sairam numa altura em que a SNK conseguia fazer pequenos milagres com o HW Neo Geo
No último jogo da saga, o World Heroes Perfect mais uma vez mudaram bastantes coisas. A começar pela jogabilidade que agora usa uma base de 4 botões faciais, ao contrário do contexto sensitivo de pressão dos 3 botões. Novos golpes, novas personagens e uma série de novos especiais são o prato do dia para os aficcionados do género. O modo de jogo singleplayer obriga-nos a lutar contra 10 oponentes escolhidos aleatoriamente, em arenas também escolhidas aleatoriamente, e mais um ou outro boss como manda a lei. A nível técnico é também um jogo que evolui dos anteriores, mais uma vez com bons gráficos e audio no geral. Só que ainda acho que não tem personagens propriamente carismáticas, embora o bom humor continue lá.
Resumindo esta é mais uma boa colectânea para coleccionar e felizmente a PS2 está repleta delas, da SNK e não só. Todos os jogos são emulados directamente da Neo Geo MVS com algumas features adicionais, como a possibilidade de podermos customizar os lutadores de todos os jogos, podermos ver a lista dos seus movimentos nos menus de pausa e ainda temos um modo de jogo para treino. No entanto ainda me pareceu notar um ou outro problema de performance aqui e ali. Ainda assim é um bom título, embora a série World Heroes continue a ser, para mim, de segunda linha quanto mais não seja pelo seu elenco sem grande carisma, mas ganhou o meu respeito por alguns modos de jogo originais que o tornavam um pouco diferente do típico clone de Street Fighter II.
O artigo que trago cá hoje não é uma rapidinha, mas sim uma colectânea de 3 rapidinhas. Art of Fighting Anthology é uma compilação dos 3 jogos da conhecida série da SNK Art of Fighting que na altura se tinha destacado pelos seus visuais extremamente bem detalhados, com um sprite zooming bem interessante e por algumas mecânicas de jogo algo diferentes. Esta compilação custou-me 2€ e foi comprada recentemente numa loja online, a Game Kiosk que desde já aconselho cautela se comprarem algo de lá, pois apesar de ter tido alguns solavancos quando fiz a minha encomenda e no fim tudo chegou direitinho, outras pessoas estão ainda hoje à espera de jogos, ou da devolução do dinheiro.
Jogo com caixa e manual
Não entrando em detalhes sobre a história da série, a mesma começa ainda no final da década de 70, antecedendo-se inclusivamente ao primeiro torneio dos “King of Fighters” no primeiro Fatal Fury. Claro que depois nos lançamentos dos vários KoFs toda a timeline se divide por zero, com Ryo, Garcia e companhia a aparentarem ter a mesma idade, apesar de esses jogos decorrerem décadas depois. Até um jovem Geese Howard, um dos vilões mais conhecidos da SNK e do Fatal Fury acaba por dar aqui uma perninha num destes 3 jogos… Mas essencialmente a aventura começa com Yuri, a irmã de Ryo ser raptada por um manda-chuva qualquer do crime organizado e Ryo, em conjunto com o seu amigo Robert partem à aventura por Southtown e desancar uma série de bandidos até a reaverem. Nos 2 jogos seguintes não esperem por uma história muito melhor, e sinceramente como digo sempre nem é algo que interesse muito.
A série Art of Fighting tem um foco maior na história, e isso vê-se nas cutscenes entre os combates
No entanto, pelo menos no primeiro Art of Fighting, a história acaba por ter um papel muito preponderante. Isto porque no modo “história” apenas podemos escolher uma das duas personagens principais, ou Ryo, ou Robert e entre cada combate vamos tendo uma pequena cutscene que nos vai contando os novos desenvolvimentos. O resto do elenco está disponível para ser jogado apenas no modo versus para dois jogadores, excepto os bosses que pelo menos de início estão bloqueados. As mecânicas de jogo são relativamente simples com o jogo a utilizar quatro botões faciais, um para murros, outro pontapés, outro para throws e um outro para o taunt, que diminui a barrinha do special do nosso adversário. Essa barrinha é a que nos permite desencadear qualquer golpe especial e se estivermos com a vida muito baixa podemos disparar os chamados “desperation moves“. De resto, e tal como o Street Fighter II, vamos tendo alguns mini-jogos ocasionais, como partir uma série de barras de gelo, ou gargalos de garrafas de cerveja. Mas ao contrário do Street Fighter onde apenas nos dá mais pontuação, estes minijogos servem também para desbloquear alguns specials, o que é um pouco estranho e quase RPG.
