The King of Fighters XI (Sony Playstation 2)

Vamos voltar à PS2, desta vez para o décimo-primeiro título da série The King of Fighters (não contando com o Neowave) e o primeiro jogo da série a deixar de lado o seu ano de lançamento no titulo. Tal como o já referido KoF Neowave e o NeoGeo Battle Coliseum é um jogo lançado originalmente nas arcades em 2005, sob o sistema Atomiswave da Sammy, que por sua vez era muito semelhante ao Naomi da Sega e por conseguinte à Dreamcast. Não foi por acaso que não há muitos anos atrás, um grupo de fãs se decidiu a modificar muitos destes jogos Atomiswave e torná-los compatíveis com a consola da Sega! O meu exemplar foi comprado numa Cash Converters algures em Março de 2015 por 3€.

Jogo com caixa, manual e um autocolante bem chato da Cash Converters no disco

No que diz respeito à história, este jogo segue os acontecimentos introduzidos pelo KoF 2003, com o personagem Ash Crimson como protagonista principal e uma vez mais os poderes dos Orochi metidos ao barulho. Na verdade a história não interessa muito, mas é sempre interessante ver as cut-scenes finais que vão sendo distintas entre si consoante a equipa de lutadores que seleccionamos. E as equipas pré-definidas nesta edição por vezes são algo estranhas. Por exemplo, a equipa do Fatal Fury consiste no Terry Bogard (com a sua vestimenta do Mark of the Wolves), Kim Kaphwan (que antes tinha uma equipa própria) e Duck King, uma das personagens do Fatal Fury 2 que marca aqui a sua estreia nos KOF. Ou a equipa do Art of Fighting que tem a King a fazer companhia aos irmãos Ryo e Yuri Sakazaki. Para além do Duck temos mais algumas personagens a estrear-se na série e umas outras tantas completamente novas. Naturalmente muitas das caras conhecidas (como é o caso do Robert Garcia ou Mai Shiranui) podem ser desbloqueadas posteriormente.

Apesar do elenco extenso, há várias personagens habituais que não estão cá. Algumas poderão no entanto serem desbloqueadas. Pena é pela arte dos seus retratos, que não é do meu agrado.

E este é então mais um jogo de luta entre equipas de 3 lutadores onde muitas das mecânicas de jogo introduzidas em títulos anteriores aqui se mantêm. De destaque nas novidades temos os quick shift, que nos permitem trocar de lutador a meio de um ataque ou os saving shift, que nos permitem fazer o mesmo enquanto estamos a ser atacados, sem que soframos mais dano durante as animações de troca das personagens. O dream cancel é outra das novidades, que nos permite executar certos golpes poderosos enquanto cancelamos outros (mas apenas o líder da nossa equipa pode fazer isto, aparentemente). A última novidade aqui introduzida a nível de mecânicas de jogo é a introdução da barra de skill, uma outra barra de energia para além dos specials e que é necessária para muitas destas técnicas acima mencionadas. Outra das novidades é, caso um combate termine o seu tempo, já não vence quem tem mais vida, mas sim para quem tenha lutado melhor.

Os cenários são em 2D mas com muito mais detalhe, já as sprites são ao mesmo estilo das Neo Geo. Há um contraste claro, mas não consigo deixar de gostar destas sprites assim!

Já no que diz respeito aos modos de jogo temos vários, começando pelo arcade que dispensa apresentações. O team play e o single play são variações que nos permitem participar em combates de 3 contra 3 (sem possibilidade de trocar de lutador) ou 1 contra 1. Todos estes modos de jogo podem também serem jogados como versus para 2 jogadores. O Endless é uma espécie de survivor com combates de 1 contra 1 onde a nossa vida será apenas parcialmente restabelecida entre combates. O modo challenge coloca-nos vários desafios cada vez mais complexos como executar uma série de técnicas especiais no mesmo combate. Terminar o modo challenge irá desbloquear tudo o que o jogo nos tem para oferecer, embora vários dos desbloqueáveis possam também ser desbloqueados de outras formas. Por fim temos um modo treino que é sempre bastante útil para practicar todas estas técnicas mais complexas.

