Vamos voltar à PS2, desta vez para o décimo-primeiro título da série The King of Fighters (não contando com o Neowave) e o primeiro jogo da série a deixar de lado o seu ano de lançamento no titulo. Tal como o já referido KoF Neowave e o NeoGeo Battle Coliseum é um jogo lançado originalmente nas arcades em 2005, sob o sistema Atomiswave da Sammy, que por sua vez era muito semelhante ao Naomi da Sega e por conseguinte à Dreamcast. Não foi por acaso que não há muitos anos atrás, um grupo de fãs se decidiu a modificar muitos destes jogos Atomiswave e torná-los compatíveis com a consola da Sega! O meu exemplar foi comprado numa Cash Converters algures em Março de 2015 por 3€.
No que diz respeito à história, este jogo segue os acontecimentos introduzidos pelo KoF 2003, com o personagem Ash Crimson como protagonista principal e uma vez mais os poderes dos Orochi metidos ao barulho. Na verdade a história não interessa muito, mas é sempre interessante ver as cut-scenes finais que vão sendo distintas entre si consoante a equipa de lutadores que seleccionamos. E as equipas pré-definidas nesta edição por vezes são algo estranhas. Por exemplo, a equipa do Fatal Fury consiste no Terry Bogard (com a sua vestimenta do Mark of the Wolves), Kim Kaphwan (que antes tinha uma equipa própria) e Duck King, uma das personagens do Fatal Fury 2 que marca aqui a sua estreia nos KOF. Ou a equipa do Art of Fighting que tem a King a fazer companhia aos irmãos Ryo e Yuri Sakazaki. Para além do Duck temos mais algumas personagens a estrear-se na série e umas outras tantas completamente novas. Naturalmente muitas das caras conhecidas (como é o caso do Robert Garcia ou Mai Shiranui) podem ser desbloqueadas posteriormente.

E este é então mais um jogo de luta entre equipas de 3 lutadores onde muitas das mecânicas de jogo introduzidas em títulos anteriores aqui se mantêm. De destaque nas novidades temos os quick shift, que nos permitem trocar de lutador a meio de um ataque ou os saving shift, que nos permitem fazer o mesmo enquanto estamos a ser atacados, sem que soframos mais dano durante as animações de troca das personagens. O dream cancel é outra das novidades, que nos permite executar certos golpes poderosos enquanto cancelamos outros (mas apenas o líder da nossa equipa pode fazer isto, aparentemente). A última novidade aqui introduzida a nível de mecânicas de jogo é a introdução da barra de skill, uma outra barra de energia para além dos specials e que é necessária para muitas destas técnicas acima mencionadas. Outra das novidades é, caso um combate termine o seu tempo, já não vence quem tem mais vida, mas sim para quem tenha lutado melhor.

Já no que diz respeito aos modos de jogo temos vários, começando pelo arcade que dispensa apresentações. O team play e o single play são variações que nos permitem participar em combates de 3 contra 3 (sem possibilidade de trocar de lutador) ou 1 contra 1. Todos estes modos de jogo podem também serem jogados como versus para 2 jogadores. O Endless é uma espécie de survivor com combates de 1 contra 1 onde a nossa vida será apenas parcialmente restabelecida entre combates. O modo challenge coloca-nos vários desafios cada vez mais complexos como executar uma série de técnicas especiais no mesmo combate. Terminar o modo challenge irá desbloquear tudo o que o jogo nos tem para oferecer, embora vários dos desbloqueáveis possam também ser desbloqueados de outras formas. Por fim temos um modo treino que é sempre bastante útil para practicar todas estas técnicas mais complexas.
A nível audiovisual devo dizer que gostei bastante desta entrada na série. As personagens continuam muito bem detalhadas e com animações incríveis, mas mantendo o mesmo espírito pixel art das personagens que nos habituamos na NeoGeo. Mesmo as personagens novas foram desenhadas neste estilo e ficaram muito bem! Os cenários apesar de por vezes terem um aspecto um pouco mais realista, são completamente em 2D também, mas com uma qualidade bem superior ao que a velhinha NeoGeo conseguiria representar. A única coisa que já não gostei tanto, e isto é uma vez mais uma mera questão de gosto pessoal, é a diferença gritante entre a arte das personagens no jogo propriamente dito, e a que vemos nos menus e cutscenes. Estas últimas têm um aspecto bem mais anime e por vezes com feições bastante diferentes das personagens que controlamos. Esta arte é também utilizada nos retratos das personagens que estão actualmente a lutar e infelizmente sem nenhuma menção do seu nome. Portanto quando lutava contra alguma personagem nova, continuava sem saber quem era. De resto o som está muito bom e a banda sonora é bastante eclética e agradável.

Portanto esta é mais uma entrada bastante sólida da série King of Fighters. A versão PS2 inclui vários modos de jogo adicionais e muitas personagens desbloqueáveis, várias delas presenças assíduas na série mas que no seu lançamento original arcade ficaram de fora, como é o caso da Mai, por exemplo. Este King of Fighters XI é também o último jogo que tem um estilo gráfico que nos faz lembrar a Neo Geo, com os que lhe sucederam a terem visuais mais modernos.
