No AoF1 os mini jogos servem para desbloquearmos novas habilidades
Mas o que salta logo à vista neste primeiro Art of Fighting são mesmo os seus visuais espectaculares. As sprites são gigantes e incrivelmente bem detalhadas e o mesmo pode ser dito dos backgrounds que por sua vez são bastante variados. Depois o jogo usa e abusa do efeito de sprite scaling, com o jogo a fazer zoom out cada vez que os lutadores se afastam e vice-versa. Claro que isto nos ports lançados para a SNES, Mega Drive ou PC-Engine acabou por perder bastante, mas esta versão PS2 é emulada directamente da original, e acaba por ser uma conversão bastante fiel, herdando também alguns dos seus defeitos, que um jogador mais casual como eu não repara.
No AoF2 o elenco de lutadores disponíveis no modo singleplayer acaba por ser bem maior
O segundo e terceiro jogo são maiores e melhores, com mais lutadores à escolha (e deixando-nos também jogar o modo single player com qualquer um, não limitando a nossa escolha a 2 ou 3 personagens), mecânicas de jogo mais refinadas, inclusivamente uma dificuldade absurda no Art of Fighting 2, e gráficos uma vez mais excelentes para a época. A Neo Geo era realmente um colosso, e isso pode ser visto especialmente no Art of Fighting 3, que contém backgrounds muitíssimo detalhados e bem coloridos, e as próprias sprites dos lutadores são bem animadas, para além do detalhe habitual. O único downside é o facto de os lutadores deixarem de ter marcas na cara durante os combates, como as feridas, inchaços e pisaduras que podiam ser visíveis nos dois primeiros jogos da saga. Pelo que li por aí, o Art of Fighting 3 é o que tem uma jogabilidade mais diferente dos restantes jogos, herdando até algumas mecânicas de outros jogos de luta 3D como o Virtua Fighter. Mas claro que isso me passou um pouco ao lado, com o pequeno fio de baba a escorrer pelo queixo enquanto olhava para os gráficos bonitos.
O AoF3 é um jogo bem mais colorido e com os backgrounds ainda com mais detalhe
De resto, e para além de ser possível alterar as cores das fatiotas de todos os lutadores, bem como oferecer bandas sonoras diferentes para cada jogo, esta compilação de PS2 não traz nada de muito novo. As bandas sonoras eram bastante variadas, com temas mais rock especialmente no primeiro jogo e outros mais jazz no terceiro, mas se não gostássemos das músicas originais da arcade, poderíamos optar por uma banda sonora mais moderna e com recurso a instrumentos reais. A edição japonesa desta compilação tinha ainda uma vertente online para multiplayer que seria engraçado de se ter aqui no ocidente também, embora eu não lhe fosse dar uso, muito sinceramente.
No fim de contas, e apesar de me parecerem jogos que se calhar envelheceram mal no que diz respeito aos seus controlos, bem como nunca terem tido a fama que Street Fighters da vida tiveram, esta série Art of Fighting tem o seu valor, quanto mais não seja por implementarem algumas mecânicas que perduram até aos dias de hoje, como os já referidos Desperation Attacks. É uma das compilações da SNK que eu faria questão de ter, tenho agora de andar à cata das compilações de Samurai Shodown, Metal Slug e Fatal Fury, pois apesar de algumas serem más conversões (Metal Slug Anthology), acabam por ser as maneiras mais cómodas (e legítimas) de termos uma experiência Neo-Geo em casa sem abrir muito os cordões à carteira.