Posso não ser muito bom nestes jogos, mas adoro a sua arte!

A nível audiovisual devo dizer que gostei bastante desta entrada na série. As personagens continuam muito bem detalhadas e com animações incríveis, mas mantendo o mesmo espírito pixel art das personagens que nos habituamos na NeoGeo. Mesmo as personagens novas foram desenhadas neste estilo e ficaram muito bem! Os cenários apesar de por vezes terem um aspecto um pouco mais realista, são completamente em 2D também, mas com uma qualidade bem superior ao que a velhinha NeoGeo conseguiria representar. A única coisa que já não gostei tanto, e isto é uma vez mais uma mera questão de gosto pessoal, é a diferença gritante entre a arte das personagens no jogo propriamente dito, e a que vemos nos menus e cutscenes. Estas últimas têm um aspecto bem mais anime e por vezes com feições bastante diferentes das personagens que controlamos. Esta arte é também utilizada nos retratos das personagens que estão actualmente a lutar e infelizmente sem nenhuma menção do seu nome. Portanto quando lutava contra alguma personagem nova, continuava sem saber quem era. De resto o som está muito bom e a banda sonora é bastante eclética e agradável.

O modo arcade possui 8 combates sendo que os últimos dois são bosses. O quarto combate é também um boss mas a personagem que enfrentamos depende da nossa performance nos combates anteriores.

Portanto esta é mais uma entrada bastante sólida da série King of Fighters. A versão PS2 inclui vários modos de jogo adicionais e muitas personagens desbloqueáveis, várias delas presenças assíduas na série mas que no seu lançamento original arcade ficaram de fora, como é o caso da Mai, por exemplo. Este King of Fighters XI é também o último jogo que tem um estilo gráfico que nos faz lembrar a Neo Geo, com os que lhe sucederam a terem visuais mais modernos.

King of Fighters Maximum Impact 2 (Sony Playstation 2)

De volta às rapidinhas na Playstation 2 para aquele que é o segundo título em 3D da série King of Fighters que por sua vez esta série Maximum Impact é um spin off da série principal, introduzindo toda uma série de novas personagens que, salvo erro, nunca mais foram reutilizadas noutros jogos. Tal como na série Street Fighter EX, claro. Para além de novas personagens e uma continuação da história introduzida pelo seu predecessor, este jogo reutiliza as mesmas mecânicas, daí este artigo ser também mais curto. O meu exemplar foi comprado algures em Fevereiro de 2016 numa Cash Converters por 10€.

Jogo com caixa e manual

No que diz respeito aos controlos, os botões faciais do comando da Playstation são utilizados para desferir socos e pontapés, que por sua vez poderão ser fracos ou fortes. O botão L1 serve para provocar os oponentes, enquanto o R1 é utilizado para os rolls evasivos ou movimento 3D pela arena. Tal como o seu predecessor, os combates são predominantemente de um contra um e para além da barra de vida de cada lutador temos também de ter em atenção às barras de specials (fundo do ecrã), que uma vez cheias nos permitem executar ataques poderosos ou outras habilidades avançadas, assim como a barra de guard, que se vai esvaziando a cada golpe que defendemos com sucesso. No que diz respeito a novas mecânicas de jogo, introduziram um sistema de parry que nos permite, com o timing certo, deflectir ataques dos oponentes, deixando-os momentaneamente expostos a dano. Os super cancels foram também trazidos para este jogo.

O elenco traz-nos 24 personagens jogáveis, mas muitas mais poderão ser desbloqueadas.

Já no que diz respeito aos modos de jogo, o principal é o modo de história e tal como no seu predecessor, algumas personagens têm a mesma história genérica que os acompanha ao longo dos sete combates, enquanto outras já têm uma história mais personalizada. Felizmente o número de personagens com uma história própria é bem maior que a prequela e o elenco também é consideravelmente grande. Começamos com 24 personagens disponíveis e à medida que formos completando o modo história com mais e mais personagens vamos desbloqueando outras 14, elevando o total para 38 personagens jogáveis. Para além do modo história podem também contar com o versus, que por sua vez possui diversas opções e submodos, incluindo lutar em equipas de 3 como nos KOF clássicos. Para além de um modo de treino bastante sofisticado, o jogo possui também uma série de outros desafios adicionais, desde provas em contra relógio, modo de sobrevivência e outras missões adicionais. Este modo de missões (que se distinguem entre fáceis e difíceis) leva-nos a cumprir os mais variadíssimos objectivos como desferir combos específicos ou técnicas especiais para derrotar algum inimigo. Enquanto que desbloqueamos personagens adicionais ao completar o modo história várias vezes, é jogando estes modos adicionais que nos permite desbloquear outros extras como fatos alternativos e novas arenas.

As cut-scenes em CGI estão óptimas!

No que diz respeito aos audiovisuais acho este jogo bem conseguido. Apesar de preferir de longe a arte 2D dos King of Fighters antigos (a SNK sempre foi exímia no detalhe gráfico, pixel art e animações dos seus jogos de luta da era Neo Geo), confesso que como um jogo de luta 3D estes visuais até que não resultam nada mal mesmo. As arenas vão sendo variadas e repletas de detalhe (incluindo aparições de outras personagens SNK em várias delas) e os modelos poligonais dos lutadores estão bem conseguidos. A banda sonora é agradável e felizmente a versão europeia deste jogo permite-nos alternar entre as vozes em inglês ou japonês. Apesar de, desta vez, não achar as vozes em inglês más de todo, acabo por preferir sempre ouvir as vozes originais. De resto acho que a nível de apresentação é um jogo bem conseguido e com cut-scenes bem detalhadas. Só de não ter um tipo bizarro e com cara de palhaço a apresentar cada combate já é uma grande evolução (se bem que este é agora uma personagem desbloqueável, Hyena).

Apesar de preferir de longe a artwork clássica em 2D da série, para uma PS2 o resultado final não ficou nada mau.

Portanto acho este mais um sólido e divertido jogo de luta em 3D e que nos traz imenso conteúdo para quem o quiser explorar mais a fundo. O elenco grande de personagens é benvindo! De resto só deixar também a nota que esta não foi a aparição final da série Maximum Impact. Essa honra vai para o Maximum Impact Regulation A, lançado no ano seguinte de forma exclusiva no Japão. É o único jogo desta sub-série a ter um lançamento arcade, com um outro para a PS2 a sair mais ou menos na mesma altura. Segundo sei, esse último título é uma espécie de remix deste jogo, trazendo uma nova personagem, a possibilidade de termos lutas 3×3, mas também com muitos outras funcionalidades removidas.

King of Fighters: Maximum Impact (Sony Playstation 2)

Vamos voltar à Playstation 2 para mais um dos seus jogos de luta, desta vez para este KOF Maximum Impact. Apesar de a SNK já ter tido alguma experiência com jogos de luta 3D, todos eles desenvolvidos para o sistema arcade Hyper Neo Geo 64 que acabou por ser um fracasso comercial, este é o primeiro KOF desenvolvido como um jogo de luta em 3D e foi desde logo pensado como sendo um spin-off à série principal, tal como acontece nos Street Fighter EX. O meu exemplar foi comprado em 2015 quando visitei a cidade de Oslo na Noruega. Na altura descobri uma interessante loja de videojogos e, apesar dos seus preços serem maioritariamente elevados, ainda descobri alguns títulos bem em conta, como foi o caso deste Maximum Impact que foi comprado selado por um valor que não chegou aos 15€.

Jogo com caixa, sleeve exterior de cartão, manual com instruções rápidas, disco bónus e um manual adicional bem mais luxuoso

No que diz respeito aos modos de jogo, os controlos base usam os mesmos 4 botões faciais do comando da PS2 para executar socos ou pontapés, fracos e fortes. Temos também uma barra de specials que se vai enchendo à medida que vamos distribuindo porrada e que nos permitirá executar alguns golpes poderosos. Apesar dos seus visuais completamente em 3D poligonal, na sua essência este jogo mantém as mesmas mecânicas de um jogo de luta em 2D, embora também nos permita de certa forma mover-nos num plano tridimensional. Para isso teremos de pressionar os botões soco e pontapé fracos em simultâneo, em conjunto com uma direcção. Esquerda ou direita activa os rolls evasivos que já estávamos habituados, enquanto que cima ou baixo nos permitem desviar à volta do nosso oponente. De resto, para além desta transição para o 3D, a maior mudança a nível de jogabilidade é a de, pelo menos no modo história, este ser um jogo inteiramente de lutas 1 contra 1, ao contrário dos restantes KOF que nos obrigam a usar equipas de 3 lutadores, podendo ainda ter acesso a mecânicas de tag. A nível de personagens temos aqui 19 personagens ao todo mais uma desbloqueável (o boss Duke). Dessas 20, 6 foram especialmente criadas para esta subsérie Maximum Impact e, que eu saiba, ainda não surgiram em mais nenhum KOF da série principal.

Tal como nos Street Fighter EX, nesta série são apresentadas várias novas personagens que nunca mais ouviremos falar

No que diz respeito os modos de jogo, temos aqui o modo história que nos leva a lutar contra 6 oponentes mais um boss final, o tal Duke. A história em si sinceramente não é nada de especial pois leva-nos a participar em mais um torneio King of Fighters realizado por uma organização criminosa com algum plano macabro por detrás. Isto é-nos dito por uma personagem que mais parece um palhaço e que também nos apresenta o próximo adversário entre cada round. A história é então completamente genérica para a maioria das personagens e apenas 3 das 6 novas personagens nos darão acesso a alguns diálogos adicionais que enriquecem um pouco mais a história. É o caso dos irmãos Meira e da femme fatale Lien Neville. Para além do modo história temos também um modo versus que tanto pode ser jogado sozinho ou contra um amigo e aqui já temos a possibilidade de criar equipas de 3 assim como o modo practice que dispensa apresentações. Para além disto temos também um modo challenge que se subdivide nos mission mode e time attack, onde neste último o objectivo é o de obter o melhor tempo possível. O mission mode apresenta-nos uma série de desafios como fazer um certo número de combos, derrotar um oponente dentro de um certo tempo limite, usar algum golpe especial, entre muitos outros. Completar missões desbloqueiam-nos novas arenas e fatos para as personagens.

Por vezes os uniformes alternativos de certas personagens remetem-nos para outros jogos, como é a vestimenta de Terry Bogard do Mark of the Wolves

A nível audiovisual sinceramente não acho o jogo mau de todo. As arenas vão sendo bastante variadas entre si e consideravelmente bem detalhadas. As personagens são todas em 3D poligonal e apesar de não serem propriamente mal detalhadas, há, a meu ver, uma grande perda de qualidade no design e animações das personagens quando estas transitaram para o 3D poligonal. Mas isto é mesmo uma questão de gosto pessoal, que sempre achei as sprites da SNK extremamente boas! E sinceramente acho a maior parte das novas personagens desinteressantes, acho que só mesmo a Lien Neville se aproveita (e não, não é devido ao seu decote e atributos femininos). A banda sonora vai sendo também algo eclética, abrangendo géneros como o rock, pop e electrónica e é de forma geral agradável de se ouvir. O mesmo não pode ser dito do voice acting que foi todo regravado para inglês no lançamento ocidental e sinceramente fica muito a desejar na sua qualidade.

O jogo abre com uma cutscene em CGI que por acaso acho muito bem trabalhada.

Portanto este KOF Maximum Impact é um jogo de luta bastante competente e divertido de se jogar, embora, por gosto pessoal, prefira de longe o design artístico dos clássicos em 2D da Neo Geo. Ainda assim o jogo deverá ter tido algum sucesso, pois a SNK Playmore ainda lançou pelo menos dois sucessores. Esta edição europeia vem acompanhada de um disco adicional com um making of do jogo, bem como um manual inteiramente a cores que é de tão boa qualidade que nem cabe dentro da caixa do jogo, obrigando assim que o mesmo viesse acompanhado de uma sleeve exterior de cartão para comportar ambos.

NeoGeo Battle Coliseum (Sony Playstation 2)

Tempo de voltar à Playstation 2 para mais um jogo da SNK convertido para este sistema. Seguindo o King of Fighters Neowave, a SNK Playmore continuou a apostar no sistema Atomiswave da Sammy (que por sua vez é baseado no sistema Naomi/Dreamcast da Sega) para produzir vários títulos arcade, com este NeoGeo Battle Coliseum a ser um desses casos. Sinceramente já não me recordo quando e onde comprei o meu exemplar, mas terá sido seguramente barato.

Jogo com caixa e manual

Ora este é então mais um jogo de luta em 2D repleto de personagens da SNK, sim, ainda mais que a saga King of Fighters que para além de possuir os seus personagens próprios, sempre incluiu personagens de séries como Fatal Fury, Art of Fighting, Ikari Warriors ou Athena. Aqui para além de muitas caras já conhecidas por essas bandas, temos ainda personagens da saga Samurai Shodown, The Last Blade, World Heroes, Metal Slug, Savage Reign ou até do King of Monsters! Mesmo no caso de séries habituais, algumas personagens foram retiradas de títulos mais incomuns como é o caso do Mark of the Wolves (Fatal Fury), ou a versão do Ryo Sakazaki ser a do Buriki One, um jogo 3D do malfadado Hyper Neo Geo 64, na sua persona de Mr. Karate II.

Para além de personagens de todas as séries já mencionadas, a SNK criou ainda duas novas

Em relação ao jogo em si, este possui combates em formato tag team com equipas de 2 jogadores e onde poderemos alternar entre a personagem activa a qualquer momento, com aquela que ficar em standby a recuperar alguma vida passado alguns segundos. O esquema de controlo básico remete-nos para os botões faciais a servirem para socos e pontapés, fracos ou fortes, com o L1 a servir para provocar o nosso oponente e o R1 para trocar de parceiro, sendo no entanto possível desencadear toda uma série de golpes especiais, muitos deles que necessitam da barra de special que se vai enchendo à medida que distribuímos pancada. Um pormenor interessante nesse departamento são os ataques double assault, que usam ambas as personagens da nossa equipa em simultâneo para desferir um ataque poderoso. No caso de algumas equipas específicas (Kyo e Iori ou Haohmaru e Genjuro, por exemplo), teremos acesso a alguns golpes especiais adicionais deste género!

É um pouco estranho ver o Marco representado desta forma, mas os seus specials valem a pena!

No que diz respeito aos modos de jogo, podem contar aqui com um modo arcade, versus para 2 jogadores, modo tag, survival challenge e um modo treino. O modo arcade é, no entanto um pouco diferente do que estava à espera. Basicamente o conceito é o seguinte, durante 300s teremos de derrotar o máximo de oponentes possível. No fim desse tempo, mediante a nossa performance, iremos enfrentar um de 4 bosses distintos. Cada combate (com a excepção do último) é composto com equipas de 2 contra 2, mas apenas temos de derrotar apenas um dos membros da equipa para avançar para a fase seguinte. Ao fim de 3 lutas, muda o cenário, onde antes que isso aconteça poderemos também escolher um de 3 bónus disponíveis, seja dar-nos mais tempo extra, recuperar alguma vida ou a barra de special. O modo de jogo Tag é um pouco mais parecido ao modo arcade mais tradicional, onde temos um tempo limite mais apertado, somos obrigados a derrotar ambos os membros da dupla adversária e cada combate decorre numa arena distinta. O modo survival é um desafio onde teremos de derrotar o máximo de duplas de oponentes possível, até que ambas as nossas personagens sejam derrotadas. Por fim o modo practice dispensa apresentações pois é onde todas as técnicas podem ser aprendidas e practicadas.

Apesar de no geral eu gostar mais do pixel art dos clássicos de Neo Geo, os cenários neste jogo ficaram bem melhor conseguidos que no KOF Neowave

A nível audiovisual este é um jogo que me agrada mais que o KOF Neowave, particularmente as suas arenas. Aqui estas estão bem detalhadas, bem mais polidas do que o hardware da Neo Geo poderia fazer e mesmo assim mantém um feeling mais 2D, em linha com os jogos de luta tradicionais da SNK. Mas claro, continuo a preferir de longe uns visuais mais pixel art, mas isso é uma mera opção pessoal. E isso é o que acontece com as sprites dos lutadores, que são extremamente bem animadas e detalhadas como é habitual na SNK. No entanto, as mesmas continuam a ter um aspecto muito Neo Geo (o que é bom!) mas tal continua a destoar um pouco com os cenários mais realistas. Pontos bónus no entanto para todas as outras personagens SNK que vão surgindo em plano de fundo! Já a nível de som, nada de especial a apontar aos efeitos gráficos e vozes digitalizadas, que continuam óptimos. A banda sonora também me soou de forma agradável enquanto joguei, possuindo uma boa variedade de estilos.

Kudos para as referências a outras personagens!

Portanto este NeoGeo Battle Coliseum até que é um jogo de luta bastante agradável, apesar do seu modo arcade possuir mecânicas não lá muito convencionais. Foi interessante ver algumas personagens de outras séries aqui representadas, com pontos extra para as do Metal Slug, cujas sprites foram inteiramente redesenhadas para terem as mesmas proporções dos restantes lutadores. A SNK ainda lançou mais uns quantos títulos na Atomiswave, felizmente todos com conversões para a PS2 ou outros sistemas, incluíndo o KOF XI que sai inclusivamente no mesmo ano que este. Curioso em ver!

SNK vs Capcom: SVC Chaos (Sony Playstation 2)

Depois da Capcom ter produzido 2 jogos de luta de crossover entre o universo Capcom e SNK, foi a vez da SNK (agora já como SNK Playmore) fazer o mesmo, após uma série de pequenos jogos para a sua portátil Neo-Geo Pocket. Infelizmente este jogo já foi desenvolvido numa altura algo turbulenta da sua história e o produto final deixa-me com um certo sabor agridoce, mas já lá vamos. Infelizmente não me recordo nem quando, nem onde, muito menos quanto terá custado o meu exemplar para a PS2. Terá sido seguramente algo abaixo dos 10€, pois foi comprado numa altura de forte abundância de jogos para a plataforma.

Jogo com caixa e manual

A nível de mecânicas de jogo, ao contrário da Capcom que optou por introduzir diversas mecânicas de jogo como os diferentes grooves em ambos os Capcom vs SNK, aqui a SNK simplificou bastante as coisas ao implementar um sistema de combate único. E este não foge muito às mecânicas base dos King of Fighters, excepto na parte de aqui serem apenas confrontos de 1 contra 1, descartando assim por completo o sistema de equipas. Tendo sido um jogo lançado originalmente para a Neo Geo, dispomos apenas de 4 botões de acção, sendo 2 para socos fracos e fortes e os restantes dois para pontapés. Nesta versão PS2, os botões de cabeceira servem também para provocar o adversário, throws, bem como activar algumas técnicas especiais como os distintos guard cancels. De resto contem com uma barra de energia que se pode encher até três níveis, onde poderemos usar os super moves. Quando a barra alcança o nível máximo, a mesma começa a decrescer automaticamente e durante esse tempo podemos fazer os Super Moves à vontade. Se tivermos menos de metade da barra de vida, poderemos também desencadear os Exceed Moves, que são golpes altamente destruidores mas no entanto apenas os podemos despoletar uma vez por combate.

É verdade que ficam a faltar algumas personagens sonantes, mas a inclusão de outras mais obscuras como é o caso de Tessa foi mesmo uma agradável surpresa

No que diz respeito ao elenco, dispomos de um leque base de 24 personagens jogáveis, 12 do lado da SNK, outras tantas do lado da Capcom. Mas logo de início temos também mais 5 personagens secretas de cada lado, bastando manter o botão R1 pressionado enquanto navegamos pelo ecrã de selecção de personagens para que estas apareçam. Poderemos no entanto desbloquear ainda mais 2 personagens adicionais, elevando a fasquia para 36 personagens no total. Estas são na sua maioria retiradas dos universos Street Fighter ou King of Fighters, se bem que do lado da SNK temos 3 personagens dos Samurai Shodown (incluindo Shiki, originalmente do SS 64) bem como algumas personagens secretas mais originais, como um marciano do Metal Slug 2, ou uma espécie de Shin Akuma da SNK, um “Shin” Mr. Karate, que é introduzido pela primeira vez neste jogo. A personagem do universo SNK que poderemos desbloquear é um boss que apenas o enfrentamos durante o jogo normal se certos pré-requisitos forem cumpridos e é nada mais nada menos que a deusa de bikini Athena, personagem do jogo de mesmo nome (não confundir com a Athena dos Psycho Soldier e KOF). Já do lado da Capcom temos, para além dos protagonistas de Street Fighter, temos a Tessa do jogo arcade Red Earth, personagens secretas como o Zero ou o Demitri dos Darkstalkers. Em vez do Evil Ryu a SNK inventou um Evil Ken e o boss secreto é nada mais nada menos que o Red Arremer, o diabo irritante de jogos como Ghouls and Ghosts ou Firebrand de Gargoyle’s Quest. Portanto para além dos vários nomes conhecidos, achei muito interessante a SNK ter aqui introduzido algumas personagens bem mais originais, embora algumas outras personagens de relevo tenham ficado também para trás como Zangief ou Haohmaru.

O fan service está em grande com os diálogos pré-combate!

Nesta versão da PS2, para além dos habituais modos de jogo arcade e versus para dois jogadores, temos também um modo de treino onde poderemos practicar os variados golpes e mecânicas de jogo, mas existe também um modo survival, que é onde poderemos vir a desbloquear os bosses secretos Athena e Red Arremer. À medida que vamos derrotando personagens no survival, vamos também desbloquear o seu artwork que pode ser consultado numa galeria à parte. A arte está muito boa e foi desta vez desenhada por um único artista, ao contrário do que aconteceu em ambos os Capcom vs SNK.

Fan service que continua com as transformações personalizadas nos golpes especiais de certas personagens

Indo agora para os audiovisuais, este é o campo onde melhor se nota que este foi um jogo algo apressado. Apesar de ter gostado das sprites com o estilo da SNK que foram criadas para as personagens da Capcom, muitas personagens da SNK reusam sprites antigas e não com tanta qualidade. Mas o pior é mesmo os cenários, já que muitos deles são bastante simples graficamente, desinspirados e desprovidos de todos aqueles pequenos detalhes que a SNK sempre soube introduzir. Particularmente os Station Abandoned e Factory Obsolete, ficaram horríveis. Já as músicas vão sendo algo variadas e algumas são bastante agradáveis. Mas o ponto forte deste SNK vs Capcom está mesmo no fan service. Antes de cada combate os lutadores trocam algumas palavras entre si e por vezes trocam algumas bocas hilariantes, como a Mai e Chun Li a falarem mal das roupas uma da outra, ou o Dan Hibiki (personagem criada pela Capcom para ridicularizar a série Art of Fighting) a achar que o Mr. Karate é o seu pai. O Demitri da série Darkstalkers possui um ataque especial em que transforma o seu oponente numa rapariga jeitosa, agarra-a pelo pescoço e suga a sua energia de vida, transformando-a num cadáver muito chupadinho. Todas as personagens têm uma transformação diferente, algumas bastante hilariantes. O mesmo pode ser dito da Athena e Red Areemer, ambas personagens com golpes especiais que transformam os oponentes em animais ou monstros e algumas das transformações são também hilariantes!

Infelizmente os gráficos de algumas arenas ficam muito a desejar. Estão desprovidos de todos aqueles pequenos detalhes que a SNK sempre nos habituou

Portanto este SNK vs Capcom é um bom jogo de luta, apesar de me deixar o tal sabor agridoce. Tem excelente fan service, mas nota-se perfeitamente que foi um jogo apressado para sair no mercado. Não só pelos gráficos não estarem tão aprimorados como noutros jogos de luta que a SNK produziu, mas também pelo facto de algumas personagens importantes estarem em falta (já tivemos KOF com mais personagens, portanto seria tecnicamente possível incluir mais umas poucas). Ainda assim gostei da originalidade de algumas personagens secretas. De resto, para quem jogou o Capcom vs SNK 2 e gostou do facto de haverem múltiplas mecânicas de jogo à escolha, aqui terá mesmo de usar só uma.